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História Amor em conserva - Capítulo Único


Escrita por: ikus

Notas do Autor


FELIZ ANIVERSÁRIO, CHIIIN!!! (Finge que não foi 84 anos atrás) Mais de um mês depois do seu aniversário, vim aqui na cara de pau postar essa Minjoon, sim shauhasuahsu Desculpa o atraso, a capa e a proposta tosca, mas eu tava com esse plot pro seu aniversário há tempos por causa das nossas conversas <333
Boa leitura e espero muito que goste!! <333

Capítulo 1 - Capítulo Único


— Jimin, sai daí. — Taehyung quase chutou seu amigo que estava já há uns 10 minutos na seção de enlatados, conservas e embutidos, olhando hipnotizado pras prateleiras. — A gente não tem dinheiro pra isso!

Estavam fazendo as compras do mês, que era basicamente só arroz e às vezes alguns fardinhos de cerveja, o básico para a sobrevivência de um universitário. Jimin achava um absurdo porque com certeza dava para comprar um pote de palmito no lugar de um fardinho desses, mas seu melhor amigo e colega de quarto contestava que a comida não sobrevivia nem 5 minutos e os fardinhos pelo menos algumas semanas — mas só se essas semanas fossem de provas e beber até desmaiar não fosse uma opção.

E, bem, se um pote de palmito sobrevivesse a 5 minutos na mão de Park Jimin era muito. Picles, palmito, pimenta, rabanete, milho, repolho, qualquer coisa enfiada num potinho com sal e vinagre era a receita certa para a felicidade do ruivo, chegava a ser até estranho.

Já no caixa, pagando as coisas e tendo um amigo muito chateado ao seu lado por não ter comprado seu amado pote de palmito, Taehyung soltou um suspiro.

— Cara, se um dia eu encontrar alguém que me olhe que nem você olha um pote de palmito eu me caso. — O moreno comentou, a voz grossa saindo em forma de muxoxo e fazendo o ruivo rir.

— Concordo, não existe amor mais verdadeiro. — Entrou na brincadeira, não adiantava chorar por conserva não comprada. — Acho que vou levar isso para vida também. É um bom lema.

Bem, talvez não fosse um lema tão bom assim, já que achar alguém com amor comparável ao de Jimin por conservas era difícil. As pessoas que estavam no estágio crush pelo ruivo, por exemplo, não chegavam nem perto.

Taehyung, apesar de ter começado com aquela história, nem sequer pensou em levar isso pra vida porque era simplesmente idiota, nem acreditava que Jimin realmente seguisse aquilo.

Para a defesa do mais velho dos dois, mesmo antes daquele comentário esdrúxulo Jimin nunca foi lá alguém que ligasse muito para relacionamentos, completamente focado na faculdade de dança que fazia. Por esse exato motivo seu melhor amigo ficava desesperado para que alguém realmente aparecesse, já que o dançarino quase sempre forçava seus limites físicos por pura teimosia, insegurança e perfeccionismo.

E foi aí que Taehyung viu Namjoon, a famosa pessoa que dirigia a Jimin o mesmo olhar que o ruivo reservava para suas amadas conservas.

Eles estavam na cantina, com Jimin reclamando que daria de tudo para a comida do colégio ser um churrasco com pão de alho e muito, muito vinagrete em vez daquela gororoba extorsiva e Taehyung distraído acenando com a cabeça em concordância quando este último avistou a possível salvação de Jimin.

O ruivo era tapado, mas Taehyung era esperto, e como. Logo sentiu que alguém os observava e seus olhos lhe guiaram até um garoto alto, bonito e com cabelos rosa bebê. Quando percebeu que estava sendo observado ele virou o rosto, mas Taehyung teve tempo o suficiente para saber que aquele era o olhar que estava procurando para Jimin.

E, bem, o moletom do garoto indicava que ele fazia filosofia, mal ele não ia fazer, não é mesmo?

Pegou o melhor amigo pelo pulso, arrastou ele até o garoto que parecia querer se enterrar no chão ao observar a aproximação dos dois e, principalmente, do seu crush eterno e simplesmente empurrou o menor para que sentasse ao lado do estudante de filosofia completamente confuso.

— Jimin, eu soube que a comida favorita dele é picles. Passe bem. — Taehyung deu uma piscadinha para o garoto de cabelos rosa, torcendo interiormente que ele pegasse a deixa, por mais estranha que ela fosse.

Bem, ele não conseguiu pegar a deixa, mas conseguiu trabalhar alguma coisa depois de passar um tempo sendo curiosamente observado pelo ruivo, que estava tão confuso com tudo que estava acontecendo quanto ele.

