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História Antiga Paixão - Voltando às raízes


Escrita por: JonB

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 1 - Voltando às raízes


Fanfic / Fanfiction Antiga Paixão - Voltando às raízes

Antiga Paixão

Capitulo I

Voltando às Raízes

O aeroporto de Konoha estava lotado quando chegou na área de desembarque. Uma pequena multidão de pessoas, em sua maioria mulheres, se aglomeravam formando um semi-circulo e com uma leve euforia forçavam as fitas pretas de separação de fila, quase empurrando os pedestais de metal. Erguiam cartazes enfeitados com vários corações e fotos de um homem que Naruto conhecia desde criança, o mesmo que conversava com um casal de senhores atrás de si. 

 Kiba Inuzuka como ator de novelas era tão bom quanto o galanteador barato que sempre foi. E Naruto revirou os olhos quando ele apareceu fazendo as mulheres, boa parte adolescentes, gritarem eufóricas seu nome como se ele fosse algum tipo de deus. Kiba deu seu mais soberbo e sedutor sorriso enquanto passava tirando fotos e dando autógrafos. Naruto apressou-se em sair dali o mais rápido possível esperando o amigo conseguir saciar o desejo louco daquelas pessoas por um pouco de sua atenção. Se segurou para não rir vendo uma garota que não devia ter mais que vinte anos, quase chorando por que Kiba a havia beijado na bochecha durante uma selfie.

"Se ela soubesse o que ele fez com aquela boca na última mulher com quem esteve doze horas antes…", pensou indo em direção a saída do aeroporto. O frio gerado pelos ar-condicionados do aeroporto só se intensivou com o frio que vinha do lado de fora. Uma chuva forte castigava Konoha naquele momento, olhando pro céu as nuvens estavam avermelhadas carregadas com mais água para descarregar. Mas nada que atrapalhasse a chegada das pessoas, que desciam de seus carros protegidos por casacos e guarda-chuvas.

Naruto girou e pós as malas em frente seus pés, olhou para o relógio e notou que já era para sua carona estar os esperando.

- Cadê o Shikamaru? - indagou Kiba parando ao seu lado tempo depois. A feição risonha de minutos antes, já tinha sumido.

- Não sei, ele está trinta minutos atrasado - respondeu levantando a gola de seu sobretudo preto. Tinham marcado com Shikamaru às 19:00 horas e conhecendo-o o suficiente, sabia que o atraso se devia a sua incrível capacidade de ser preguiçoso para qualquer atividade.

- Aquele bastardo deve estar vindo à dez por hora. Até pra dirigir ele é preguiçoso! - comentou Kiba arrancando uma risada de Naruto. - Eu só quero chegar logo em casa e dormir até o meu corpo cansar de estar deitado.

- Ino está preparando um jantar para minha volta, devia vir. Sabe muito bem que ninguém cozinha como ela.

- Ela me avisou, na verdade ela meu deu o dever de obriga-lo a não tomar desvio algum durante o trajeto. Você poderia muito bem ir primeiro a casa dos Uchihas para resolver suas questões do trabalho.

- Eu não faria isso, estou cansado, não tanto quanto você, mas estou - retrucou.

Um sedan vermelho parou próximo á eles e o homem que saiu tinha uma postura idêntica ao Shikamaru de costas, o que fez Naruto ter por alguns segundos a esperança de ser o mesmo, porém o homem se virou e não era ele.

- Tentei, mas novamente não consegui dormir no avião - disse Kiba passando a mão pelo cabelo e suspirando. O amigo tinha essa dificuldade e não era apenas em aviões, mas em qualquer outro transporte. Isso dava a ele a oportunidade perfeita para praticar numerosas pegadinhas em viagens escolares na época do colegial enquanto os colegas dormiam.

- Deveria ter tomado o medicamento que eu lhe falei - disse passando os olhos ao longo do aeroporto atrás de si, e viu uma linda garotinha aos prantos, junto de um homem, correr até cair nos braços de uma mulher, que por coincidência esteve no mesmo vôo que o dele. O homem de feições jovens assim como a mulher, sorria vendo a cena, e Naruto acabou também sorrindo, tinha se imaginado muito vezes formando uma família nos últimos anos.

- Odeio essas merdas, além delas serem viciantes - afirmou Kiba com um semblante de nojo.

Algumas pessoas ao passarem, viam Kiba e o olhavam curiosas, como se tivessem encontrado um objeto raríssimo de alguma coleção. E pareciam ponderar irem até ele, mas provavelmente desistiam ao verem seu rosto de poucos amigos.

