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História Antiga Paixão - Fraudes


Escrita por: JonB

Notas do Autor


Hello Everyone!
Bom... Fiz algumas mudanças na fic.
1: Mudei a capa para uma criada pela @Melici, e fico show! (Queria saber fazer capas 😥) Todo o crédito para ela.
2: Mudei a sinopse para uma um pouco mais resumida e direta por causa de um feedback que recebi.
3: Mudei algumas pequenas incoerências no Naruto que encontrei nos três primeiros capítulos, coisa pequena, mas que não altera nada no enredo e só estou avisando para caso alguém acabe relendo a fic do começo.

Só isso, boa leitura!

Capítulo 14 - Fraudes


Fanfic / Fanfiction Antiga Paixão - Fraudes

Antiga Paixão

Capitulo XIV

Fraudes

 

 Konohamaru apressou-se desviando das pessoas em seus habituais trajes formais na firma. Ao tentar passar entre um homem e mulher ele acabou amassando um pouco a folha que tinha em mãos, mas não havia problemas. Passou em frente à sala de reuniões onde pôde ver pela parede de vidro transparente, Naruto sentado entre Itachi e Sasuke, todos concentrados no discurso de um dos agentes do departamento federal que estava em pé em frente à um telão com gráficos. 

Atrás deles, pela janela percebeu que o sol já tinha se posto, e o céu estava escuro. 

Ele entrou no elevador e verificou no horário, eram 18:46. Tinha tempo ainda de encontrar Udon na ala de TI. Possuía algumas informações curiosas sobre Kano, o paciente, que era filho do cliente de Naruto. 

Seus dedos batiam contra a coxa num ritmo frenético, estava instigado a investigar mais, e sabia que havia coisas encobertas que muito bem de nada poderiam servir para o caso, porém Konohamaru tinha um defeito ou qualidade dependendo do ponto de vista, que era ser viciado em descobrir as coisas e quanto mais escondidas eram, mas tentado ele ficava, mesmo que sua preguiça as vezes fosse grande.

Isso se remetia ao seu passado com o tio.

Asuma Sarutobi era um homem apaixonado por jogos, inclusive os de tabuleiro. Konohamaru e ele tinham um predileto que consistia em encontrar pistas até o assassino. Seu tio sempre apostava em quem descobriria primeiro, e não importava o quanto quisesse vencer a aposta, o que realmente valia a pena era a adrenalina mental que sentia cada vez que encontrava uma pista. Se Asuma não tivesse morrido Konohamaru seria hoje um policial investigativo, assim como ele foi, porém a morte dele foi tão traumatizante para toda sua família que a mesma rogou para que Konohamaru seguisse outro ramo e Direito foi o escolhido.

O elevador se abriu e Konohamaru saiu apressado tomando precauções para não tocar ou derrubar o copo de Milkshake, que segura na outra mão, em nada naquela parte da firma. A ala de TI era médiana em relação a outras partes do prédio, porém sem dúvida era a mais chamativa e tecnológica com o Data Center concentrando os sistemas operacionais e servidores de toda a firma em enormes racks negros em volta do recinto, preenchidos com dispositivos que possuíam centenas de mini luzes azuis piscando.

Konohamaru passou entre os funcionários que se vestiam mais casualmente usando jeans e camisetas. Alguns deles curvados, analisando os dispositivos e anotando coisas em pranchetas que Konohamaru não fazia ideia do que poderia ser. Ele enxergou ao fundo a sala de Udon, assim como todas na firma ela tinha paredes de vidro transparente e o amigo conseguiu notar sua chegada o acompanhando com o olhar. 

Konohamaru entrou na sala e foi recebido com uma ignorada de Udon ao continuar focado no computador à sua frente.

- Olha o que acabei de comprar e trouxe para você - falou Konohamaru depositando o Milkshake na mesa, bem a vista de Udon. O amigo usou o dedo indicador para ajeitar seu óculos sem dar atenção. - Leite desnatado, chocolate branco com amendoim… - Udon apenas moveu o olhar de soslaio para a bebida. - E morango. - completou atraindo agora toda a atenção de Udon que girou sua cadeira para o lado ficando de frente para Konohamaru.

- Eu sei que quer algo, então diga logo - disse o amigo. Udon possuí cabelos castanhos curtos e olhos escuros cobertos pelo óculos. Sua feição na maioria das vezes é de total desdém, exatamente como agora ao chupar o líquido através do canudo.