Kim Namjoon, um ano mais velho que Jimin, completamente louco por este desde que casualmente foi pro auditório assistir as apresentações dos estudantes de dança depois de ter sido convidado por um amigo e perceber que a de Jimin era baseada numa transição corporal entre empirismo e racionalismo. Meu Deus, ele esperava muito que Locke, Hume e Descartes estivessem em algum tipo de plano espiritual em que pudessem assistir àquilo.

É claro que Namjoon puxou uma conversa falando “achei aquela sua apresentação com uma pegada de filosofia muito maneira” e deixou de lado o “e por causa disso tudo que eu mais quero no mundo é te conhecer, namorar, casar e adotar filhos”, mas Jimin simplesmente não tinha entendido onde a conversa sobre o picles foi parar. Não era esse o motivo de eles estarem ali afinal de contas?

— Mas e o picles? — Jimin finalmente perguntou depois de uma longa conversa sobre como Locke era bem paz e amor, Descartes meio perturbado, mas mesmo assim genial na criação do gênio maligno (deixa o plano cartesiano pros alunos de exatas) e que os dois eram bem em cima do muro sobre aquilo.

— Que picles? — O de cabelos rosa devolveu atordoado, não esperando uma mudança tão abrupta.

— Que é sua comida favorita, ué.

— Mas minha comida favorita é pão. — O mais alto corrigiu com a maior delicadeza possível, sentindo que ele deveria ter aceitado a maldita ideia do picles. Sua honestidade definitivamente era empecilho para a reciprocidade dos crushs.

— Ué.

— Ué.

Demorou algumas semanas de colegas até quase chegar à amizade, para Namjoon entender qual era a do picles e Taehyung finalmente entregar o jogo sobre sua conspiração para os dois. Porém, só falou que escolheu o de cabelos rosa porque tinha cara de quem poderia ser um bom amigo, ocultando a parte do crush, isso era responsabilidade de Namjoon.

O estudante de filosofia descobriu amar assistir Jimin, Jimin dançando, Jimin praticando, Jimin comendo, Jimin respirando, Jimin espirrando, Jimin coçando o nariz, tudo era válido e deixava-o completamente encantado. Amava o jeito que suas conversas variavam, amava o jeito que podia falar qualquer bobagem sem medo de ser feliz.

Cada vez mais passava os horários em que não tinha aula com Taehyung e Jimin, especialmente com esse último. Não que ele não gostasse do garoto de sorriso quadrado, muito pelo contrário, divertia-se com a personalidade do mesmo e sabia que se não fosse ele nunca teria chegado perto do mais baixo, mas compará-lo com o estudante de dança em seu coração era uma briga completamente injusta.

Daí pra amizade foram alguns dias. E pro namorico… O que Namjoon não tinha de desenrolado Jimin compensou, apesar de Taehyung nunca ter entendido como isso aconteceu tendo em vista o histórico do mais baixo.

Na cabeça do ruivo era bem simples, ele gostava do Namjoon o suficiente para que ocupasse um bom espaço da sua cabeça junto com dança, conservas, Taehyung e seus parentes, não necessariamente em ordem de importância. Pronto, era só isso, motivo o suficiente para investir sem medo. Por que negar e fugir de algo que sentia?

Era de noite já, uma quinta feira, e estavam caminhando juntos para o ponto de ônibus que ficava logo após atravessar um passeio bem arborizado e relativamente vazio da faculdade. Taehyung não viera junto pois teria uma apresentação de teatro na próxima semana e estava praticando.

O coração de Namjoon batia completamente acelerado, ou melhor, mais do que o normal já que qualquer tipo de proximidade de Jimin sempre lhe trazia essas sensações. Mesmo sem entender muito bem o seu nervosismo a mais, pois não era a primeira vez que os dois caminhavam juntos sozinhos, ele não pôde impedir que suas pernas parecessem moles e que seu estômago revirasse.

Talvez fosse um sexto sentido, talvez fosse um aviso dos céus, talvez o clima entre os dois sugerisse isso, mas, de fato, ele tinha motivos para estar mais nervoso naquele momento.

— Hyung. — O ruivo chamou firme e resoluto, parando sua caminhada e observando o mais alto fazendo o mesmo, lhe encarando com um misto de curiosidade, confusão e nervosismo.

Se aproximou de Namjoon a passos lentos e, hesitante, segurou as mãos grandes que deixavam as suas parecendo menores ainda. Jimin realmente se perguntava onde estava toda sua força e determinação de apenas um minuto atrás, falar qualquer coisa parecia um desafio imenso naquele instante.

