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História Aravia - 0004 - Inseguranças, Lembranças e Abraços


Escrita por: chiibis

Notas do Autor


[SUPER SUPER SUPER IMPORTANTE] Aconselho vocês a ler a fic desde o primeiro capítulo de novo e dai ler a atualização, porque faz tempo que eu não atualizo né e tem uns detalhes que eu tive que casar com os capítulos anteriores, então pra melhorar a emoção de ler atualização...LEIAM A FIC NOVAMENTE até chegar na atualização

e nem fodendo que eu vou revisar essa porra, outra coisa...

se não tiver retorno com comentários, surtos, qualquer coisa, eu vou dropar essa fic pq tá foda escrever e não ter retorno dos leitores

Capítulo 5 - 0004 - Inseguranças, Lembranças e Abraços


“Você realmente pensou que tinha algo aqui, não foi?” O sorriso de Mark era tão lindo enquanto ele falava que Jinyoung decidiu ignorar a repentina frustração por ter alimentado algum tipo de esperança de que havia algo atrás do prédio antigo.

“Os rapazes transformaram a antiga piscina do ginásio em uma pista de skate. Mas no geral, não tem nada demais.” Mark explicou, ainda sorrindo com a expressão de frustração que Jinyoung fazia.

Jinyoung sentia que Mark não agia conforme sua idade, e por mais estranho que aquilo fosse, ele também percebeu que talvez Mark agisse exatamente como sua idade pedia, enquanto ele próprio agia como alguém mais velho.

Jinyoung sempre precisou agir como adulto, nunca realmente aproveitando os momentos da sua adolescência ou juventude.

“Vem, vou te mostrar.” Antes que Jinyoung se movesse, Mark segurou seu pulso, o puxando na direção do pátio onde estava a pista de skate.

Mark não precisava segurar o pulso do rapaz para que ele o seguisse, mas ainda assim, Mark precisava ultrapassar a barreira de choque e a expressão de frustração de Jinyoung, e por mais que o outro não tivesse demonstrado em momento algum suas necessidades de contato físico, a idéia de Mark tocando sua pele deixava as borboletas no seu estômago flutuando.

Quando os dois chegaram na frente do ginásio, haviam três rapazes na porta conversando, e já era possível ouvir o barulho dos skates deslizando o chão áspero do que havia sido o solo de uma piscina.

Quando os dois entraram no ginásio, o som ficou mais alto e Jinyoung grunhiu ao ver um dos rapazes caindo do skate, Mark riu da expressão que o outro fez, como se estivesse sentindo a dor que o rapaz no chão sentia.

“Vem comigo.” Mark segurou o pulso de Jinyoung novamente, o puxando pra o outro lado da piscina, ele havia deixado o pulso do outro ir assim que eles avistaram movimento na frente do ginásio, Mark pensou que talvez Jinyoung pudesse se sentir desconfortável, mas agora por puro instinto, sua mão estava de volta no pulso do outro, e Jinyoung não podia estar mais satisfeito.

Mark levou Jinyoung para uma das pontas de uma piscina menor, sentando na beirada e puxando o outro para fazer o mesmo. Jinyoung percebeu que garotos com aparência mais jovens corria por ali, enquanto na piscina maior a aparência dos outros eram de mais velhos.

“Aquele é o Ten,” Mark apontou na direção de um dos garotos, “ele é o melhor entre os mais novos. A mãe dele o abandonou quando ele tinha 5, desde então ele vive com a avó.”

Jinyoung não havia perguntado, mas percebeu que a explicação de Mark não era simplesmente conversa para preencher espaço no silêncio, ele queria fazer Jinyoung se sentir incluso.

“Aquele é o Chen.” Mark apontou na direção do outro garoto, “ele vive com o pai, que passa mais tempo fora bebendo do que cuidando dele e dos três irmãos. Aqueles ali oh?” Mark apontou no canto do ginásio próximo de onde Chen estava, e Jinyoung viu duas meninas de mais ou menos 5 e 7 anos, e um garotinho de 9, que segurava a mão dos outros dois enquanto assistia os outros correrem nos seus skates.