- Preciso que cometa um crime - disparou sem rodeios, não se surpreendendo com a total neutralidade na expressão de Udon. - Um crime que ninguém nessa firma consegue fazer há não ser você.

- Está falando de Hackear, não é?

- Exato.

- Hackear o que?

Konohamaru esticou o braço dando o papel.

- São endereços eletrônicos de uma filial à empresa de um dos clientes da firma - apontou e depois pôs as mãos na cintura afastando o terno para trás.

Udon franziu o cenho.

- E porque quer hackear logo um dos seus clientes?

- É para um caso do Naruto - respondeu e viu Udon lhe olhar com uma sobrancelha erguida.

- Naruto-san? Naruto Uzumaki? - indagou em tom levemente entusiasmado.

- Obviamente.

Udon desviou o olhar vago para o chão.

- Eu queria ser aquele cara - confessou solene voltando a boca para o canudo e Konohamaru balançou a cabeça entediado.

- Escute, preciso acessar esses endereços eletrônicos para saber mais sobre essa empresa filial, encontrei registros oficiais que não batem com os da empresa sede.

Udon passou os olhos pelas linhas repletas de caracteres formando códigos.

- Isso demorará bastante tempo - revelou recostando na cadeira ainda focado no papel.

- Quanto mais ou menos? - indagou receoso de que fosse algo de dias.

- A madrugada inteira - respondeu lhe encarando e surpreendendo Konohamaru. - Provavelmente terminamos as quatro da manhã.

- Certo! Pensei que demoraria muito mais.

Udon torceu os lábios em desdenho.

- Não subestime as minhas habilidades - advertiu ajeitando o óculos.

Konohamaru apenas soltou um ruído em concordância.

- Então não há problemas, vamos fazer isso - disse puxando uma cadeira e sentando-se de frente para Udon.

Mas o amigo virou a cadeira encaixando-a na mesa e passou a fazer o que antes fazia de melhor que era mexer num programa com tabelas numéricas.

- Não há para você, mas para mim é diferente - murmurou Udon.

- Porque?!

- Tenho um compromisso - respondeu em tom de desdém.

- Que compromisso Udon, você mal sai de casa! - disse Konohamaru repousando os cotovelos no braço da cadeira de Udon.

- Clube de livros da minha mãe - informou o amigo digitando.

Konohamaru respirou fundo segurando sua paciência para não explodir. O som irritante de Udon chupando o Milkshake pelo canudo só piorou a situação.

- Udon, você já é um adulto! - falou cutucando o ombro dele. - Não têm que ir em todos esses encontros! - repreendeu.

- Mamãe é muito sentimental, Konohamaru - retrucou Udon dando de ombros. - Ficará arrasada se eu não for.

O advogado esfregou a mão pelo rosto impaciente. Não entendia como pôde fazer amizade com Udon, ele era uma das pessoas mais complicadas de se lidar, repleto de manias tediosas e ego que facilmente poderia ser ferido.

- Escute! Eu fico te devendo uma, qualquer coisa! - conversou dando ênfase na voz para convencer Udon.

O amigo lhe olhou de soslaio como ponderando.

- Qualquer coisa? - perguntou balançado.

- Qualquer coisa! - enfatizou Konohamaru erguendo as sobrancelhas.

Udon novamente virou a cadeira de lado ficando de frente para o advogado associado. Ele franziu o cenho pensativo movendo a mandíbula.

- Eu vi que você é bem próximo da assistente jurídica, a Moegi… - Konohamaru já temia qual seria o final daquela frase. - Quero que me arranje um encontro com ela.

Konohamaru praguejou mentalmente. "De tantas coisas para ele me pedir, ele pede isso!".

Suspirou e negou o pedido.

- Isso não posso.

- Você disse qualquer coisa - retrucou Udon cutucando a coxa de Konohamaru. O mesmo mordeu o lábio hesitando em revelar que ele e Moegi já estavam saindo, na verdade já tinham até se beijado e tinha certeza que o próximo passo era apenas pedi-la em namoro.

- Escute, eu e ela estamos… - a voz falhou. Sabia que ao contar toda a firma descobriria sobre eles, e não era o que queriam. Ele e Moegi queriam tudo em secreto por enquanto, para não atrair holofotes já que trabalham praticamente juntos.

- Estão o que? - insistiu Udon cerrando o olhar.

Konohamaru bufou.

- Estamos saindo já. - revelou. - Tipo casal, entende?

A feição de Udon voltou a ficar neutra e consequentemente voltou também a encaixar a cadeira na mesa ignorando Konohamaru.

