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História Angels Never Die (Jeon Jungkook) - Feliz Natal


Escrita por: SocialArmy

Notas do Autor


Hesloou~~~

Voltei com o penúltimo capítulo, como prometido u.u

Eu espero que esse Natal esteja sendo maravilhoso para cada um, cheio de amor e esperança para o ano que está aí batendo na nossa porta! Obrigada a todos por tudo e Feliz Natal ♥💛✨

Capítulo 23 - Feliz Natal


Fanfic / Fanfiction Angels Never Die (Jeon Jungkook) - Feliz Natal

Voltar para aquele hotel, de alguma forma, revigorou todo meu interior.

   Quando minha família em conjunto com os Winterfells entramos no hotel, os funcionários recepcionaram a Sra. Ellen e o marido como se eles fossem alguém da família que não viam fazia tempo. O Sr. Christopher e a esposa acompanharam meus pais aos seus respectivos quartos, e eu e Jeon fomos para o nosso. 

   Alguns dias depois da nossa conversa, eu ficara mais alguns dias internada, só até que os médicos achassem que eu estava melhor para receber alta. Jungkook sugerira que passássemos os próximos dias no hotel que fomos da última vez no seu aniversário, e a Sra. Winterfell concordara, com a condição que toda a família viesse conosco, ao menos até o Natal.

   Eu estava feliz de passar os últimos dias com todos eles, e o fato de Jeon estar bem comigo me deixava de certa forma calma, mas nossa conversa não saía da minha cabeça. E eu sabia que ele estava pensando em tudo, tanto no que conversamos, quanto no que viria a seguir. Mas tanto ele quanto toda a família pareciam fingir que nada estava acontecendo. Eu me lembrara das palavras dele. Quero passar os melhores dias da minha vida ao seu lado. Aquelas palavras correram por mim, aquecendo-me, como uma suave canção de ninar. Eu faria o mesmo.

Naquela noite, quando Jeon e eu ficamos sozinhos, expurguei todos os pensamentos da minha cabeça, tudo que nós sabíamos. E só havia o agora. O amanhã. E o depois de amanhã. E nós os viveríamos o melhor que pudéssemos.

 

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   Jeon e eu acabávamos sempre chegando atrasados para o almoço, mas sempre estavam todos esperando por nós. Jimin trazia Yerin e Menahen para comer conosco, e eu o agradecia todos os dias por trazê-los diariamente. Pela manhã, eu, minha mãe e a Sra. Ellen ficávamos numa pequena praia perto de uma rocha, que emergia bem fora da vista da parte principal do hotel. Nós abríamos uma cadeira e ficávamos sentadas embaixo de palmeiras, observando Jeon e meu pai praticarem windsurfe, enquanto o Sr. Winterfell preferia esqui aquático. Minha mãe gritava palavras de incentivo e até alguns xingamentos, fazendo todos caírem na risada.

   Quando eu acordava ao lado de Jeon nas manhãs seguintes, tocando-o para ter certeza de que ele realmente estava ali, tentava fechar os olhos e achar algo bom naquela tragédia. Mesmo quando eu queria conversar sobre o nosso futuro, ele se recusava. E eu decidi fazer o mesmo. Nos dias que se seguiram, eu aproveitei o sol na minha pele, usando roupas de banhos que estavam quase sempre molhadas. Minha pele ficou cheia de sardas, minha pele bronzeada e passei a sentir aquela felicidade diante dos simples prazeres da vida — andar pela praia, provar de pratos novos, nadar nas águas claras e mornas, ver o sol afundar no horizonte todas as tardes, vermelho vivo.

   Jeon fazia todos os dias valerem a pena, quando o sol caía e nós íamos para o nosso mundo isolado, onde nada poderia acontecer. Naquela madrugada, quando ele havia dormido, cansado, eu me levantei sorrateiramente e procurei por seu caderno de poesias. Escrevi todas as minhas lembranças. As nossas lembranças. Desde o dia em que o vi pela primeira vez, aos maravilhosos dias que estávamos vivendo ao lado do outro. Depois de quase três horas escrevendo, parando e voltando para a cama sempre que Jeon parecia querer acordar, arranquei uma folha e escrevi uma em especial. Aquela que eu sabia que ele leria quando o Natal passasse. Depois de finalizá-la, guardei-a dentro do caderno e voltei para a cama. Quando ele me abraçou pela manhã quando comecei a chorar, nenhum de nós disse nada, e então eu o abracei de volta, fingindo não perceber que ele também chorava.