“Cadê a mãe deles?” Jinyoung não pode deixar de perguntar. Jinyoung mal conseguia imaginar a vida dele sem sua mãe, e ele já era um adulto. Ele sentiu seu coração apertar ao pensar naquelas crianças sem o carinho materno.

“Drogas.” Mark respondeu e por mais que ele trouxesse um sorriso amigável para tentar não fazer a resposta triste, Jinyoung pode ver os verdadeiros sentimentos do outro nos seus olhos.

“Quando ela deu a luz para a pequenininha, seu corpo já estava muito fraco e ela não resistiu.” Mark terminou de explicar e percebeu a tristeza de algo além da história da família de Chen, mas ele ainda não podia identificar o que era.

Talvez Mark também tinha um lado da sua vida que ele escondia

 

//

 

O mais estranho de quando se passa o dia com alguém que você se importa é...você não vê o tempo passar e quando a hora de ir embora chega, você simplesmente não quer ter que esperar para ver a pessoa novamente. Você nunca está satisfeito com apenas alguns momentos, você quer mais, você quer poder saber mais, descobrir mais, compartilhar mais.

Jinyoung não viu o dia passar, e quando sua mãe ligou no início da noite perguntando se ele voltaria para o jantar, ele finalmente se deu conta do horário.

“Você já tem que ir?” Mark perguntou com a mesma tristeza disfarçada que Jinyoung trazia nos olhos.

Os dois estavam sentados na arquibancada da quadra de basquete, estranhamente o lugar estava vazio, algo incomum considerando que quase todos os dias os rapazes se encontravam para jogar.

Jinyoung guardou o celular, esticando as pernas o bastante para conseguir encaixar o aparelho no bolso, e seus ombros tocaram os de Mark, fazendo o outro sentir a ansiedade crescer por estar tão próximo de Jinyoung.

“Talvez.” Jinyoung estava incerto, suas emoções confusas sobre ir pra casa e lembrar da doença do seu pai, ou continuar vivendo no pequeno conto de fadas que ele compartilhava toda vez que encontrava com Mark.

“Talvez?” Mark encontrou os olhos de Jinyoung, e por alguns segundos, o tempo realmente parou. Os lábios de Jinyoung secaram, sua garganta apertou como se o ar não conseguisse passar, e o frio gélido do início da noite não era nada perto do frio de ansiedade que sua espinha preencheu seu corpo.

Jinyoung nunca pensou muito sobre como as pessoas apaixonadas agiam, ele sempre pensou que fosse algo comum, e só uma forma diferente dos romancistas descrever uma amizade forte, mas naquele momento...olhando nos olhos de Mark, Jinyoung se deu conta de que talvez os romancistas tivessem razão, e era perfeitamente possível se perder nos olhos de alguém. Que era perfeitamente possível enxergar alguém além do universo ao redor. Que era perfeitamente possível sentir tanto dentro do peito, que seu corpo sentia no músculo a necessidade de proximidade.

“Talvez eu possa f-fi-ficar mais.” Jinyoung soava como um adolescente inseguro e apaixonado. E o sorriso debochado de Mark só provou que Jinyoung realmente parecia como um adolescente inseguro e apaixonado.

“Talvez você deva ficar mais.” Mark afirmou sorrindo e Jinyoung desejou passar seus dedos sobre o lábio do outro.

E Jinyoung realmente ficou. Os dois conversaram sobre assuntos sérios, enquanto assuntos divertidos se entremeavam, transformando o que era para ser triste e desconfortável em algo ao menos confortável.

Jinyoung não falou sobre seu pai, mas Mark já se sentia satisfeito com o pouco que ele descobriu sobre o outro, enquanto Jinyoung descobriu mais sobre a razão pela qual ele se sentia inseguro pela primeira vez.

“Você namora?” A pergunta veio após um longo silêncio, onde os dois haviam decidido deitar no chão da quadra e observar as estrelas.

Jinyoung sentiu o corpo gelar, e definitivamente não era pelo ar gélido e o chão frio nas suas costas. Ele não esperava que Mark fizesse uma pergunta tão direta e pessoal.