- Bom… desejo sorte em conseguir outro hacker - disse ele digitando.

Konohamaru agora mordeu o lábio em irritação. Parecia estar conversando com uma criança mimada.

- Udon, somos amigos! Lembre-se disso!

- Não a tempo suficiente para que eu cometa um crime por você.

Konohamaru suspirou pensando em como convencer Udon a cooperar.

Se perguntou o que Naruto faria.

"Quando a vida não lhe der mais opções, é porque chegou a hora de criar as suas", tinha tido Naruto uma vez para ele. Konohamaru vagou o olhar pela sala semelhante as de informática da universidade e viu um quadro com uma fotografia de Udon todo orgulhoso com o prédio da firma se estendendo atrás de si.

Aquilo lhe deu uma ideia, já que Udon era o tipo de pessoa que almejava ser visto, ser reconhecido com os holofotes sobre si.

- Udon? - chamou, atraindo apenas o olhar de soslaio dele. - Todo o mês acontece um encontro entre os sócios da firma - revelou gesticulando. - Comparecem grandes homens e mulheres do ramo empresarial em geral, inclusive o Itachi-san, Sasuke-san e Naruto - apesar do rosto de Udon não demostrar nada, seus olhos começavam a brilhar. - Eu fui apenas uma vez, Naruto me levou por ser seu advogado associado, mas se você me ajudar eu consigo fazer que ele te leve em meu lugar na próxima vez - sugeriu apontando para si. - Imagine! Estará sentado junto dos enormes tubarões brancos do mundo empresarial, homens poderosos e importantes. E até posso conseguir que tire uma foto junto de Naruto e Sasuke-san, dois dos maiores advogados de Konoha - Konohamaru colocou ênfase no final e finalmente Udon teve reação, e foi a de um sonhador provavelmente imaginando a cena. - Imagine como sua mãe ficará orgulhosa de você, ela com certeza fará dois quadros, um para por em sua casa e outra para por aqui na sua sala - gesticulou em volta. - O que me diz? - perguntou numa feição sugestiva.

Udon olhou para trás, onde ficava justamente a fotografia dele em frente à firma.

- Feito! - concordou ele.

- Ótimo!!

- Agora quero que assine isso - avisou Udon puxando uma folha da gaveta em sua mesa. - Um documento que assinará testificando a total garantia de que você, e apenas você, está me ameaçando para fazer isso, ou seja, hackear em seu nome.

- Você já tem um documento desse pronto?! - perguntou Konohamaru surpreso analisando o papel.

- Você não é o primeiro a me pedir para hackear, Konohamaru - informou Udon em desdém.

- Que seja. - assinou o documento. - Pronto! Vamos começar!

- Agora vá comprar comida.

- Para quê?!

- Vamos ficar aqui a noite toda, tenho cara de quem faz dieta?

Konohamaru suspirou.

- Ok, já volto!

- Estou esperando. Não se esqueça dos energéticos! Vamos precisar!

 

 

***

 

 

O gosto forte de cafeína misturada com caramelo inundava a boca de Naruto lhe fazendo deleitar com o líquido descendo pela garganta.

O fundo musical harmonioso suave do elevador parou e as portas se abriram. Naruto caminhou-se para fora, e como em toda vez que chegava a firma ele acenou para Kazue ao passar em frente ao seu escritório, ato que o homem sempre retribuía com um sorriso genuíno.

Enquanto andava confiante com uma das mãos no bolso, terminando de tomar seu capuccino com caramelo, seu sabor favorito, ele analisava tudo ao redor. Notou em si olhares disfarçados de soslaio ou por cima dos computadores das assistentes e secretárias, o que já estava acostumado; observou o transitar apressado de alguns e duros de outros carregando documentos, grampeadores e pastas em volta dos guichês administrativos minúsculos que Konohamaru carinhosamente chamava de cubículos.

Deu a volta neles no corredor interior que era flanqueado à esquerda por escritórios, até que enxergou o seu próprio escritório ao fundo, na esquina do corredor. O seu e de Sasuke ao lado obviamente eram os maiores, perdiam apenas para o de Itachi.

- Naruto - chamou sua secretária se aproximando. - Konohamaru já veio aqui umas duas vezes - informou ela parada em sua frente com meia dúzia de pastas deitadas em seus braços. Seu nome era Hanna, uma moça muito organizada e dedicada, de uma voz e olhar quase robótico de tão profissional.

