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História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 108


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Boa leitura a todos.

Capítulo 108 - Capítulo 108


Quando entrou na sala de estar e viu todos reunidos alí, sentiu um alívio momentâneo.  Agora somente conversavam, com exeção de Prissy que se recolheu mais cedo. 

Porém não foi por ela que Kakweet buscou com os olhos pelo local. Billy, ao vê - la, se levantou, e veio na sua direção, lhe tocou o braço e perguntou : 

_ Aí está você, por que demorou tanto? Estava quase mandando irem te procurar. 

Ela tinha as feições tensas por conta do medo. Sem responder a pergunta dele , fez outra que parecia mais urgente :

_ Onde tia Josephine está?! 

Billy uniu as sobrancelhas um pouco atônito e respondeu : 

_ Ela foi...para a varanda, por que a pergunta? 

Kakweet lhe deu as costas e segurou as saias do vestido a fim de não tropeçar , assim que chegou a larga varanda da casa, correu em direção a figura de Josephine de pé com a taça de champanhe na mão prestes a levar o líquido a boca.

Parou na frente da mesma, ela lhe olhou e ia perguntar o motivo de tamanha afobação, porém Kakweet foi mais rápida e segurou sua mão :

_ Por acaso já bebeu ?

_ Ora menina, bebi o que? 

A outra tornou impaciente : 

_ Bebeu ou não?!

Ela olhou para baixo e fez uma expressão de entendimento. 

_ Ainda não...

Foi tudo o que precisou ouvir, Kakweet num gesto de desespero, arrancou a taça da sua mão e a jogou no chão, longe,  onde se estilhaçou em inúmeros pedaços.

Josephine arregalou os olhos e exaltou o tom de voz :

_ Mas o que significa isso?! 

Naturalmente, todos escutaram o barulho da sala, e apareceram na porta a fim de ver o que estava acontecendo. Chegaram um a um os pais de Billy e Jane, mas quem Kakweet encarou fixamente foi Sr.Byron que dissimulou uma expressão de preocupação :

_ Mas o que houve aqui? Estão todos bem? 

Josephine Barry olhava Kakweet como se aguardasse a explicação para aquela atitude estranha, com os olhos semicerrados ainda sim, respondeu vagamente :

_ Sim... Foi somente um acidente. Com certeza um acidente.

Ela desviou o olhar para o chão, como contar que talvez tivesse acabado de evitar um envenenamento? Assim se afastou em um canto longe dos olhares de todos.

A senhora Andrews, encarou os cacos de vidro e finalmente disse : 

_ Todos quietos, vou chamar os empregados para limparem essa bagunça.

Em seguida saiu. Dos que permaneceram , o único a notar a postura estranha de Kakweet foi Billy. Ele chegou perto sem dizer nada e se sentou do seu lado. 

Quando examinou seu rosto, não foi capaz de vislumbrar nem a sombra das suas expressões. Até que num tom embargado ela pediu :

_ Por favor, diga que posso ir embora.

Assustado, pegou as mãos dela e as notou geladas :

_ Por que está dizendo isso? 

Kakweet sentiu lágrimas escorrerem pelo rosto, não eram de tristeza, eram a pura exaustão emocional. E quem sabe até certa raiva por se sentir impotente.

Sem avisar que o faria, Billy a abraçou, ela não controlou e se deixou permanecer. A voz dele atingiu seus ouvidos suavemente :

_ Você não mentiu quando disse que estava passando mal não é? 

Na cabeça dele era a única explicação para aquele choro repentino. Talvez estivesse associado a alguma dor ou algo parecido.

_ Não, não menti.

Respondeu baixinho. Olhando por sobre o ombro dele, um pouco mais calma, viu que Sr.Byron os observava de longe, com o braço apoiado em uma viga, e  um deleite insano e sombrio no olhar. Sorria , como se visse algo engraçado.

Irritada, se levantou limpando as faces com a mão e se dirigiu para o rapaz do seu lado :

_ Vamos embora Billy, eu realmente não estou bem.

_ Como quiser.

Ele suspirou e deixou o banco onde estavam sentados. Voltou , totalmente recomposta, como se nunca tivesse perdido o controle numa calma assustadora.

