1. Spirit Fanfics >
  2. Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) >
  3. Capítulo 89

História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 89


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Minha inspiração não anda a mesma e acho que vocês notaram isso nos últimos capítulos. Acho que ela está voltando ao normal, pois consegui planejar esse de um jeitinho mais agradável. Espero que gostem e que tenha ficado bom. Boa leitura a todos.💕🌌

Capítulo 89 - Capítulo 89


_ E então ele saiu porta a fora correndo para vomitar no corredor.

Anne se curvou para frente de tanto rir depois do relato. Gilbert ficou vermelho até as orelhas e concluiu que talvez Dominic fosse uma espécie de amigo tóxico, e por um segundo desejou esgana-lo. Constrangido, levantou as mãos em defesa:

_ Eu não sabia que a aula prática para verificar a causa da morte ia ser com cadáveres de verdade.

Dominic alcançou o relógio de bolso jogado em cima do casaco sobre a cadeira e verificou o horário, dizendo:

_ Não o culpo, realmente é a parte nojenta do curso. Mas eram só uns mortinhos Blythe. 

Prissy lhe deu um gole na bebida e murmurou:

_ Vocês são loucos.

Anne estendeu a mão sobre a mesa e enlaçou seus dedos com os de Gilbert:

_ Vamos pedir a conta?

Ele devolveu o olhar e seu polegar traçou uma carícia da palma ao início do pulso. Ela piscou algumas vezes antes de escuta-lo responder:

_ Claro.

Seu tom era baixo e grave, por alguns segundos as mesas em volta pareceram sumir dentro dos olhos castanhos e enevoados dele. Anne voltou a si quando o garçom se aproximou da mesa com os quatro jovens e escreveu a conta.

Os rapazes quiseram pagar pela comida, mas no fim tudo foi dividido em partes iguais com o auxílio de Prissy que tinha um dom nato em caucular valores de modo rápido. 

Os casais saíram, apanharam seus chapéus e casacos e deixaram o local para seguirem pelas ruas frias diante de um céu azul que fazia um contraste interessante com a neve nos luxuosos telhados e varandas da capital. Infelizmente elas teriam de ir embora antes do fim do dia e preferiam não pegar o trem ao anoitecer. Então Prissy e Dominic decidiram visitar a grande capela antes de irem para a estação.

Ao chegar na terceira esquina eles se despediram amistosamente, deixando finalmente Anne e Gilbert a sós. Antes que pudessem dizer algo um ao outro os gestos e a linguagem corporal tomaram a frente.

Se beijando de modo apressado e intenso no beco vazio longe dos olhares de qualquer um, esbarraram na lateral de uma carroça deixada ali. E Anne riu dos modos desajeitados. Embora tivessem certa prática, e os toques não fossem de todo "agressivos" sempre tinham de ter cuidado para que toda aquela "animação"  hormonal, não destruísse patrimônios alheios.

Depois de brevemente desgrudar seus lábios, Gilbert a puxou pela mão. Começaram a correr feito crianças, e ela perguntou curiosa:

_ Onde estamos indo?

_ Você já vai ver. Confie em mim.

Deu uma piscadinha travessa. Anne sorriu e respondeu:

_Eu confio só...

Derrepente , ficou muda de imediato.

_ Chegamos.

Seu tom era satisfeito ao anunciar isso. E ela logo entendeu o por que, haviam chegado a uma ponte que cortava os dois lados mais elevados da cidade , deveriam estar no ponto mais alto era uma visão encantadora que transformava os trabalhadores vistos de cima em pequenas formiguinhas indo e vindo incansavelmente. Daquele ponto se podia captar uma imensa beleza, ainda em certo extase Anne se virou maravilhada:

_ Isso é lindo Gilbert. Como encontrou essa vista?

Ele se aproximou e a abraçou por trás. Ela segurou suas mãos sobre as dele e intensificou o contato, em seguida, o escutou explicar :

_ Sempre passo aqui quando volto para casa, mas nunca tenho tempo de parar para ver. Então resolvi fazer isso com você.

_ Tenha a certeza que eu adorei!

Ficaram ali ainda algum tempo, o vento batia em uma brisa suave anunciando a geada que viria ao fim da noite, levantando seus cabelos e esfriando seus rostos. Gilbert estava em silêncio, e hora ou outra a segurava mais firme contra o corpo como se temesse que ela fosse desaparecer a qualquer momento, ou simplesmente uma tentativa de buscar conforto. Anne notou e atraindo a atenção dele perguntou:

_ Gil, está tudo bem? 

_ Sim.

Respondeu um tanto cauteloso e assutado por talvez ter deixado transparecer algo involuntariamente. Anne se encostou mais a ele e o olhou um pouco desconfiada:

_ Tem certeza?