- Como se livrou se suas fãs? - perguntou, e Kiba o olhou com os olhos bastante abertos torcendo a boca.

- Os seguranças do aeroporto me ajudaram, obviamente. Por que elas não me deixariam chegar em casa se pudessem. Você acredita que uma delas… - Kiba fez uma pausa apontando com os olhos para baixo numa feição chateada e sugestiva - ...pegou.

- Pegou no que? - Naruto sabia o que era, mas queria vê-lo falando, ia lhe render uma boa risada.

- No meu pau! E com força! - respondeu Kiba abrindo o braços numa cômica expressão de indignação. - Doeu cacete! 

Naruto riu com a mão fechada frente a boca para tentar amenizar os sons da gargalhada.

- Essas coisas só acontecem com você, Kiba.

- No começo eu amava essa bajulação que recebia, mas hoje estou sem paciência mais. Tento ser o mais profissional e educado possível, mas estou pensando seriamente em parar - revelou Kiba pegando o celular no bolso da calça.

- Parar de ser ator? - indagou Naruto franzindo o cenho confuso. Era o sonho dele desde de sempre e Naruto lembrava do quanto Kiba havia batalhado para conseguir um espaço na dramaturgia japonesa. Enquanto ele decorava falas e atuava de frente para o espelho fazendo diversas expressões, Naruto estudava numa mesa com vários grossos livros abertos para suas provas de Direito. Ambos deram tudo de si para chegarem onde tinham chegado.

- Não, parar de fazer novelas. Estou falando com meu agente para conseguir papéis mais dramáticos e maduros em séries ou filmes. Não aguento mais interpretar personagens vazios e sem filtros realísticos, que só servem para meninas ficarem imaginando um príncipe encantado ou um bad boy desprezível.

- Vai por mim, drama demais também enjoa. 

- Como sabe disso?

- Sou advogado, Kiba. O que mais vejo é drama, e na vida real mesmo… - retrucou puxando o celular de Kiba de suas mãos para ver a hora. - Acontecem geralmente nas duas cadeiras em frente a minha mesa e começam com um "Eu quero divórcio" ou "Quero que prove minha inocência" e etc.

Nessa hora um SUV preto chegou buzinando aparentemente para eles. O motorista abriu a porta e saiu revelando seu rosto solene, adornado por uma barbicha no queixo e cabelos negros presos num rabo de cavalo.

Shikamaru se aproximou num sobretudo marrom e amassado com um, já comum, cigarro na boca que fez questão de retirar e segurar entre os dedos para abraçar Naruto.

- Tá atrasado, Pulmão sujo! - reclamou Kiba atraindo a atenção de Shikamaru após encerrar o abraço.

- Olá para você também, Sarnento. - retrucou Shikamaru voltando para o carro e sendo seguido pelos outros dois. A volumosa chuva tinha se tornado uma fina e fraca garoa.

- Não recebo abraço também não? - perguntou Kiba sorrindo cúmplice para Naruto ao lado. Shikamaru era conhecido por ser bastante calmo e passivo, e justamente por isso Kiba amava perturba-lo, sempre tentando tira-lo de sua postura serena.

- Só vejo o Naruto uma vez por ano. - respondeu Shikamaru em tom lento, como se já tivesse respondido aquela pergunta um milhão de vezes antes, era outra característica nele, sempre tinha uma resposta firme e muitas vezes indiferente para tudo e todos.

Colocaram as bagagens no porta malas.

- E demorou por que? Dormiu de novo no sinal vermelho? - perguntou Kiba parando, com a porta aberta, no banco da frente.

- Não, tive que resolver uns problemas com Temari. Agora, vai continuar tentando me provocar ou você quer que eu conte pra sua mãe os tipos de mulheres que você sai?  - respondeu o Nara entrando no carro e fechando a porta, assim como Naruto na parte de trás.

- Sou um adulto, você acha que me preocupo com isso? - retrucou Kiba entrando no carro e fechando a porta. Automaticamente as luzes se apagaram e Shikamaru deu partida, mas não sem antes se virar para Kiba num olhar descrente com as sombrancelhas erguidas. 

- Tem certeza?

Kiba desviou o olhar pra frente parecendo ponderar numa feição chateada.

- Só dirige, Nara. Só dirige. - respondeu Kiba impaciente pondo o cinto e fazendo Naruto e Shikamaru rirem.

