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História Antinomia - Undertale - Novos Olhares


Escrita por: cecifrazier

Notas do Autor


OE GENT
Primeiro, antes de jogarem pedras em mim, eu estou em semana de provas e preciso estudar.
Segundo...VOCÊS VÃO ME ODIAR PELO O QUE FIZ NESSE CAPÍTULO, MAS TUDO BEM.

Boa leitura! <3

Capítulo 4 - Novos Olhares


 

O escuro é traiçoeiro. Nele, podem estar escondidas as mais perversas e perigosas criaturas, mas também apenas aquelas que temem algo. Para Sans, ele se sentia a criatura perigosa, enquanto Frisk, era a criatura indefesa. Era como se quisesse proteger, mas ao mesmo tempo, sair de perto, hesitante por algo.  

 

Durante aquela madrugada, quase não fechou os olhos. Ouvia com atenção a respiração daquela menina em sua cama, ouvia a chuva do lado de fora, ouvia o vento balançando as árvores...até que aquela bela sinfonia fora interrompida por um relâmpago, seguido por um grito agudo.  

 

— Sans! — Frisk exclamou, já com os olhos marejados. — Sans... 

 

— Ei, calma. — O rapaz se levantou e sentou na beira da cama. — Eu estou aqui.  

 

— Desculpe...é doutor Sans. 

 

— Não, pode me chamar só de Sans mesmo. — Ele sorriu, então passou a mão pela testa de Frisk. — Volte a dormir, sim?  

 

— Eu estou com medo... — Ela murmurou enquanto segurava uma das mãos Sans e a apertava com força.  

 

— Não precisa ter medo, já disse que estou aqui. — Abraçou Frisk e passou a mão em sua costa. — Já passou... 

 

Frisk sorriu, e aos poucos, o sono e cansaço retornaram, fazendo a menina fechar os olhos e adormecer lentamente. Sans suspirou e voltou para seu colchão, olhou para o relógio e percebeu que já era 03:56, quase na hora de levantar. Tentaria dormir alguns minutos pelo menos.  

 

•••

 

Quase gritou ao ver que já passava de 04:30, não deveria ter voltado a dormir. Rapidamente, levantou-se e correu até seu armário, se trocou sem ao menos se importar de Frisk estar dormindo ali perto. Sans era pontual e detestava se atrasar, então quase tropeçou em seus sapatos quando viu que já era 05:23. Ao terminar de se arrumar, chegou à conclusão de que deveria ganhar um prêmio, já que nunca se vestiu tão rápido assim. Quase ia saindo do quarto e esquecendo do detalhe mais importante: Frisk. Sans foi até a cama e sentou na beirada, então balançou levemente o ombro da menina.  

 

— Ei, Frisk, acorde. Vamos, temos que ir pro hospital. — Ele murmurou, então sentiu um alívio quando ela abriu deus olhos lentamente e bocejou.  

 

— Não...não conte pros meus pais que vim aqui. — Ela sussurrou enquanto se levantava. — Eles brigariam comigo... 

 

— Tudo bem, vou dizer que você foi para o hospital. — Soltou uma risada baixa quando a viu abrir um sorriso alegre. — Mas agora temos que ir, já estamos atrasados.  

 

Frisk assentiu, então se levantou e saíram do quarto. Sans a cobriu com um sobretudo preto e quentinho, era de sua mãe e guardava com muito carinho. Também lhe emprestou suas pantufas, já que ela estava descalça. Ele não tinha carro, já que não tinha tempo para aulas de direção, então todos os dias ia a pé para o hospital. Por mais que estivesse atrasado, sabia que Frisk não tinha comido ainda, então resolveu parar na padaria no meio do caminho. Comprou alguns pães-de-queijo e um copo de café e outro de Nescau. 

 

Frisk estava demasiadamente nervosa, já que seus pais, a essa altura, já deveriam ter ligado para a polícia. Quando as visões e vozes estavam a incomodando, Sans foi a primeira pessoa que lhe veio à mente, pois foi a primeira pessoa com quem conseguiu se abrir. Soltou um longo suspiro, então olhou para seu psiquiatra e sorriu sutilmente, então pegou o copo de Nescau e tomou um gole. 

 

— Sans... — Frisk sussurrou, puxando levemente a manga da camisa do rapaz. — As vozes disseram que a polícia está atrás de mim...e que meus pais estão indo para o hospital.  

 

Sans arregalou os olhos, então entregou o dinheiro para a moça do caixa e correu com Frisk para fora da padaria. Por mais que soubesse que aquela informação poderia ser incerta, achou melhor não arriscar, pois se a menina havia lhe dado informações sobre seu irmão, era bem provável que a polícia já estivesse à procura de Frisk.  

