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História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 58


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Boa leitura a todos ♥️

Capítulo 58 - Capítulo 58


A semana seguinte transcorreu sem grandes preocupações. Os ensaios não eram ruins, e Anne poderia dizer que estava se divertindo, exeto pelas partes estranhas ( no caso, quando tinha de contracenar com Charlie).

Era extremamente constrangedor, pois toda cena de amor entre Otelo e Desdêmona, que nem eram tantas assim, saíam erradas por algum motivo os obrigando a voltar do zero, e assim atrapalhando o andamento dos ensaios.

Os motivos eram diversos, durante uma tarde de sexta, ensaiavam a cena do baile onde os protagonistas se conheceriam para mais tarde ficarem noivos, Diana habilidosamente começou a tocar a melodia das partituras suavemente no piano de cauda, esperando não ter interrupções.

Enquanto isso Anne observava Charlie vir na sua direção com aquele olhar estranho, tentou ignorar, aquele era apenas o seu jeito de atuar. Repetiu isso na mente várias vezes.

Mas quando estava prestes a tirá-la para dançar, Anne fechou os olhos com força e disse:

_ Parem! Eu não consigo...

Diana bufou irritada e deixou a tampa do piano cair sobre os teclados de propósito, provocando um som ensurdecedor e descompassado. Srta. Label veio na direção dos dois e parou na beirada do palco sustentando uma expressão séria:

_ Mas será possível!? Já é a quinta vez que repetimos isso! Qual foi o problema dessa vez!?

Anne segurou firme o papel com as falas e olhou a professora dizendo:

_ Desculpe. E desculpe-me você também Charlie, mas eu simplesmente não consigo entrar no personagem quando me encara assim. Sei que somos um par romântico, mas queria pedir que evitasse fixar o olhar em mim por tanto tempo e parar de segurar minhas mãos por mais de dez segundos.

Ele olhou para os próprios pés extremamente envergonhado, e Anne sentiu pena se condenando por talvez ter falado demais. Por outro lado, Charlie tinha consciência que estava exagerando, e por mais que seus sentidos o traissem em cada cena, ou a cada oportunidade, sua razão dizia que era hora de parar de dar tão na cara sobre seus sentimentos.

Forçando um sorriso respondeu:

_ Perdão. Vou tentar fazer diferente.

Srta. Label balançou a cabeça e bateu a sua inseparável bengala no chão:

_ Tudo bem, por hoje chega! No próximo ensaio quero ver mais entrega, mais dedicação, estão bons, mas o bom não é perfeito.

Assim que ela saiu os alunos enfim se dispersaram.

Todas as sextas quando pegava o trem de volta a Avonlea, para Gilbert era como um ato nostálgico e agradável do qual não se cansaria de repetir. A satisfação de chegar era uma experiência corriqueira e única. Des de que virou médico estagiário no hospital filantrópico da faculdade, se deparou com inúmeras realidades de um local de trabalho real. Por ser uma instituição voluntária, os quartos e leitos viviam sempre lotados, e praticamente a comunidade inteira local procurava o mesmo lugar, em grande peso as famílias mais humildes que não tinham condições de pagar por um médico.

Quase nunca havia material o suficiente para atender a todos, e por vezes notou com certa revolta, que era preciso deixar de atender algumas pessoas para que outras pudessem sobreviver. Lhe eram permitidas tarefas pequenas, mas toda vez que trocava um curativo, media a pressão de alguém, ou acompanhava a recuperação ou evolução de um caso, por mais simples que fosse, se sentia útil e capaz.

Por outro lado, descobriu que os organismos eram mutáveis, e no mesmo dia que um paciente tinha melhora poderia rapidamente vir a ter uma recaída na mesma noite e levar seu trabalho por água a baixo. As únicas coisas que não mudavam e jamais iriam mudar, estavam alí, Avonlea que agora podia ser vista de longe da janela do seu vagão, e eles, seus amigos.

Salvo Dominic que morava em Charlotte Tow, Juddy e Jasper tinham avós em Avonlea, e por mais que a faculdade fosse financiada pelos seus pais (exímios químicos que trabalhavam para uma grande empresa na capital), passaram boa parte da infância correndo pelos cantos da imensa (e rica) fazenda dos avós paternos. Onde aprenderam a chamar de lar também.

Gilbert olhou para o lado divertindo-se com a cena, Jasper adorava implicar com a irmã, agora ele criticava a maquete do sistema digestivo que Juddy construiu com tanta dedicação, dizendo que se assemelhava as vísceras do resto de um açougue.

A menina fez um biquinho e tirou as delicadas luvinhas pondo sua maquete no suporte de volta para bagagens, com o exímio cuidado para que não desmontasse com o balançar dos trilhos:

_ Meu estômago não ficou parecido com uma batata amassada. E rins podres estão o seu nariz Jasper. Minha maquete ficou boa não é Gilbert?

Ele sorriu e observou Juddy sentar na sua frente com os olhos verdes brilhando em expectativa:

_ Sua representação do intestino delgado ficou invejável.

_ Está falando sério?

_ Estou.

Ela deu um gritinho de empolgação e bateu palmas, para então dizer satisfeita;

_ Eu sabia!

Gilbert riu dos modos da moça e Jasper revirou os olhos comentando;

_ É a primeira mulher que vejo preferir um elogio a representação do intestino a um sobre o cabelo ou a pele sabia? 