- Deixe me adivinhar, ele me ligou... - supôs puxando o celular do bolso, e realmente havia duas ligações perdidas sinalizadas do associado no ecrã do aparelho. - Mande ele vim.

A secretária assentiu com seu cabelo loiro preso num coque bem arrumado. Ela girou os calcanhares e Naruto notou que ela agora tinha mechas rosadas nas pontas.

O loiro a seguiu e foi impossível não ter em mente a dona de cabelos rosas que morava em frente ao seu apê. Sakura, que ele sabia estar no hospital aquele momento, pediu que ele ligasse assim que mandasse Konohamaru até lá.

- Gostei das mechas rosadas - elogiou e ela o olhou com seu óculos elegante preto por sobre o ombro, enquanto caminhavam.

- Obrigado, Naruto - agradeceu Hanna solene. O loiro riu por dentro, a secretária não era o tipo de muita conversa, mas vez ou outra dialogava amigávelmente, e quando assim fazia rendia boas brincadeiras entre os dois.

Hanna entrou em seu "cubículo" circular como chamava Konohamaru, que era maior que os administrativos e muito mais formal estando separado, ficando em frente ao escritório de Naruto.

Ela sentou-se centrada nos documentos à mesa, Naruto repousou os braços cruzados no parapeito de mármore e observou que tudo ali era organizado com fitas, adesivos e borrachas de cores diferentes, principalmente as pilhas de documentos.

- Sabia que eu tenho no meu bolso ingressos para uma peça de teatro muito famoso que estará se apresentando hoje em Konoha - comentou Naruto erguendo e atraindo apenas o olhar neutro da secretária.

- Que bom - disse ela apenas, voltando a atenção para seu computador.

Naruto pigarreou e mais uma vez atraiu o olhar dela enquanto o rosto continuava direcionado para o computador.

- Estava pensando que deve existir alguém aqui na firma que goste de teatro - disse numa voz sugestivo. - Alguém que trabalha tanto ao ponto de merecer um presente bom como esses ingressos - completou mostrando os ingressos entre os dedos.

Hanna vacilou o olhar quando Naruto pôs os ingressos sobre a mesa dela. Ela pegou os dois ingressos ajeitando com a outra mão o óculos.

- Como descobriu? - indagou ela erguendo uma das sobrancelhas.

Naruto lhe deu um singelo sorriso.

Hanna era uma amante incondicional de teatro e realmente quis lhe presentear, a moça sempre foi uma profissional de se dar orgulho e visada ao ponto de que frequentemente era pedida como moeda de aposta pelos colegas advogados de Naruto na firma.

Mas o loiro nunca aceitava por motivos óbvios, jamais deixaria uma profissional tão boa no que faz lhe escapar assim fácil. Por ele Hanna seria sua secretária enquanto vivesse trabalhando.

- Minha função é saber - respondeu piscando e a moça revirou os olhos - Lhe direi apenas isso.

- Eu sei que você sabe sobre meu aniversário porque perguntou a Nami - disse ela numa feição superior.

Naruto deu de ombros.

- Bom... Eu sabia que você sabia que eu sabia sobre seu aniversário e por isso nem precisei citar - retrucou gesticulando entre ela e ele. - Mas parabéns Hanna, você merece e aproveite hoje para sair mais cedo - um fino sorriso agradecido se formou nos lábios da secretária. - Não será legal chegar atrasada no teatro.

- Obrigado, Naruto - agradeceu ela balançando os ingressos rente ao rosto. - Levarei a Nami, ela estava querendo sair hoje.

O loiro deu um suave tapa no mármore e se afastou, porém voltou de ré com as mãos no bolso.

Ele abriu a boca para falar, mas ela já se antecipou.

- Não! - disse Hanna firme erguendo o dedo indicador e focada no computador.

- Mas nem lhe disse o que era! - disse Naruto risonho em tom indignado.

- Sei que vai tentar usar o fato de que me presenteou... - ela apontou para si. - Como meio de me fazer falar quem foi o empresário com que tive um caso na Itália, mas repito que não vou contar.

Naruto torceu os lábios frustado.

- Certo, vou apelar para Nami - argumentou Naruto.

- Pode pedir, ela não contará.

- Quem disse em pedir? Prefiro seduzir.

Hanna soltou um ruído de riso pelo nariz.

- Faça isso e eu espalho sua libertinagem com a senhorita Hyuuga no Clube.

- Como descobriu?! - perguntou franzindo o cenho perplexo.

Ela desviou o olhar para ele com uma das sobrancelhas erguidas em desafio.

