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História Arcano - Capítulo dois: autópsia


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 2 - Capítulo dois: autópsia


O corpo já estava pronto para ser examinado, e após colocar todos os equipamentos de proteção, Hinata começou a autópsia. Não era, nem de longe, o pior caso que havia visto (armas de fogo sempre dão muito trabalho pelo dano causado), mas para esfaqueamento, com certeza havia sido bem ruim. Primeiro tirou as roupas do cadáver, procurando por documentos nos bolsos, e convenientemente, os encontrou: aquele cidadão se chamava Maito Gai, tinha 46 anos e nascera em Tóquio. A foto da carteira de identidade batia com a do rosto, mas levando em conta a possibilidade de falsificação, decidiu mandar que verificassem mais tarde e confirmar sua identidade. Suas roupas cheiravam a bebida, mas o hálito do cadáver não, o que era estranho.

Então contou o número de ferimentos: eram vinte e dois. Todos profundos, sem escoriações leves e arranhões. Na verdade, praticamente quase não houve resistência por parte da vítima, já que os cortes não foram alargados pelos próprios movimentos dela. Aquilo era um tanto suspeito, naturalmente, e para clarificar essas suspeitas, decidiu colher uma amostra de sangue para fazer um exame toxicológico. No entanto, não tinha tanta certeza de que ele havia sido drogado, pela expressão de dor no rosto, já que no geral, relaxantes musculares diminuem a dor, e numa dose que pudesse deixá-lo inerte, ele não sentiria nada. Examinando os ferimentos mais a fundo, percebeu que alguns deles eram muito profundos, e o mais profundo deles era justamente um que se encontrava no pulmão esquerdo. Se essa tivesse sido a primeira facada, ele com certeza não teria durado muito, a perfuração ia sufocá-lo aos poucos, oferecendo pouca resistência ao assassino.

Algumas outras perfurações eram quase tão profundas, e haviam sangrado muito, especialmente uma que atingira a artéria celíaca perto do fígado. Tinha sido, sem dúvidas, uma morte violenta. Não fosse pela carta, poderia suspeitar de crime passional, aquilo era certamente impulsionado por alguma emoção muito forte, como a raiva. A Hyuuga notou que o assassino deveria ser relativamente jovem, e ter boa forma física, já que Gai não estava fora de forma e era um homem alto e forte, mesmo para sua idade.

Feito isso, procurou ainda por quaisquer outros sinais de violência: nem sinal de violência sexual, nenhum sinal de amarras e cordas nos pulsos e pernas... Tudo parecia ter sido um ataque de surpresa, e pronto. Se, apenas se, houve uso de drogas, ainda não tinha certeza, mas o trabalho por ali estava pronto.

(...)

Hinata bateu na porta da sala da delegada, e assim que ouviu um "pode entrar" quase que de imediato, abriu, entrou e fechou a porta atrás de si. O Quarteto Fantástico estava novamente reunido, e num caso muito estranho, tinham que admitir, e que poderia ser o início de algo muito ruim. — Acabei a autópsia. Nada de surpreendente, mas preciso ainda do resultado dos exames toxicológicos para ter certeza de tudo.

— Bem, isso é pelo menos uma boa notícia. Colocamos as outras delegacias de sobreaviso para o caso de o assassino tentar atacar de novo... Isso está com cara de crime premeditado, ele pode não querer parar por aí. Enfim, o que você encontrou? — Itachi questionou.

— A identidade dele foi confirmada, os documentos estavam no bolso e são verdadeiros, o falecido é Maito Gai, ele te-... T-tinha quarenta e seis anos, é nativo de Tóquio. A hora da morte foi entre onze da noite e uma da manhã, mais provavelmente perto do horário máximo. A causa da morte foi, obviamente, esfaqueamento, vinte e dois ferimentos exatamente. Um deles, o mais profundo, acredito que tenha sido o que o levou a morte, um no pulmão esquerdo. Nenhum sinal de violência sexual, sem amarras, imagino que o teste toxicológico dê negativo, mas tenho que esperar para ter certeza; as roupas cheiram a álcool, mas não acho que ele bebeu, não tinha nada no estômago e a bexiga estava vazia... — ela explicou.

— Vinte e dois ferimentos, você disse? Isso é realmente interessante. — a delegada comentou — Isso inclui arranhões e facadas de verdade?

— Na verdade, nenhum desses é um arranhão ou escoriação leve, nem consegui encontrar nada do tipo no corpo. Todas são facadas de fato. — Hinata falou — Mas por que isso seria interessante?

— Hinata, já ouviu falar em tarot, certo? A carta que encontramos é o Mago, o primeiro arcano maior, representa o início de algo. São vinte e dois arcanos, vinte e duas facadas... Isso não é coincidência. É por isso que deixamos a polícia de sobreaviso, porque quem quer que seja, deve planejar atacar de novo, ou não faria sentido planejar um esquema tão complicado assim. — o ruivo disse.

— E não poderia ser, sei lá, um crime isolado? Alguém poderia ter matado esse homem por razões pessoais e tentado fazer parecer que era trabalho de um assassino em série, por exemplo.

— Sim, existe essa possibilidade, mas por que fazer parecer que é trabalho de um assassino que não existe, sendo que seria infinitamente mais fácil fazer parecer que foi um assalto que deu errado, ou até mesmo forjar um suicídio, ou enterrar o corpo em algum lugar para que ele fosse dado como desaparecido? Não faz sentido. É trabalho demais para algo tão pequeno. O cadáver foi deixado numa rua cheia de prédios residenciais, que tem gente dia e noite passando e olhando pelas janelas... É muito arriscado simplesmente deixar um corpo por ali. Não, tudo foi feito exatamente para chamar a atenção... Mesmo as coincidências dos números são forçadas demais para serem mero acaso. Enfim... Alguém deve ter visto ou ouvido algo. Não estamos lidando com fantasmas, afinal. — Konan falou.



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