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História As Meninas Superpoderosas e o Soldado do Tempo - Um Milhão de Motivos


Escrita por: JohnSSWilliams

Notas do Autor


Mais um capítulo, gente boa, gente linda!

Depois da D. R. entre irmãs no cápitulo anterior, as coisas ficaram tensas e Brick saiu atrás de Blossom.

O que vem agora? Bem leiam e descubram, hehe!

Boa leitura!

Capítulo 20 - Um Milhão de Motivos


Fanfic / Fanfiction As Meninas Superpoderosas e o Soldado do Tempo - Um Milhão de Motivos

Quando Brick saiu voando atrás de Blossom não tinha ideia de onde começar a procurar, sequer sabia o que estava fazendo, só sabia que ela não podia ficar sozinha num momento como o de agora. Precisava encontra-la primeiro, e como fazer isso ele não tinha ideia. Não tinha tempo para sair por aí vasculhando cada canto e viela de Townsville.

“Pensa, Brick, pensa”. Sua dinâmica intelectual foi repentinamente interrompida pelo choro de uma criança lá embaixo.

— Meu balão — a criança chorava, abraçada às pernas da mãe. — O meu balão, mamãe.

Brick flutuou até a figura que ascendia lentamente ao céu e guiado pela força do vento, agarrou-o pelo cabo e pousou diante a criança e a mãe.

— Aqui está — disse ele, entregando à menina seu balão em formato de… coração!

“É isso”, exclamou quando um farol inteiro iluminou a sua mente. Brick voou para o alto de um arranha-céu e sentou-se no topo de sua torre. Fechou os olhos e concentrou exclusivamente em sua superaudição. Filtrou o som do vento, a poluição sonora da cidade lá embaixo, dos carros e das conversas das pessoas, e dedicou-se apenas num tipo de som: batidas cardíacas. “O coração de Blossom bate mais rápido do que de qualquer outra pessoa no mundo”, sabia disso desde que vira seus exames no laboratório. Brick não sabia se funcionaria, mas para sua satisfação, funcionou.

— Te achei — sorriu, saltando do alto da torre e cortando o céu com seu rastro avermelhado.

Mesmo se Brick estivesse no chão, não seria difícil de acha-la. Blossom estava na praia, e não havia ninguém lá a não ser ela. Ele pousou com sutileza alguns metros atrás dela e caminhou lenta e silenciosamente pela areia, até se pôr ao seu lado com as mãos nos bolsos.

Blossom estava parada em pé, com as sapatilhas nas mãos e o mar molhando abaixo da linha de seus tornozelos. Seus olhos miravam o esverdeado mar que se estendia até se fundir ao horizonte alaranjado. As írises rosáceas cintilavam um brilho que denunciava que havia parado de chorar há pouco. O vento fresco que vinha do mar soprava levemente para trás seus cabelos, que mais pareciam uma malha quente de fios de fogo e ouro graças à luz do entardecer.

— Essa é a última vez que eu vejo esse lugar — Blossom rompeu o silêncio, sem tirar os olhos do horizonte.

— Não precisa ser se não quiser — replicou Brick.

Blossom suspirou.

— Veio tentar me convencer a mudar de ideia?

— Não.

— Por que está aqui, então?

— Não sei — Brick deu de ombros. — Só achei que devia.

Blossom virou o rosto na sua direção, mas mirou algo na diagonal traseira de Brick. O garoto seguiu seu olhar para a massa de terra nos limites da praia que se estendia alguns metros para o mar que lhe-estava adjacente.

— O Vórtice da Baía Townsville se abrirá à meia-noite de amanhã — comentou, com o mesmo tom de lamentação que se via em seus olhos, encarando o cabo. — Estarei do outro lado do Atlântico quando acontecer.

Brick arquejou uma risada desgostosa, encarando os finos grãos de areia molhada abaixo de seus tênis.

— Há algumas semanas, você me ligou e disse que era hora de tentarmos nos tornar amigos — lembrou. — Se você já ia se mudar pra Inglaterra, por que fez isso?

Brick queria saber, realmente queria. Não que estivesse reclamando do fato deles se aproximarem, agradecia por isso, mas se sentia um pouco injustiçado. Ela os fez fazerem as pazes somente para ir embora depois?

— Não fiz por mal — ela respondeu, como se pudesse ler a sua mente. — Esperava que isso criasse algo que me… prendesse aqui — confessou, brincando com o pingente de seu colar.

Brick sentiu seu corpo encolher. “…algo que me prendesse aqui”, isso ficaria na sua cabeça por um tempo, mesmo batalhando consigo mesmo para não criar falsas expectativas.

— Não foi como eu esperava — continuou Blossom. — Mas nem sempre temos aquilo que mais queremos, não é mesmo? Eu, por exemplo… Sempre quis ver o sol se pondo no horizonte do mar — disse com sorriso gracioso. — Infelizmente, ele só se põe ao oeste. Se Townsville fosse na costa oeste do país, talvez? E Cambridge…? Bem, sequer é uma cidade com praias ou porto, então…

Se a ideia para encontrá-la foi brilhante, o mesmo não podia se dizer da ideia que acabara de ter. Pelo menos para Brick era uma ideia idiota. “As melhores ideias são as idiotas”, pensou indo contra todos os seus princípios. Mas ele estava se tratando de Blossom, quebraria seus próprios limites por ela.