Se despediu do Sr.Andrews e da esposa com um aperto de mão, acenou para Jane e disse a tia Josephine que chamasse o cocheiro para irem embora.

A mulher mais velha não protestou, mas o olhar que lhe deu era de quem ainda  queria uma explicação o quanto antes. Kakweet fez uma nota mental de se preocupar com isso mais tarde, recolheu o xale na sala , pegou as luvas e o chapéu , passou por Sr.Byron como se o mesmo não existisse, beijou Billy rapidamente e acompanhada por tia Josephine, cruzou o jardim a passos afoitos demais.

Como era de se esperar, chegou a carruagem primeiro e se acomodou dentro dela. Alguns segundos depois, Josephine tomou o lugar a sua frente fechando a portinhola :

_ Eu não sei o que deu em você. Mas por hora fico feliz que tenha encerrado essa reunião o quanto antes, nunca conheci um homem mais quadrado do que o sr.Andrews em toda a minha vida! 

Kakweet quase riu, revirando os olhos, deu permissão ao cocheiro para partirem.

• 

Assim que ela chegou em casa a primeira coisa que fez foi ir em busca de satisfações.

Satisfações essas, merecidas, afinal, pensava que sua família tinha finalmente aceitado e respeitado sua decisão de buscar uma educação que a transformasse em mais do que foi criada para ser. Aceitou coisas demais para ter voz, até cursar uma área que não fazia parte das suas verdadeiras ambições, com a esperança de conseguir independência e reconhecimento.

Assim que chegou na sala de jantar, encontrou seus pais alí, furiosamente, despejou tudo ou mais do que planejou dizer num longo discurso.

Subiu para o quarto, e por mais que sua mãe batesse na porta a todo instante insistindo que ela descesse para comer, Josie não se sentia disposta para engolir nada e ignorou por conta própria os chamados.

Se deitou em posição fetal e libertou toda a indignação e a decepção que sentia pelos olhos,  sem se trocar, e com a roupa do corpo suja da montaria adormeceu , ficou assim até a manhã seguinte.

Quando acordou com uma dor de cabeça terrível, caminhou até o espelho da penteadeira e olhou seu reflexo derrotado, então Jasper não a amava, nunca amou.

Em que momento tinha se tornado tão sem valor aos olhos das pessoas?  

Por que tamanho fingimento? Forçou a si mesma a tomar um banho e sair para fora da sua cápsula de auto piedade.

Ainda sim, permaneceu no quarto, como tinha acordado relativamente cedo, ainda tinha um certo tempo até que o café fosse servido.

Brincando de arrancar as contas da frágil  pulseira de prata que havia ganho de aniversário destruía compenetrada uma lembrança que nada tinha a ver com o seu ódio.

Foi quando a empregada bateu a porta:

_ Senhorita? 

_ Fale! 

_ Você tem visitas.

Josie, largou a puseira destruída sobre o colchão, e apreensiva, perguntou : 

_ Quem ?

_ O senhor Spencer.

Fez-se silêncio. Ela caminhou até a própria janela e olhou através dela, a vizinha a sua estava fechada.

Era Jasper na sala, e Josie decidiu que  não queria fugir daquela conversa por mais tempo: 

_ Diga que eu vou descer em um segundo!

Dito isso apanhou os destroços da pulseira , depositou -os na caixinha de veludo e saiu do quarto.

• 

Anne colocou  a vela sobre a mesa. A cozinha era mal iluminada durante a noite. Por isso se sentava  propositalmente posicionada na direção da janela, onde o luar batia.

Virando a página do pesado caderno , fez a sua última anotação. A professora de história não teria do que reclamar; seu relatório estava perfeito.

Se espreguiçou. Nesse momento a porta foi aberta rangendo de um jeito barulhento. Matthew entrou devagar, vestia seu sobre- tudo com as botas de trabalho,  e ao bater os olhos em Anne, pareceu surpreso, e um pouco envergonhado.

Ela ergueu as sobrancelhas e perguntou:

_ O que faz acordado a essa hora? 

_ Ora...

O senhor olhou de um lado para o outro.

_ O mesmo que você.

Anne riu e cruzou os braços :

_ Também tem um relatório para entregar amanhã no Queen's?  