Respirou fundo, nervoso, todas as suas ações sendo acompanhadas atentamente pelo de fios rosados, que também se sentia como se fosse morrer bem ali, naquele mesmo instante.

As mãos de Jimin começaram a suar mais que tampa de marmita de encontro às do maior, não que este estivesse ligando, mas isso só fez com que o menor se desesperasse mais ainda. Nada saía de seus lábios, nada vinha do fundo de sua garganta, nada. Podia e tinha tanta coisa para falar, porém simplesmente não conseguia.

“Atitudes falam mais que as palavras” foi o que o ruivo conseguiu pensar de solução para a saia justa em que se encontrava: simplesmente estava fora de hipótese fingir que nada tinha acontecido e voltar ao normal, ele já tinha ido longe demais e Namjoon era tudo menos burro.

Colocou-se na ponta dos pés, fechou os olhos e rezou. Rezou para que seus lábios tocassem os de aparência macia e apetitosa do mais alto, rezou para que não fosse recusado e acabasse beijando um poste.

No final, a vida entregou o meio termo para ele: sentiu, sim, aquela boca tenra e quente de encontro à sua, mas o dono dela conseguia ser o mais convincente dos postes.

Namjoon estava em pane, sem reação, sem movimentos, sem nem conseguir respirar. Ficou de olhos abertos, tendo uma visão que seria engraçada do rosto do menor por estar tão próximo ao seu se a ideia de estar beijando-o não fosse tão chocante.

Simplesmente estava completamente fora de suas expectativas ser correspondido, muito menos receber um beijo do ruivo, então apenas ficou parado, olhando, pensando se acreditava que aquilo realmente estava acontecendo ou era alguma enganação de sua mente.

Jimin ficou preocupado com a imobilidade do outro, afastando-se e abrindo os olhos, dando de cara com o estudante de filosofia mais chocado que o mundo já vira. Já tinha certeza que havia feito a maior merda de sua vida e que perderia a amizade do outro quando Namjoon finalmente pareceu despertar.

Levou as mãos às bochechas do mais novo, acariciando-as com a ponta dos dedos e pensando o quanto gostava delas, ainda mais agora que podia sentir a textura aveludada da pele de Jimin.

Tentou, como sempre fazia, gravar todos os detalhes do ruivo, ainda mais agora que tinha uma visão tão privilegiada, tão perto. Os lábios cheinhos que encostaram nos seus há momentos atrás, o nariz pequeno e jeitosinho, os olhos amendoados refletindo o quão perdido estava, os fios alaranjados caindo pela testa cheia de pintas clarinhas.

Namjoon não acreditava que aquilo era real, mas queria acreditar.

Puxou com delicadeza o rosto do menor para perto do seu, deixando um beijo leve como uma pluma nos lábios deste. Jimin suspirou, extasiado, aliviado por estar sendo correspondido, mas ainda sentindo seu interior reverberando agitado por mais que o motivo dessas reações houvesse mudado; mudado para melhor.

Queria mais de Namjoon, queria provar mais daquela boca que, além de bonita, mudava de uma forma quase anormal e hilariante de assuntos sérios, reflexões e pensamentos para piadinhas idiotas e amenidades.

Queria mais de Namjoon, mais tempo, mais toques, mais olhares. Antes que pudessem perceber, o selinho casto quase imperceptível se transformara em um beijo lento e apaixonado. Provavam do sabor um do outro, do calor um do outro, e aquilo era incrível. E o tanto que Jimin queria mais de Namjoon, Namjoon queria de Jimin, nada era mais claro que aquilo.

Passaram um bom tempo ali, em pé, só apreciando a sensação boa que o contato de suas bocas proporcionava, apreciando como tudo se encaixava perfeitamente, como era bom finalmente poder tocar, explorar e abraçar o corpo um do outro, mesmo que com um tanto de inocência na ação.

Quando perceberam já estava mais tarde ainda e tiveram que correr para o ponto de ônibus, logo o último de cada um deles passaria e se não pegassem seria a maior dor de cabeça voltar para casa.

O dia seguinte foi estranho. Nenhum dos dois sabia como lidar um com outro, nem mesmo para conversar as coisas de sempre, nem a primeira vez que se conheceram foi tão desconfortável. Provavelmente a própria despedida no dia anterior não fora estranha porque não tiveram tempo para tal.

Taehyung, na hora do almoço, ficou observando ambos os amigos com as sobrancelhas erguidas, mas resolveu não fazer nada, tendo fé que eles eram grandinhos o suficiente para se resolverem e torcendo para que aquilo fosse um sinal de que deram algum passo significativo.