- É minha função saber - retrucou ela imitando o tom de Naruto ao falar a mesma frase antes. O loiro riu e ela soltou um sorriso risonho. - Não deveria esquecer a minha linha no interfone ligada, acabo escutando tudo o que faz naquele escritório, e a sua conversa com seu amigo Kiba foi bem... - Hanna ergueu o dedo até os lábios ponderando a próxima palavra - Curiosa - completou ela.

Naruto pôs as mãos na cintura contrariado.

- Você é maléfica, Hanna.

Ela esticou presunçosa um pouco os lábios de lado.

Konohamaru entrou com exatos um minuto apôs Naruto sentar-se em sua cadeira. Ele estava apenas com camisa social azul escuro um pouco amassada, sem gravata e os cabelos notoriamente tinham sido penteados de qualquer jeito.

- Você não vai acreditar no que descobri sobre Kano! - anunciou ele sentando-se apressado à frente da mesa. As olheiras revelavam olhos meio avermelhados e vidrados.

- Bom dia para você também - ironizou gesticulando para ele prosseguir.

- Passei ontem o dia inteiro pesquisando sobre Kano, e a madrugada de hoje também, nisso eu talvez tenha cometido um crime por hackear informações particulares. - revelou o Sarutobi esfregando a lateral dos olhos.

- Deixe me adivinhar, você madrugou aqui na firma bebendo tanto energético ao ponto de enjoar na ala de TI com seu amigo Udon.

Konohamaru fez uma expressão de confuso.

- Como sabe sobre Udon?

- Como eu disse à Hanna - respondeu Naruto ligando o interfone do telefone para que ela escutasse do lado de fora em seu cubículo. - É minha função saber. - eles escutaram pelo aparelho Hanna resmungar com um ruído. - Agora não se preocupe, você é um advogado, é o que mais fazemos, não necessariamente hackeando, mas está incluso no pacote.

O Sarutobi assentiu umedecendo os lábios e esfregando as mãos na coxa numa respiração pesada.

- Está bem, Konohamaru? - perguntou Naruto estranhando o jeito do associado.

- Eu tomei energético demais e não consigo relaxar porque estou ansioso para lhe contar logo - respondeu ele num sorriso constrangido.

- Calma, me diga o que descobriu, mas faça aos poucos respirando devagar - aconselhou Naruto fazendo com as mãos gestos de calma.

Mais uma vez o Sarutobi assentiu acalmando sua respiração.

- Eu descobri que Kano têm alguns imóveis em seu próprio nome, um deles sendo um escritório e depósito em Tóquio - revelou ele vendo Naruto se acomodar na cadeira que rangeu para escutar. - Vasculhei entre os registros que temos deles e esses dois imóveis estavam rotulados como uma extensão para prestação de serviços afiliada a empresa do pai dele, o nosso cliente. O serviço emitido em nota é de consultoria empresarial, porém olha o que encontrei hackeando os arquivos particulares endereçados aos sócios pelos endereços eletrônicos - Konohamaru entregou uma pasta para Naruto, e o mesmo a abriu lendo seu interior.

Após alguns instantes Naruto rapidamente entendeu do que se tratava.

- É uma empresa fantasma - percebeu o loiro. - Não é consultoria empresarial - afirmou. - É passagem de pagamentos ilegais…

Konohamaru maneou a cabeça exasperado.

- Vindos de golpes eletrônicos e fraudes em geral - completou o associado.

Naruto esfregou os dois dedos pelo queixo pensativo.

- Se minhas suposições de que ele está de coplô com Katsuo forem verídicas, e se o que acabou de descobrir cair nas mãos do advogado de Shizune ele inverterá o processo - deduziu Naruto suspirando - Será contra nós.

- Exato! - concordou Konohamaru. - Mas não é só isso!

- Têm mais?

- Isso é apenas a ponta do iceberg, tem muita coisa a mais que eu não pude descobrir. Mas pelo que parece eles acreditam que a promotoria de Tóquio está desconfiando deles… - Konohamaru esticou o braço até a pasta na mesa e passou as páginas até a última. - O promotor que já está de olhos abertos é esse… - apontou em tom sugestivo no final da página e empurrou a pasta para Naruto.

O loiro soltou um ruído de riso pelo nariz ao ver o nome do promotor.

- Kakashi Hatake - leu em ênfase. - O velhote sempre com um faro aguçado para irregularidades.

Konohamaru descansou as costas pesadas na cadeira, sua cara não podia ser mais de cansaço como naquele instante.

