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História Anything For You - The Finale - Rest In Piece In My Arms


Escrita por: CatharinaFontes

Notas do Autor


7.222 exibições, 146 comentários e 123 favoritos... Todos os agradecimentos do mundo para vocês meus leitores, que fizeram meus dias tão mais felizes!
Já chegou o fim da nossa história e eu não sei se estou preparada para dizer adeus para essa fic!
Eu amo vocês de todo o coração!
Leiam de coração aberto porque o choro é livre...
Beijos e até as notas finais! (E como não poderia deixar de ser, Boa Leitura!)

Capítulo 30 - The Finale - Rest In Piece In My Arms


"A vida é uma luta insana, na qual os fortes sobrevivem e os fracos sucumbem à sombra de sua própria incompetência"

 Jessé Lopes de Araújo

 

 

-Eu nunca consigo me casar...só pode ser algum tipo de carma...-brinquei revirando os olhos, embora a situação fosse séria.- O que você quer comigo John?- continuei, sem um pingo de paciência.

-Bea, eu sinto muito pelo que terei de fazer.- definitivamente John estava bem mais alterado que o normal, lágrimas escorriam pelo seu rosto, ele parecia completamente transtornado.

-John, o que você...

-Olha só, eu sinto muito... eu te amo Beatrice, mas não há nada que eu possa fazer...- continuava chorando como um insano, falando com um tom de voz embargado e confuso.

-Não precisa ser assim, John. Olha, me leva pra igreja que vai ficar tudo bem.- comecei a me preocupar, ele não parecia alguém que está apenas levando a noiva para dar uma voltinha.

-Eu não posso desapontar meu pai desse jeito...Eu vou provar pra ele que eu não sou um inútil...

-Como assim? O que o seu pai tem a ver com isso? E John, você não é inútil.- tentei parecer compreensiva, para que desta forma pudesse entender aquilo.

-Eu tenho que provar pra ele que eu sou melhor que meu irmão.- sua voz soou completamente doentia.- Eu estou cansado de viver às sombras das realizações dele. Cameron sempre teve tudo, e essa é a primeira vez que eu tenho a oportunidade de provar que sou eu quem merece o respeito do meu pai.

-O que você está dizendo? Por que seu pai iria querer que você faça alguma coisa comigo quando eu estou prestes a me casar com o Cam e permitir com que ele fique com tudo?- comecei a ficar atordoada. Não se pode confiar em uma mente perturbada.- O que ele mandou você fazer?

-Ele quer que eu acabe com a sua vida, Beatrice.

-O QUE? Não faz sentido, ele não teria por que...

-Na sua despedida de solteira. Meu pai garantiu que você assinasse alguns papéis...- finalmente começa a cair a minha ficha, eu caí na minha própria armadilha.

-Cameron não foi nem homem o suficiente pra me matar com suas próprias mãos.- falei baixo, profundamente desapontada. No fundo eu ainda tinha esperanças de que aquele casamento pudesse não ser apenas por interesse.

 Eu não podia perder tempo com lamúrias, tinha que achar uma forma de me salvar. Teria de fazer o que meu pai melhor me ensinou. Manipular.

-Você não vê, John? Eles estão te enganando. Querem que você faça o trabalho sujo.- tentei ser o mais convincente possível.

-Finalmente vamos ser uma família, Beatrice. Você não entende, meu pai agora irá me respeitar e me valorizar por isso.- continuava transtornado, recusando-se a aceitar a verdade óbvia.

 Estacionou o carro numa espécie de galpão no meio do nada e desceu do veículo. Deu a volta, abrindo a porta do passageiro, e me puxou pelo braço.

-John, pense bem no que está fazendo.- falei, começando a me preocupar seriamente com aquilo.

-Eu já pensei, e por mais que eu não queira te matar, é assim que tem que ser.- me arrastou até o lado de dentro do galpão e me amarrou a uma cadeira, que estava jogada num canto. Me permiti derramar uma lágrima.

-Por favor, olhe bem pra mim. Se você realmente me ama como diz, me permita viver.- usei quase um tom de súplica. Minha mente trabalhava a mil em busca de uma forma de escapar daquela, que parecia minha morte certa.-

-Eu não posso. Se você pelo menos me amasse do jeito que eu te amo...- abaixou-se e colou nossas testas.

