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História Amnésia transdimensional - Cap. II A chegada


Escrita por: TsukiHime0713

Capítulo 2 - Cap. II A chegada


 

Leifthanatos estava entediado. Divertira-se durante o ataque que a Guarda lhe lançara para tentarem retomar a Torre e o Cristal, mas o dragão necromante estava afogando em tédio agora. Depois de perder o seu brinquedo quando Karenn e Keroshane invadiram o lugar, nada conseguia deixá-lo animado. Ele até podia usar os corpos que ficaram pra trás por conta da tentativa falha de lhe tomarem o território, mas não havia nenhum entre eles que lhe causasse interesse. Sem falar da possibilidade de algum deles resolver escapar assim como aconteceu com Callum, o melhor brinquedo que já tivera na vida (afinal, quem mandou aquele kitsune de uma figa escravizá-lo por tanto tempo?). Aquele Pégaso atrevido até que daria um novo brinquedo interessante, se Leifthanatos não o tivesse reduzido a uma mera grande mancha vermelha em uma das paredes da Sala do Cristal.

Geralmente ele não se importava com o cheiro da morte, mas devido ao seu desprazer, decidiu limpar os cadáveres espalhados pelos corredores e jardins da torre e da cidade. Ele reanimava os corpos para que eles mesmos se enterrassem nos fundos do quartel, próximo aos penhascos (se caíssem no mar seria menos sujeira para ele). Estava quase tudo acabado quando ele começou a sentir a presença de alguém consideravelmente poderoso, mas que teve o poder ocultado quase que imediatamente depois.

“Quem será que vai me entreter agora...” – pensava ele consigo.

Dispensou no mar os últimos corpos e resolveu ir até uma das torres de vigília para tentar descobrir o que estaria se aproximando de sua propriedade. Não demorou muito. Uma mulher que ele nunca vira antes se aproximava dos portões. Observando-a, notou que sua roupa continha alguns rasgos. Ela também estava suja de terra e algumas bandagens no corpo. Pensou na possibilidade dela ter sido assaltada ou algo do tipo, mas descartou ao notar que ela carregava uma bolsa consigo. Ainda a observando de longe, viu que a mulher entrava não como uma invasora e sim como uma exploradora (julgando a forma como ela analisava os portões e lugares por onde ela passava). Quando ela alcançou o quiosque central, resolveu aproximar-se em silêncio para questioná-la.

– Quem é você? – a mulher (que lhe estava de costas) deu um pulo quase gritando com o susto que levou dele – “Que mulher divertida...”

– Quem sou eu? Quem é o senhor! Pensei que este lugar estava abandonado!... – ele acabou sorrindo com a resposta dela.

– Acaso sabe onde você está garota? – aproximava ele um passo com ela dando dois para trás.

– Se sei eu não me lembro. – seu sorriso foi substituído por confusão.

– Que quer dizer?

– Quero dizer que estou com um pouco de amnésia, eu acho. Este lugar até me parece familiar, mas também me parece estranho. Não entendo o porquê.

– Acha mesmo que vou acreditar nisso? – um sorriso de malícia surgia no dragão.

– Não posso forçá-lo a acreditar em mim, mas se quiser, eu tenho comigo um frasco de Poção da Verdade e eu respondo suas perguntas sob o efeito dela. – agora ele ficou intrigado com aquela mulher.

– Poções da verdade não existem. – disse ele.

– Pois eu tenho uma. E se ainda duvida de mim, nós dois podemos ter uma conversa sob o efeito dela, e nisso você pode tentar mentir para mim para que assim comprove por si mesmo a veracidade de minha poção.

– Como essa poção funciona? – aquela historia estava realmente capturando o seu interesse.

– Basta que se consuma uma gota da poção. O efeito dura meia hora para cada gota e é acumulativo, ou seja, se você tomar uma gota, a poção fará efeito por meia hora; duas, durará por uma hora; três, será uma hora e meia, e assim sucessivamente. Mas não se deve abusar! Se tomar muito e/ou se forçar a não responder ou a mentir, sofrerá com dores de cabeça e sufocamento cuja intensidade dependerá do quanto você relutar ou abusar da poção.