 

Quando chegaram, Sans agradeceu internamente por ter comprado uma casa próxima ao hospital, pois não havia sinal algum das autoridades ali. Mas foi por um triz, assim que entrariam no hospital, ouviram o som de um carro chegando e Frisk reconheceu muito bem o automóvel de seu pai.  

 

— Frisk! — Toriel exclamou com lágrimas nos olhos enquanto saía do carro e corriam em direção à filha. — Por onde você andou?! Por que saiu naquela chuva terrível?!  

 

— Doutor Sans. — Asgore chamou em um aceno. — Pode vir aqui um minutinho?  

 

Ele suspirou e, por um momento, se arrependeu por não ter ligado para os pais de Frisk avisando que ela estava lá.  

 

— Você pode acaso sabia onde Frisk estava? — Ele perguntou seriamente, mas Sans mantivera-se neutro.  

 

— Bem, senhor, cheguei aqui hoje cedo e a encontrei sentada na escada, então a levei para comprar um café na padaria. — Mentiu. Sabia que mentir ia contra seus conceitos, mas não pensou muito bem na hora. Não saberia a reação de Asgore ao saber que sua filha dormiu na casa de um homem "estranho" e sozinha, ainda por cima. — Se me der licença, preciso voltar ao trabalho.  

 

— Ora, espere, doutor. — Asgore novamente o chamou, mas dessa vez, Sans gelou. — Sabe, quando você tem um filho e esse filho some no meio da madrugada, você não vai esperar amanhecer para procurá-lo. — Ele tirou um papelzinho do bolso, o mesmo papelzinho que anotara seu endereço no dia anterior. — Achei isso nas coisas dela, é familiar pra você?  

 

Sans pegou o papel, ainda mantendo a expressão neutra, então soltou um suspiro silencioso. Quando iria dizer algo, Asgore ergueu a mão para que não dissesse nada. 

 

— Apenas não fui à sua casa porque Toriel estava muito abalada. — Ele puxou a camisa de Sans agressivamente. — E apenas vou deixar que esse...tratamento continue porque ela está desesperada para que nossa filha melhore. Agora, se me der licença, preciso voltar para um trabalho de verdade. 

 

Asgore acenou para Toriel, então ela deu um beijo na testa de Frisk e foi até o carro. Entrou e saíram do estacionamento. A menina foi até Sans e puxou sua manga novamente.  

 

— Não liga pro meu pai...ele é um idiota. — Ela murmurou, fazendo o rapaz soltar uma risada baixa.  

 

— Não deveria falar assim do seu pai, sabia?  

 

— Mas...você também nem liga pro seu.  

 

Sans arregalou os olhos com aquele comentário. Era algo maldoso de se dizer, mas era a verdade, ele realmente não se importava com seu pai. Suspirou, então ajeitou sua camisa e entrou no hospital junto com Frisk.  

 

— Chefe! — Chara, como sempre, esperava por Sans encostado na parede, e assim que o viu, correu até ele. — Os Dreemurr ligaram pro doutor Gaster nessa madrugada e...agora ele quer falar com você. 

 

Ele bufou. Se soubesse que deixar de fazer simples ligação causaria tanto transtorno, teria ligado. Pediu para que Frisk esperasse ali e foi até o escritório de seu pai. Assim que perdera Sans de vista, Chara sorriu e voltou seu olhar para a menina, que apenas abaixou a cabeça.  

 

— Então, Frisk... — Ele passou a mão pelos cabelos da menina. — Você gosta de fugir durante a noite, não é? Que tal...da próxima vez ir na minha casa? Sabe...eu posso te ajudar com os seus problemas.  

 

— ....eu não quero, seu idiota. — Disse em resposta, enquanto erguia o olhar e franzia o cenho. Até mesmo para Chara aquilo foi um tanto assustador, já que a julgar pela personalidade de Frisk, ela não era tão autoritária.   

 

— Resolveu bancar a revoltadinha agora? — Chara sorriu, então segurou o rosto da menina com força. — Eu...quer saber? Você só é uma garotinha, não vou perder meu tempo com você.  

 

Assim que ele saiu e entrou no escritório, Frisk suspirou aliviada. Quando viu Sans voltar, sorriu, mesmo que ele estivesse com uma expressão nada amigável. Ele desviou seu olhar para a menina, que estava o esperando ali, parada, então tentou sorrir. Sans olhou para o relógio de pulso e estalou a língua ao ver que já eram 06:32.  

