História Amor entre seres sobrenaturais - Descobrindo as coisas

Durante o caminho vou tentando lembrar se minha mãe havia mencionado algo alguma vez na vida, mas não ela nunca tinha falado nada sobre isso, na verdade ela havia falado o contrário, falado que não gostava dessas coisas... Então... Quer dizer que ela não gostava de mim? Fico com aquilo na cabeça até chegar em casa. Quando chegamos Ty me acompanhou até meu andar.

- Vou entrar contigo pra gente explicar pra sua mãe o que aconteceu - Ty fala.

- Não precisa não, eu conto - Eu digo.

-Precisa, ela tem que saber o mais rápido e te deixar sabendo de tudo o mais rápido também. - Ele insiste.

- Ta certo então. 

A gente entra e minha mãe ta na sala. 

- Mãe - Quando digo isso ela se vira pra olhar pra gente, ela olha com uma cara de questionamento. - Nós queremos falar com a senhora sobre uma coisa, esse é o Ty aquele garoto novo do colégio - digo apontando pra ele.

- Ah certo, Ty, bom, prazer em conhece - lo. - ela fala.

- Prazer em conhecer você também dona...?

- Silvanna, pode me chamar assim mesmo - Ela diz, minha mãe nunca foi de deixar chamarem ela assim. - Então ? Que coisa é essa que vocês queriam conversar ? - Ela pergunta e eu olho pro Ty pensando se é realmente boa ideia contar pra ela e ai ele fala.

- Eu creio que a senhora sabe o que eu sou, certo ? - Ele pergunta.

- Sei sim, muito bem você é um vampiro de sangue puro e pra você ta me falando isso algo aconteceu mesmo, sentem aqui - Ela aponta pro sofá.

- Como a senhora sabe disso mãe? - Pergunto olhando pra ela dessa vez.

- Depois eu lhe explico, aí você vai saber fazer isso também. - Ela diz séria.

O quê? Eu também ? Porque? Eu não quero nada disso não - Penso

- Bom, vou explicar pela Ely porque assim vai ser mais fácil, duas pessoas creio que de um clã inimigo veio atras da gente hoje na volta, eles falaram que a gente so tinha até amanhã pra contar pra ela. - Ele diz serio olhando para o chão.

- Entendi, então não temos mais escolha a não ser contar a ela. - Minha mãe diz mais pra si mesma do que pra gente.

- Não esqueçam que eu to aqui e to escutando tudo. - Digo.

- Bom, vou preparar um chá de camomila - Ty fala. E saí em direção a cozinha

- Então, Ely, tenho que te contar uma coisa e não sei como começar, então eu vou falar e você faz perguntas se você tiver ta certo? - Minha mãe pergunta se aproximando mais de mim.

- Ta certo, talvez eu não tenha tantas agora mas depois vai aparecendo. - Digo

- Bom, vou começar por isso, eu sou descendente de dragão - Ela fala e eu olho pra ela com os olhos arregalados. Minha mãe? A que nunca gostou dessas coisas penso isso mas espero ela continuar. - E seu pai era Vampiro, ele vinha de uma longa linhagem de vampiros, e eu de dragões um dia você sabe nós nos encontramos e aí foi amor a primeira vista, muita gente não acredita nisso mas isso realmente aconteceu, bom, nunca fomos bem vistos, ninguém gostava muito do nosso namoro, nem a família dele, nem a minha, mas ninguém se opôs, com isso nós seguimos, daí namoramos, namoramos e aí eu fiquei grávida de você, ficou tudo bem so que aí quando você nasceu nós descobrimos que você era híbrida de dragão com vampiro... 

Eu paro ela na hora que ela diz isso - O quê? Isso é pegadinha ne ? - Levanto rapidamente e vou correndo até meu quarto, no caminho quase derrubo o Ty que tava indo com chá, entro no quarto e me tranco.

- Isso não pode ser real, não pode ta acontecendo - Me escoro na porta e escorrego até ficar sentada no chão. - Porque entre tantas pessoas isso tinha que acontecer comigo ? - Fiquei me perguntando aquilo, eu não tava com raiva, eu tava neutra, confusa, triste por não ter uma vida normal como eu achava que tinha. Escoro meu ouvido na porta pra escutar o que minha mãe tava falando com o Ty.