“Não precisa responder se não quiser.” Mark se sentiu inseguro após perguntar sem pensar. Mas a curiosidade estava lhe corroendo por dentro, afinal, ele sabia pouco sobre a vida pessoal de Jinyoung e a necessidade de saber mais o fazia agir sem pensar.

“Não. Você?” A voz de Jinyoung era quase um sussurro viajando junto com a brisa da noite.

“Não.”

Ambos sentiam borboletas agitadas dentro do estômago, mas claro que nenhum iria assumir que sentiam uma esperança disfarçada de possível chance um com o outro.

Mark queria se aproximar mais, mas ao mesmo tempo seu medo de qualquer passo em falso assustasse Jinyoung o impedia.

Jinyoung queria perguntar mais, queria um conforto que se deu conta que só Mark podia dar, porém não podia pedir.

Ambos queriam mais do que só aqueles momentos onde só existia um relacionamento de amizade.

 

//

 

O teto era uma janela para o passado, já que os olhos de Youngjae observava a cor se transformando em duas crianças brincando no fundo do seu antigo colégio.

 

--

 

“Mas esse são meus favoritos!” A voz ardida de um dos garotos ecoou nos ouvidos de Youngjae, como se ele estivesse vivendo a cena e não somente assistindo.

“Mas eles também são meus favoritos!” O outro garoto respondeu, tão impetulante quanto a primeira criança.

Um dos garotos usava o cabelo em formato de tigela, suas bochechas redondas e gordas empurravam seus olhos ao ponto de parecer que eles estavam fechados. Seus dentes ainda tortos e ele definitivamente comia mais do que devia, já que suas mãos eram redondas e fofinhas.

Youngjae se lembrava de gostar de tocar naquelas mãos.

O outro garoto Youngjae se recordava. Na verdade, ele não precisava se recordar porque era alguém impossível de esquecer. Como Youngjae iria se esquecer dele próprio?

“Eu te dou os meus.” O garoto das mãos gordinhas entregou os chicletes que ele guardava com força entre a mão.

O jovem Youngjae desviava os olhos do outro garotinho e focava na sua mão com os chicletes estendidos na sua direção.

E antes que o garotinho pudesse se arrepender de dar seus chicletes, Youngjae já havia os alcançado.

O garotinho do cabelo em formato de tigela sempre tratou Youngjae com carinho, proteção e cuidado, mesmo que isso significasse abrir mão das suas próprias preferências.

 

--

 

De volta ao quarto, Youngjae tentava lembrar de onde aquela lembrança havia vindo. Ele se lembrava de ser amigo do garotinho da lembrança durante toda sua infância e início da juventude, mas quando ele fez 15 anos, Jaebum não apareceu na sua festa de aniversário e depois disso ele nunca mais o viu.

Youngjae sempre gostou daqueles chicletes e por um longo tempo, Jaebum sempre comprava e dividia com ele seus chicletes.

Ele lembrava ter ficado chateado e perguntado para seus pais porque o garotinho não tinha ido, e seus pais lhe contou que ele havia se mudado com os pais dele. Youngjae se lembra de ter ficado triste na época, mas ele ainda era muito pequeno para entender o que era saudade.

Ele sabia que havia sido Jaebum quem havia lhe mandado a caixa com os chicletes, ninguém mais poderia lhe mandar algo tão pessoal e direto como aquilo.

Embora faltasse pouco para 1 da manhã, Youngjae alcançou seu celular, discando o número de sua mãe.

“Youngjae? O que aconteceu?” A mulher soava aflita e sonolenta.

“Você lembra o nome do garotinho que eu brincava quando era pequeno? Era Jaebum, não era?” Sem contexto era difícil, mas Youngjae esperava que sua mãe lembrasse de quem ele estava falando.

“Youngjae, onde você está? De onde veio essa pergunta?” O som falho da voz da mulher indicava que ela estava se levantando da cama.

“Antes dos meus 15 anos, antes de nós irmos embora. Eu brincava com um garotinho com o cabelo cortado em formato de tigela. Você lembra o que aconteceu com ele?” Youngjae não queria soar tão desesperado, mas ele precisava saber como procurar por aquela pessoa antes que ele o encontrasse novamente. Ele precisava estar preparado.

