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História Amigas de Infância - Aborto!


Escrita por: Crisvogt

Capítulo 90 - Aborto!


POV MARINA

Meus dias não poderiam estar melhores. A barriga da Pâmela está cada dia maior, o que indica que nosso menino está crescendo rápido. Ela já está de oito mesmo e a cada ultrasson, está maior e mais esperto. Agora já conseguimos enxerga-lo perfeitamente. Logo aquele serzinho tão indefeso estará conosco, não vejo a hora de poder pegá-lo e beijá-lo muito, encher de amor e carinho.

Amanhã é sábado e dia do 3º aniversário de Louise, já faz um mês que estamos organizando tudo para lhe dar uma festa linda, eis que agora já está grandinha e consegue entender melhor o que acontece. Temos certeza que ela irá amar.

Pâmela hoje não acordou muito disposta, parece estar cansada, deve ser o peso da barriga mesmo, nosso pequeno, já não está pequeno assim. Pedi para que ficasse descansando hoje e não fizesse nenhum tipo de esforço, afinal como já estava se encaminhando para o ultimo mês de gestação, era perigoso forcejar. Pâmela decidiu optar pelo parto normal, mesmo sendo muito medrosa, alega que assim tanto ela quanto o bebê terão mais vantagens, eis que a recuperação é mais rápida e um menor tempo de internamento hospitalar, podendo voltar para casa em três dias, além de menor risco de infecção, favorecimento da produção de leite materno, os laços sentimentais com o bebê ocorrem com maior facilidade, o útero volta ao seu tamanho normal mais rapidamente, o bebê tem maior facilidade para respirar, pois ao passar pelo canal vaginal, seu tórax é comprimido e isso faz com que os líquidos de dentro do pulmão sejam expelidos com mais facilidade. O bebê também se beneficia das alterações hormonais que ocorrem no corpo da mãe durante o trabalho de parto, fazendo com que ele seja mais ativo e responsivo ao nascer. Os que nascem de parto normal quando ainda não tem o cordão umbilical cortado e são colocados em cima da barriga da mãe consegue se arrastar até o peito para mamar, sem precisar de nenhuma ajuda. Eles têm maior receptividade ao toque, durante a passagem pelo canal vaginal, o corpo do bebê é massageado, fazendo com que ele desperte para o toque e não estranhe tanto o toque dos médicos e enfermeiros ao nascer e por fim, ao nascer pode ser imediatamente colocado em cima da mãe, o que acalma mãe e filho e aumenta seus laços sentimentais, e após estar limpo e vestido, pode permanecer todo o tempo junto dela, se ambos estiverem saudáveis, pois não precisa ficar de observação. O parto normal não pode ser realizado com dia marcado na agenda, mas o obstetra pode indicar a data prevista para o parto, o que ajuda os pais a se preparar para a chegada do bebê. Por isso, que faço de tudo para ela ficar bem e relaxada, sabemos que passando esse mês, a qualquer momento nosso filho pode chegar.

O dia passou “voando”, eu, meus pais e algumas das meninas, passamos a tarde toda correndo atrás dos últimos preparativos da festa, acho que por isso as horas passaram e nós nem notamos. Dona Clara ficou cuidando de Pâmela, ela sabia como ninguém o que fazer para acalmar a filha. Louise também ficou junto com elas, não queria que ela visse o que estávamos preparando.

Cheguei em casa já era passado das 20h. Entrei em casa e estava um silêncio enorme. Passei pelo quarto da nossa filha e estava vazio, cheguei no nosso e a cena era linda demais. Dona Clara estava sentada na cama, segurando Louise que dormia em seu colo, um sono profundo, digno dos anjos. Pâmela estava deitada também dormindo, sendo acariciada na barriga pela outra mão de sua mãe.

- Dona Clara! – falei baixinho

- Oi Marina meu amor, como você está?

- Estou cansada, mas bem e essas duas como estão? Deram muito trabalho?

- Imagina! Louise é um anjo de criança, esperta, brincalhona, mas não apronta e não da trabalho algum, é como se não tivesse criança alguma em casa, já Pâmela .... – ela fez uma expressão de preocupada.

- Pâmela o que Dona Clara?

- Pâmela está aparentando estar com as contrações do trabalho de parto prematuro. Elas não param, e estão se tornando mais frequentes, regulares e desconfortáveis ao longo do tempo.

- Isso é perigoso não é?

- O bebê pode vir antes do tempo Marina.

- Que sintomas são esses?

- Ela está tendo cólicas parecidas com as menstruais acima do osso púbico, também pressão na pélvis, coxas e virilha, dor seca na lombar e pressão nas costas e corrimento de um líquido rosado.