 

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   Jimin passara a praticar esportes aquáticos juntos com Yerin e Jeon, e Menahen ficava ao meu lado, fazendo-me companhia enquanto Jimin e Jungkook seduziam a todos a entrar na água. Todos diziam que eu devia tentar algo diferenciado, mas eu dizia não, preferindo ficar com Menahen. Mas, quando o próprio Menahen passou a praticar esportes com o suporte de Jimin, desisti e passei uma manhã praticando windsurfe e caiaque, contudo, eu ficava mais feliz quando era Jeon que ficava ao meu lado e me instruía no que fazer. Mesmo quando ele parava e ficava comigo à praia, parecia que nada estragava nossos momentos a sós, sempre com um sorridente garçom que passeava pela praia, oferecendo água ou quando um jipe passava. Os dias passaram e todos pareciam sentir uma paz que não sentíamos há muito tempo.

— Você se sente bem? — Perguntou-me Jeon, quando nós estávamos voltando para o hotel ao anoitecer depois de passar o dia inteiro na praia.

— Melhor do que nunca. — sorri para ele e acenei para Beth, que nos esperava no bufê com os outros.

Ele assentiu lentamente, e vi algo nos olhos dele.

   Eu sabia que ele tentava não lembrar, assim como eu, que todos os dias precisava fazer um grande esforço para não pensar no que estava por vir. Por isso, eu não disse mais nada. Não queria pensar no que nós decidimos, quando ele veio me ver no hospital, já calculando quantos dias eu ainda tinha antes de voltarmos. Em cada um daqueles dias, tentei esquecer por que realmente estávamos ali. Precisava apenas viver o momento e tentar encorajar todos a fazer o mesmo. Eu tinha de ser feliz, nas esperança de que todos fossem também. Principalmente Jeon.

Depois de jantarmos, ainda com as roupas de banho da manhã, peguei uma fatia de melão das frutas que trouxeram e sorri para Jeon.

— E então, o que vamos fazer mais tarde? Que tal irmos no karaokê? Ou talvez na pista de dança? Ou seus músculos não se recuperaram da noite passada?

E ouvi-lo rir e me puxar para o hotel adentro me fez proteger por mais tempo a chama da esperança dentro de mim.

 

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   Dezembro voara tão rápido como um passarinho que provava da liberdade pela primeira vez. Os trinta dias que passamos naquele hotel deixaram-me revigorada, feliz e ativa. Tudo que havia acontecido em Novembro me pareciam agora acontecimentos distantes, como se houvessem acontecido em outra vida, e fiquei feliz por perceber que todos sentiam o mesmo.

   No nosso último dia, Jimin, Yerin e Menahen passaram o dia inteiro conosco. De duplas em duplas, fizemos mergulhos submarinos logo pela manhã e, por insistência de Jeon, deixei que me enterrasse na areia, mesmo tendo ficado pouco tempo sem dirigir uma palavra sequer a ele quando me deixou sozinha na areia e só voltou, com a barriga doendo de rir, porque quase gritei pelos seguranças ao invés dele.

   Jeon e eu roubávamos horas em locais isolados do hotel, onde pudéssemos abusar da privacidade e talvez de um sentimento perigoso de aventura, mas, naquela tarde, nós não nos escondemos ou fugimos; tiramos a tarde inteira para nós dois, ignorando as batidas insistentes na porta, mesmo quando era apenas o serviço de quarto.

   À noite, quando estávamos nos preparando para ir embora, senti pela primeira vez que tudo estava bem, e deixei que essa sensação me acompanhasse até em casa.

 

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   A temperatura caiu, as calçadas ficaram ainda mais congestionadas e as vitrines de Natal estavam cintilantes e cheias de presentes, como uma erupção vistosa e brilhante. Algo mudou com a proximidade do Natal. O meu humor ficou muito mais leve e tênue. Talvez eu estivesse apenas aliviada por ter saído do hospital e estar finalmente em casa após longos trinta dias. As árvores estavam vestidas com cintilantes luzes coloridas, e enquanto caminhava, respirei a velha e boa magia do Natal. Entrei em várias lojas e catei o que pude: comprei brinquedos para Bran, ficando faminta com o cheiro de comida que vinham das outras lojas. Aproveitei e comprei um pacote de M&M para Bran.

   Comprei um lindo roupão quimono para casal para os meus pais e um vestido novo para Beth, daqueles que ela adorava. Comprei um novo jogo de baseball para Catelyn e Edward, e para Yerin e Menahen, comprei dois colares que vi numa vitrine com os dizeres “Esperança” e “”. Para Jaque, eu comprara um Box de livros do Harry Potter, junto com um cartão de Natal.

Caminhei por mais um tempo, empolgada por imaginar os rostos ao entregar os presentes.

   Procurei por um tempo algo que eu pudesse dar a Jeon. Pensei no que ele gostaria de ganhar de Natal. Haveria alguma coisa que ele desejasse muito que já não tivesse? Passei por lojas de roupas, admirando ternos requintados que remetiam a grandes homens como ele, e pensei em comprar um, mas novamente eu era acometida pela dúvida. Refiz meus passos, já pensando em voltar para casa, quando ouvi uma doce melodia vinda da loja onde comprei os brinquedos de Bran. Entrei na lojinha, já mais vazia conforme a noite caía.