“Não lembro Youngjae. Mas acho que o sobrenome da família era Lim...Im...Kim, Não...era Im. O pai do garotinho faliu e eles tiveram que mudar. Acho que foi isso. Mas porque você quer saber disso agora?”

“Por nada. Tente descobrir algo sobre o que aconteceu com essa família, ok?” Youngjae sabia que não havia ninguém melhor para descobrir sobre a vida alheia que sua mãe, e provavelmente no final da tarde daquele dia a mulher já teria um documentário escrito sobre os últimos acontecimentos da tal família.

Youngjae tentou dormir, mas sua mente estava agitada assim como seu coração (por algum motivo desconhecido por ele) estava tão agitado quanto.

Aos poucos sua mente foi se deixando levar pelo caminho dos sonhos e Youngjae finalmente dormiu.

 

//

 

A sensação de ter perdido algo e não saber o quê ou onde. Era assim que Jinyoung se sentia naquela manhã de domingo.

Ele havia deixado a quadra de basquete tarde da noite, mais tarde do que planejado e replanejado.

Por mais triste que ele se sentisse em relação a saúde de seu pai, o sorriso por ter passado o dia anterior com Mark se mantinha automaticamente no seu rosto.

“O que está te fazendo tão feliz? Finalmente deu uma chance para a filha dos Yien?” A voz da mulher demonstra o nível de esperança que ela possuía.

“Yien? Hã?” Jinyoung realmente não se lembrava de quem sua mãe estava falando. Ele conhecia a família, mas claramente o motivo da sua felicidade não era por causa da filha deles.

“Então não é a filha deles.” Seu pai respondeu no lugar de Jinyoung.

“Não sei do que vocês estão falando. Eu continuo o mesmo.” Jinyoung sabia que ele não era o mesmo desde que havia conhecido Mark.

“Jinyoung meu filho, eu te conheço melhor do que você mesmo. Eu te conheço antes de você sair da minha barriga, e eu sei que existe um motivo por trás desse sorriso.” A mulher explicou sorrindo, alcançando a jarra de suco do outro lado da mesa.

“Quem quer que seja ela, eu espero que ela continue lhe fazendo sorrir.” A voz do homem era cheia de esperança, e Jinyoung pensou que talvez seu pai esperasse viver mais para vê-lo casado e com filhos.

“Não tem ninguém, de verdade.” Jinyoung mentiu sorrindo, e aquele sorriso entregava sua mentira, fazendo seus pais rirem do quão bobo ele soava.

 

//

 

“Chicletes?” Jinyoung perguntou confuso, sentado em uma das mesas do restaurante, encarando a caixa de chicletes que Youngjae havia recebido dias antes.

“Chicletes.” Youngjae repetiu, olhando ainda incrédulo para a caixa de chicletes.

“E isso é importante por…?” Jinyoung não queria soar tão entediado, mas era exatamente como ele soava.

“Porque foi o Jaebum quem mandou?!?” Youngjae respondeu como se fosse algo óbvio e Jinyoung deveria saber.

“O amigo do Mark?”

O diálogo era uma torrente de respostas em formato de perguntas.

“Amigo de quem? Hã?” Agora era Youngjae quem estava confuso.

“O amigo do Mark. Me--” Jinyoung ia falar ‘meu Mark’, mas se corrigiu e agradeceu por Youngjae estar preocupado com o caso dos chicletes para dar atenção ao que ele quase falou.

“Mark, meu amigo Mark. O amigo dele que veio no jantar, ele chama Jaebum. Ele quem te mandou os chicletes?”

“Porque ele me mandaria chicletes?”

Outra resposta em formato de pergunta e até o exato momento nenhuma resposta de fato.

“Espera, vamos organizar nossas idéias.” Jinyoung finalmente disse, fechando a caixa de chicletes e alcançando o cartão que havia vindo junto, analisando a caligrafia do autor.

“A pessoa que te mandou isso se chama Jaebum?”

“Sim.”

“E isso é importante porquê…?” Jinyoung esperava que Youngjae completasse a informação.

“Ele é um amigo de infância.” Jinyoung percebeu que o tom da voz de Youngjae mudou ao pronunciar ‘amigo’.