- Eu não consegui parar, virei a madrugada tentando descobrir mais e mais. - confessou ele arrastando as mãos pelo rosto. - Seu mentor pode se tornar um problema sério para o nosso cliente - advertiu preocupado, a voz abafada pelas mãos.

Naruto assentiu inclinando o tronco para frente e repousando os braços na mesa encarando Konohamaru que retirou as mãos do rosto.

- Kakashi têm dois apelidos em Tóquio - informou erguendo os dois dedos. - Velhote e Lobo Branco - contou. - O primeiro apelido é por causa dos cabelos dele que são brancos, já o segundo é porque ficou conhecido por agir trabalhando nos casos como um lobo que quando têm um alvo não para até abate-lo e está apenas farejando Kano. - Naruto estralou o dedo. - Lhe asseguro que se já estivesse o caçando saberíamos.

Konohamaru coçou a nuca.

- Então o que faremos agora? - perguntou ele perdido.

- Quero que prepare tudo isso fazendo um relatório e monção para ser usado ainda hoje - respondeu juntando os documentos. - Não deixe esses arquivos caírem na mão de ninguém, nem mesmo da sua namoradinha - avisou vendo Konohamaru revirar os olhos. - Eu tenho alguns compromissos e reuniões até as 11:00, depois disso irei até o Departamento de Polícia.

- É sério que vai me entregar por hackear informações particulares para o nosso caso? - brincou Konohamaru.

- Não, irei me encontrar com meu pai, ele é delegado e com ele terei informações sobre Katsuo - revelou ligando seu notebook.

- Seu pai é delegado?!

- Sim.

- Nossa! Você advogado, ele delegado... Seu filho será o que? Um juiz? - perguntou Konohamaru brincando.

- Provavelmente - retrucou Naruto sorrindo. - Irei lá porque aquela tatuagem na mão dele não é apenas de enfeite, tenho certeza que aquele enfermeiro têm muito mais a querer esconder do que apenas uma ficha e podemos usar para fazê-lo confessar seja lá o que tenha feito ou acontecido com aquela ficha.

- Espera! - disse o associado parecendo ter descoberto algo. - Seu pai é Minato Namikaze? - indagou curioso.

- Sim, porque?

- Ele era o chefe de meu tio, Asuma - revelou Konohamaru.

- Era? Ele foi transferido? - perguntou Naruto inocente já mexendo no notebook.

- Não, ele foi morto numa investigação - contou com a voz baixa.

Naruto parou de mexer no notebook e desviou o olhar sentido para o associado.

- Sinto muito.

Konohamaru assentiu numa feição que indicava já estar acostumado em revelar para as pessoas sobre o tio.

- Bom… Vamos ao trabalho - disse ele se erguendo pesadamente.

Naruto massageou a mandíbula umedecendo os lábios.

- Ei! - chamou a atenção de Konohamaru. - Quando terminar de preparar a monção e o relatório descanse, se quiser pode se deitar ali no meu sofá por um tempo - sugeriu apontando para o novo móvel caro que tinha comprado recentemente, era muito elegante e de couro preto. - Hanna não deixará ninguém entrar, então pode ficar tranquilo. Preciso de você cem porcento para mais tarde.

- Certo, farei isso - concordou o Sarutobi se dirigindo para a porta, mas se virou coçando a nuca parecendo constrangido com algo. - Naruto? - chamou e o loiro ergueu o olhar para ele. - Você poderia inventar uma reunião qualquer com Itachi-san e Sasuke-san?

Naruto franziu o cenho.

- Porque?

- Eu meio que inventei que você e os sócios da firma se encontravam todo mês e disse para Udon que faria você leva-lo em meu lugar - respondeu Konohamaru num sorriso forçado.

O loiro o olhava descrente.

- Fez isso para que ele pudesse hackear?

- Sim.

- Você pensou naquela dica minha sobre criar suas próprias opções não foi? - indagou recebendo um maneio envergonhado e afirmativo de Konohamaru.

Naruto suspirou gesticulando com a mão em desdém e em seguida voltando a digitar no notebook.

- Eu invento qualquer coisa.

- E também tiraria uma foto junto dele com Sasuke-san? - continou Konohamaru numa voz cautelosa. Porém quando viu o olhar impaciente do Uzumaki ele tossiu hesitante limpando a garganta. - Deixe para lá, eu já vou indo!

- É bom - retrucou Naruto firme, e quando o associado saiu ele riu focado na tela do notebook.