   Segui pelas prateleiras, desviando de um grande boneco do Pinóquio. Uma caixinha de música, prostrada no meio de várias outras iguais a ela enchia a loja com a música untuosa e sedosa. Uma bailarina dançava serenamente em compasso com a música afável. Ela tinha cabelos escuros e estava de olhos fechados, um sorriso bonito desenhado nos lábios. Fechei a caixinha, notando que em cima da tampa estava entalhado os dizeres “Eu te amo”.

   Fiquei olhando para a caixinha, lembrando de quando Jeon destruíra a caixinha de música que Jaque lhe dera de aniversário, a bailarina tão despedaçada no chão que parecia chorar de tristeza e dor. Uma onda quente e morna me entorpeceu, a sensação feliz daquela lembrança me deixando levemente tonta. Foi no sorriso de Jeon que pensei quando saí da loja com a caixinha de música bem segura nas sacolas, a melodia melosa ainda deslizando pelos meus ouvidos.

 

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   Eu sempre ouvi dizer que o melhor dia da sua vida certamente será algo como o dia da sua formatura, ou até mesmo o dia que se entra na faculdade, e sai dela. Talvez o dia do seu casamento, ou quando você milagrosamente ganha na Mega-Sena. Quando saí do quarto para o quintal da minha casa, eu soube que aquele seria o melhor dia da minha vida. As árvores, como as das ruas, estavam envolvidas em luzes cintilantes amarelas, e papai colocara mais luzes por todo o quintal, formando um teto de estrelas que cobria todos nós e, hora ou outra, balançava bruxuleante com a brisa.

   A mesa de jantar havia sido posta do lado de fora no gramado, estava três vezes maior agora. Observei da varanda todos chegarem e se acomodarem. Os amigos dos meus pais da época de colegial haviam acabado de chegar, barulhentos com alguns instrumentos musicais. As risadas enchiam o quintal, altas e alegres. De onde eu estava, pude detectar um leve sinal da brisa do inverno e um avião deixava um rastro de vapor pelo céu escuro, com luzes vermelhas piscantes pontuando sua jornada.

— Está tudo bem, amor? — Minha mãe surgiu do meu lado de calça social, olhando ao redor para os convidados, e só então notei que carregava uma sacola com várias garrafas de champanhe.

Fiquei olhando para minha mãe, tão linda com os cabelos louros agora levemente encaracolados, caindo pelos ombros. O sorriso encantador que meu pai dizia que eu e Beth havíamos puxado e os olhos azuis cheios de uma alegria quente.

— Estou. — Respondi para ela, sorrindo.

Eu não iria pensar no amanhã. Não agora. Não hoje.

Algum tempo depois, fui surpreendida por Jaque, que aparecera correndo pelo jardim e me abraçara carinhosamente, deixando escapar um grunhido discreto de felicidade.

— Que vestido lindo! Você está linda! — Disse ela, bronzeada pelos dias passados e sardenta.

   Notei que ela ficou observando o jardim, visivelmente feliz por estar ali de novo desde o aniversário do irmão. Christopher Winterfell veio logo atrás, de braços dados com a esposa vestida em um elegante vestido branco. Ela me abraçou, rindo, e disse as mesmas palavras da filha. Eu estava usando um vestido simples branco de algodão e sandálias de tiras prateadas, e depois de tantos elogios, me senti mais leve.

   Jeon veio algum tempo depois, entrando devagar, como se viesse ao jardim de minha casa pela primeira vez. Ele vestia uma blusa de linho branca, levemente aberta na gola, com a parte de baixo por dentro da calça preta. Seus cabelos bem arrumados e leves, as altas maçãs de seu rosto brilhantes como um dia ensolarado. Seus olhos escuros lampejavam quando me viram, reluzentes sob as sobrancelhas escuras, e ondas de calidez rolavam dele, que tinha o olhar fixo em mim.

— Está sempre tão linda quando venho aqui — Disse ele baixinho no meu ouvido. — Preciso vir aqui todos os dias da minha vida.

   A calidez que havia surgido sob o meu esterno quando ele ali entrou pareceu murchar um pouco quando ele disse Todos os dias. Lembrei das palavras dele, quando estava se preparando para sua cirurgia. Por você eu sou capaz de esperar, e de lutar contra o que seja que estiver te atormentando. Por você eu baixo a guarda e aceito que o amor é uma escolha, e eu escolhi te amar. E, em seguida, as palavras de Bobby: Nunca é tarde demais. Faça a escolha certa.

Respirei fundo e consegui sorrir, prendendo as lágrimas e não deixando que elas me atormentassem hoje, na véspera de Natal. Jeon pegou minhas mãos delicadamente nas suas, e as beijou, em seguida, se inclinando para beijar minha testa.