“O amigo que você tinha uma paixonite?” Jinyoung perguntou sorrindo, sabendo que o assunto irritava Youngjae...por deixá-lo sem jeito.

Youngjae tinha uma paixonite por Jaebum quando eles eram jovens e antes do outro desaparecer, e talvez por causa do desaparecimento sem aviso de Jaebum, ele havia se tornado alguém frio e desinteressado. Youngjae trazia consigo um leve trauma, por ter sido abandonado sem nem ao menos confessar como realmente se sentia, ainda mais que ambos eram garotos.

“Isso não é importante agora. Mas sim, esse Jaebum.” Youngjae respondeu abaixando o rosto e Jinyoung o conhecia bem o bastante para saber que o amigo estava envergonhado.

“Ok. E vocês dois compartilham essas lembranças que envolve chicletes?”

Youngjae concordou com a cabeça, ainda olhando para baixo.

“E agora, de repente, ele te envia os chicletes mostrando que ele não só lembra de você, como também lembra das suas preferências?”

Youngjae concordou com a cabeça novamente.

“E agora você não sabe como encontrá-lo, a não ser que ele te procure novamente.”

Youngjae levantou o rosto, concordando novamente e Jinyoung pode ver a esperança perdida nos olhos do amigo.

“Ele vai te procurar de novo. Você só tem que esperar.” Jinyoung contou sorrindo, sabendo que o tal Jaebum iria aparecer novamente, que por sua vez lhe fez se lembrar do Jaebum amigo de Mark.

“Estranho é ele ter o mesmo nome do amigo de Mark. Você sabe qual o sobrenome dele?”

“Minha mãe comentou algo sobre Kim, Lim, Im. Algo assim.”

Jinyoung alcançou o celular, deu alguns toques na tela e antes que Youngjae pudesse perguntar o que ele estava fazendo, o outro respondeu a ligação.

“Hey, tudo bem?” O sorriso se formou no rosto de Jinyoung e Youngjae decidiu assistir a expressão do amigo ao falar com a única pessoa que ele já viu Jinyoung agir daquela forma. Mark.

“Eu estou bem. Eu estou ligando para perguntar algo.” Jinyoung respondeu, enquanto Youngjae se mantinha em silêncio.

“Seu amigo Jaebum. Qual o sobrenome dele?” Jinyoung não sabia, mas naquele momento, do outro lado da cidade, Mark sentia seu peito arder em insegurança.

‘Jinyoung tinha interesse em Jaebum.’ Foi o que Mark pensou.

“Im Jaebum.” Jinyoung repetiu e Youngjae sentiu seu coração vibrar. Ele havia achado seu Jaebum.

 

//

 

Mark conhecia aquele sentimento, ele já havia sentido antes. E o que para algumas pessoas chamava ciúmes, Mark sabia que aquilo era pura insegurança.

Jinyoung havia ligado procurando por informações de Jaebum. Seu amigo Jaebum. Não sobre seu bem estar. Não sobre como ele estava se sentindo. Não sobre o fato deles não ter conversado desde a noite na quadra. Não. Jinyoung havia ligado para perguntar de Jaebum.

A insegurança se transformou em frustração, e a frustração em raiva, e quando ele percebeu, seu celular já havia encontrado a parede com força e já estava em pedaços no chão. Mais uma vez ele deixou seu temperamento ganhar e antes que pudesse se controlar, havia jogado o celular com força o bastante para não ser recuperado.

 

//

 

Youngjae não precisava das informações que sua mãe iria lhe dar, já que o que ele precisava saber já tinha nome e endereço. Entretanto, a notícia completa do motivo pelo qual Jaebum ter sumido era algo novo e Youngjae entendia melhor agora do que quando o outro rapaz o deixou.

Graças a Jinyoung (que por sua vez estava frustrado com o gelo que Mark estava lhe dando) ele conseguiu informações sobre a companhia de dança que Jaebum participava, e com um pouco de lábia e um nome falso, Youngjae finalmente conseguiu o endereço do estúdio de dança que ele trabalhava.