Naruto fez e participou do que tinha na sua agenda e quando teve o seu tempo livre as onze ele partiu para o Departamento de Polícia de Konoha, a DPK.

Desceu do carro estacionado em frente ao Departamento. Abotuou apenas um botão do terno e de mãos no bolso ele caminhou vendo polícias entrando em uma viatura e dando partida com as sirenes ligadas. Naruto entrou pelas portas eletrônicas reforçadas que se abriram automaticamente quando passou e o ar frio do ar-condicionado lhe bateu no rosto.

Algumas pessoas sentadas na recepção lhe olharam curiosas, e Naruto tentou controlar sua indignação ao ver uma mulher com o olho roxo, facilmente deduziu que ela foi vítima de agressão doméstica, e sempre repudiou aquele tipo de violência. Se por ventura algum dia Sai tocasse em Ino daquela forma ele mataria aquele papel ambulante. 

Parou no balcão da recepção e perguntou pelo pai.

- Delegado Minato Namikaze, gostaria de falar com ele - informou para o rapaz que viu pelo crachá ter o nome de Kiha, atrás do balcão.

- Perdão senhor, mas ele está ocupado agora, posso lhe agendar para… - o rapaz foi interrompido por uma voz grave como trovão ao fundo.

- Naruto?!

O loiro sorriu ao ver o padrinho vindo em sua direção com um sorriso maior ainda, trajado com uma camisa verde amassada sem manga, short vermelho e sapatênis. Naruto fez uma nota mental de avisar ao padrinho para não aparecer daquele jeito na frente de Ino ou ela lhe daria uma bronca por se vestir tão mal.

- Vô!

Os dois se abraçaram por alguns instantes, a barba branca do mais velho roçando no pescoço de Naruto. Desfizeram o abraço com Jiraya segurando seus ombros.

- Olha só! Você todo engomado no estilo social, parece com seu pai quando usava terno apenas para conseguir conquistar sua mãe - comentou o padrinho lhe olhando de baixo para cima.

- Um belo terno têm o poder de deixar qualquer mulher apaixonada - disse Naruto. - E molhada. - completou piscando.

Jiraya soltou uma gargalhada estrondosa digna do mesmo, que Naruto, não tendo visão atrás de si, sabia que assustou as pessoas na recepção.

- Esse é de qual marca? - indagou Jiraya para si mesmo analisando o terno. - Kiton, uma marca italiana! Deixe me ver, custou três mil?

- Quase - respondeu alisando o terno. - Foi cinco mil convertidos em dólar.

- Eu conheço um alfaiate americano que está se mudando para cá, irá abrir mais uma filial aqui em Konoha e já o indiquei como advogado para ele.

- Quando ele chegar me avise, irei conhecê-lo - assegurou Naruto. - Agora, sei que você não tem muito pudor para se vestir, mas não deixe Ino lhe ver assim ou passará uma tarde bem chata com ela no shopping - comentou risonho apontando para as roupas do padrinho.

- Eu estava em casa entediado e resolvi perturbar seu pai - revelou Jiraya sorrindo e apontando para trás com o dedo polegar - Mas quem sabe eu apareça lá no hospital para ela me ver, estou muito entediado ultimamente e Ino com certeza me fará dar uma boas risadas.

- A verdade é que já está se arrependendo de ter se aposentado, não é? - notou Naruto. Conhecia-o muito bem e o espírito inquieto do avô não lhe permitia ficar quieto no mesmo lugar por muito tempo.

- Não, quer dizer… talvez - respondeu Jiraya num sorriso vacilante. - Está tudo tão calmo em minha vida ultimamente que parece que estou vivendo no corpo de outra pessoa.

- Eu entendo, vô - disse Naruto apertando o ombro do mais velho num sorriso reconfortante. - Podemos sair esse final de semana, que tal fazermos uma trilha?!

O rosto de Jiraya se iluminou.

- Claro! Podemos pescar depois?

- Nossas trilhas sem pesca? Não é trilha!

Os dois riram.

- Olha só se não é o filhote de Minato - disse outra voz se aproximando, essa sendo de Shikaku Nara todo fardado, pai de Shikamaru, que atraiu outros dos amigos de seu pai para rever Naruto. - Veio para levar esse velho pro asilo? - brincou o Nara apontando para Jiraya que mais uma vez soltou sua risada estrondosa acompanhada pelos homens ali.

Cumprimentou e jogou conversa fora por alguns curtos minutos com eles, com Jiraya, Shikaku, Chõza Akamichi pai do Chouji, Kotetsu Hagane e Izumo Kamizuki.

