História Anything For You - Cant Be That Hard

-Que merda foi essa?- eu indaguei furiosa e completamente confusa.

-Te dei a chance de pegar o cara mais gostoso de Los Angeles, docinho...- Cameron disse com um sorriso sacana no rosto enquanto todos nos olhavam pasmos com sorrisinhos incrédulos.- vai dizer que não sonhava esse momento?!- manteve a expressão sacana e eu me levantei rapidamente e deixei a marca da minha mão em seu rosto.

-Woooooooow. - todos disseram ainda mais assustados e empolgados com a cena.

-Tá maluca garota!- Cameron disse com as mãos no rosto.

-Isso foi por achar que eu quisesse você... E também por ser esse babaca, idiota e convencido. Eu te odeio tanto que eu tenho medo que tanto ódio me sufoque, Cameron Dallas!- eu subi as escadas correndo, cega de raiva, e fui para o quarto de hóspedes, onde todos dormiriam amontoados.

Cameron POV

-Ela é insuportável, mas tenho que admitir q beija bem pra caralho...- eu disse sorrindo com malícia enquanto Bea subia as escadas toda bravinha.

-Sabia que era amor...- Gilinsky disse.

-Não viaja não cara. Até parece uma garotinha falando...-eu disse com uma expressão séria.

-Acho que já foi o suficiente para mim. Eu vou dormir agora galera...- Emily disse subindo as escadas e todos concordaram fazendo o mesmo logo em seguida.

Beatrice POV

 Acordei às cinco da tarde com uma ressaca horrorosa e poucas lembranças da noite passada. Fiz minha higiene matinal e fui para a sala.

-Parece que aconteceu a terceira guerra mundial aqui.- eu disse baixo me desvencilhando da bagunça e indo em direção à cozinha, dando de cara com uma figura sem camisa, com o rosto todo inchado, segurando uma caneca. Meu Deus que visão...

-Não precisa assustar porque eu não mordo. - parou na minha frente - só se você quiser...- sussurrou no meu ouvido fazendo cada pelo do meu corpo se arrepiar.

-Me erra garoto.- o empurrei de leve e fui pegar um copo de leite.

 Voltei para a sala e o restante da galera descia as escadas bagunçados como se tivessem acabado de sair de uma briga.

-Bom dia!- eu disse sem muita animação e todos responderam com vozes cansadas.

-Bom... eu não vou poder ficar pra limpar a bagunça porque eu fiquei de passear com o cachorro da minha vizinha...-Matt disse e em seguida cada um deu uma desculpa esfarrapada para se livrar da limpeza, menos eu, e os donos da casa (obviamente). Eu não teria coragem de deixar dois desajeitados sozinhos para arrumar uma casa COMPLETAMENTE bagunçada.

-Não acredito que vocês vão fazer isso com a gente galera...- Nash disse.

-Eu não julgo cara, se eu pudesse eu pulava fora também.- Cameron disse e nós rimos.

-Relaxa Nash, eu vou ficar pra ajudar, afinal com a minha mania de limpeza eu não conseguiria nem dormir sabendo que essa casa está desse jeito.- disse me apoiando em seu ombro e ele me deu um beijo na testa.

-A melhor amiga mais linda e prestativa de todas.- Nash falou e me abraçou forte.

-Esqueceu de dizer detestável.- Cameron disse soltando um risinho.

-Vai se ferrar Dallas!

-Chega de brigar galera, vamos começar porque tem muito trabalho pra fazer. Temos que deixar tudo um brinco para a visita que vai chegar hoje...

-Quem vai chegar hoje?- eu perguntei curiosa.

-Você vai ver.- joguei uma almofada em Nash e ele riu.

 Cameron foi arrumar a cozinha e eu e Nash ficamos com a sala.

-Nash, está tudo bem?- olhei para trás e vi ele se apoiando no sofá com uma cara estranha.

-Eu...- ele caiu no chão com tudo.

-Nash, pelo amor de Deus...-eu fui até ele me ajoelhando no chão e dando leves batidinhas em seu rosto.- Cameron, corre aqui...- eu gritei desesperada enquanto via meu amigo se debatendo com os olhos revirados.

-Mas o que...- Cameron foi entrando na sala com um pano de prato nas mãos, quando teve a visão horrível do Nash daquele jeito e veio correndo.- O que tá acontecendo?- ele também se desesperou.

-Ele está tendo uma convulsão, liga pra um medico, pro pronto socorro, pro exercito, sei lá...- eu chorava de desespero e, em um gesto inesperado, Cam me abraçou tentando passar segurança, ao mesmo tempo que ligava pra emergência.

-Vai ficar tudo bem.- ele disse baixo me abraçando forte.

-Eu tô com medo...- me afundei em seu peito enquanto não chegava o socorro.

Cameron POV

 A ambulância chegou em menos de cinco minutos, o levou, e eu e Bea fomos de carro para o pronto socorro.