Pisquei, pigarreando e o levei para a mesa de jantar apinhada de convidados.

 

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   Depois do jantar farto providenciado pela Sra. Winterfell, meu pai pegara as cadeiras com Jeon e Jimin e colocara no meio do jardim, levando as mesas embora e fazendo uma fogueira, deixando as cadeiras ao redor dela. Ri até minha barriga doer das tentativas frustradas de meu pai de tentar acender a fogueira no que ele chama de “à moda antiga”, que resultava em passar algum tempo fervendo de raiva com duas pedras nas mãos, criando atrito entre elas, na esperança de que o mísero sinal de faíscas causasse um incêndio nas toras de madeira.

   Depois de ter se socorrido ao velho e bom isqueiro, todos nós nos sentamos, Jeon do meu lado e Jimin do meu outro, com Yerin ajudando Menahen a sentar ao lado de Jimin. Eram 11:30, e logo seria Natal. Papai mandara seus amigos começarem a tocar, e Menahen acompanhou-os com um violão. Todos começaram a cantar alguma música que alguém sugeria. Eu estava apenas ouvindo, batendo palmas na última música que Catelyn sugerira, até que Jeon levantou a mão.

— Tenho uma ótima música — Anunciou ele e se recostou na cadeira, colocando o braço em volta de mim. — Adira quer cantar Accidentally in love.

Pulei da cadeira.

— O quê?!

Ele deu de ombros e sorriu.

   Não tive como protestar. Meu pai me puxara para o seu lado junto com os músicos, e me sentei ao lado de Menahen com seu violão. Quando ele começou a tocar, olhei direta e fixamente para Jungkook. Vi a mudança do seu rosto, vi seus olhos brilharem e como ele respirava fundo, mas não desviou o olhar nenhuma vez. Todos os meses que passamos juntos me arrebataram, todos aqueles dias em que eu não estava procurando por amor, mas, acidentalmente, encontrei Jeon. E, de alguma forma, como quando os lobos dão as boas-vindas à lua, Jeon me recebera em seu coração como se estivesse me esperando há muito tempo.

   Quando Beth e Catelyn começaram a cantar alguma música favorita de Beth do Ed Sheeran, Jeon me puxara para dançar. Eu quis negar, mas ele foi insistente. Ele envolveu minha cintura, enquanto eu envolvi seu pescoço, e, como dançarinos profissionais, demos círculos atrapalhados pelo jardim dando risadas. Mamãe e papai logo fizeram o mesmo, seguido de outras pessoas. Até a Sra. Ellen fora convencida pelo marido, e foi, a grandes risadas, tentar algum movimento. Quando a música alternou para uma mais agitada, Jeon e eu batemos palmas.

— Cansada? — Ele perguntou, mostrando os dentinhos.

— Jamais.

   Logo quando nossas mãos se encostaram uma na outra, a música imediatamente mudou para algo mais leve. Ele apertou a mão em volta da minha, lentamente abaixando-a, levando-a para a lateral do seu corpo. Sua outra mão circundou minha cintura e ele me puxou para perto de si conforme ele ditava a dança. Senti a rigidez das costas dele, mas mantive-me leve. Jeon apertou levemente meus dedos, como se estivesse sentindo a textura deles nos seus.

Quando meus pais gritaram “Feliz Natal”, eu soube que já era meia noite. Todos começaram a rir e gritar a mesma mantra, e eu vi pessoas se abraçando e dando tapinhas nas costas.

Jeon e eu nos afastamos, sorrindo de leve um para o outro.

   Todos começaram a entregar seus presentes, e conforme eu entregava os meus, cada sorriso e abraço destruía aquela rocha de pedra sólida que se formara na minha barriga.

A Sra. Winterfell se levantara e chamara a atenção de todos e, percebi que começariam os discursos. Olhei para a caixinha de Jeon nas minhas mãos, e esperei até ele soltar a irmã para ir até ele. Ele me olhou, sorrindo, enquanto alguém começava a discursar.

— Feliz natal, Jeon. — Eu disse, baixinho, e estendi as mãos com o pacote.

Ele a tomou das minhas mãos e rasgou com um sorriso o pacote. Os olhos dele se arregalaram quando viu a caixinha, a boca abriu e fechou algumas vezes, e quando ele a abriu e a música atravessou nós dois, ele fechou os olhos, expirando, e então um sorriso finalmente veio.

— Meu anjo... — Ele balançou a cabeça, e meu coração acelerou quando ele me chamou por aquele apelido. De novo. Mais uma vez.

— Achei que pudesse gostar...

— Eu adorei — Ele interrompeu, levantando a cabeça, sorrindo grande. Ele deu uma risada, ouvindo a música mais um pouco, e então fechou a caixinha, deixando os olhos repousarem nas palavras acima dela. — Obrigado.

Não pude responder. Só consegui assentir, tentando segurar as lágrimas.