Nesse momento Gilbert ficou indeciso. Pensou em contar sobre o caso difícil que estava enfrentando no hospital, como ele relacionava aquela situação com a sua própria história de vida inconsientemente levando aquilo a um nível pessoal. Como vinha perdendo o sono pensando que deveria se esforçar mais para achar uma solução ou mais de uma saída. Mas achou injusto levar problemas de natureza médica ou acadêmica para Anne. Já tinham um tempo tão escasso juntos que considerava uma perda gastar essas horas com desabafos ou assuntos pesados. 

Por isso reunindo toda a firmeza que conseguiu no seu tom de voz respondeu:

_ Sim. Tenho certeza.

Aquela tarde livre no Queen's foi relativamente calma para Diana. Ela não saiu e preferiu somente aquele dia gastar suas horas lendo ou tocando piano como a muito tempo não fazia.

Enquanto mudava as páginas da partitura, as lembranças do último fim de semana prolongado em Avonlea lhe provocaram um ardor nas faces. Uma vergonha atrasada por atitudes que momentaneamente não teve medo de cometer.

Jerry lhe pegou em um estado um tanto deplorável, e foi um verdadeiro cavalheiro, de fato ninguém mais cuidaria dela tão bem. Mas o ponto alto da noite sem dúvidas foi quando tentou ir a diante com ele, o seu bom senso estava desligado naquele momento, a verdade era que Diana Barry sempre foi levada a agir como uma garota exemplar, e viver sob regras curiosamente é o que impulsiona as pessoas a as quebrarem. Ignorar os limites era quase uma tentação que a acompanhava vinte e quatro horas, mas quando estava com Jerry não era a mesma e esses limites ficavam invisíveis. Ela podia se permitir a tentação de ser comum.

Fosse quando riam alto de alguma coisa, quando se beijavam como se não houvesse amanhã ou quando comiam sem qualquer guardanapo e lambiam os dedos sujos de sobremesa nos pequeniques, até quando passavam do horário juntos nas ruas de Avonlea.

Se jogavam na grama com Mine May e brincavam por horas com os irmãos Baynard. Nesses momentos Diana era ela mesma, jovem sonhadora e sem cobranças. Quando se sentou na penumbra do seu quarto aquela noite e o olhou, pensou que precisava se sentir assim de novo, para apagar a sensação de que talvez estivesse sendo nociva ou causando mal indiretamente para alguém que amava.

Assim de modo tímido e inexperiente tentou pela primeira vez sem nenhum pudor que a sobriedade pudesse impedir, tocar Jerry de modo mais ousado. Sentiu liberdade o suficiente para isso sem se preocupar com o que estava fazendo, e quando ele se afastou mil coisas passaram pela sua cabeça.

A primeira delas foi a sensação de estar fazendo um papel ridículo, a segunda foi a constatação de que talvez Jerry já tivesse estado com alguma moça antes dela no meio tempo em que estiveram separados antes que ela ingressase na faculdade, e se desse conta dos seus sentimentos por ele.

Esse pensamento a encheu de insegurança e a certeza de que realmente havia feito tudo errado ou tinha se saído tão desengonçada que a qualquer momento Jerry riria dela. Chorou não por se sentir rejeitada, mas por não saber o que ele pensava agora, se lhe achava uma libertina ou uma maluca por ter o "atacado" enquanto seus pais dormiam no quarto ao lado.

Pacientemente ele lhe fez ver as coisas sobre outro ponto de vista, e lhe explicou que aquilo deveria acontecer com ambas as pessoas conscientes do que estavam fazendo e do que queriam, para que fosse prazeroso de verdade e não gerasse arrependimentos. Fora o desejo de que tudo fosse feito do jeito certo, a parte romântica e sensata de Diana foi despertada naquele momento a lembrando da vontade antiga de se entregar por completo somente quando tivesse uma linda aliança no dedo.

A sombra e possibilidade de um futuro feliz e sólido fez com que dormisse e tivesse os melhores sonhos em relação a isso.

Agora alí mais contente do que nunca, tentava acertar o arranjo de uma sinfonia que não tirava dos teclados a um certo tempo. Por ser uma das primeiras que aprendeu muito nova, era difícil lembrar as notas.

Foi interrompida por uma batida na porta. Sem se virar disse:

_ Entre!

Rubby não entrou, apenas abriu a porta pondo a cabeça para dentro e chamou:

_ Diana?

_ Sim Rubby, pode falar.

Respondeu calmamente.

_ Estão te chamando na diretoria do campus.

_ Ok diga que não demoro. Muito obrigada.

_ De nada.

A outra sorriu e desapareceu por onde surgiu. Diana se levantou intrigada, não imaginava o motivo do chamado mas preferiu averiguar. Fechou seus livros e a tampa do piano de cauda. Segurou as barras do vestido e deixou o quarto.