— Vem comigo — disse agarrando sua mão e flutuando alguns centímetros no ar.

Ela o olhou com os olhos arregalados, sobrancelhas arqueadas e a boca entreaberta.

— O que está fazendo? — Sua voz transmitia a mesma incredulidade que se via em seu rosto.

— Quero te mostrar uma coisa — ele deu mais um leve puxãozinho.

Blossom suspirou, erguendo-se alguns centímetros do chão e calçando as sapatilhas enquanto pairava no ar.

— Eu sei voar sem você segurar a minha — sussurrou.

Com seus rostos a dois palmos de distância, Brick corou, e com isso, se sentiu mais uma vez injustiçado. As bochechas naturalmente rosadas de Blossom eram inegavelmente lindas, mas isso tornava impossível saber quando Blossom corava ou não.

— É que… — respondeu ele meio sem jeito. — É… melhor para te guiar.

Blossom inclinou a cabeça e lançou um olhar cauteloso.

— Para onde vai me levar?

— É uma surpresa — respondeu, tentando soar confiante. — Feche os olhos.

Só o modo como Blossom o olhou valia por qualquer palavra que ela dissesse. Estava meio receosa, Brick tentou tranquiliza-la.

— Confia em mim?

Os poucos segundos que Blossom passou em silencio antes de responder quase o matou, pareceu durarem minutos. Ela acenou positivamente com a cabeça e fechou os olhos.

Com os nervos tremelicando debaixo de sua pele, Brick passou uma mão por trás de sua cintura e outra por sua nuca, e trouxe-a para junto de si, encostando sua cabeça ao seu peito antes de começarem a subir.

Brick rezou para que o seu coração não o denunciasse. “Por favor, coraçãozinho”, dizia e repetia em sua cabeça, “fica neném, fica”. Se houve alguma probabilidade dele se acalmar, essas chances se reduziram a zero quando Blossom passou os braços em torno dele. “Falta pouco”, pensou enquanto acelerava um pouquinho mais, atravessando as nuvens mais altas da atmosfera, “falta pouco, falta pouco, falta pouco, falta pouco”.

O ar já estava mais frio e rarefeito que o suportável para qualquer ser humano normal. O céu laranja dera lugar a um véu negro salpicado por estrelas. Brick afastou Blossom lentamente, que se desvencilhou no mesmo ritmo ainda de olhos fechados.

— Pode abrir os olhos — permitiu ele.

Não esperava que a reação dela fosse tão engraçada. Assim que abriu os olhos, Blossom gritou e agarrou num sobressalto a blusa de Brick, afundando os dedos com força nas mangas.

— Brick, o que é isso?! — Sua voz em modo assustado era tão aguda quanto a de Bubbles com seus cinco anos de idade.

Brick soltou uma risada divertida.

— Você tem medo de altura?

“Altura? ”, seu olhar incrédulo o fitou.

Estavam na mesosfera, a quase oitenta quilômetros do solo. As nuvens aglomeradas como um tapete de algodão estava a pelo menos quarenta abaixo deles. O ar rarefeito tocava a pele deles à oitenta graus negativos, mas sem surtir efeito devido à sua condição super-humana.

— Estamos quase no espaço! — Blossom argumentou, visivelmente assustada e irritada.

Mas então, seu semblante sobressaltado se diluiu quando virou o rosto para o lado.

— Você disse que queria ver o pôr-do-sol — disse Brick. — Bem, não é o mar, mas… acho que isso vale.

“Sim, vale”, concordou Blossom, com os olhos fixos na imagem que vislumbrava — uma meia-esfera de luz áurea e pálida cortada pelo horizonte arqueado do planeta azul. Sem poluição, sem barulho; apenas o silêncio, o sol e as estrelas. Um sorriso surgiu em seu rosto junto com o brilho renovado em seus olhos.

— Não vai embora — rompeu o silêncio Brick.

Blossom se virou para ele com um suspiro e um olhar condolente.

— Brick…

— Não faça isso. — Foi por instinto, Brick segurou a sua mão. Blossom encaro-o nos olhos com todos os músculos de seu corpo petrificados. — Eu sei que você sempre pensou que eu e meus irmãos voltamos para destruir você e suas irmãs. Mas você estava errada. E, na boa, você também está errada agora.

— Sobre o quê? — Ela gaguejou.

— Sobre estarmos em caminhos diferentes — respondeu. — Não estamos. Você é o caminho.

Blossom arregalou os olhos, movendo os lábios como se tentasse dizer algo, mas as palavras pareciam entaladas em sua garganta.

— Brick… — ela tentou dizer logo, mas Brick não se permitiu perder o fio da meada.

