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História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 36


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Bem vindos. E boa leitura!☺️

Capítulo 36 - Capítulo 36


•°•°|°°•°•°•

Ela tinha dentro de si a certeza que atuava muito bem naquele momento. Kakweet se virou lentamente e aparentando uma calma que não tinha enquanto sua mente trabalhava numa velocidade incrível para tentar buscar uma saída. 

Billy segurava um copo de suco nas mãos e a encarava esperando uma resposta. Teria ele visto alguma coisa? Ela ficou de frente para o rapaz e o segurou pelos ombros , respirou fundo , talvez se arrependesse, ou não. 

Ele estava assustado, seus olhos tinham uma interrogação muda. A menina o imprensou contra a gaveta aberta e o impacto do seu corpo conta a estante empurrou a cômoda até que esta se fechasse. Kakweet avançou na sua direção não dando espaço para perguntas e roubou um beijo certeiro de Billy. 

Pressionou os lábios contra os dele fazendo movimentos aleatórios temendo parecer ridícula, nunca tinha beijado ninguém antes e a sua primeira experiência estava sendo no puro "improviso". Billy por outro lado surpreso estremeceu ao sentir que as mãos espertas dela já o tocavam por completo, quase que imediatamente correspondeu não resistindo a tomar o controle da situação e guiar o beijo.

Se perguntou internamente se era o primeiro, toda aquela atitude não podia ser normal, nenhuma garota tinha feito o que ela fez antes. As moças de Avonlea eram tão "pudores" que as vezes perdiam um pouco da graça, eram quase enjoativas. " Hanna" era diferente, ele sentia que ela guardava tantas surpresas por trás daquela ironia toda... Ela adoraria descobrir uma a uma.

Só se separaram pela falta de ar. Billy passou o indicador pela gola da camisa sentindo como se os botões o sufocassem. Processando o que diria a seguir falou:

_ O... Suco. Já perdeu o calor?

Perguntou terminando com um pouco de sarcasmo para disfarçar o seu abalo. Kakweet fechou os olhos e pôs uma mecha negra e lisa atrás da orelha. Limpou a boca com as costas da mão e falou ;

_ Obrigada Billy. E desculpa, já está tarde, estão me esperando em casa eu preciso ir.

_ Ir? Mas ainda não são nem...

_ Eu preciso! Desculpa! Até...- olhou-o intensamente. _ A próxima.

Dito isso correu porta a fora, Billy correu também gritou o nome dela várias vezes mas não obteve resposta. Kakweet já ia longe segurando as barras do seu vestido branco para melhor correr. Ela não tinha gostado do beijo? Não , não era isso, o modo como ela o olhou antes de sair anulava aquela versão.  Ele tinha dito algo errado? 

" Maluca" , pensou. "Uma maluca extremamente atraente" , frustrado e confuso fez o caminho de volta para dentro da fazenda chutando as pedras pelo caminho.

Nora já estava acordada a algum tempo. As lembranças da noite passada eram vivas e espaçadas como um borrão negro que se movia em vultos pela sua memória.  Suspirou, foi tomada por um desespero tão grande que jurou que talvez não escapasse quando começou a sentir a falta de ar e as dores no peito.

Em contra partida se sentiu envergonhada por Anne. Ela tinha sido tão generosa com ela, tão paciente. Provavelmente agora já sabia de tudo e a considerava uma suja.

Encarou as mãos sobre o colo sentindo os olhos arderem, agora aos seus desessete anos sentia que nunca mais veria seu corpo da mesma forma, reverendo Dumphor foi no início uma das pessoas mais gentis para consigo quando sua mãe morreu, dando a idéia de levar a ela e Emma para estudarem em um colégio religioso para moças já que dali em diante uma educação materna e um exemplo feminino fariam toda a falta.

Seu velho pai desesperado e vivendo o luto da viuvez concordou , e um belo dia na madrugada enquanto a jovem Nora de doze anos do passado lia um livro a luz tremeluzente de uma vela, o reverendo entrou na biblioteca.

Senhor Dumphor estava diferente, seus olhos tinham uma maldade incomum e ele começou a toca-la de modo inconveniente. Mesmo seus protestos quase infantis de desconforto não afastaram as mãos frias e cruéis de si. Quando se deu conta o resto passou como um filme de terror lento e sufocante, as dores físicas que sentiu em nada se comparava com a sua mente aos pedaços. Foi uma manhã de cinzas, depois desse dia nunca mais o reverendo a olhou do mesmo modo e nem ela a ele, embora o homem nunca mais tivesse lhe tocado o mal hoje era irreparável. 

Estava quase chorando novamente quando escutou baterem a porta;

_ Posso entrar?

Era Emma, Nora sorriu e respondeu baixinho porém audível:

_ Sim Emma.