Chegando na diretoria foi recebida por uma mulher idosa , provavelmente a secretária responsável por dar recados aos alunos. Ela se virou assim que a viu e disse num tom simpático:

_ Diana Barry?

_ A própria.

_ Sente-se querida.

Ela obedeceu e se acomodou na cadeira de frente para a mesa. A mulher ocupou o outro lado e estendeu uma pasta preta dizendo:

_ Chegou a sua carta de transferência para o colégio interno de moças  em Kingston.

_ Do que está falando?

Diana franziu as sobrancelhas confusa. A outra fez uma expressão igualmente intrigada:

_ Pensei que já soubesse.

_ Do que?

_ Seus pais enviaram um pedido para que terminasse seus estudos e transferissemos seus currículo acadêmico a um colégio especializado na educação de moças em Kingston. 

Aquele timbre sombrio e intimidador ela conhecia bem. Sr. Byron possuía uma aura inconfundível. Kakweet observou o garoto correr e os olhos do homem se cravarem em si enquanto um sorriso escarninho surgia na face encovada e envelhecida pelo uso excessivo do tabaco. 

Estava acompanhado da freira que saiu a pouco. Ela olhava de Kakweet para Sr. Bayron com uma expressão curiosa. Até que o odioso homem dissesse :

_ Temos uma invasora irmã Margaret. Peça para levá-la a minha sala.

A mulher obedeceu e sumiu de vista. Ficaram somente os dois, Kakweet em um silêncio sepulcral, e ele continuou:

_ Parece que a sorte finalmente veio ao meu favor não é? Na minha opinião eu deveria dizimar todos os idiotas do seu convívio. Mas não foi necessário, sua imprudência e burrice te trouxe de volta ao lugar certo. De onde você jamais deveria ter saído.

Ela engoliu em seco e deu dois passos para trás recuando. Olhou em volta e nem sinal do canivete, estava realmente indefesa. Antes que pudesse correr, virou de costas e deu de cara com dois homens vestidos como viajantes ou trabalhadores do campo. Truculentos altos e inexpressivos como estatuetas de pedra, fecharam as mãos calejadas em torno dos seus braços.

Kakweet se debateu o quanto pode e foi capaz de distribuir cotoveladas sem precisão que de nada adiantaram. Sem ar o suficiente para lutar mais viu Sr. Bayron caminhar na sua direção com um olhar superior que lhe fez ter vontade de alcançar e desfigurar seu rosto:

_ Já sabem onde a deixar. Levem.

Assim foi arrastada para dentro do casarão, por onde passou viu rostos jovens e infelizes sujos que a olhavam como se fosse uma atração, os olhos grandes e brilhantes bisbilhotavam em cantos escuros e ninguém se atrevia a dizer uma palavra. O que aquela estranha teria feito para receber um castigo? Escutou o som de choros infantis ecoarem nos outros cômodos pobres e insalubres e fechou os olhos preferindo pensar que aquilo era um pesadelo que ganhou forma e poderia acordar dele assim que desejasse.

Pararam diante de um corredor vazio , talvez o mais limpo dali. No fim dele havia uma porta de madeira vermelha, que foi abrida por um dos homens sem a menor cerimônia. A jogaram lá dentro e ela aproveitou a oportunidade para se livrar do toque nojento com um olhar de despezo. Só não teve tempo de cuspir pois a porta foi fechada novamente num estrondo e se viu sozinha no que parecia ser um escritório.

Provavelmente não o que continha informações importantes. Sr. Bayron não seria idiota a ponto de deixá-la sozinha em um lugar cheio de documentos sobre as suas falcatruas se não tivesse certeza que ela estaria bem presa. Contudo o lugar parecia ser a sala dele , reconheceu pelo gosto ridículo da decoração mesmo através do escuro que lhe ardia os olhos.

Quem mais teria o prazer sádico de colecionar carcaças de animais exóticos empalados e entalhados pelas estantes? Ou peles de leopardo enfeitando as paredes como quadros? Mas sem dúvidas o auge do macabro era o pobre alce com os olhos mortos a encarando de um suporte firmemente preso na parede ao lado da janela.

Seus chifres lançavam uma sombra assustadora no chão e nas cortinas. Em um acesso de raiva de si mesma, Kakweet pegou um vaso e arremessou com toda força no chão para dar vazão a frustração que a acometeu.

Se encostou na estante e deslizou até cair sentada sobre os cacos brancos, inibindo a vontade de gritar. Olhou pela janela e viu o entardecer levar suas esperanças embora, trazendo o início do que seria, provavelmente, uma longa noite.










Notas Finais


Espero que tenham gostado ❤️ até o próximo e perdão pelos erros de português e coerência. Entra em revisão.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...