Ele fez uma expressão incômoda. Ela se levantou, fechou os cadernos sobre a mesa e se aproximou lhe dando um abraço carinhoso:

_  Sabe que se eu contar a Marila que ao invés de descansar tem fugido para o celeiro a fim de procurar mais trabalho na madrugada  ela vai ficar furiosa não sabe? 

O pobre Matthew a olhou como quem dizia " Você não faria isso ". Anne alargou o sorriso o acalmando : 

_ Tudo bem, eu não vou dizer.

Ele sorriu, um pouco mais aliviado. Porém, ela caminhou pela sala e continuou : 

_ Só que agora, o senhor deve ir dormir imediatamente. É  o único preço que cobro pelo meu silêncio.

Anne parecia decidida e um pouquinho mais séria. Matthew ponderou, e bem conhecia  sua menina para saber que ela seria mesmo capaz de contar caso ele não fosse.  Por fim, suspirando, murmurou :

_ Tudo bem.

Ela sorriu satisfeita , e lhe deu um beijo estalado  de boa noite na bochecha. Ele lhe deu a bênção e foi subir para o quarto, porém, no meio do caminho, apoiou a mão no corrimão e fechou os olhos.

Anne, entretida em guardar seus materiais de estudo, só foi capaz de escutar um gemido de dor abafado. Ela se virou seguindo o som e deu de cara com Matthew rumo ao décimo degrau ofegante parecendo que iria cair a qualquer mmomento.

_  Meu Deus! Fique parado!!  

Em menos de segundos , ela já estava o amparando para que se mantivesse de pé. Ele hora ou outra comprimia a mão do lado esquerdo do peito como se estivesse com dor. Anne genuinamente preocupada, perguntou : 

_ Me diga, está tudo bem? O que está sentindo? 

Ele menou a cabeça e respondeu : 

_ Falta de ar. É normal,  não consigo mais encarar um lance de escadas do mesmo jeito.

Anne endureceu a expressão. Aquilo nada tinha a ver com a idade, ou com a quantidade de degraus até em cima tampouco a falta de resistencia natural dos pulmões . Matthew só ficava daquele jeito em situações bem específicas, e na maioria das vezes, pela própria teimosia.

Séria, sentenciou : 

_ Vamos. Vou te ajudar a chegar até o quarto.

Passou um dos braços dele  em torno do pescoço e o ergueu. Assim, aos trancos e barrancos, chegaram no piso superior.

Anne abriu a porta e o fez tirar as botas , o casaco e se deitar. Antes de cobri-lo. Pensou por um instante e quase sorriu. O tempo fez com que os papéis se invertessem e fosse ela colocá-lo para dormir.

Ele  pareceu ter pensado o mesmo, pois ficou levemente vermelho. Antes de sair, Anne parou na soleira da porta e fez uma pergunta, atraindo a sua atenção novamente :

_ Matthew. Me diga a verdade, você tem tomado os medicamentos para a pressão? 

Seus olhos eram como duas guilhotinas, ele os evitou  e abaixou a cabeça. Aquilo foi uma confirmação.  Anne soltou a respiração desesperada e exclamou : 

_ Eu sabia! Por que?! 

_ Nós precisávamos de legumes para o jantar e ferraduras novas para a égua aí eu...

Ela bateu a testa no umbral indignada. Como explicar para o seu velho amigo que com saúde não se brinca? Parecia inacreditavél que ele tivesse dado preferência às benditas abobrinhas e beringelas desnecessárias e tão supérfluas, ou as ferraduras da égua do que aos remédios que vinham em falta a meses. Anne ajeitou a trança ruiva com os dedos , foi até a vela mais próxima ao lado da cama e apagou a chama :

_ Não diga mais nada, esse mês eu me encarrego de conseguir o remédio. E vamos ver qual desculpa o senhor vai dar. Boa noite.

Por trás do tom seco, havia amor, tanto amor como em qualquer bronca de Marila.

Antes que Mathew pudesse protestar ou dizer que aquilo não era sua responsabilidade, ela saiu do quarto e fechou a porta.

Talvez fosse hora de falar com o sr. Lewis e pedir o seu primeiro adiantamento.











Notas Finais


Perdão pelos erros de português, e coerência, farei revisão. Até o próximo.


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