Nós ficamos ouvindo os discursos, e logo a grande maioria ficou emocionada.

   Olhei em volta para o rosto das pessoas a quem eu me apegara, todas emocionadas, prestando atenção, então olhei para Jeon. Fechei os olhos e me lembrei do seu rosto, dos nossos momentos, do seu sorriso que eu amava e da sua risada, tentei fixá-la para sempre na minha mente, e pensei no quanto me custara amá-lo, mas principalmente em tudo que ele me oferecera.

   Minha mãe dera início ao seu discurso, narrando desde o dia que eu nasci. Algumas pessoas riram dos acontecimentos, e Jeon apertara minha mão enquanto eu tentava não chorar. Quando ela terminou, meu pai a abraçou, beijando o topo de sua cabeça, apertando os olhos com força.

E então Jeon levantou, e eu congelei quando ele se colocou na frente de todos.

— Adira — Pronunciou ele, como se meu nome fosse uma velha lembrança da qual ele lembrava pela primeira vez. — Faz muito tempo desde que você apareceu pra mim em Blackwood, com toda a sua alegria e seu suporte. — Ele riu com nervosismo. — Quando encontrei você, foi como se eu tivesse me encontrado também. Foi difícil reconhecer que algo bom estava acontecendo comigo.

“Por acaso, você veio conversar comigo. E várias outras vezes também. Você me contava sobre seu primeiro amor, e aos poucos eu contava sobre as minhas dores. Você cuidava de mim e, mesmo sem saber cuidar de mim mesmo, eu também cuidava de você. E foi entre nossas horas de conversas, confidências, as nossas risadas, que percebi que eu estava apaixonado. Mesmo quando você dizia que eu era um velho chato de vinte anos.”

As pessoas riram, e Jeon deu um risinho também.

— Você me fez rir quando eu não conseguia, e me fez acreditar no amor. E com o passar do tempo, eu queria retribuir tudo. E minhas dúvidas sumiram: Era você que eu queria. Você me deu uma forma nova de enxergar as coisas e a vida, e uma nova forma de me enxergar. Você me amou quando eu não conseguia, e não se importou com o fato de eu ser um inválido.

“Me mostrou que há coisas boas nas pessoas, mesmo que elas mesmas não consigam ver isso em si próprias. E toda essa tempestade não chega perto de tudo que construímos juntos. Me mostrou que nenhuma tristeza é tão pesada e eterna que não deixe existir um pedaço para a felicidade. Me mostrou o verdadeiro sentido de amar alguém, e que ele nos transforma no melhor que podemos ser. “

Jeon deu um sorriso trêmulo, baixando os olhos por um instante, antes de me encarar com aqueles olhos brilhantes.

— Você me tirou de uma escuridão densa, Adira. Mesmo quando você mesma travava batalhas que eu sequer tinha ideia. Me mostrou que era forte, acima de tudo. Obrigado por ter me feito alguém melhor. Obrigado por me mostrar o mundo. Prometo que sempre que lembrar de você, vou sorrir e agradecer.

“E talvez eu transforme toda essa dor em poesia, mas você foi a poesia mais linda que eu escrevi. Você fez parte da minha vida, dos melhores momentos dela, e tudo isso terá valido a pena no final. Amei você, mesmo te odiando no começo, por ter tido medo. Mas foi uma honra amar você. E continuarei amando, mesmo com os machucados. Você sempre vai estar em mim, de alguma forma.”

Jeon ficou com a voz rouca e baixa e os olhos cheios d'agua. Olhou para a Sra. Ellen, que fez um pequeno gesto de cabeça

— Acho que já podemos pegar as cartas. — Disse ele, voltando a sua postura firme.

   Minha garganta doía conforme eu tentava segurar o choro, mas meu rosto já estava molhado. Beth me abraçou, e todos os outros também. As pessoas suspiraram e todos estavam com suas cartas em mãos. Jeon não estava por perto, e eu percebi que aquele discurso fora sua despedida. A rocha no meu estômago se fundou e afundou dentro de mim.

Atrás de mim, meu pai trouxera os balões e entregou a todos os convidados.

   Yerin foi a primeira a dar um passo à frente, segurando seu balão de gás azul. Ergueu o braço, prendeu sua carta e então soltou-o. Observei Menahen chegar em seguida, assoando ruidosamente o nariz no lenço, e notei Yerin apertando com delicadeza seu braço. Meus pais soltaram os seus, juntos, e Beth soltou o seu em seguida, com três cartas. Logo Jimin soltou o seu, e pensei na sua prima que falecera alguns dias depois da nossa formatura.

E então, Jeon. Ele prendeu sua carta ao barbante. Após uma hesitação imperceptível, levantou o braço e soltou seu balão.

O céu estava pontuado por balões coloridos, voando a céu aberto, sendo facilmente confundidos com as estrelas.

