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História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 106


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Andei com nem pouca inspiração esses dias. Mas não vou chamar de bloqueio criativo pois percebi que não era exatamente isso, tinha e tenho planejado como as coisas devem acontecer na história, só estava com a mesma velha e boa dificuldade de achar as palavras certas pra conduzir o rumo. Espero que gostem desse 💕 Boa leitura.

Capítulo 106 - Capítulo 106


Ellora era agradável, e se esforçava para sê-lo. Josie reconhecia, mas não conseguia manter a atenção nela por muito tempo enquanto lhe falava. Estava dez vezes mais preocupada com a alteração de humor repentina do filho dela ao ver o pai.

No entanto, tentava não transparecer, olhou pela janela, já estava ficando tarde , passando os dedos pelo cabelo na tentavativa de arruma-los para trás, tocou os próprios ombros e percebeu que ainda estava com o agasalho de Jasper em volta de si.

Ele havia emprestado para que o frio não a congelasse durante o passeio a cavalo. Por mais que quisesse ir para casa e surrupiar a peça para continuar sentindo o cheiro dele, pensou em devolvê-lo, assim com esse pretexto teria a oportunidade de se despedir.

Olhando para a mulher ao seu lado, disse : 

_ Muito obrigada por ter feito companhia a mim até agora senhora Spencer. Mas eu acho que já é hora de ir, a senhora bem sabe como minha mãe é com horários.

_ Como sei minha querida ! Está tudo bem foi um prazer.

Josie sorriu e se pôs de pé :

_ Posso me despedir de Jasper? Preciso agradecer e devolver o casaco dele.

Pediu. A outra descansou as mãos sobre os joelhos parecendo pensar, por fim respondeu : 

_ Pode sim meu bem. Eles estão na quinta porta a direita.

Ela se retirou agradecendo mais uma vez e foi para o lugar indicado. Uma biblioteca como tantas outras, com um certo ar de escritório e duas grandes portas com maçanetas de bronze. Parou a dois passos dela, a voz de Edward Spencer era inconfundível, escutada num tom elevado, particularmente zangado.

Josie ficou relutante entre bater ou não, aquilo parecia uma espécie de discussão. Ainda sim chegou mais perto e agora Jasper quem falava.

Estava tão nervoso quanto o pai e parecia discordar a todo momento de algo. Ela respirou fundo e estendeu a mão, porém desistiu de bater quando ouviu seu nome :

_ Já  chega, não quero ouvir mais uma palavra sobre isso. Não tenho como convencer Josie a fazer uma coisa dessas.

Interessada e com a certeza de que os dois parariam se ela entrasse, resolveu escutar, deixando assim a curiosidade aflorada falar mais alto. 

Do lado de dentro, Jasper estava a ponto de explodir sentado na cadeira estofada . Deveria ser pecado se sentir assim em relação ao próprio pai , mas eles tinham concepções tão contrárias da vida que era quase impossível. Edward  estava de pé andando de um lado para o outro  o olhando  disse rispidamente :

_ Pensei que tínhamos um combinado. E que você tinha entendido qual era o seu dever com ela! 

Jasper riu e revirou os olhos :

_ E entendi muito bem, só que ela fala da faculdade com orgulho, acha que é fácil convencer alguém assim a largar tudo? 

_ Não interessa! _ Bradou o outro-_ Os Pye só vão liberar o contrato no próximo verão se até lá você tiver feito o pedido! É sua obrigação, uma vez casados você e essa menina vão representar a nossa  ascensão! 

Ele sentiu uma veia saltar no próprio pescoço , estava ciente de que deveria estar ridiculamente vermelho. Passou a mão pelo rosto e disse entre dentes :

_ Já me aproximei dela, não é o suficiente?  Ninguém liga para a sua droga de  ascensão!  Não se joga assim com um assunto desses um casamento é algo sério não podem me obrigar a fazer um pedido se eu não quiser! 

Jasper o olhou e concluiu naquele momento, um tanto perturbado que seu pai parecia fisicamente uma cópia sua , só que anos envelhecida enquanto falava. Teve medo :

_ Você sabe da sua obrigação! Haja como um homem e se lembre do que prometeu! 

Abaixou a cabeça como se tivesse de lidar com uma espécie de peso :

_ Eu sei o que prometi, sei que dei minha palavra, mas isso é muito errado! 

Seus olhos pareciam desesperados e a voz evidenciava indignação.

O homem não perdeu a postura intimidadora e prosseguiu : 

_ Então se sabe, trate de cumprir, seduzir uma jovenzinha não deve ser um bicho de sete cabeças ! O tempo está se esgotando, viajarei com sua mãe e só voltaremos dentro de sete semanas, até lá, espero voltar e ter a notícia de que essa garota abondonou a faculdade antes das férias e que estão finalmente  noivos! 