- Dona Clara, precisamos urgentemente chamar a obstetra dela. O que vou fazer se o bebê resolve nascer já?

- Calma meu anjo, já liguei para ela, a qual nos orientou em maneiras de parar com esses sintomas, como repouso, sentar-se com as pernas elevadas mais ou menos a cada hora e beber muito líquido. A cada pouco a acorde e faça beber muita água. Amanhã ela irá querer a todo custo ajudar na preparação da festa, não deixe. Se mesmo assim esses sintomas não cessarem ou ao menos diminuírem, ai é hora de levarmos para o hospital.

- Eu vou colocar a Lou em seu bercinho e já vou indo Marina. Qualquer coisa me liga, que peço para seus pais virem comigo o mais rápido possível.

- A senhora vai me deixar aqui sozinha? E se eu me desesperar e não souber o que fazer?

- Calma Marina, teu instinto de esposa e, sobretudo de mãe, saberá o que fazer se algo acontecer, apenas relaxe e cuide bem dela e desse garotão que pelo jeito está preparado para nascer.

Dona Clara saiu, sentei-me ao lado dela e comecei fazer carinho na sua barriga, dei-lhe um beijo em seu rosto e a chamei calmamente.

- Meu amor, acorda!

Ela resmungou um pouco, se espreguiçou e abriu aqueles olhos lindos lentamente.

- Oi minha vida, você já chegou! Que horas são?

- Quase 21h!

- Eu passei o dia inteiro na cama, não aguento mais ficar aqui, preciso levantar um pouco.

- Vou te ajudar, mas não pode ficar caminhando e nem se esforçando. Está sentindo algum tipo de dor ou contração?

- Sinto leves pressões na barriga e um pouco mais para baixo, é como se fosse um desconforto. Preciso ir ao banheiro.

- Qualquer coisa me chama ta?

- Tudo bem! – ela me deu um selinho e saiu. Minutos depois voltou.

- Eu estava com um pequeno corrimento hoje pela tarde, mas tudo indica que cessou.

- É, dona Clara me contou como foi seu dia. Se o corrimento cessou e as dores diminuíram, isso é um bom sinal, quer dizer que nosso filho não virá antes do tempo certo! Não que eu não morra de vontade de conhecê-lo logo, mas tudo no seu momento.

- Não se preocupa Nina, tenho certeza que ele escolherá o melhor dia para vir ao mundo e fazer parte dessa nossa linda família.

- Disso tenho certeza! Vem meu amor, vou lhe ajudar tomar um banho, ai você toma uma sopa que deixei preparada antes de sair e mais um pouco de liquido, depois fica um pouquinho sentada com as pernas elevadas, até dar a hora de irmos dormir, tudo bem?

- Tirando a parte da sopa, tudo está ótimo!

- Tirando a parte da sopa nada! Sei que não gosta de sopa de legumes, mas tudo pela saúde vocês!

- Com uma enfermeira dessas em casa, não temos mesmo do que reclamar, não é mesmo filhão?

E assim passou-se o resto da noite. Pâmela dormiu bem, apesar do pequeno desconforto que ainda sentia e o tamanho da barriga, que não era qualquer posição que ficava boa.

No outro dia acordei super cedo e fiz questão de não fazer nenhum mínimo barulho para não acordar Pâmela e nem Louise. Fui ao banheiro do andar de baixo para tomar banho, me troquei la mesmo, tomei café e escrevi um bilhete para deixar ao lado da cama e assim Pâmela saberia quais eram suas tarefas nesse dia:

“Pamy, bom dia! Sei que deve ter acordado morrendo de vontade de ajudar na preparação da festa de nossa filha, mas sei também que é madura o suficiente para saber que suas condições não permitem nenhum tipo de esforço. Sua tarefa hoje será muito importante, deverá ficar com a Louise e a distrair a manhã inteira e o começo da tarde até o horário marcado, também deverá deixa-la arrumada. A fantasia que ela irá usar está na segunda porta do guarda-roupa dela. Tirando isso, nada de esforço. Dê um beijo nela por mim, não fui no quarto para não acordá-la. Fica bem amo muito vocês três.”

Durante a manhã arrumamos todo o local que alugamos para a festa. A empresa contratada montou todos os brinquedos, o buffet, a decoração, os cenários, tudo estava pronto.