E então, depois de alguns segundos, amarrei finalmente a carta de Bobby com firmeza, deixando meus olhos a acompanharem, e soltei o meu.

 

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As pessoas iam se dispersando, abraçando-se e agradecendo pela ceia de Natal. Fui até a cozinha. As palavras de Jeon arrastaram-se por mim mais uma vez, com uma linha emaranhada me puxando até debaixo de um lugar onde eu não conseguia respirar, sufocada. Você sempre vai estar em mim, de alguma forma.

   Tentei bloquear a imagem dele no hospital da minha mente, mas tudo que eu conseguia ver era suas lágrimas, ele pedindo para que...

— Adira? Está tudo bem?

Ergui o olhar. Jimin estava parado no topo da escada e vinha na minha direção.

— Sim — respondi, engolindo o choro.

— Eu ouvi alguma coisa. Você estava...

Limpei as bochechas e depois tentei sorrir.

— Estava tossindo. Não fizemos faxina nessa véspera de Natal. A poeira está meio intensa aqui.

Ele veio andando até mim e baixou o olhar para me encarar. Jimin passou o polegar ao longo dos meus cílios molhados.

— A poeira irritou meus olhos.

Ele assentiu e deslizou os braços ao meu redor, levando-me junto a si.

— Claro, Adira. Poeira.

Eu apoiei a cabeça no peito dele, aconchegada pelo seu carinho, e senti a dor intensa no peito dele tão fortemente como eu sentia no meu. E então me senti confortável para chorar. 

 

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   — Vou sentir tantas saudades! — Menahen guinchou, me apertando contra si, depois tocando meu rosto com as mãos, e sorri grande quando ele tocou meus lábios.

— Também vou — Apertei suas mãos nas minhas. — Mas vou ficar mais feliz sabendo que você vai voltar a ver em Nova York.

Menahen sorriu fraco, e vi uma gotinha brilhante deslizando perigosamente por baixo dos óculos.

— Você vai ficar bem, não vai? — Yerin me abraçou, com os olhos levemente vermelhos.

Respirei fundo e fechei os olhos quando retribuí.

— Claro que sim.

Eu a soltei e ela me olhou, esperançosa. Sorri. Eles haviam aprendido muito com Bobby.

— Vai sim. — Jimin disse atrás de mim. — Vai ser difícil nós nos livrarmos dela. Adira é quase imortal. Vocês têm que ver o quão imortal ela é no videogame.

Nós gargalhamos e eu dei um soco no braço do loiro, agradecendo a ele por deixar o clima mais leve.

— Nós precisamos ir — Disse Yerin, triste. Menahen fungou como um menininho e me abraçou de novo.

— Vamos nos ver de novo — Falei para ele, com a voz pastosa. — Dou minha palavra. Algum dia — Soltei-o e encarei os dois sorridente, com a garganta à ponto de explodir. — vou aparecer na porta dos dois. E é bom estarem perfeitamente saudáveis quando isso acontecer, hein?

Jimin pôs a mão no meu ombro.

— Ouviram o que ela disse — Avisou ele, e depois abriu a porta. — Vejo você depois.

Eu fiz que sim. Depois de mais um abraço, Yerin e Menahen foram levados a Blackwood, onde os pais estariam prontos para levá-los para Nova York. Quando fechei a porta, pensei em Bobby.

Faça a escolha certa.

 

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Quando voltei para o jardim. Jeon estava em pé, olhando para as estrelas. Fui para o lado dele, sem saber ao certo o que dizer.

— Vamos sair — Pediu ele, sem olhar para mim.

Eu o encarei confusa. Ele finalmente baixou os olhos para mim.

— Vamos sair daqui. Vamos para outro lugar — E, com a voz baixinha, oferecendo um conforto a sensação pesada que tinha dentro de mim, ele repetiu aquelas palavras: — Longe daqui, só eu e você.

Eu sorri, mesmo que meus olhos ardessem.

Você tem mais um dia.

 

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   O céu estava escuro, as ruas, cheias de pessoas com compras e iluminadas por luzinhas de Natal. Jeon e eu voltamos ao hotel e fomos para a praia. A camisa dele que antes estava por dentro da calça, agora estava para fora, e o vento batia nos cabelos dele com força enquanto andávamos pela areia. Apesar do frio, a brisa trazia o cheiro de churrasco e as comidas que as pessoas comiam no restaurante logo perto de nós misturado ao cheiro salgado do mar.

— Eu queria que a noite não acabasse — falei, no escuro, enquanto admirava as estrelas e ouvia o mar quebrar.

— Já ouviu dizer que estrelas escolhem seus amantes?

Fiz que não e ele deu risada.

— Era algo que eu costumava ouvir sempre do meu pai quando eu era um menino.

