anatomia; substantivo feminino:
estuda a forma e a estrutura dos diferentes elementos constituintes do corpo humano.
A silhueta dela era como todas as cores de uma vez só. E quando se movia, era como todas elas se misturando de uma vez só. Colorido e cheio de vida. E era desconexo, inexplicável. E parecia inalcançável e, sem dúvida alguma, extraordinário.
Eu não sabia o que formava aquelas cores tão estupendas. Não sabia de onde elas tiravam vida tamanha, apesar disto ser facilmente esquecido quando me deparava à essência que ela fazia emergir do topo de sua cabeça; tão cheia de vida quanto o vento e as folhas de outono.
Não havia conseguido, ainda, criar uma conexão sólida para tudo o que saía dali. Portanto, era enigmático ou confuso. E, às vezes, as coisas confusas não são muito boas; são apenas plenitudes de uma desordem desagradável.
Mas ela era boa. Era como o universo em pura anatomia, porque, de dentro dela, parecia surgir todo o brilho e toda a vida de toda e qualquer estrela. Como um turbilhão de galáxias aglomeradas dentro de, apenas e tão solitária, uma anatomia. Talvez, então, fosse tudo isso porque era algo infinito, e, ao mesmo tempo, indecifrável.
Quando eu subisse as escadas tropeçando em cada passo, esqueceria sobre Anestor, o idoso do terceiro andar que ao meio dia regava suas plantas. Talvez ele até estranhasse, que por uma surpresa e tanto, eu aparentaria vestígios anormais de felicidade.
Estranho seria se, depois de sentir todo aquele vórtice em explosões, meus olhos não brilhassem pó de estrelas e eu não sentisse estar andando nos espirais da Via Láctea.
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