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História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 109


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Estou nitidamente enferrujada e talvez já tenha perdido o fio da meada, mas vamos lá. Boa leitura a todos. ❤

Capítulo 109 - Capítulo 109


Jasper a aguardava paciente no sofá, minimamente ansioso segurando um livro de filosofia. Uma aquisição recente, e não via a hora de que Josie aparecesse para que começassem um bom debate , sob diferentes pontos de vista enquanto caminhavam pelo vale ou nas trilhas. O que tinham certamente passava da atração física , seus intelectos se completavam e se fundiam de um jeito perfeito. 

Até que ela surgiu, entrou a passos curtos arrancando um sorriso inconsciente seu. Sem notar o semblante sério dela, se aproximou :

_ Finalmente! Você não vai acreditar no que eu...

A frase morreu em reticências depois da atitude estranha. Quando ele tentou tocar seu braço, Josie recuou só então dando a entender que não estava no seu humor normal. 

Analisando minuciosamente o rosto abatido e até um pouco tenso, Jasper teve um sentimento estranho, como os que antecedem coisas ruins :

_ Aconteceu alguma coisa? 

Ela soltou um riso anasalado , irônico, olhou nos seus olhos e respondeu : 

_ Não. Comigo nada. E com você? Aconteceu? 

_ Não entendo. 

_ Algo que deseja me contar? 

Os lábios tão atrativos e desejáveis se comprimiram  de leve, os olhos verdes, falsamente afáveis  e inocentes  piscaram em dissimulada confusão. Josie aguardou a resposta, que não tardou a vir :

_ Eu deveria contar...o que exatamente? 

_ Que tal começar pela parte em que nossos pais firmam um acordo e te obrigam a me cortejar? 

Jasper emudeceu assustado e terrivelmente pálido.  Não fazia idéia de como Josie tinha ficado a par daquela história, e por pouco não caiu sentado, não sabia como responder; não tinha como responder. 

Ela passou a mão pela testa e murmurou : 

_ Isso é verdade? 

Era verdade, mas ainda custava imensamente crer. Deixando de lado a compostura, caminhou até ele e o empurrou :

_ Por que?!

Jasper não se moveu um centímetro devido a superioridade física e continuou a olhando um tanto triste. O silêncio inalterado e a posição impassível dele a estava fazendo perder as rédeas do auto controle :

_ Responda! 

Gritou, pouco se importando se já chorava novamente. Ele soltou um suspiro e adimitiu sério :

_ Sim, é verdade. 

Era como arrancar os próprios ouvidos. 

_ Eu queria saber o que ganhou com tudo isso... Onde você se encaixa nesse teatro  , por que mentir desse jeito? Se você nunca me amou jamais deveria ter dito o contrário. Jamais deveria ter me feito dizer que o amava de volta, você agiu como um verdadeiro falso! 

Ele escutou as acusações com os olhos fixos no chão, e esperou que ela despejasse as mágoas para que pudesse se defender :

_ Sua família está falindo Josie. 

Ela finalmente parou de falar, e agora prestava total atenção. 

_ Isso só surgiu por necessidade eles  não teem mais como pagar sua faculdade em Carmody , meus pais teem muito apreço nos seus, eu até rejeitei a idéia de início, mas já era uma questão de honrra , eu tinha dado minha palavra, quando conheci você achei tremendamente injusto tentar te convencer a largar a faculdade, por isso desobedeci a eles e me calei, desobedeci a muitas outras coisas para ganhar sua confiança  e acredite, se eu seguisse tudo a risca já estaríamos casados e infelizes .

_ Grande diferença! 

Ela gritou novamente, andando de um lado para o outro :

_ De todo o jeito eu já estaria  condenada a algo que não escolhi! Ninguém iria me contar nada!  Isso só me prova mais uma vez o quão bom ator você era! 

Jasper balançou a cabeça com um olhar amargo e disse : 

_ Nisso, ao menos nisso, sou obrigado a discordar. Nunca atuei quando disse que te amava Josie, eu fui sincero.

Ela deu uma risada recalcada. Ele um tanto ferido quanto indignado, ficou perto o suficiente até que pudesse olhar nos olhos dela, e lhe observar todas as reações e expressões :

_ Então diga, quando foi que minhas frases pareceram falsas, quando te toquei e não deixei transparecer segurança ou quando meinhas atitudes não pareceram ser espontâneas ? 

Calada Josie ficou diante do argumento, porém sem sair da postura defensiva da qual estava. Se sentindo em uma espécie de abertura pelo silêncio, num último segundo de coragem, confessou :

_ Eu te amo.

Ela escutou parecendo não ser nem um pouco afetada, e sem pestanejar, respondeu :

_  E eu te odeio, e quero que engula esse tal amor nobre que diz sentir.

Ele controlou a crise interna que ameaçava por para fora. E com a voz falha e controlada, perguntou : 

_ Acha que me orgulho disso? Acha que eu queria me sentir assim? 

Josie deu de ombros, aquilo foi o máximo que conseguiu arraná-lo daquela compostura enlouquecedora, e se tivesse de continuar sendo dura (embora duvidasse de que isso faria diferença ) continuaria sendo. 

Ainda revoltada, quis saber :

_ Me responda, mesmo sabendo  que sou  tão contrária a  esse casamento, ainda sim, iria impor ele a mim? Seria capaz de seguir em frente? 

O silêncio, foi a confirmação, Jasper se sentia vencido, uma parte sua puramente egoísta, dizia que sim, ele iria em frente se tivesse a chance pois parecia dez vezes mais  preferivel vê -la presa a ele do que livre para ser amada por alguém melhor e menos covarde para enfrentar qualquer consequência e permanecer ao lado dela.