- A senhora acha que é melhor eu ficar aqui pra caso de acontecer algo? - Ty pergunta.

- Sim, é melhor porque aí é uma ajuda a mais, nunca se sabe quando vai ter um hipnotizador do lado inimigo. - Ela diz. 

- É verdade, bom irei ficar aqui no sofá, assim fico mais perto da entrada. 

Depois disso começo a ignorar e me deito ali mesmo no chão, logo escuto uma batida na porta. 

-Ely sou eu - Minha mãe fala. - Por favor mesmo que você não queira terminar de escutar o que eu tenho a te dizer hoje, pelo menos pensa no que eu te contei até agora, amanhã a gente pode continuar, eu sei que é muita coisa pra assimilar, e é por isso que não podiamos ter te contado antes, então por favor, pensa e amanhã a gente conversa mais ta bom? Boa noite viu, beijo - Ela fala, mas eu não respondo, minha cabeça ainda tava uma bagunça.

Minutos depois deitada ali mesmo escuto outra batida na porta.

- Ely ? Ely é o Ty, se você quiser conversar eu to aqui viu, pode falar comigo sobre o que você quiser, até de qualquer outra coisa pra se distrair ta bom? Vou ficar la na sala. - Ele diz e sai.

Naquela hora eu me levanto, mas não pra ir atrás dele.

Quero sair daqui, preciso respirar ar fresco - Penso, penso e lembro, eu e minha mãe sempre tinhamos cada uma, uma chave da porta de saida de emergência. 

Vai ser difícil descer todas essas escadas mas é muito mais fácil descer do que subir todas. - Rio para mim mesma com aquele pensamento. Finalmente acho a chave dentro de uma das gavetinhas do meu criado mudo.

Abro a porta do meu quarto lentamente pra não fazer nenhum barulho e sem olha pra trás vou de ponta de pés até a porta que fica no final de um pequeno corredor, abro cuidadosamente sem fazer barulho, passo e fecho, só aí eu percebo que tava segurando a respiração, respiro fundo e começo a descer as escadas.

Não sei quanto tempo se passou, sei que pra mim pareceram poucos minutos.

Posso até ta certa em pensar que foram so minutos, ja que eu na teoria seria filha de um vampiro - Penso.

Saio por uma portinha sem ser a da entrada pra o vigia não me ver. Saio andando e vou até um parque que eu sei que fica aberto o tempo todo, chego la, me sento em um balançador e fico la processando tudo, olho em volta e vem uma lembrança de quando eu era pequena.

- Papai, papai olha - Eu falava enquanto subia em uma árvore.

- To vendo querida, cuidado pra não cair daí. - Meu pai falava com preocupação.

Subi até certa parte da árvore e depois desci e fui pegar alguns biscoitos que nós tínhamos feito na noite anterior. Dei uma mordida e mamãe perguntou. 

- Como ta ? Ta gostoso? 

- Ta sim, bastante - Respondo.

- Então vou atacar agora - Papai falou e começou a pegar vários. Daí começou uma mini guerra de quem pegava mais.

- Aquele dia foi bom - Digo pra mim mesma com lágrimas nos olhos olhando pro chão

- Filhota - Falam e eu olho pra cima, e vejo meu pai.

- Pai? - Pergunto em choque. 

Como ele podia ta aqui se ele havia falecido ? 

- Filha eu estou aqui para lhe dar um aviso, deve ser estranho me ver assim, afinal sou so um espírito, mas me escute, você precisa escutar sua mãe, escutar o que ela tem a dizer, é muito importante, você tem que aprender a controlar seus poderes, você é uma híbrida rara e as pessoas querem te pegar pra fazer o mal, então você tem que escutar o que sua mãe tem a dizer e aprender sobre si, lembre-se eu vou sempre estar com você, com vocês - Ele diz isso e me da um abraço enquanto some. 