A ideia geral era fazer algo com princesas, as tradicionais da Disney. Por isso fugimos de todos os personagens. As cores da festa eram rosa (lógico), azul, branco e dourado. O convite, foi Pâmela quem deu a ideia, “a família real os convida para juntos comemorar o 3º aniversário da princesa Louise Martini Duarte (...)”. O ponto forte da festa seria o castelo feito para ficar junto da mesa de bolos. Para complementar a decoração, compramos escudos e fizemos vários brasões reais de veludo. O bolo principal também era um castelo que parecia estar delicioso! Os docinhos tinham coroas em cima. As lembrancinhas era um kit tesouro, com marshmallow e moedas de chocolate. Bem, tinham outros brasões, escudos e tecidos enfeitando a festa. E o tradicional baú dessa vez ganhou alguns brilhos e continua muuuuuuitas coroas de princesas, espadas, anéis, pulseiras, armaduras e mini escudos. Nos convites as crianças eram convidadas a virem fantasiados também para entrarem no clima da festa. Os convidados começaram à chegar, Eduarda, Thais e Louis, Camila e Ingrid, Débora, Lucy e Luna, Enzo, Manuela e Stela, minha mãe, dona Clara, alguns outros convidados de nossa empresa e conhecidos da família, os fotógrafos, animadores, palhaços, funcionários contratados, só faltavam quatro pessoas das demais que eu mais amava nessa vida, não demorou muito avistei o carro do meu pai chegando. Agora sim estaria completo.

Meu pai abriu a porta para Pâmela e nosso pequenino descerem, logo em seguida abriu a porta de trás e tirou minha princesa do carro. Os quatros vinham em direção à festa. Louise estava simplesmente divina, com a fantasia da Bela adormecida, aquele vestido rosa, dava um belíssimo contraste em seus cabelos louros. Ela sempre foi apaixonada pelo “pink”. Tanto eu quanto Pâmela, usávamos um vestido também rosa para combinar, porém um tom mais claro. Quando Louise se deu conta do que estava acontecendo, que aquela era sua festa, abriu um enorme um sorriso e começou a bater palmas. Meu pai a colocou no chão e ela veio correndo me abraçar.

- Mamãe Nina, é pra mim?

- É sim meu amor, é tudo para você, aproveita que o dia é todinho seu. – foi falar isso para ela sair correndo e brincando com todas as crianças que estavam ali.

O clima estava muito divertido, músicas infantis, palhaços, princesas e príncipes por todos os lados correndo e pulando com as crianças. Deixamos que curtissem bastante a festa antes de irmos comer. Tiramos muitas fotos, daria um álbum e tanto.

 A festa estava realmente o sonho de qualquer menina. Chamamos todos para enfim cantarmos então os parabéns. Louise não se aguentava de emoção. Batia palmas todo instante, diferente de outras crianças que ficam tímidas nesse momento, ela estava bastante extrovertida. Deus realmente havia nos mandado um anjo em nossas vidas, ela nos ensinou o verdadeiro sentido do amor materno.

Estavam todos comendo, as crianças brincando. Vi Pâmela se distanciando indo em direção à umas das poltronas, quando para na metade do caminho e coloca as mãos na barriga.

- Aiiii, aiii que dor. – Pâmela começou gritar, corri em sua direção.

- O que houve Pâmela, o que você tem?

- Estou sentindo muita dor, não estou mais aguentando!

- Augusto, temos que levar Pâmela para o hospital agora, ela está sangrando muito. – Minha mãe gritava em nosso redor.

- Sejam rápidos, Pâmela e o bebê correm risco. – Dona Clara também gritava.

- Eduarda, Thais, chegou a hora das madrinhas exercerem o papel de mãe, alguma de vocês por favor fica com a Louise e não deixa ela perceber nada, vou com Pâmela para o hospital. – falei chorando.

- Claro Marina, não se preocupa. Fica calma, vai dar tudo certo! – Eduarda

- Pede ajuda a Deus e aos anjos da guarda, você sabe que Pâmela sempre teve essa proteção divina com ela. – Camila

- Eu e Manuela, vamos com nosso carro pra lá também! – Enzo.

- Não Enzo vocês ficam, aproveitem a festa que já está no fim, façam esse dia inesquecível para a Lou, por favor. Ela está distraída e quando sentir nossa falta, inventem algo.

- Por favor vamos, não aguento mais. – Pâmela sangrava muito e eu temia pelo pior.

Colocamos ela no carro e seguimos para o hospital.

- Por favor um médico, minha esposa está gravida e sangrando no carro. – entrei gritando na recepção.

Logo uma equipe médica se deslocou até o carro e a colocaram na maca. Estraram com ela em uma sala, quando me propus a ir junto e um dos médicos que não havia entrado ainda, me barrou.

- Eu vou com ela!

- Por favor senhora, não pode entrar no momento! – um dos médicos falou

- E porque não? Ela é minha esposa e está esperando meu filho!

- Entenda, a situação deles é grave. Ela está tendo um aborto e pelo jeito já perdeu muito sangue. Seu filho corre risco de vida!



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