 

— Vamos fazer sua sessão agora, certo? São 06:32, às 08:20 seus pais virão te buscar, certo?  

 

— Certo... — Frisk suspirou e abaixou a cabeça. — Vamos... 

 

•••

 

O dia foi cheio para Sans. Teve uma pequena discussão com seu pai por causa da reclamação de Asgore, já que com certeza ele sabia que Frisk havia ido para sua casa no meio da madrugada e Sans não tinha dito absolutamente nada. Entretanto, ele esqueceu-se desses transtornos, pois Frisk abria-se cada vez mais consigo. Agora, ela havia contado sobre seus gostos e alguns pequenos sonhos que pretendia, algum dia, realizar. 

 

Como havia chegado atrasado no trabalho, precisou ficar um tempo a mais no hospital, e por isso, assim que chegou em casa, foi direto para o banho. Sans marcara um encontro com Anne, já que ela sentia tanta falta e ele poderia admitir que também sentia. Separou uma calça jeans preta, um moletom preto e uma camisa vermelha. Os dois combinaram de se encontrarem em frente à uma pequena praça na rua Waterfall. Sans morava em Snowdin, então não demoraria tanto para chegar.  

 

Ele estalou a língua quando olhou pela janela e viu uma pequena garoa cair. Pegou uma mochila tiracolo cinza, um guarda-chuva transparente e saiu de casa. Sans olhou para o relógio, e mais uma vez, estalou a língua, já que passava alguns minutinhos do horário que marcaram, 19:00. Começou a andar mais rápido à medida que as gotas de chuva caíam, já imaginava que Anne lhe mataria assim que o visse.  

 

Ao chegar na praça, sorriu ao ver a moça segurando um guarda chuva verde decorado com flores rosa. Soltou um leve suspiro ao perceber que Anne mudou muito desde a última vez que viram-se. Ela estava com um aparência mais adulta, seus cabelos, que antes eram longos, agora estavam curtos. Por algum motivo, lembrou-se de Frisk ao reparar nesse detalhe. Anne usava um vestido rosa que ia até metade de suas coxas, botas pretas de cano curto e uma pequena bolsa tiracolo azul. Assim que ela avistou Sans, abriu o maior sorriso do mundo e correu até ele.   

 

— Sans! — Anne exclamou, então deu um abraço apertado no rapaz. — Nossa! Eu senti tanto sua falta!  

 

— Você tá tão diferente, Anne. — Ele sorriu, então retribuiu o abraço e deu um leve beijo em sua testa, talvez apenas por impulso. — Quer dar uma volta? Podemos comer alguma coisa.  

 

— Eu adoraria.  

 

•••

 

Após uma volta e uma passada em uma lanchonete que Sans simplesmente adorava, ele resolveu acompanhar Anne até em casa. A chuva não fez com que o encontro fosse desastroso, muito pelo contrário, eles até brincaram em algumas poças. Como já estava um pouco tarde, ele resolveu acompanhá-la até sua casa, e por mais que Anne dissesse que sabia se cuidar, Sans insistiu e insistiu.  

 

— Então...quer dizer que agora você é psiquiatra? — Anne perguntou docemente, quebrando um silêncio agradável.   

 

— Sim. — Respondeu. — E você é escritora. Nossa, como o tempo passa.  

 

— Parece até que foi ontem que demos nosso primeiro beijo. — Ela riu baixinho, fazendo Sans sorrir de forma tímida.  

 

O resto do caminho foi tranquilo, com apenas o som da respiração de ambos e o som da garoa caindo ao fundo. Ao chegarem na casa de Anne, ela sorriu e encarou Sans, porém, logo seu olhar mudou, como se quisesse dizer algo, mas não conseguisse.  

 

— Sans, eu...posso...fazer algo antes de entrar? — Ela murmurou, soltando um breve suspiro.  

 

— O que? — Sans perguntou, a olhando de forma confusa. 

 

Anne suspirou mais uma vez, então aproximou-se de Sans e selou seus lábios com os dele. Ele arregalou levemente os olhos pelo contato, mas logo deixou-se levar pelo beijo. Pôs ambas as mãos na cintura da moça e fechou os olhos, deixando que se intensificasse.  

 

Sans sentiu um leve peso na consciência por deixar-se levar.   

 


Notas Finais


GENTE, CALMA, A FIC AINDA É DE FRANS.
NÃO ME MATEM, O FRANS AMORZINHO VAI ACONTECER.

Enfim, obrigada por lerem!
Até o próximo capítulo! <3


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