O resto da conversa não foi escutada, as vozes cessaram e os passos se aproximaram. Josie se pôs atrás do imenso vaso e observou o Sr.Spencer deixar o cômodo rapidamente.

Repassou o diálogo que presenciou na mente, havia um contrato, em favor da sua família.  Jasper estava praticamente sendo posto contra a parede para corteja-la, e não parecia nada feliz com isso. Se falou até em um suposto pedido de casamento que deveria ser feito antes que as férias acabassem.

Mais ninguém estava de férias alí a não ser ela, férias da faculdade. Faculdade essa que ele segundo o pai, tinha a obrigação de fazê - la desistir de voltar, como algo crucial para que tudo corresse feito o planejado. Foi ligando os pontos devagar , e toda a sorte de sentimentos começou a tomar conta do seu interior.

Josie começou a respirar mais rápido, parecendo um pouco incrédula e desejando mais que tudo que suas suspeitas fossem delírios e que as armações que estava criando não existissem. Sabia que estavam tentando junta - los, mas até onde ia a profundidade daquilo? 

Desajeitadamente, bateu a porta a fim de olhar nos olhos de Jasper e enxergar a verdade que precisava neles.

Ele afundou no encosto da cadeira e permaneceu alí ao invés de sair também. Estava encrencado, muito encrencado. De início, quando soube que seus pais tinham uma oportunidade incrível de dobrar o patrimônio caso fizessem  uma parceria com os seus amigos, não lhe foi despertado muito interesse, mas quando esses mesmos amigos disseram que  só aceitavam a parceria com uma garantia sólida e duradoura as coisas começaram a mudar de figura.

Os Pye estavam falindo no seu ramo, a primogênita se recusava a casar de imediato e havia virado universitária em Carmody, eles ainda eram suficientemente prósperos, apesar da má gestão que os levava cada dia mais para o fundo do poço. 

Os Spencer eram o contrario, iam de vento em polpa mas parecia não ser o suficiente, e quando viram a oportunidade de começar a produzir medicamentos e exporta-los por meio da empresa dos amigos foi como o empurrão que faltava, tudo dependia da concordância dos outros dois.

E nisso, viram uma oportunidade, a família de Josie não estava nos seus melhores dias e dar o aval para a exportação nessa situação imediatamente, poderia torna-los dependentes daquele único cliente, o que não era bom. Aproveitando que eram a melhor opção no momento, fizeram uma contra proposta, que iria atender as duas necessidades e unir o útil ao agradável, se sua filha ficasse prometida em casamento para o filho deles e a união se consumasse, tudo estaria resolvido.

Ambos os dois iriam ter direito aos dois negócios e a idéia de começar a produzir e exportar por meio do mar com navios e em terra firme pelas ferrovias mais  livremente ainda , era tentadora. Assim o combinado foi feito.

Não estava nos planos de Jasper pedir em casamento uma desconhecida, na verdade tinha se decidido por odia-la e se revoltou muito com a idéia. Mais tarde decidiu que iria apenas  se aproximar da moça seja lá quem fosse como amigo e convencê-la a deixar a faculdade.

E esperava que fosse o suficiente, que precisavam da sua ajuda somente para isso depois o deixariam em paz. Em seguida esperaria que seus pais percebessem que estavam sendo manipulados.

Mas nada aconteceu como o previsto, se apegou a Josie, foi ficando, e esqueceu do seu objetivo que era passar pela vida dela como um relâmpago. Enquanto isso seus pais não perceberam o quão estavam entregando tudo de bandeija para os trapaceiros dos Pye e se convenciam cada vez mais que o casamento devia acontecer.

E assim todo um circo era armado para fazer com que Josie se convencesse a casar com ele e desistir de uma vida independente. Jasper se sentia horrível toda vez que se lembrava que tinha virado parte desse complô, Josie tinha lá seus defeitos, mas era uma garota incrível e nenhum ser humano deveria ter sua opinião tão desvalorizada e ser vítima de tantas mentiras assim.

Cada encontro armado, cada situação planejada era como um acerto de contas cruéis com a própria consciência. Seu pai tinha deixado a biblioteca a pouco e ele enterrou a cabeça nas mãos preocupado com a conversa.

Como se  comunicasse seus pensamentos por telepatia, escutou as batidas na porta, e em seguida o chamarem.  Josie estava alí, provavelmente pra se despedir ou perguntar por que ele havia sumido.