A outra entrou no quarto com um olhar preocupado e um sorriso amável. Se sentou na beirada da cama e segurou sua mão perguntando:

_ Como se sente irmã?

_ Melhor.

Forçou um sorriso sem dentes e apertou a mão de Emma entre as suas. Ela, parecendo sair de um transe lembrando de não comentar nada sobre a noite anterior, se pôs de pé vestindo uma capa de animação e sugeriu:

_ Por que não se arruma?! Está fazendo um dia lindo lá fora e a dorminhoca ainda está de pijamas. Vamos! Vou fazer um penteado lindo em você como quando éramos crianças ok?

Nora riu pela primeira vez no dia e concordou com a cabeça, se levantou indo para a penteadeira enquanto Emma pegava a escova e se entregava a graciosa tarefa de escovar os fios loiros.


Anne tinha acordado particularmente tarde, retirou um farelo de bolo do colo coberto por um vestido cinza com detalhes em xadrez e bordado com pregas que evidênciavam sua cintura. Não era seu vestido preferido, mas não tinha animação para por algo bem elaborado, era seu penúltimo dia em Indra Hall, e estava concentrada em aproveitar seu espírito estava em paz. Lá fora através da persiana da janela, podia ver as gotas da fina chuva embaçarem o vídro e transbordar o laguinho da propriedade, inundando os botes. 

Lia " Sahalot" reclinada na espreguiçadeira, Rubby cutucava desanimadamente a cutícula das unhas e Diana em algum lugar afastado do salão de visitas tocava uma melodia calma no piano. 

Anne tinha parado de ler a um bom tempo, pensava em Kakweet longe tinha lido a carta que ela lhe mandou com certa afobação por conta da impaciência dos seus amigos por novidades. Estava curiosa sobre como Kakweet iria confirmar suas suspeitas em relação as relações comerciais ente Billy Andrews e os diretores do internato para crianças indígenas. 

Um internato assinando acordos comerciais... Riu , com certeza havia esqueletos nesse armário. Seja lá o que quer que fosse fazer, confiaria nela. Kakweet nunca a decepcionou como amiga. Sua mente voltou a noite passada, se lembrou de Nora, já considerava Emma e Ellye quase amigas também. Talvez nem o fossem.

Mas Anne não deixava de se comover com as três, pensou como podia ajuda-las a sair do Sul, mas não estava sendo fácil, ela iria embora em tão pouco tempo.

Olhou em volta, Rubby exclamou:

_ Essa tarde está um saco! Estou morta de tédio!

Diana largou o piano e disse de volta:

_ Sinto o mesmo, não podemos sair lá fora, não há nada a se fazer aqui.

Anne estreitou os olhos rindo das amigas e ficou de pé quando uma idéia brilhou na sua mente:

_ A não ser...

_ A sala de Jogos.

Disseram Rubby e Diana em unisono rindo em seguida, seus pensamentos estavam em completa sintonia tanto que foram capazes de adivinhar a ideia. Anne respondeu:

_ Isso mesmo senhoritas! Nada como jogos de tabuleiro para matar o tédio de uma quinta chuvosa não?

Elas concordaram , e se puseram de pé, Rubby gritou:

_ Quem chegar por último fica noiva do Mr. Philips!!

Elas riram e se puseram a correr pelos corredores da casa, Anne na sua afobação esbarrou com Prissy que vinha caminhando distraída pelos corredores com o seu violino nas mãos.

O instrumento caiu e ela se abaixou curiosa;

_ A onde vão com tanta pressa?

_ Desculpe Prissy - respondeu Anne. _ Estamos indo a sala de Jogos para matar o tédio. Venha com a gente! Vai ser divertido! Diga que sim ... Vamos!

Prissy recolheu seu violino e deu de ombros. Por que não? Recolheu as barras da saia e correu também segundo as outras que já sumiam de vista pelo corredor.

Quando pararam na porta da sala de Jogos Rubby voltava chateada e com os braços cruzados sobre os seios:

_ Essa não!

_ O que houve? - perguntou Anne.

_ Os meninos, parece que tiveram a mesma idéia, estão ocupando todos os jogos lá dentro!

Prissy olhou, de fato lá estavam todos, Colle e Moody jogavam baralho, Gillbert e o seu amigo colega de medicina Dominic jogavam xadrez, Charlie e outro menino atiravam dardos em um alvo pendurado na parede.

Pondo um dedo sobre os lábios pensativa , chegou a uma conclusão:

_ Bom, vamos ter que negociar.

_ O que tem em mente? - perguntou Diana curiosa.

_ Confiem em mim.

Respondeu Prissy.





Notas Finais


É isso gente. Obrigada por lerem ❤️


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