No caminho Shikamaru lhe atualizou sobre Konoha, contando que agora era o novo assessor do prefeito. 

- Sua família toda está lá, até Jiraya. - Aquela notícia o pegou em cheio. Não fazia ideia que o padrinho e praticamente avó estaria lá, sua irmã não havia lhe contado.

- Era surpresa, Shikamaru! - censurou Kiba.

- Que ele descobriria logo, não vai haver diferença alguma.

- Pensei que ele ainda estava nos Estados Unidos! - falou pegando o celular para ver se havia alguma mensagem e havia uma de Ino perguntando se já estava próximo e Naruto respondeu que sim enquanto ouvia Shikamaru.

- Ele voltou tem algumas semanas, e foi pra ficar assim como você, só que irá morar próximo ao seus pais lá no rancho.

- Eu estava com saudades daquele velho - comentou com um sorriso nostálgico, se teve alguém que fez sua infância e adolescência serem bastante alegres, esse alguém foi seu avô Jiraya.

As ruas barulhentas, largas e iluminadas por prédios lotados de outdoors eletrônicos foram dando lugar as ruas mais pacatas e iluminadas apenas por postes cheios de insetos voando ao redor. Os ricos e exóticos prédios empresariais deram lugar a casas, prédios casuais e condomínios.

- Eu vou dá um olá pra todo mundo e depois você me leva para casa, Shikamaru - disse Kiba quando estacionaram, na vaga de visitantes, em frente ao condomínio de apartamentos com algumas varandas decoradas com diferentes adornos. Eram catorze andares e varias janelas ainda refletiam as luzes acessas, enquanto outras não. 

- Peça um Ubber - respondeu Shikamaru apertando o botão para abrir a mala. O som da tranca se abrindo e a mala levando fez Naruto abrir a sua porta para sair.

- É sério que tu vai me fazer pagar 20 ienes num Ubber? 

- Tu já pagou muito mais pra fazer coisas nojentas.

- Nojentas pra você, que foi castrado pela Temari - retrucou Kiba tirando o cinto.

Naruto suspirou rolando os olhos.

- Shikamaru leva ele, antes que decida nos contar sobre as coisas nojentas - interveio já do lado de fora indo pegar a bagagem. 

- Tá, eu levo. Agora seja breve no "olá". - exigiu Shikamaru descendo do carro. 

- Serei, prometo!

- Me ajudem aqui! - pediu Naruto.

Passaram pela portaria cumprimentando algumas pessoas e subiram de elevador.

Tocaram na companhia e segundos depois a porta se abriu, sem ninguém recebe-los. Estava um breu no apartamento e conhecendo sua irmã, assim que colocasse os pés no apartamento as luzes se acenderiam e ela junto de todos que estariam em silêncio escondidos na escuridão gritariam boas vindas. 

E assim aconteceu.

- Parabéns Naruto!! - gritaram todos na sala. Estava lá sua mãe, seu pai, Sai e Jiraya, esse último com um sorriso que parecia cobrir-lhe o rosto.

- Parabéns? Meu aniversario passou faz um mês - falou Naruto soltando as malas no chão e sendo quase derrubado por Ino que praticamente pulou para abraça-lo.

- Já passou, porém passou longe de nós. Então resolvi fazer uma festa surpresa atrasada para meu irmão! - respondeu Ino sorrindo travessa, puxando suas bochechas enquanto Naruto sorria para ela. Amava sua irmã pelo seu jeito alegre e espontâneo de ser, ela sempre foi a alegria da casa, ela e claro sua mãe. 

A mesma também se apressou para abraça-lo.

- Lembrou que têm mãe e voltou não foi? - brincou Kushina segurando o rosto do filho entre as mãos. Seu rosto já dava sinais dos seus quase cinqüenta anos, porém ainda continuava com um sorriso jovial e alegre, que combinava com os olhos amorosos, e os longos cabelos carmesim.

- Jamais mãe! - respondeu apressado e lhe dando outro abraço bem apertado que a ergueu no ar alguns centímetros do chão. - Esquecer minha rainha? Nunca!

- Muito bem!

Logo depois abraçou o pai, Minato Namikaze parecia tomar algum tipo de elixir. Pouco havia no seu rosto que denunciasse a idade, os cabelos loiros, quase sempre altos e bagunçados continuavam lhe dando uma feição de mais novo.

- É bom tê-lo de volta, filho.

