Dias Atuais
Eles estavam lá fora, armados com canos de metal e destruindo tudo, nos olhos vermelhos transparecia sua fúria e nos dentes pontudos seu desejo de ir além, de lutar se preciso. Eram vampiros recém-criados e sem nada a perder, fora de controle, sem que ninguém pudesse detê-los... E levando em conta que o estacionamento estava vazio aquela hora da noite e o único segurança (humano) foi atingido por um cano e largado em um canto pra servir de jantar mais tarde, tudo parecia perdido... Bom, mas havia alguém, que os observava das sombras e reprimia sua própria transformação. Claro, eles eram muitos, ela apenas uma vampira, sozinha, bem vestida e delicada. Meow Divar era a mais velha das irmãs vampiras, a mais sábia e poderosa. Poderia vencê-los sem muito esforço para isso, se quisesse, mas chamaria a atenção dos humanos, da polícia e... a última coisa que queria agora era chamar atenção. Afinal, era o “seu” shopping center que estava sendo ameaçado e como dona do shopping, tinha que zelar seu patrimônio e mais ainda sua reputação. O lado bom disso, é que haviam começado pela garagem e seria mais fácil contê-los ali, só esperava que Vamp agisse conforme o combinado. Meow olhou pro celular que tinha nas mãos, nenhuma mensagem no zap, nada! Será que Vamp chegaria a tempo?
-Olha só quem eu achei! Uma vampira diva!
Meow ouviu uma voz maldosa poucos passos atrás de si e virou de repente pra encará-lo. Era Leco, um vampiro de péle branca quanto leite, cabelo castanho claro e olhos diferentes: um vermelho fogo e outro amarelo. Meow o conhecia, pelo menos de ouvir falar dele, Leco era o novo membro da clã Falquírias, namorado da Kristel (uma vampira do mal super perigosa) e, se ele estava ali junto com o bando, isso só podia significar que as falquírias tavam por atrás disso. Como uma pantera, ele saltou para avançar em Meow, mas bastou ela erguer uma das mãos pra paralisá-lo no ar. Tadinho, tão ingênuo! E tão fora de moda, com roupas de vários séculos passados! Ela podia ter ouvido falar dele, mas pelo visto Leco não fazia idéia de quem ela era.
-Veio a mando de quem, novato?
-Como faz isso? - ele perguntou em pensamento sem conseguir se mexer e nem falar, na verdade, sentia-se mal, como se tivesse sufocando e isso começava a assustá-lo.
-Posso repetir a pergunta, mas você não viverá para ouvir.
-Espere! Espere! Sou da clã Falquírias! Elas me mandaram aqui! Mandaram a todos nós para amedrontar a clã Divar.
Meow sorriu satisfeita, agora tinha certeza de suas suspeitas:
-Que graça! Quem está amedrontado quem agora?
Nisso, os vampiros começam a correr, gritar e cair no chão um a um! Meow baixa o braço e o vampiro se esborracha de cara no chão, onde permanece deitado tossindo, arfando, tentando recuperar o ar. Ela sai das sombras e se aproxima de onde vem os tiros ultravioletas. Sorriu ainda mais ao ver Vamp com outros vampiros da clã Divar.
-É melhor sair da frente se não quiser ser atingida, mana!
Sem medo, Meow se aproxima mais e abraça Vamp apertado, matando a saudade:
-Minha irmã amada! Hoje ganhei o dia com sua visita ao shopping!
-Não é bem uma visita, é?
-Pra mim, sua presença sempre será visita, maninha caçula!
Vamp faz um gesto com a mão, um código mandando os vampiros pararem. Missão cumprida, vampiros e vampiras que viéram com Vamp se aproximam de Meow, um deles alerta:
-Os tiros ultravioleta servem para imitar a luz do sol, queimando vampiros, mas o efeito dura pouco. Melhor nos apressar.
-Vamos tirá-los daqui antes que venha alguém... digo, algum humano – lembra Meow.
-Ah, mana, nem se preocupe! Eu tranquei as portas de acesso ao estacionamento como pediu e mudei a senha eletrônica. Ninguém entra ou sai daqui, exceto nós. A propósito, foi uma boa idéia adotar portas de vidro fumê, assim ninguém pode nos ver.
-Também são mais chiques e a prova de som! Perfect!
Nisso, mais um tiro silencioso de bala ultravioleta, que só os vampiros podem ouvir. Meow vira o pescoço pra trás, era Leco que havia se levantado e corria pelo estacionamento tentando fugir.
-Aquele é Leco?
Ela consente:
-Parece que as Falquírias estão por trás disso de novo, Vamp.
-Até quando vão continuar a nos aborrecer?
Meow não respondeu, no fundo achava que essa rivalidade entre clãs nunca terminaria, acenou para os outros vampiros e disse:
-Vamos levá-los pra longe.
-Vivos? - alguém do bando pergunta. - Sem atear fogo antes?
-Sim, vivos. Somos do bem esqueceu? As Falquírias é que são do mal – afirmou Meow ajeitando seus cabelos loiros platinados. - E sem reclamar que estraga a beleza.
-Só você pra me fazer rir agora! - brincou Vamp rindo.
-Que bom, maninha! Sorrir rejuvenesce.
Nisso, o celular toca, Vamp atende, era uma ligação internacional:
-Alô, Fran! O quê? A irmã da Amanda sumiu? COMO?
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