-John, reconsidere. Por mais que não tenha dado certo entre nós, não precisa ser assim...- por mais que me parecesse um tanto incômodo ter meu carrasco tão próximo de mim, eu deveria fazer o possível para não chateá-lo, só assim eu teria uma chance.- Se essa sua loucura é capaz de causar tanta tristeza e desgraça eu posso te ajudar, e te ensinar a se importar com as pessoas. No entanto, esteja ciente de que seu irmão é o homem que eu amo, e pra mim não importa se ele é um assassino mentiroso, eu o amarei até meu último suspiro. Não importa o que você faça, ou o que ele faça, meu coração não pertence mais a mim.

-Eu já tomei minha decisão, Bea. Mas eu prometo que não vai ser doloroso. Um tiro no lugar certo causará uma morte tão rápida que não haverá sofrimento.- tentou me acalmar, embora no fundo sua real intenção fosse amenizar a culpa que sentia.

-Você vai ter que viver pra sempre com o remorso de ter matado aquela que você ama...- parei assim que escutei o barulho de um carro se aproximando. Aquela poderia ser a minha última esperança, ou minha definitiva sentença de morte.

 John se pôs de pé e começou a caminhar de um lado para o outro, extremamente tenso.

-Levanta, vamos sair daqui.- me desamarrou da cadeira e me puxou pelo braço com brutalidade.

 Minhas mãos estavam finalmente livres, se eu fosse tentar alguma coisa aquele era o momento. Respirei fundo e me lembrei das insuportáveis aulas de defesa pessoal que meu pai me fazia frequentar desde os 4 anos de idade. Finalmente toda aquela merda de socar sacos de pancada deveria servir para alguma coisa, para salvar a minha vida.

 Em um movimento rápido, atingi sua "zona sensível" com meu joelho e consegui faze-lo soltar a arma, que caiu no chão a pouco mais de um metro dali.

 John se contorceu de dor e eu corri de forma desesperada, corri pela minha vida, pela minha liberdade, pela minha sobrevivência.

 Ouvi o barulho do carro estacionando mas não me dei o luxo de pensar muito. Cheguei até a entrada do galpão e acabei sendo barrada por um corpo.

 Levantei meu rosto coberto por lágrimas e encarei temerosamente o rosto daquele que me segurava com força pela cintura.

 Engoli seco. Cameron Dallas, meu maior amor, meu maior protetor e a minha maior decepção.

 Me abraçou forte e eu o repeli imediatamente.

-Fico feliz em saber que você veio pessoalmente para terminar seu servicinho sujo.- o empurrei e enxuguei minhas lágrimas rápido.- Pai? O que você...

-Nós viemos resgatar você, minha filha.- meu pai desceu do carro.

-Não pai, isso é uma armadilha. Eles querem nos matar, foge por favor.- gritei em desespero.

-Eu só quero te proteger, Beatrice.- Cameron acariciou minhas bochechas, mas meu ódio e minha desconfiança me cegavam.

-Tarde demais.- John disse, entorpecido pela sua loucura, segurando a arma firmemente em minha direção.

-Eu não vou deixar que você faça nada contra ela.- Cameron se colocou na minha frente, em um gesto inesperado.

-Melhor ainda, eu mato os dois.- sorriu doentio e destravou a arma.

-Espera, não precisa ser assim John.- tentei ir até ele, mas Cam me segurou pelo pulso. Eu sussurrei para que Cameron confiasse em mim e ele me soltou com um certo receio. Dei um passo a frente.- Nós podemos conversar, vai ficar tudo bem.

-Não chegue mais perto.- John gritou, enquanto eu percebia que meu pai passava por trás do mesmo sem que ele percebesse.

-Me dê uma chance de te provar que você pode ser diferente. Se você se render, tudo será melhor.- eu falava, enquanto via meu pai se aproximar cada vez mais de John.

 Num impulso, Sr. Bomer o surpreendeu por trás e os dois começaram uma agonizante luta pela mira da arma.

-Vem Beatrice.- Cameron me segurou firme pelo braço.- Você tem que fugir.

-Eu não posso deixar meu pai aqui.- falei, decidida.

-Isso é uma escolha dele, e ele quer que você fuja.- falou nervoso.- Anda, nós não temos tempo pra isso.- tentou me mover mais uma vez, mas eu cravei os pés firmes no chão.