– Interessante... Mas como sabe dessas coisas? – ele não parava de observar a garota em detalhes, fazendo-a corar de leve – Acaso foi você que a criou?

– Não. Apenas já fui vítima e cobaia dela. – por um instante a garota parecia surpresa com as próprias palavras.

“Parece que ela realmente não está brincando sobre não se lembrar de tudo...” – refletia ele – Tudo bem, faremos como sugere senhorita...

– Kurisu. – ele lhe erguia uma sobrancelha – Quando eu acordei, este foi o primeiro nome que me surgiu na cabeça. Se não for o meu de verdade, passará a ser até que esse quebra-cabeça de minha mente se resolva.

– Tudo bem Kurisu. Sou Leiftan, por favor me acompanhe, se bem que... – ele observava as condições das roupas dela.

– Que o quê?

– Acho melhor você se limpar e trocar essas roupas antes. Venha, mostrarei onde pode fazer isso. – ordenou ele para ela que o seguia com certo receio.

Leiftan primeiro a guiou até uma casa do refúgio onde ela tomou banho (e que ela fez com gosto) e depois para a loja de roupas dos purrekos no mercado.

– Me diz Leiftan... – Perguntava a mulher no provador – O que foi que aconteceu com este lugar? Pra onde foi todo mundo?

– Digamos que a cidade não está em condições de manter o povo que vivia aqui antes. Todos foram obrigados a deixar a cidade e só eu fiquei. Tenho tomado conta deste lugar totalmente sozinho. Às vezes aparecem invasores, mas eu sempre dei conta muito bem deles.

– Uau. – ela deixava o provador já vestindo calça, blusa (ambos rosa), vestido verde, getas douradas e um cinto branco com duas adagas presas a ele, além de sua bolsa que parecia estar mais cheia – Deve ser bem trabalhoso cuidar de um lugar enorme como esse sozinho. Não há ninguém para ajudá-lo não?

– Não. E francamente prefiro que continue assim. – respondeu ele sério e percebendo que Kurisu ficara desconfortável.

– Ok! – disse ela trançando seu cabelo em duas partes diante de um espelho – E... eu realmente posso pegar todas essas roupas? Quero dizer, o dono dessa loja não vai achar ruim?

– Enquanto eu for o guardião dessa cidade, o que eu dizer é lei! E se eu digo que você pode pegar o que quiser do mercado, é porque pode. E aliás... – ele encarava as facas no cinto dela – Sabe como usá-las? – perguntou ele apontando para as mesmas.

– Talvez. Na hora do vamos ver eu descubro. – respondeu ela que acabou parando diante de um colar.

Era óbvio que ela o queria, mas ela também já tinha deixado claro que estava desconfortável em adquirir as coisas que vestia. Como ela estava meio que agradável aos olhos, Leiftan aproximou-se da joia e colocou-a ele mesmo no pescoço dela (fazendo-a ficar vermelha outra vez) e depois entregou-lhe um par de pulseiras.

– Use. – ordenava ele com ela o encarando desorientada – Eu já ti disse, o que eu dizer É LEI! – ela não falou nada. Apenas engoliu seco e colocou as pulseiras, saindo os dois da loja em seguida – Qual é a melhor forma de se consumir essa poção? – perguntou ele enquanto caminhavam em direção ao QG.

– Pode ser de qualquer forma. – respondia ela um pouco atrás sem conseguir o encarar – Mas a preferência é que seja consumida misturada à bebida.

– Me acompanha no almoço então? – convidou ele.

– Tenho alternativa?

– Passar fome. – ele a ouvia dando um longo suspiro.

– Te acompanho então... – era possível notar o desânimo mal oculto da voz dela.

Leiftan a levou até o Salão Principal, deixando-a em uma mesa onde pediu-lhe para que esperasse lá até ele terminar de preparar a refeição dos dois. Pronta a comida, levou-a à mesa e Kurisu derramou duas gotas da poção nos copos de cada um.

 



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