Quando voltaram para casa, cada um deles ficou pensativo, se sentindo mal por como o dia transcorreu. Eles estavam perdendo tempo, poxa, poderiam muito bem passar o dia se beijando em vez de olhar um para o outro com uma cara de cu.

A sorte é que por mais filosófico que Namjoon fosse, ainda era um cara muito prático, então sabia que teria que dar um jeito de resolver aquilo direito ou simplesmente não se perdoaria. Um dia estranho com Jimin era um dia desperdiçado, ia levar isso como seu lema.

O azar é que por mais inteligente Namjoon fosse, nem sempre seus planos podiam ser considerados exatamente geniais. O bom senso até avisava que podia dar tudo errado, mas o estudante de filosofia resolveu confiar no próprio taco e no quão bem conhecia o mais novo.

Na segunda feira — e como aquele final de semana parecia haver demorado para passar — chamou Jimin para um cantinho da faculdade depois do almoço e o ruivo ficou aliviado, pois queria o mesmo, quanto antes resolvessem toda aquela estranheza, melhor, nem que fosse só para combinar trocar beijinhos sempre que pudessem.

Seria mentira dizer que Jimin não ficou espantado assim que o de cabelos rosas lhe estendeu um pote de palmito. Era uma boa ideia, realmente, mas Jimin realmente não esperava por isso, então começou a rir enquanto aceitava o presente e agradecia.

— Calma lá. — Namjoon começou a rir também, mas confessava que era mais de nervoso do que qualquer outra coisa. — Tira o rótulo.

O ruivo fez uma perfeita cara de “por que eu faria isso?”, mas resolveu não contestar e fez o que foi pedido, só não derrubando o pote de palmito ao ver o que Namjoon queria com tudo aquilo porque palmito definitivamente não podia ser desperdiçado.

Na parte de dentro do rótulo, que já estava meio descolando quando tirou, encontrou — meio borradas, diga-se de passagem — as letras engraçadinhas do mais alto formando uma frase que Jimin queria que fosse engraçadinha também porque aí seu coração não estaria acelerado como estava.

“Quer namorar comigo?” era o que dizia, e o mais novo leu, releu, releu de novo, tantas vezes que Namjoon por um momento se perguntou se estava legível.

— Hyung, é impressão minha ou você acabou de me pedir em namoro com um pote de palmito? — Jimin finalmente conseguiu falar algo, rindo, além de estar com um sorriso enorme no rosto e este, por sua vez, não era por achar engraçado e sim por estar incrivelmente, estupidamente feliz.

— Depende, você gostou? — Perguntou Namjoon já se arrependendo da sua ideia nem tão genial assim, mas suspirou aliviado quando sentiu a mão pequena do menor se apoiar em seu ombro para lhe dar um beijo, o qual correspondeu imediatamente.

Não se abraçaram porque o ruivo segurava o pote de palmito com afinco, por mais que fosse uma incógnita se era por causa do conteúdo comestível ou do valor sentimental recém adquirido. Talvez os dois.

— Gostei. E o que você quer em troca desses palmitos? — Jimin perguntou em um tom brincalhão logo após dar um beijo no canto da boca do outro, percebendo divertido a insatisfação do mais alto com o ato.

— O seu palmito? — Era uma afirmação, pelo menos era para ser, mas tinha um tom de pergunta inegável que, junto à expressão meio duvidosa do mais velho se aquela fala fora uma boa ideia ou não, fez com que Jimin nem conseguisse fingir estar irritado.

Rindo, deu um tapa de leve no peito do estudante de filosofia, se perguntando o que mais iria ouvir e sentir dele, se perguntando se algum dia cansaria de olhar aqueles olhos pequenininhos, sorriso brilhante e covinhas encantadoras; concluindo que olhava para Namjoon com mais amor até do que para um pote de palmito.

— Trato feito.

 


Notas Finais


Chin!! Tudo de bom pra você, sério <333 Muito sucesso em tudo que você quiser, muita felicidade, muitas fics, muito BTS, Minjoon e Yoonseok, muito Kim Seokjin e Jung Hoseok também porque eu sei que você sofre pelo solzinho também shauhasusahu Muitas obras de artes dignas de Picasso no Gartic e não posso deixar de desejar muita conserva, não é mesmo? Muito palmito, picles, vinagrete, churrasco e pão de alho, amo muito nossas conversas avulsas e as mais sérias também~~
Espero muito que tenha gostado, apesar de bobo e atrasado juro que fiz com muito amorzinho <333
Para todo mundo que leu e não for a Chin, espero que tenham gostado também <3333
Beijinhos de luz!


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