 Um tiro ecoou pelo galpão. Me viro incrédula com os olhos marejados. Os dois se encaravam fixamente, algum deles havia sido atingido. Os segundos seguintes se preencheram de extrema agonia.

 Meu pai sucumbe, até chocar-se com força contra o chão.

-Não.- sentia um ódio tão grande que poderia me sufocar. Cameron observava aquela cena assustado.

 Impulsivamente, olhei para John com um misto de fúria e indignação. Eu iria até ele e arrancaria seus olhos com minhas unhas.

-Me desculpe, meu amor.- John chorou doentio e, novamente, apontou a arma na minha direção com as mãos trêmulas, mas dessa vez não ponderou.

 Aquele barulho ensurdecedor mais uma vez se espalhava pelo galpão. Olho pra baixo e vejo meu vestido branco ser tomado por uma crescente mancha vermelha. Minha visão escurece e, antes que eu colidisse com o chão, Cam me amparou em seus braços.

 Escuto mais um tiro, John já não tem mais vida.

-Não pode acabar assim.- escuto Cam dizer, selando nossos lábios enquanto lágrimas desesperadas banhavam seu rosto.

-Acho que ele me libertou da minha prisão.- falo tranquila. Aquilo não era como eu imaginava, não era revoltante, era libertador.- Hey, acho que eu não tenho muito tempo! Eu só preciso dizer como você mexeu comigo, como você me ajudou nos momentos que me deu seu amor.- a dor de ter sido perfurada por uma bala do tamanho do meu dedo não era nada perto de tudo o que eu precisava dizer.- Você fez de mim uma mulher, Cam. E por isso, eu serei eternamente grata, literalmente. Se pode me prometer alguma coisa, prometa que sempre que se sentir triste ou inseguro ou perder completamente a fé vai tentar olhar para si mesmo com meus olhos. Obrigado pela honra de ter tido você, mesmo que por tão pouco tempo...- titubeei algumas vezes, mas consegui terminar.

-Você não pode me deixar. Eu te amo mais que tudo Beatrice, me desculpe por todas as vezes que eu permiti que você duvidasse disso...- estava visivelmente desolado.

-Tudo bem, Cam. Às vezes, a vida é interrompida cedo demais, mas o que conta é o que a pessoa faz com ela, não o tempo que dura.- Parei por um momento, respirar se tornava uma tarefa cada vez mais difícil.- Se existir alguma coisa depois disso, eu quero me lembrar de você assim, doce e protetor. E eu quero que você se lembre de mim com ternura, quero que se lembre de mim como aquela que nunca deixou de te amar.- tossi um pouco de sangue e senti uma força me levantar do chão.

-Eu não vou deixar que você morra.- Cameron me carregava, indo em direção ao carro.

-Eu te amo. Meu primeiro e último amor. E jamais culpe ninguém pelo que aconteceu aqui, fomos vítimas do nosso destino.- minha visão escureceu e eu fui, aos poucos, perdendo os sentidos. Era como se eu estivesse caindo lentamente em um abismo infinito. Meus pensamentos se confundiam, até que esvaíram por completo.

 

"Aqui, fixar quero meu eterno repouso,

E desta carne lassa do meu mundo sacudir o jugo das estrelas funestas.

Olhos, vê-de mais uma vez.

Braços, permiti-vos o último abraço.

E lábios, vós que sois a porta do hálito, com um beijo legítimo selai este contrato com a morte exorbitante."

William Shakespeare- Romeu e Julieta

 

Fim

 

Aquilo que eu gostaria de ter dito

 

 Sabe, de vez em quando é normal sentir que a vida que vivemos não é a vida que escolhemos... Quando isso acontecer, lembre-se de que nossa vida é como música, cada momento é uma nota, e o conjunto de todos eles nos faz dançar rumo ao nosso grande momento, aquele milésimo de segundo que nos faz acordar e perceber exatamente quem somos.

 Talvez amanhã o mundo amanheça irreconhecível, e se isso acontecer pense em tudo o que eu deveria ter sido, e tudo o que você ainda pode ser.

 A vida de ninguém é repleta de momentos perfeitos. E se fosse, não seriam momentos perfeitos, seriam apenas normais. Como você conheceria a felicidade se nunca passasse pelas fases tristes?

 A estrada é longa e deixará seus pés doloridos, mas ao final, o encontro com a felicidade será tão somente o encontro consigo mesmo, descobrindo que tem aqueles dons escondidos, que na verdade sempre fizeram parte de você , e que por diversas vezes estiveram bem debaixo do seu nariz, mas que você nunca enxergou porque sempre se recusou a olhar para baixo.