   Ele sorriu. O rosto parecia mais relaxado, os olhos brilhantes quando virou-se para mim. Pela primeira vez naquela noite, não senti medo. Ele tirou algo do bolso, e reconheci aquela caixinha.

— Eu não lhe dei seu presente — Jeon apanhou minha mão, e, tirando o anel da caixinha, deslizou-o delicadamente pelo meu anelar. — Feliz Natal.

Apertei os olhos com força, tentando não me deixar desabar ali.

   Então a música que vinha do bar aumentou. Lembrei de nossos passos atrapalhados no jardim. Então tirei os sapatos e agarrei suas mãos. Não queria chorar naqueles últimos minutos. Ali, no escuro do breu, seu sorriso iluminou a noite, o céu e o mar, e meu coração explodiu de calidez..

   Jeon enfiou o queixo perto da minha têmpora e puxou meus quadris para perto dos seus enquanto me inclinava em sua direção, e depois me arrastou para o lado, fazendo com que eu ficasse ereta e depois voltasse. Relaxei e me soltei em seus braços, nós dois rindo. A noite de repente parecia mais escura, a música, mais distante, e, embora o ar estivesse fresco, a pele dele estava quente e cálida junto à minha. Tentei dizer algo, alguma coisa que não levasse nossa conversa onde eu não queria ir.

   Ele sussurrou algo, baixo demais junto à minha bochecha. A música parou e eu levantei a cabeça, tirando-a do seu ombro. Apenas respirações rasas e lentas separavam os lábios dele dos meus durante um instante que se prolongou, e então os braços dele enrijeceram-se ao meu redor. Nós nos afastamos um do outro, e os olhos dele buscaram os meus.

— Vai cumprir sua promessa? — Eu perguntei, sentindo meu coração acelerar.

Um longo momento se estendeu entre nós, até ele piscar e assentir.

— Vou.

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   Jeon providenciou dois quartos. Não queríamos prolongar aquilo. Ele me acompanhou até o meu, e eu tentei ouvir vozes dos outros quartos, mas os corredores estavam silenciosos. Quando chegamos à minha porta, o vazio me contorceu com mais força. Eu queria enterrar o rosto no travesseiro e bloquear o mundo inteiro. Eu me virei para ele, a fim de lhe desejar boa noite, em vez disso, meus olhos travaram-se nos dele, e as palavras que eu temia dizer estavam lá, desesperadas e cruas.

— Você já desejou que pudéssemos roubar um pouco do antes de volta? Apenas por uma noite?

Jeon fixou os olhos em mim, a ruga se aprofundando entre as sobrancelhas.

— Não quero esperar pelo inevitável sozinha, Jeon.

Os lábios dele se abriram, seus olhos ficaram cristalinos. Vi a tormenta enfurecida por trás deles.

   Ele deu um passo para perto de mim, suas mãos batendo com força na porta atrás de mim, deixando-me presa entre seus braços. Seu rosto, seus lábios, a poucos centímetros de mim, e tudo que eu podia ver, que eu era capaz de sentir era Jungkook. Ele se inclinou para mim, as respirações duras e quentes batendo na minha bochecha.

— Não há um maldito dia que eu não deseja roubar de volta mais algumas horas — sussurrou ele. — Sem que eu deseje roubar de volta o gosto dos seus lábios nos meus, a sensação dos seus cabelos torcidos nas minhas mãos, do seu corpo. Ou de ter você rindo como na época que estávamos na sua casa antes da minha cirurgia.

Ele deslizou a mão atrás de mim e puxou meus quadris para junto dos dele, com sua voz rouca.

— Como eu gostaria de estar com você aí dentro como no meu aniversário, quando eu estava abraçando você e... — A respiração dele estremeceu junto à minha orelha. — E eu queria que o amanhã nunca chegasse, Adira. Quando eu pensava que tudo estava bem.

Ele se reclinou para mim, e os seus olhos me cortavam, infortunados e perturbados. 

— Mas são meros desejos, Adira. Porque você me fez promessas, e eu fiz a você também. O amanhã chegará, e ele é importante, para você, para mim... para todos. Principalmente pra você. Então, por favor, não me pergunte de novo se eu desejo alguma coisa, porque não quero ser lembrado de algo que não posso ter. Me poupe disso, por favor. 

Nós dois encaramos um ao outro. O ar estava quente entre nós dois. Eu não conseguia respirar, e ele estava imóvel e quieto, nossas respirações misturando-se. 

— Sinto muito... — Comecei a dizer.

   E então os lábios dele estavam nos meus, ávidos, minhas costas pressionadas à porta e a mão dele esticando-se para trás mim, procurando desesperado pelaa fechadura. Nós entramos aos tropeços, com o mundo e as pessoas desaparecendo para longe de nós. Ele me ergueu nos seus braços, com seu olhar profundo preenchendo o vazio dentro de mim, até que deslizei pelas mãos dele, nossos lábios se encontrando de novo. Meus pés tocaram o chão e o mesmo aconteceu com sua camisa, meu vestido e nossos medos.