Tentando o máximo não deixar seu rosto ser reconhecido e perguntando discretamente para algumas pessoas, ele finalmente chegou na frente da sala onde Jaebum estava (coincidentemente) dando uma aula.

Youngjae lembrava de como o rapaz gostava de dançar, mas ele era um aluno excepcionalmente extraordinário, e as pessoas sempre assumiram que ele faria uma faculdade que utilizasse toda aquela inteligência, porém aparentemente ele havia escolhido algo livre, algo que lhe fizesse feliz e Youngjae podia ver a felicidade do outro enquanto ele dançava.

Os minutos passaram tão rápido que quando Youngjae percebeu, as pessoas já estavam deixando a sala, e pelo vidro, os olhos de Jaebum encontraram os dele.

Era inútil tentar se esconder ou correr para longe. Talvez fosse melhor se livrar daquela sensação de ansiedade crescendo de uma vez por todas.

Ele esperou Jaebum se aproximar da janela de vidro, seus olhos penetrando tão fundo nos olhos de Youngjae que parecia estar lendo todos os anos de lembranças separados em um único olhar.

“Quanto tempo Youngjae.” Jaebum sorriu, e Youngjae sentiu como se uma enorme medusa liberasse seus cabelos dentro do seu estômago, agitando internamente todas suas barreiras e sensações.

 

//

 

Uma semana desde que Jinyoung ligou para Mark perguntando sobre Jaebum, e desde então ele não soube notícia alguma sobre Mark. Nenhuma foto com expressão divertida e uma legenda boba. Nenhuma mensagem de bom dia, boa tarde, ou boa noite. Nenhuma ligação no final da noite para saber como havia sido o dia de Jinyoung. Nada.

Se já não bastasse as preocupações da empresa, a doença do seu pai, o aperto no coração de Jinyoung agora doía pelo fato de que Mark estava o ignorando.

‘Talvez ele só esteja ocupado.’ Esse foi o primeiro pensamento que Jinyoung teve nos primeiros três dias.

‘Talvez ele não queira me incomodar achando que eu estou ocupado.’ Esse foi o segundo pensamento, e o terceiro foi o mais doloroso de se dar conta.

‘Talvez ele não queira mais ser meu...amigo.’ O pensamento doía por dois motivos: Mark só via o relacionamento deles como uma possível amizade. E Mark não queria mais ser seu amigo.

Mas ainda assim, esperança é uma desgraça e Jinyoung odeia incertezas. Quando ele percebeu, já estava andando em direção a quadra de basquete.

Ao contrário da semana anterior, naquela noite de sábado a quadra estava cheia e Jinyoung sentiu a ansiedade percorrer seu corpo.

Mark havia feito uma cesta de 3 pontos quando Wonho apontou com o rosto na direção em que Jinyoung se aproximava.

“Hey.” Jinyoung cumprimentou um tanto tímido. Ele sempre havia sido confiante, mas Mark trazia suas inseguranças a tona, ainda mais depois de tê-lo ignorado por uma semana. Jinyoung se sentia desprotegido.

“Hey” Mark cumprimentou de volta, olhando profundamente nos olhos de Jinyoung, mas mantendo a expressão séria e irritada.

Jinyoung não precisava conhecer Mark por um longo tempo para saber que havia algum problema e que talvez fosse isso que estava fazendo o outro ignorá-lo.

“Você está bem?”

Mark apenas balançou a cabeça, soltando um ‘hum’ seguido de ‘e você?’ um tanto desinteressado, embora ele inconscientemente estivesse interessado em saber como Jinyoung havia passado a semana.

“Cansado.”

O silêncio de palavras não ditas é pior do que o silêncio por não ter o que falar, e naquele momento ambos tinham muito pra dizer, mas coragem alguma pra falar.

“Jaebum não veio jogar com vocês hoje?” Jinyoung tentou puxar assunto, olhando em volta da quadra procurando pela presença do outro.

Mark sentiu a dor do ciúmes crescer, e a irritação da semana anterior aparecer.

“Não.”

Jinyoung percebeu o tom frio da voz do outro, e seu próprio coração doeu. Ele não sabia o motivo pelo qual Mark estava bravo, ainda mais pelo fato dele estar perguntando sobre seu amigo.