Após isso o próprio Jiraya lhe encaminhou até a sala do pai que terminava de conversar com um repórter.

- Tenho um ladrão de revistas pornôs aqui para você prender, Minato - anunciou Jiraya entrando na sala com Naruto.

O pai sorriu batendo uma pilha de papéis na mesa para organiza-los.

- Pensei que já tinha parado com isso, Naruto - provocou Minato se erguendo com o distintivo pendendo no pescoço. Vestia camisa social preta e jeans.

Naruto balançou a cabeça risonho.

- As vezes a tentação é mais forte - brincou dando um abraço no pai.

Jiraya ao fundo pegava um pequeno copo descartável para por água.

- Já que está aqui nesse horário terá que almoçar conosco - comentou Minato com as mãos para atrás ajeitando a calça jeans.

- Eu ia falar isso mesmo, pensei em irmos no Ajisen almoçar lá, que tal? - sugeriu Naruto alternando o olhar para os mais velhos.

- Acho perfeito! - concordou Minato em seguida também Jiraya assentindo enquanto tomando um gole da água. - Mas veio porque?

- Queria saber se o senhor poderia acessar o banco de dados da polícia e procurasse alguém para mim - respondeu Naruto colocando as mãos no bolso.

- Posso sim - disse Minato se encaminhando para seu computador à mesa. - É para algum caso? - perguntou se sentando na cadeira e já acessando o dispositivo.

- Sim, o nome dele é Katsuo Natsu - informou Naruto ficando em pé ao lado do pai. Jiraya sentou-se na cadeira a frente.

- Certo.

Naruto notou que havia um quadro com uma fotografia na mesa do pai ao lado de um homem de cabelos loiros longos presos num rabo de cavalo, ambos de colete com suas armas na cintura, sabia quem era ele. Era o pai biológico de Ino, Inoichi Yamanaka. Minato e ele eram grandes amigos, parceiros de profissão e Naruto lembrava apenas com flashs de ver o pai bastante triste após a morte do amigo.

Voltou a atenção para o pai acessando o programa de registros com o banco de dados completo de Konoha. Ele digitou o nome de Katsuo e instantâneamente a foto dele apareceu na tela, ao lado haviam várias informações.

- Bom, pulando a parte que provavelmente você não se importa - comentou Minato apontando para a tela. - Aqui está o antecedente dele. - Naruto inclinou um pouco abaixando a cabeça. - Ele foi preso uma vez, alguns anos atrás, por fraude.

"Eu sabia que você tinha algum podre Katsuo, minhas análises e instintos nunca falham", pensou Naruto.

- Que tipo de fraude?

- Ele falsificava documentos para obter empréstimos - respondeu o pai descansando a lateral do corpo no braço da cadeira. - Foi preso, porém pagaram a fiança e ele foi solto.

"Ele falsificava documentos? Quais as chances dele ter falsificado e adulterado a ficha médica?", se perguntou, "Muitas".

- Quem pagou?

- Um tal de Kano Takumi - informou Minato que estranhou o suspiro de Naruto. - O que foi? Conhece ele?

Naruto se endireitou massageando o pescoço.

- Sim, ele é filho de um cliente meu. E acredito que ele esteja armando junto de Katsuo, que é atualmente enfermeiro, para incriminar uma médica - revelou Naruto.

- Bom… isso não é o suficiente para ter certeza.

- Não, não é - concordou pondo as mãos no bolso. - Eu vi que ele têm a tatuagem de uma nuvem negra no dorso da mão, acha que ele não esteve envolvido em mais coisas?

- Vamos ver. - disse o pai que novamente verificou o computador. - Veja! Ele também participou de algumas manifestações ilegais e vândalas ligadas a grupos extremistas - revelou. - A nuvem negra deve ser em simbologia a maldita Akatsuki! - praguejou Minato.

- Pai - chamou atraindo a atenção do mais velho. - O senhor com isso poderia investiga-lo, não é?

- Sim, poderia investiga-lo a qualquer momento só usando esses antecedentes.

- Ótimo. Só precisava saber disso, o resto é comigo. - garantiu Naruto sorrindo de lado. - Katsuo vai abrir a boca.


Notas Finais


Espero que o capítulo não tenha ficado chato com tantas informações, mas ele é importante para fazer sentido o próximo, além de que estou tentando não apressar as coisas para que o enredo não fique superficial demais.

Próximo capítulo sairá mais cedo, eu já estou escrevendo ele.

Abraço e até breve!


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