 Esses dons já existem em você, Cam.

 Mas talvez precise perceber que a liberdade também.

 É tão difícil nos sentirmos livres!!! Atribuímos as razões de nossas frustrações fora de nós, encontramos bodes expiatórios pra nossa falta de sorte, e não percebemos que o caminho sempre esteve a nossa mercê e disposição, mas preferimos não arriscar.

Supomos que deixar nossas folhas em branco seja mais seguro do que simplesmente usar a borracha.  Somos tão covardes, Cam...

  Antes que eu me esqueça: prefira uma verdade feia a uma mentira bonita. De vez em quando somos tentados a disfarçar nossas miudezas, e criamos fantasias onde pensamos que podemos nos refugiar. Mas isso dura tão pouco, meu amor... E quando a verdade aparece, o estrago é tão devastador... Assuma sua vida do jeitinho que ela é, sem tirar nem pôr; e nunca se envergonhe daquilo que lhe aconteceu. Essa é sua história, e negá-la só fará com que se sinta mais preso, mais encarcerado, mais infeliz.

 Aprenda a tolerar seu enredo.

 Vou te contar: Se existe um lugar onde pode se refugiar em segurança, esse lugar é na verdade. Não negue seus afetos, suas alegrias, suas vitórias e desejos, mas principalmente, não negue sua dor. A gente só sai da tristeza quando se permite vivenciá-la. Pode ser que um dia você sinta que seus olhos enxergam melhor quando estão úmidos. Isso acontece porque a lágrima lubrifica a visão, enquanto a tristeza nos reconecta ao que de mais verdadeiro existe em nós. Então chore, chore, e não disfarce seu abandono, sua decepção, raiva e frustração. Mas depois dance, dance, dance... pois a dor também tem o seu feitiço, Sr. Dallas.

 Aproveite a viagem sem tentar entender cada passo. Nem tudo tem explicação lógica e a vida, na maioria das vezes, é injusta mesmo, mas quem somos nós para julgar aquilo que é realmente justo? Então não fique olhando pro lado e tomando conta do que não lhe pertence. Ame o que lhe cabe, e tolere as demoras, os percalços e falhas. Não exija demais de si mesmo nem dos outros. Aprenda a achar em cada raio de sol, em cada sorriso, um novo motivo para viver.

 Eu sei que no meio de tanta gente cruel provavelmente eu não vou durar muito. Por isso, é certo que você só vá ler isso quando eu já tiver feito a minha partida.

 Com todo o amor do mundo,

 Beatrice Anne Bomer 


Notas Finais


Primeiro tenho que creditar boa parte do "Aquilo que eu gostaria de ter dito" a uma obra de Fabíola Simões chamada "Carta para Coraline".
Agora eu posso choramingar a vontade...rsrsrsrs
Eu gostaria de dizer que foram incríveis esses 2 meses que passei na doce companhia de vocês!!! Cada comentário carinhoso, cada leitora revoltada (rsrsrs), cada favorito, e cada visualização foi muito importante pra mim!
Queria dizer às lindas que acompanham a fic desde o começo que SE NÃO FOSSE POR VOCÊS NÃO TERIA FIC, NÃO TERIA AUTORA E NÃO TERIA CASAL BECAME *-*!!!
Eu sei que esse final pode ter desapontado e até revoltado uma boa parte de vocês, mas é assim que tem que ser. E como isso termina vocês é que vão me dizer. Na minha cabeça existe um Fim definitivo para essa história, e eu deixei pistas disso espalhadas pelos cantinhos do capítulo, mas eu não vou entregar.
Eu gostaria muito de dizer a vocês que vai haver uma segunda temporada, mas já é hora de eu me dedicar às minhas outras fics e eu realmente não sei se devo continuar essa história, então...
Queria que vocês entendessem que essa fic não é sobre uma vida perfeita e um final feliz, é muito mais relacionada a aceitar o seu destino e aproveitar cada momento como se fosse o último. Pensem nisso ;)
Agora acabou e o choro é livre!rsrsrs
Obs: Eu sei o tanto que vocês querem me matar agora!
Obs 2: E como não poderia deixar de ser: COMENTEEEEEM!
Amo Vocês, e até qualquer hora!


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