- E é bom estar de volta, pai.

Cumprimentou Sai de forma mais casual que conseguiram, apesar dele ser noivo de Ino e de conhece-lo da época do colégio, nunca teve intimidade com o mesmo. Sai tinha um jeito próprio de se comunicar e geralmente era com frases ou piadas desconfortáveis, e por isso Naruto nunca quis muito proximidade. 

Até hoje não via um motivo realmente decente para a irmã ter se interessado por ele, a não ser seu dom de desenhar, nesse quesito Naruto o admirava. 

Por último veio seu padrinho Jiraya com seu cabelo longo e já todo tingido de branco, ambos sorriram um para o outro antes de se abraçarem e desde que chegou não tinha ficado tão emocionado como naquele momento. Amava aquele velhote como um neto amava um avó e por isso nunca o chamou de outro nome que não fosse avô Jiraya.

- Continua tarado, velhote? - perguntou Naruto arrancando uma risada súbita como uma tempestade de Jiraya, atraindo os olhares de todos na sala.

- Eu não sou tarado, eu sou um…

- Taradão, é o que você sempre fala. - completou Naruto rindo enquanto Jiraya limpava as lagrimas dos olhos por conta da risada. Ele gostava de aumentar a ênfase em suas reações, como na vez que deu em cima de uma médica loira muitos anos atrás e reagiu como se tivesse levado um tiro quando foi rejeitado.

- Exatamente! Como foi o vôo?

- Foi tranquilo. Não me avisou que tinha voltado!

- Quis fazer supresa, mas acho que alguém já havia lhe contado, não foi? - falou olhando se soslaio para Shikamaru e Kiba, o último apontou imediatamente para o Nara, que acendia um cigarro.

- Sim, mas continua sendo incrível te-lo aqui, vô! Não nos vemos a pelo menos uns três anos!

- Verdade, estive concentrado trabalhando na embaixada japonesa lá nos Estados Unidos. Mas finalmente me aposentei do exército! Esses últimos anos foram excruciantes, porém agora estou quitado com meu país.

- O senhor sempre esteve, vô. - afirmou Naruto, Jiraya era um homem bastante andarilho, a serviço do exército fiel e esforçado como Sargento ele se via viajando muito, e por isso foi obrigado a fazer muitos sacrifícios.

- Namorou muito em Tokyo, Gaki? - a pergunta de Jiraya foi inocente, mas mesmo assim os olhares nervosos de sua familia na direção dele, o fizeram ficar confuso e receoso.

Naruto lhe deu um sorriso fraco com o canto dos lábios e respondeu:

- Provavelmente não tanto quanto o senhor na terra do Mcdonald. - a resposta fez Jiraya voltar a por uma feição alegre e o abraçou de lado. 

- Tenho muito o que lhe contar sobre lá filho! - comentou o mais velho no ouvido de Naruto em tom malicioso.

- Imagino que tenha e serei todo ouvidos - retrucou rindo.

Shikamaru e Kiba o ajudaram a colocar as malas no quarto de hospedes e quando voltaram foram para a cozinha, onde havia um bolo recheado, salgados e doces japoneses colocados sobre a mesa. 

Todos os outros já tinham sentado na mesa.

- Eu não ia ficar, mas agora a barriga está falando mais alto - comentou Kiba sem tirar os olhos das guloseimas.

- E consigo ouvi-la daqui, silencie ela logo, Kiba - avisou Ino colocando mais cadeiras em volta da mesa mediana e retangular.

- Pode deixar!

Enquanto comiam colocavam Naruto em dia com os assuntos relacionados a família. Apesar de manterem contato normal por telefone, seus pais preferiam a comunicação na vida real, como dizia seu pai. E sua mãe lhe contou em detalhes como estava o rancho, dizendo que em breve reformariam a casa e Naruto prontamente se prontificou a ajudar. Já Minato relatou algumas histórias que teve recentemente no Departamento de Polícia de Konoha. Isso deu pano de fundo para que Jiraya contasse, como já havia contado milhares de vezes, o dia que conheceu e se tornou um amigo/mentor para Minato.

- Foi numa operação sigilosa e perigosa contra uma quadrilha de terroristas chamada…

- Akatsuki, já sabemos disso a pelo menos uns vinte anos, vô! - completou Ino arrancando risadas.

- Deixe-me contar, menina! Seu pai ainda era um simples policial e eu um Tenente na DPK. Um dos membros do grupo, aquele que conhecíamos por…

- Pain. - novamente interromperam ele, dessa vez sendo Kushina. Mas Jiraya ignorou.