 Odeio admitir, mas odeio a ver tão frágil. Não era como ontem, quando eu fui busca-la naquele bar depois dela ter levado um pé na bunda. Desta vez não era divertido vê-la chorando, desta vez era serio, e ao mesmo tempo que me preocupava com o meu melhor amigo, sentia uma vontade enorme de ampara-la.

 A verdade é que eu não odiava ela, só achava divertido as nossas briguinhas bobas e poder tortura-la com bobagens. Só agora me dei conta que com ela eu me divertia mais que tudo, mesmo que não fossemos amigos de forma declarada e que um implicasse até com o ar que o outro respira.

 Chegamos lá e ficamos esperando na recepção enquanto Nash era atendido. Preferimos não ligar para ninguém para contar o ocorrido enquanto não tivéssemos um parecer do médico que tratava do caso.

-Obrigada, por ter me acalmado hoje, foi muito gentil da sua parte.- Bea falou ruborizada, provavelmente não muito confortável em dizer aquilo, provavelmente com medo de que, de alguma forma, eu a retrucasse de forma grosseira, como era habitual entre nós.

-Não foi nada, pode não parecer mas eu não sou muito fã de ver garotinhas indefesas chorando...-eu disse e ela deu um tapa de leve em meu braço rindo, mesmo com lágrimas nos olhos.

-Indefesa é a sua mãe, Dallas.- Beatrice falou em tom de brincadeira, bem diferente do seu tom desafiador que era de costume quando falava comigo.

 Avistamos o medico vindo em nossa direção e nos levantamos do sofá onde estávamos sentados.

-Vocês são os amigos de Hamilton Grier?- o medico disse e eu olhei para Cameron sem entender.

-É o primeiro nome dele. Bela amiga hein Srta. Bomer?! - Cameron falou baixinho rindo da minha falta de informação.- Sim, ele vai ficar bem doutor?

-Vocês sabem me dizer se ele costuma ter convulsões ou tonturas aparentemente sem razão?- o medico disse (claramente com problemas em ser direto).

-Eu moro com ele e nunca o vi com nenhum problema assim.

-Por acaso ele anda bebendo?

-Só o normal, nada muito diferente do resto da população jovem dos Estados Unidos...

-Bom, provavelmente ele não tem nada muito grave.- soltamos juntos um suspiro de alívio- Mas ele terá que ficar pelo menos mais quatro dias aqui para que possamos investigar a causa da convulsão.

-Obrigada doutor!- Bea disse, como sempre muito educada [com quem não tinha intimidade] apertando as mãos do medico. Em seguida eu repeti o gesto e resolvemos ir até a lanchonete do hospital tomar alguma coisa.

Beatrice POV

-Droga!- Cameron disse lembrando de alguma coisa.

-O que?

-Os pais do Nash vão viajar e pediram pra ele ficar com a Skylynn.

-COMO ASSIM? Mas tipo, ficar com ela quando?- eu disse apavorada.

-Ela vai chegar no voo das 10 da noite.- Ele disse com as mãos na cabeça.

-Mas 10 da noite é daqui a duas horas!- eu disse ficando cada vez mais preocupada.

-Nós vamos ter que dar um jeito de buscar ela no aeroporto, e depois a gente vê o que faz.

-Não tem o que fazer Cameron, a gente tem que ligar pra alguém vir buscar ela, porque claramente Nash não está conseguindo cuidar nem dele mesmo no momento...

-Calma, Hayes tá viajando, Will está sabe Deus lá onde, e nós não podemos estragar a viagem dos pais deles, porque tipo, é a primeira vez que eles estão se entendendo em  muito tempo...

-O que você está querendo dizer com isso Cameron?- eu o olhei tentando entender- Não acho que você conseguiria manter ela viva nem até o final da semana...se é isso que está pensando...

-Eu provavelmente não conseguiria mesmo, mas você pode...olha, eu juro que te ajudo!

-Não, não e não! Você só pode estar maluco! Dois jovens irresponsáveis que não se suportam cuidando de uma criança pequena. Eu definitivamente não vejo como isso poderia dar certo.

-Eu também não gosto nada da ideia de ser responsável por uma criança, ainda mais tendo que fazer isso junto com você, mas é o único jeito! Nash ficaria muito mal se a gente estragasse a viagem dos pais dele. E além do mais, a galera pode ajudar a gente também.- eu fitei o chão, ponderando sobre a hipótese.- E também, nós somos os melhores amigos do Nash e a gente deve isso a ele.

-Ok. Mas você tem que estar 100% comprometido com isso. E eu estou falando serio! Nada de incentivar comportamentos destrutivos ou fazer brincadeiras que possam comprometer a integridade física da criança (afinal, homens são irresponsáveis e não tem noção do perigo!). Não pode ser assim tão difícil...