_ Não sou qualquer mulher!

Juddy deu a língua e virou o rosto na direção da janela. Jasper voltou o olhar para as suas anotações murmurando:

_ Grande diferença, todas são estranhas mesmo...

Gilbert ficou olhando os dois por algum tempo, tentando entender como era a ligação ou o vínculo de uma relação de irmãos. Inconsientemente Juddy e Jasper agora estavam na mesma posição em lados opostos do banco com as faces apoiadas nas mãos. Aqueles dois eram o grito da genética um do outro, ter um irmão gêmeo deveria ser como ter uma metade sua sobre o qual você não tinha controle solta pelo mundo.

Gilbert não teve o prazer de ter irmãos e foi uma criança solitária na sua rara posição de filho único. Segundo seu falecido pai, a sua mãe não podia ter mais filhos pois a sua primeira gravidez foi arriscada e por pouco ele não veio ao mundo.

Para a sua insatisfação, pois mesmo sendo um deles considerava que crianças sem irmãos cresciam mimadas. Qual não foi sua surpresa ao conhecer Anne? Sem irmãos, sem pais ou qualquer um que a mimasse por o que quer que fosse.

Balançou suas opiniões mais profundas e continuava assim até hoje, com seu jeito alegre, doce e independente.  Anne era única de todas as maneiras que Gilbert podia contar, estava ansioso para chegar e vê-la na manhã de sábado.

Os estudantes do Queen's pegavam sempre os primeiros trens da madrugada para chegar a Avonlea pela manhã. Ele não concordava cem por cento com o horário, imaginar Anne e suas amigas sozinhas pegando um vagão nós túneis da estação escura as quatro pontualmente quando o sol não dava nem sinal, não era uma das ideias mais agradáveis.

Porém isso fugia do seu controle e ele seguia conformado. Imerso nos seus devaneios estava quase dormindo, quando o trem parou bruscamente jogando seus livros no chão, Gilbert resmungou e se abaixou para apanha-los. Penteou os cabelos escuros com a ponta dos dedos e se aprontou para descer.

Já do lado de fora, Juddy e Jasper o observavam descer com sorrisos debochados:

_ Eu conheço essa cara.

Ela comprimia os lábios vermelhos segurando um riso escarninho. Jasper ergueu uma sobrancelha completando o raciocínio sob o olhar tímido de Gilbert:

_ Estava pensando na Anne, claro.

Não negou, não tinha como, vencido rebateu:

_ Um dia você ainda vai gostar de alguém meu amigo. Escreva isso.

Jasper riu como se tivesse escutado algo digno de humor, e por fim o jovem respondeu:

_ Comigo não. O amor é uma perda de tempo, com todo o respeito a quem o vivência. Só não tenho tempo e paciência para coisas assim.

Juddy equilibrou a maquete com uma mão e jogou os cabelos para trás pondo a tira de couro com os livros no ombro:

_ Se diz isso é por que já gosta de alguém.

_ Fique quieta. Ou devo lembrar que nossos pais querem casa-la o mais rápido possível?

O sorriso provocador, se transformou em um irônico quando ela disse com firmeza:

_ Quero ver tentarem. Já disse ao papai que enquanto eu não tiver o diploma em mãos ele pode dar adeus a essa idéia.

O diálogo continuou o caminho todo até que Gilbert se despedisse dos seus amigos e estes tomassem direções opostas. Alí começava oficialmente o fim de semana.

Naquela mesma manhã do outro lado de Avonlea alguém também chegava. Uma moça vestida elegantemente no vestido mais caro jamais possuído por nenhuma outra por alí, desceu da carruagem. Abotoou seu xale com o delicado feixe de pérola, recusou a ajuda do cocheiro da carruagem para abrir o portão e suspirou.

Até o ar alí era diferente, notou assim que pisou por aquelas bandas de novo. Já sozinha, olhou o portão a sua frente sem coragem de avisar que havia chegado, com o coração aos pulos, escutou pela primeira vez naquele dia um grito familiar. Outrora acharia irritante, mas foi inevitável não sorrir:

_ Josie!!

_ Jane!!

A outra moça fechou sua sombrinha vindo diretamente na sua direção. Josie notou com um certo desgosto que como sempre sua amiga não havia perdido o gosto por roupas amarelas e tons pastéis.

Se abraçaram, já separadas Jane segurou suas mãos e disse;

_ Mal posso acreditar que tenha voltado Josie! 

_ Eu também não, tenha certeza disso.

Não era mentira, ao pensar que reencontraria sua família tinha vontade de fazer o caminho todo de volta imediatamente. Por fim tocou o sino, uma pequena campainha de bronze na porta da luxuosa residência e falou;

_ Bom, vamos entrar, espero que esteja com tempo livre para me contar tudo o que eu perdi nesse meio tempo longe de Avonlea.





Notas Finais


Entra em revisão mais tarde.
Ela VOLTOU, a vilã que eu amo odiar, estava ansiosa pra escrever sobre ela também. No próximo capítulo eu volto com as perspectivas da Kakweet e outros personagens. Autora sonolenta kkkkkkk. Espero que tenham gostado, comentem se quiserem e até o próximo ❤️ fui , já não tô falando com coerência. (. ;---;. )


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