- Ele tentou se explodir no galpão onde estava escondido, junto como meu esquadrão. Eu dei ordens para recuarmos, porém o velocista aqui… - apontou para Minato. - disse que conseguiria surpreende-lo e eu vi a confiança nele, então permiti. Ele apareceu por trás, vindo por um buraco ligado ao esgoto, e foi muito rápido, tão rápido que quando Pain se apercebeu e pensou em apertar o botão para explodir as bombas, Minato conseguiu subjuga-lo e impedi-lo antes. Daquele dia em diante passamos a chama-lo de relâmpago amarelo - concluiu dando tapinhas no ombro de Minato. 

- Bons tempos - disse seu pai tomando um gole de Saquê.

Jiraya continuou contando até que a companhia tocou e todos olharam para a porta. Shikamaru se levantou e foi abrir a porta. Por ela passou Temari, toda agasalhada, porém mesmo assim a protuberância em sua barriga era grande o suficiente para não ficar escondida.

- Parabéns Naruto! - saudou ela vendo um Naruto perplexo ainda olhando para sua barriga. Temari era uma amiga antiga e bastante próxima de Ino, mesmo após o fim do colegial, e irmã de Gaara, um também antigo amigo de Naruto. A conhecia há muito tempo, porém ela acabou se tornando uma grande amiga sua quando passou a namorar com Shikamaru.

- Você está grávida!

- Não, Shikamaru sobrou e encheu ela pelo umbigo como se fosse um balão  - caçou em sarcasmo Kiba que recebeu um tapa na cabeça de Temari.

- Estou, 8 meses já. - revelou alegre. Naruto olhou para Shikamaru que sorriu. 

- Você não me contou - acusou apontando o dedo para o amigo.

- Quis fazer supresa, já que estive conversando com Temari e decidimos pedir a você para ser o padrinho dele - revelou Shikamaru e Naruto arregalou os olhos mais surpreso ainda. Sua irmã ao lado sorria cúmplice para Temari.

- Isso é… - Naruto buscou alguma palavra especial, pois era um sonho antigo seu de ser pai. E ser padrinho era algo parecido até certo ponto, então estava realmente feliz, e ansioso ao mesmo tempo pela responsabilidade. - Uma honra! Claro que eu seria padrinho do…

- Shikadai - completou Temari sorrindo.

- Shikadai, é um ótimo nome. - disse Naruto se levantando e indo abraçar os dois pais de primeira viagem. - Fico muito feliz. Prometo que serei um bom padrinho.

- Eu sei que será - concordou Shikamaru lhe dando alguns tapas amigáveis no peito.

- Me sinto traído! - falou Kiba fingindo indignação limpando a boca com guardanapo. - Eu nem fui cogitado também para ser o padrinho?

- Não. Não quero que meu filho aprenda a fazer as nojeiras que você faz - respondeu Temari arrancando gargalhadas de todos.

- Você também é padrinho dele Kiba, só não é oficialmente. - suavizou Shikamaru dando lugar para a esposa sentar.

- Ah bom! 

As conversas continuaram em tom alegre e divertido, até Jiraya perguntar se sentiria saudades de Tokyo.

- Eu amo Konoha do fundo do meu coração, mas preciso ser sincero que Tokyo deixará bastante saudade. Foram os anos mais difíceis, assustadores e desafiadores da minha vida, ao mesmo tempo que foram gratificantes, importantes e de grande crescimento pessoal. Foi um lugar que tive bastantes oportunidades e agarrei todas que pude, logo que terminei o curso consegui casos por ajuda de alguns contatos amigos, e mesmo ainda sem escritório consegui me manter firme e concluí todos eles. Logo depois fui contratado como associado por Hatake Kakashi um grande advogado de lá, então as portas se abriram e eu alavanquei como advogado de algumas empresa, inclusive a Hitachi. Percebi que  havia criado algumas raízes em Tokyo, raízes sociais, profissionais e pessoais, me tornei o maior negociador de lá com números e influência enorme entre os tubarões empresárias. Por isso, sim. Sentirei falta de lá.

- E por que exatamente voltou, filho? - indagou Jiraya franzindo o cenho. - Você fala como se Tokyo fosse o lugar mais especial do mundo.