“Aconteceu algo com ele?” Talvez mostrar interesse pelo bem estar do outro fizesse Mark se sentir mais confortável, afinal ele e Jaebum eram melhores amigos.

“Se você veio perguntar sobre o Jaebum, eu posso te passar o número dele e você pergunte diretamente pra ele.” Mark não queria ter soado tão rude, ou talvez fosse exatamente o que ele queria. Ele estava cansado de sentir mal, ansioso e inseguro pelo interesse de Jinyoung. Porém, no momento em que a expressão de tristeza alcançou o rosto do rapaz, Mark sentiu a culpa ocupar todas as suas outras emoções.

“Olha...Desculpa.” Mark passou a mão nos cabelos com força, frustrado.

“Eu não falei com ele essa semana. Não sei o que aconteceu, talvez ele esteja ocupado, mas se quiser eu posso passar seu número pra ele e você pergunta como ele está.” Agora a voz de Mark era mais calma, mas nada daquilo fazia sentido para Jinyoung.

“Do que você está falando? Porque você está agindo assim?”

“Você veio aqui atrás do Jaebum, não foi? Então...Eu não sei notícias de--” Antes que Mark pudesse continuar, Jinyoung fez algo idiota.

Os dedos de Jinyoung encontraram os lábios de Mark, o calando para parar de falar tanta inutilidade, e o toque dos dedos do outro na sua pele fez com que seu propósito fosse concluído com sucesso, já que Mark não conseguia pensar ou se mover.

“Eu não vim aqui atrás do Jaebum. Eu vim saber porquê você está me ignorando durante toda a semana. Eu perguntei sobre ele ter vindo jogar, porque queria saber como foi o reencontro dele com o Youngjae. Agora você está agindo feito um babaca e fez eu me arrepender de ter atravessado a cidade para buscar alguma resposta.”

“Reencontro dele e o Youngjae?” Mark se lembrava que Youngjae era o melhor amigo de Jinyoung, mas não sabia qual era a ligação entre o chefe de cozinha com seu melhor amigo. Talvez se ele não tivesse evitado falar ou encontrar Jaebum durante a semana ele teria alguma resposta.

“Ele e Youngjae tem uma história, aparentemente. Por isso eu te liguei perguntando o sobrenome dele, mas desde então você não fala comigo e eu passei todos os dias me perguntando o que diabos eu fiz de errado.” Jinyoung respondeu e abaixou a cabeça, desviando os olhos dos de Mark para evitar que o outro visse sua fragilidade.

Mark sorriu, e seu sorriso se transformou em uma risada alta e fina, chamando atenção dos rapazes jogando, e deixando Jinyoung ainda mais confuso.

“Você não fez nada de errado. Eu que sou um babaca.” E antes que Jinyoung pudesse retrucar, Mark agiu por puro impulso e conforto.

Seus braços contornaram os ombros de Jinyoung, o trazendo para próximo e lhe guardando em um abraço apertado, como se os dois fossem íntimos o bastante para se abraçar e sentisse saudades o bastante para não deixar o outro ir.

Jinyoung permanecia imóvel, seus braços jogados ao lado do corpo, não sabendo como reagir a repentina demonstração de afeto.

E após alguns segundos, Mark se deu conta do que ele havia feito, largando o corpo de Jinyoung e se afastando em um único impulso.

“Desculpa, eu --” Mark não fazia idéia de qual desculpa usar.

“Tudo bem. Eu também senti sua falta.” Jinyoung assumiu, devolvendo o sorriso de Mark, os dois voltando a se perder no olhar um do outro. E por mais que ainda existisse palavras não ditas, o silêncio que os dois compartilhavam enquanto se olhavam não era tão perturbador e cheio de ansiedade. Agora a ansiedade era por outro motivo...eles queriam continuar aquele abraço.


Notas Finais


pra quem queria saber, TERMINEI TCC!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

pra quem é leitor novo e quer comentar sobre a fic, fazer perguntas, tirar dúvidas...meu twitter é @chiibis_

pra quem não lê ainda, vejam meu perfil e acompanhem Ouroboros (nova fic markjin)


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