   Jeon parou, me encarando, com o medo entre mim e ele, medo de que aquilo não fosse real, ou que aquelas horas fossem roubadas. O mundo tremeu e eu estava em seus braços de novo, nossas mãos úmidas unidas, sem mais mentiras, apenas nossas peles; a voz dele, cálida e fluida, como a luz do sol aquecendo tudo dentro de mim — Eu te amo. Ele me beijou com todo seu amor, com suas esperanças, seus medos. Agarrei-me às nossas lembranças enquanto seus lábios sedosos deslizavam pelo meu pescoço, pelo meu peito, com a minha pele ardendo e tremendo. As lembranças que eu queria eternizar.

   Havia muitas coisas a dizer, perguntas que se formularam pelos meses, mas não havia tempo, não houve pausas nem espaço para que fosse roubado. Senti o medo desaparecer e nós nos memorizamos, engolindo as lágrimas que cresciam, com a realidade assentando-se em cima de nós: tínhamos poucas horas. E então ele estava em cima de mim, o fogo iluminando seus olhos, com o tempo se dissipando.

   Eu cumpriria minha promessa. Eu faria a escolha certa. Eu honraria a memória de Bobby. Desejei que aquilo não fosse um sonho. O ritmo febril pulsando entre nós me fez ter uma consciência breve das coisas, mas ignorei, focando apenas na sua pele molhada a abrasadora e na respiração trêmula dele.

 

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   Estávamos deitados na escuridão. Eu ouvia as batidas rítmicas do seu coração, as suas respirações e seu medo. Jeon traçava preguiçosamente linhas pelo meu braço. Nós conversamos como sempre, comentando sobre o nosso dia. 

— E você pretende vê-los depois? — perguntei a ele quando ele disse que gostaria de visitar Yerin e Menahen em Nova York.

Ele respirou, cansando, e fez que sim.

Não prolonguei muito esse assunto, pois a dor de não poder ir com ele me derrubou.

— Escrevi uma carta pra você — Falei, e senti o peito dele vibrar. — Está no seu caderno de poesias. Não leia agora, nem amanhã... Só leia quando acontecer.

   O silêncio entre nós foi tão forte que precisei erguer os olhos. Jeon encarava o teto, e sua expressão não me dizia nada. Senti seu perfume, dizendo a mim mesma que sim, não era um sonho. Contornei as veias do seu braço, decorando cada uma delas, desejando que seu toque jamais me abandonasse, desejando que aquilo fosse eternizado.

Vi as lágrimas nos olhos dele. Mas ele sorriu para mim, passando as mãos pelo meu rosto, como se me decorasse também. Eu o amava. Amava tudo que ele fora e tudo que seria, mesmo se fosse sem mim.

— E eu prometo que sempre serei seu — Disse ele fraquinho, quase como um sussurro, uma oração. — Mesmo quando eu não tiver mais você.

Eu me rolei, ficando em cima de Jeon, e juntei meus lábios aos dele.

 

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   Jeon e eu dormimos e acordamos durante a noite toda, sempre com mais um beijo e mais um sussurro trocado. Até que, infelizmente, o mundo se intensificava de volta. Uma luz cor-de-rosa fraca reluzia ao redor das cortinas, avisando que nosso tempo havia acabado. Eu estava enrolada na curva dos braços dele, sem querer me mexer, e seus dedos dedilhavam as minhas costas, e nós ignoramos as batidas do serviço por mais algum tempo enquanto ele me apertava.

Nós nos vestimos em silêncio.

Quando terminei de pôr as sandálias, olhei para Jeon.

— Nós precisamos ir.

O maxilar dele ficou rígido, tentando me ignorar, mas eu sabia que ele estava lutando. Ele se curvou para pegar seu cinto do chão como se não tivesse me ouvido. Deslizou a camisa sobre a cabeça, ajustando os botões, seus movimentos pontuados com raiva ainda sem olhar para mim.

Eu queria dizer algo, mas não conseguia.

Ele bateu com tudo no colchão, e vi que ele estava se segurando para não quebrar o quarto inteiro. O peito dele subia e descia. Quando ele me olhou, uma centelha passou pelos olhos dele.

   Fui até ele e me acomodei em seu colo, abraçando-o com tudo. Faltava pouco agora. Aquilo era tudo que eu teria de Jeon. Agarrei-me aos seus vestígios, nossas lembranças, lutando para que seu sabor permanecesse para sempre comigo, para que ele existisse eternamente na minha memória. Quando ele me beijou, com o gosto salgado das lágrimas, eu soube que já era a hora. 


Notas Finais


Ninguém tá entendendo nada, né? Juro que no último vocês vão entender tudinho hueehuehue

Desculpem qualquer Erro, e Feliz Natal ♥💛✨


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