- Por que eram raízes não tão fixas quanto imaginei. - confessou se ajeitando melhor na cadeira. Falar sobre Tokyo o deixava desconfortável pelas lembranças recentes que lhe sobrevia. - Quando surgiu essa oportunidade de trabalhar na firma de advocacia dos Uchihas aqui em Konoha, eu não pensei duas vezes. Aqui minhas raízes são fortes e estão entrelaçadas com outras raízes. - concluiu passando os olhos de forma amorosa pela família e amigos ali.

Era a verdade, mas não ela toda. Preferiu omitir a parte da Shion na resposta, o avô não precisa saber sobre a mulher que o fez tão feliz e então o destruiu de dentro para fora sem nenhum aviso prévio ou piedade. Ela tinha sido o principal motivo para ele aceitar a oportunidade de emprego vinda dos Uchihas, precisava sair de Tokyo para poder esquecer de vez aquela mulher e do gigantesco constrangimento que teve por conta dela.

- A firma Uchiha é bastante famosa e conceituada, Naruto! Conheci o senhor Fugaku-san, foi um grande homem. - comentou Jiraya.

- Sim, e eles têm sorte de ter a mim agora. - comentou sorrindo presunçoso. - Eu fui muito amigo de seu filho, Sasuke. Talvez o senhor lembre dele indo lá pra casa na época do colégio - Jiraya maneio a cabeça mostrando que lembrava. - Perdemos contato com o tempo, mas o irmão dele Itachi, atual presidente da firma, entrou em contato comigo me mandando a proposta e eu aceitei. - revelou se lembrando de quão surpreso ficou quando recebeu a ligação do próprio Itachi.

Aos poucos as horas foram passando até que Shikamaru anunciou sua partida junto da esposa, e não sem antes ser cobrado pela carona por Kiba. Os três foram embora, logo depois Sai se foi também, e por último Jiraya, que foi levado para casa de carro por Minato.

Quando o pai voltou resolveram que num quarto dormiria Kushina e Ino, e no outro, Naruto e Minato, já que os pais só iriam voltar pro rancho no dia seguinte. 

Deitado e já dormindo num sono profundo, por conta do cansaço, Naruto despertou sentindo um mal estar na barriga. Sabia que não podia comer doces demais, mas não conseguiu se segurar com as delícias que Ino tinha feito.

Saiu do quarto e foi direto para a cozinha preparar um chá. Enquanto o chá fervia, ele pegou o celular para verificar algumas mensagens e emails que haviam chegado mais cedo e não tinha visto. Até que Naruto escuta duas batidas na porta do apartamento o fazendo quase derrubar o celular no susto.

"Quem pode ser uma hora dessa?!", se perguntou ainda atordoado notando ser 03:00 da madrugada no relógio que havia na parede.

Esperou para ver se a batida se repetia, ponderou ter sido alguém que confundiu o apartamento, porém novamente veio as batidas na porta e dessa vez mais fortes. Com receio que o barulho pudesse acordar seus pais e sua irmã, Naruto apressou-se para atender quem estava na porta.

Olhou pelo olho mágico e para seu completo espanto uma cabeleira rosa se destacava na pessoa do lado de fora no corredor, que estava de costa.

Abriu a porta e se deparou de frente para a mulher que outrora por tantos anos lhe ocupou um lugar especial em seus pensamentos e no coração. Ela se virou e se sobressaltou impondo a mão no peito assutada ao vê-lo, parecendo não reconhece-lo. Direcionou o olhar para o número na porta e depois o olhar receoso voltou-se para Naruto.

- Sakura-chan? - indagou Naruto que ate então esteve calado observando-a. Ela trajava um jaleco branco com seu nome bordado no peito esquerdo com o prefixo de doutora. Seus curtos cabelos rosados estavam molhados, assim como seu jaleco. E estava descalça, segurando seu par de tênis branco numa das mãos. 

Porém o que mais chamou atenção de Naruto eram seus olhos verdes, que apesar de continuarem hipnotizantes de tão lindos, estavam avermelhados revelando que ela estivera chorando minutos atrás e também o fato de que ela tremia um pouco.

Sakura parecia preste a perguntar quem ele era, até que de súbito seus olhos se iluminaram refletindo que ela havia o reconhecido, o que a fez arregalar os olhos.

- Naruto? É você? - ela perguntou ainda incrédula quase arrancando uma risada de Naruto.

- Sim, sou eu. - respondeu.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, é uma história que me veio à cabeça faz um bom tempo e aproveitei a folga recente para escrever.
Até o próximo capítulo.


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