Sem saber como olharia na cara dela, se levantou e foi atender.  Quando Jasper abriu a porta ela o encarou atentamente, parecia que tinha travado uma batalha alí dentro, seus olhos estavam inquietos como de alguém arrependido ou sofrendo por antecipação.

Contudo ele disfarçou e lhe forçou um sorriso : 

_ Ah sim, perdão por ter demorado tanto com o meu pai.  Quando ele começa a falar não para...

_ Tudo bem - Josie o cortou sem dar  nenhuma indicação do que pensava _ Vim devolver seu casaco.

Ela parecia diferente, tirou a peça dos ombros como se estivesse tocando em ácido e o atirou nas suas mãos. Em seguida olhou para o chão, coberto pelo tapete como se fosse chorar a qualquer minuto.

Jasper não gostou daquela postura e com cautela perguntou : 

_ Suponho que já esteja de saída? 

_ Sim.

Ele se inclinou e ela não ofereceu resistência, porém o beijo acertou sua bochecha quando Josie virou o rosto.

Intrigado e com um mau pressentimento diante daquelas atitudes observou-a se afastar e ir embora.

• 

Ela abriu a porta e Jerry entrou sem cerimônias. Olhou em volta com certo orgulho e curiosidade, então era aquele lugar onde a sua namorada voltava todos os dias quando não estava no Queen's ou trabalhando,um pequeno espaço do que era o mundo dela agora também.

Diana parecendo saber o que ele pensava, sorriu, tirou as luvas e as deixou sobre a mesa de centro :

_  Não é exatamente bonito, mas foi o que consegui. Anne disse que essas paredes estão muito nuas e praticamente me "obrigou" a prometer que iria deixar que ela ajudasse a decorar.

Jerry riu, aquilo era bem típico de Anne mesmo. A casa possuía um sofá confortável, uma sala espaçosa que fazia ligação com a cozinha branca e amarela em perfeita ordem, haviam vasos nas janelas com uma infinidade de tulipas e uma espécie de rosa pequena.

Os móveis, presente de tia Josephine, eram da melhor madeira e muito elegantes, no fundo, havia uma varanda bem iluminada onde se podia aproveitar o sol da manhã ou a brisa noturna enquanto se observava a cidade.

Ele podia perfeitamente imaginar Diana perambulando por alí logo cedo com uma xícara de café nas mãos, vestida com uma camisola leve enquanto fazia as lições ou lendo para se distrair.

Esse pensamento lhe arrancou um suspiro. Ela sentou-se do seu lado e disse brincando :

_ Gostaria de tomar alguma coisa? Sempre quis dizer isso sendo a dona da casa então aproveite.

_ No momento não, mas obrigada pela consideração.

Ficaram se encarando por um curto período. Por fim; riram , numa crise que durou alguns longos segundos. Diana era uma boa anfitriã afinal. Ainda limpando as pequenas lágrimas que surgiram no canto do olho um pouco vermelha pelo recente acesso, escutou Jerry lhe chamar :

_ Sim?

Ele estava sério, calmo porém sério. Estendeu a mão e segurou a sua com gentileza :

_ Eu quero agradecer.

_ Pelo que exatamente? 

Ela franziu a testa curiosa.

_ Eu sei do que abriu mão para estar aqui. E fico muito feliz que não tenha desistido da gente.

Jerry agora olhava nos seus olhos castanhos feito terra molhada, daquele jeito envolvente que despia cada camada emocional sua.  

Ela abriu outro sorriso de pura alegria respondeu baixinho :

_ Eu faria tudo de novo dez vezes se fosse preciso para ter você comigo.

Ele deslizou a mão sobre a sua numa carícia lenta por todo o seu braço até dedilhar a textura macia na pele do pescoço :

_ C' est moi - confessou.

( Eu sou seu )

Diana segurou a outra mão com o qual não a tocava e o puxou pra perto. Só ele sabia o quanto tinha sentido falta de beija-la, poderia repetir infinitas vezes e gosto seria o mesmo e a vontade também.

Os dedos dela já bagunçavam seu cabelo e iam e vinham dentro da sua camisa. Brevemente, abondonou os lábios mornos confuso quando ela o pôs de pé, em seguida sem pensar muito se deixou guiar pelo curto caminho  até uma porta clara no qual a encostou para obter apoio.

Diana ainda com as mãos dele enterradas na sua cintura e os dedos a moldando como uma escultura, interrompeu novamente o beijo sorrindo a todo instante.  E com o pé,  num único chute abriu e entrou.

Assim fecharam mais uma vez a porta para todo um mundo do lado de fora, numa euforia apaixonada e antiga.










Notas Finais


Esse entra em revisão, perdão pelos erros de português. E até mais ❤ Obrigada por lerem


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