Continuo mais um tempo la olhando para as estrelas e para as árvores, quando decido ir embora.

Quando estou prestes a sair do parque escuto galhos quebrando atras de mim, me viro de uma vez pra ver o que era a pessoa fala.

-Ora ora, se não é a pequena híbrida namoradinha do Ty - Luke fala e eu recuo um passo.

- O que você quer Luke? - Pergunto

- Por enquanto? Nada - Ele diz sorrindo e se aproximando. 

- Então por que você ta aqui? - Pergunto me afastando ainda mais quando acabo com as costas em uma árvore.

- Bom, so queria ter certeza de que você ja sabia o que você era, quanto poder você tem, o que a gente quer fazer com você, essas coisas sabe? - Ele diz se aproximando o maximo de mim e pegando uma mecha do meu cabelo ondulado pra ficar brincando com ela entre os dedos.

- E então ? O que você descobriu ? - Pergunto levantando uma sobrancelha procurando ser o mais segura de mim possível.

- Por enquanto? Nem te conto, varias coisas, e mais uma cuidado onde você anda e em quem confia, esse talvez seja um conselho amigo ou talvez não. - Enquanto ele vai falando isso ele vai aproximando o rosto cada vez mais do meu, até estar cerca de um centímetro, nossos lábios quase se tocando. Meus impulsos estão todos congelados, não consigo empurrar ele pra longe de mim, meu coração acelerado a mil por hora.

E agora ? Eu to presa aqui, não consigo me mecher, sou um alvo fácil, socorro - Nesse momento  penso na minha mãe e no Ty.

Quando o Luke finalmente encosta os lábios dele nos meus vem uma pedra grande voando e bate na cabeça de Luke, com isso ele deixa meio pra mim sair e quando olho vejo Ty e minha mãe, corro até eles.

- O que houve ? - Pergunto em relação a pedra enquanto o Luke se recompoem.

-  Nada demais so fiz ela voar até acertar a cabeça maluca desse babaca - Ty diz.

- Poderes? - Pergunto.

- Sim, posso fazer aa coisas levitarem, é um dos poderes que eu tenho, muito útil. - Ele diz fazendo outras pedras levantarem e irem em direção ao Luke.

- Então ? O que você queria com a minha filha ? - Minha mãe pergunta a ele.

- So queria me certificar de algumas coisas, mas vejo que meu trabalho ja acabou por aqui. - Ele diz isso se preparando pra sair correndo quando Ty faz todas as pedras que ele tinha sob controle voar até Luke e acerta-lo.

- Bom isso não vai, matar nem machucar ele ao extremo mas faz um estrago bom. - Ty fala satisfeito.

- Bom vamos pra casa? Minha mãe pergunta. 

- Vamos mas antes, como vocês me encontraram ? - pergunto curiosa.

- Bom tem uma coisa chamada ligação, ela pode ser muito ou pouco forte, sua mãe tentou lhe achar por ela, mas como ela ja ta com uma idade mais avançada digamos assim - Ele olha pra minha mãe - Desculpe falar assim da senhora.

- Tudo bem, tenho que aceitar que uma hora ou outra isso ia acontecer. - Minha mãe fala.

- Certo, enfim, daí ela usou a pouca ligação que sobrava dela e eu usei a minha que tínhamos começado a criar pra te encontrar, e antes que pergunte por que a da sua mãe tava fraca eu ja lhe explico logo. É que tipo, uma mãe quando a filha nasce tem essa ligação muito forte, mas conforme a vida vai passando vai enfraquecendo por conta de varios fatores por exemplo a idade dela os poderes dela em si vao diminuindo então essa ligação também, você também conforme se afasta dela enfraquece mais, e etc. Deu pra entender mais ou menos? - Ele pergunta.

- Deu sim - Digo.

- Certo, coisas assim você vai aprendendo mais com o passar do tempo sabe. - Ele fala.

- Sei. 

Quando chegamos em casa explico pra minha mãe o porque de eu ter saído e ela me da uma bronca leve por eu ter feito isso mas ela entende, então tomo so um copo de leite e vou dormir... Ou pelo menos tentar.