Decepcionada e cheia de ressentimento, declarou de um modo sombrio :

_ Pois saiba que eu não vou abondonar a faculdade, nem que eu não possa voltar das férias mas não vou me casar com você! E se eu for obrigada a isso, vou fazer dos seus dias um pesadelo de olhos abertos!  Nunca vou te enxergar como uma esposa de verdade e nunca vai ter o meu respeito! 

A acidez das palavras continuavam doendo, porém silenciosamente, Jasper apanhou  suas coisas e saiu.

No caminho de volta até sua casa com o paletó pendurado no ombro, pensou o quanto era triste que os sentimentos de Josie tivessem mudado tão rapidamente, e a invejou, pois os seus pareciam tão intactos quanto antes.

°

• 

° 

A noite era de tempestade, Charlotte Tow tremia sendo golpeada por granizos que destruiriam os telhados mais frágeis das famílias mais simples, e na manhã seguinte se falaria nos estragos e nos desamparados.

As rajadas brancas de neve sopravam sua poeira repleta de neblina gelada na janela de um quarto em específico, lá dentro, em um sono não exatamente calmo, Kakweet era transportada para outra realidade. 

Nesse labirinto mental, ela estava de volta a sua aldeia, suas vestes tinham mudado, usava um poncho colorido e imenso, extremamente bonito, luvas e um vestido vermelho e azul,  nas cores como costumavam vestir seus irmãos e amigos.

O vento batia no seu rosto de um jeito refrescante, as árvores se erguiam a sua volta, as cabanas e as tendas do acampamento estavam centralizadas na imensa clareira, deveriam estar na primavera. 

Ela caminhou pelo local vazio e familiar, se sentindo estranhamente  em paz, aquele era o seu lar. Derrepente, sentiu a presença de mais pessoas, olhando para o lado, viu surgir três crianças, também indígenas, só que com roupas diferentes, algo semelhante ao uniforme do internato, porém mais rasgado, sujo e puido.

Kakweet as olhou atentamente, estavam machucadas, com expressões de choro e a encaravam. Perturbada e um pouco preocupada, perguntou : 

_ Vocês estão bem? Querem ajuda? 

_ Sim , queremos...

Respondeu um dos meninos. 

E assim as três crianças começaram a suplicar por ajuda, sem dar a entender exatamente como precisavam ser ajudadas :

_ Nos ajude por favor!

_ Precisamos fugir!  Nos ajude! 

_ Vamos Kakweet!  Por favor! 

Eles sabiam seu nome. Como sabiam seu nome?  Angustiada, tentou caminhar até elas , mas o chão tremeu sob seus pés, assustada olhou para baixo e a terra começou a se partir. 

A cada passo que dava o chão se abria mais e mais, até que fosse tragada para dentro de um abismo, e o que era uma fenda a engolisse inteira. 

Kakweet caia e caia, gritando, por não saber onde isso iria dar, a escuridão se dissolveu e ela abiu os olhos os fixando vidrados no teto. 

Seu coração batia num rítimo alucinante.  Seu sangue fervia, era realmente a sensação de quase morte, vendo que prendia os lençóis entre os dedos se sentou na cama num rompante. 

Ela sabia o que tinha provocado o pesadelo, o medo. Fazia  apenas um dia do jantar, mas a ameaça ainda pairava sob a sua cabeça, ela tinha exatos cinco dias para caminhar até o abate sozinha,  ou arrastar  todos a sua volta até os inocentes  com ela para o olho do furacão. 

Sumir de Charlotte Tow... Apoiou a cabeça entre as mãos, seu cabelo caiu sobre o rosto solto como um véu, seus ombros tremeram e Kakweet se obrigou a engolir o choro.

Nesse momento, Cole abriu a porta violentamente com a vela nas mãos e esfregando os olhos, perguntou afoito :

_ O que houve!?  Invasores?! Ladrões? !

Kakweet se endireitou na cama e flexionou os joelhos tratando de acalma-lo :

_ Tudo bem, foi só um pesadelo...

Cole, a olhou mais aliviado e se sentou na cama, um tanto curioso com o rosto inexpressivo dela :

_ Quer conversar sobre isso? 

_ Cole. ..

_ Pode falar. 

Kakweet  o olhou nos olhos seriamente e disse : 

_ Eu acho que quero tentar...  A invasão.

Cole arregalou os olhos e colocou a vela sobre a cômoda  de cabeceira, enquanto um arrepio lhe corria os ossos. Receoso, indagou:

_ Tem certeza? 

_ Nunca tive tanta certeza, quero ir amanhã, bem cedo...

Ele passou a mão pelo cabelo surpreso  tentando imaginar o que levou Kakweet a tomar tal decisão:

_  Primeiramente, calma. Precisamos de no mínimo dois dias para nos planejarmos, são mais dois de viagem. Não vai ser fácil. 

Ela bufou, não tinha todo esse tempo. 

_ Só avise os outros, quero começar  pelo menos a  fazer as malas. Prometa que vai avisar Anne e as meninas Cole!

Sem ter muito o que fazer e sem conseguir enumerar os motivos que o faziam querer demovê-la da idéia , a contra gosto prometeu :

_ Tudo bem, vou entrar em contato com elas se é  isso o que quer.

Kakweet queria ter sorrido de verdade, mas só a sombra disso passou pelo seu rosto. Para logo retornar ao olhar gélido e vazio. Era hora de resgatar seus amigos, seus antigos colegas e irmãos, fazer as pazes com a consiência. 

Era aquilo que os homens brancos chamavam de" fazer justiça com as próprias mãos ".

 






Notas Finais


Perdão pelos erros de português, entra em revisão. Até o próximo ❤


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