— Sei que tem um milhão de motivos para não ficarmos juntos. Eu sei — ele olhou fundo nos seus olhos, tão próximos que Blossom podia ver o seu reflexo nas írises rubis. — Mas eu já cansei deles — arquejou rindo. — Estou cheio de todos eles. Temos que fazer uma escolha, não é? Bom, eu escolho você.

Blossom arfou, sem desviar o olhar um segundo sequer. E então, uma sugestão de sorriso surgiu no canto de seus lábios.

— Então… pensei o seguinte — retomou ele. — Inglaterra… Nós dois.

Desta vez, Blossom não conteve a risada.

— O que?! Brick? você enlouqueceu?

— Não — respondeu. — Eu estou bem sã quando digo: eu vou seguir você, aonde você for. Pelo resto da minha vida, se puder.

— Mas… os seus irmãos…?

— Eles vão ficar bem sem mim — respondeu com um sorriso. — Nossos irmãos têm uns aos outros. Townsville estará segura com eles quatro. Agora, Inglaterra? Ora, eles têm crimes na Inglaterra. — Blossom acenava a cabeça concordando. — Muito crime, parece.

— É! Muito!

— Têm… o Jack, o Estripador.

Blossom riu.

— Que foi? — Brick questionou, se fazendo de desentendido. — Ele não foi pego ainda, sabia?

— Você não fala nada com nada — continuou rindo Blossom.

— É — murmurou, inclinando a cabeça para frente e colando sua testa à dela, sua mão livre adulava a lisa pele de seu rosto. — Você me deixa assim.

Brick tomou os lábios dela entre os seus. O modo como ela lhe-correspondia era quase acanhado, como se tivesse feito isso poucas vezes na vida. Mas logo se desoprimiu, entrelaçando os dedos atrás de sua nuca, mandando a timidez embora permitindo que Brick explorasse a intimidade de sua boca. O ar rarefeito congelante só tornava o calor de seus corpos mais aconchegante. Provando de seus lábios macios como marshmallows e a língua doce como mel, Brick desejou que o tempo parasse. Podia cair um meteoro e acabar com a vida na Terra, ele não ligaria. Em seus braços, estava com a garota que passou a amar incondicionalmente há alguns meses, e não queria que isso acabasse.

“Nossa, quanto fôlego eles têm, hein? ”, você deve estar se questionando. Eles são super-humanos, basta uma respirada bem funda e eles podem passar dias vagando pelo espaço sideral sem respirar tranquilamente.

“Brick”, ouviu a voz dela sussurrar dentro de sua cabeça, mas ele simplesmente ignorou e pronto. Talvez ela tenha sussurrado algo entre o beijo, talvez fosse só suas respirações mescladas, ou talvez só estivesse ouvindo coisas — o mais provável.

Foi quando um filme passou diante a escuridão de seus olhos… e não se tratara de uma metáfora. O flash e o estrondo de um raio cegaram e ensurdeceu-o. Sentia as gotas da tempestade soca-lo como frutos que caem de uma árvore. De cada lado, Boomer e Butch se encontrava ensopados, com os olhos fixos na vitrine de uma loja de eletroeletrônicos. Os televisores estavam ligados em diferentes canais noticiários, mas em todos eles a notícia era apenas uma. “A cidade de Townsville está mergulhada no caos”, dizia um âncora. “O Prefeito declarou oficialmente estado de emergência”, informava um repórter. “A onda de terror dos Beat-Alls se espalha pela cidade”, comentava uma apresentadora. “As sucessivas derrotas são um presságio para o final trágico que aguarda as Salvadoras de Townsville? ”, questionava uma colunista. Quando viu um rosto vermelho refletir na vitrine, Brick foi chutado de volta para a realidade.

Ele se desvencilhou de Blossom, procurando pelo ar que quase não existia lá no alto e suando frio. Seus olhos arregalados e inquietos estudavam Blossom, a garota não parecia tranquila, olhava para o horizonte noturno do globo como se tentasse evita-lo. Por fim, ela ergueu os olhos rosáceos e brilhantes para ele.

— Me desculpe — murmurou ela. — Eu… Eu não…

— Eu… eu tenho que ir. — Brick se virou, preparando-se para voar de volta ao solo.

— Por favor, espera! — Ele sentiu uma mão agarrar seu pulso, mas se desvencilhou de imediato, com certo exagero na força até.

Brick partiu, mergulhando para as nuvens, sem olha-la uma última vez e com a cabeça cheia de terríveis pensamentos confusos a rondando. Não escutou Blossom chama-lo, ou emitir qualquer som que indicasse que ela estivesse voando atrás dele, havia ficado para trás, provavelmente assistindo ele partir. “Apenas me vendo partir”, desejou fechando os olhos e acelerando o mais rápido que podia. Mas os pensamentos ruins diziam algo mais, algo que ele recusava a acreditar.

A caça aos Beat-Alls… o poder de invadir mentes… superpoderes iguais os deles… a presença de um na ausência de outro…

“Como pôde ser tão burro”, Brick ofendeu a si mesmo de nomes bem piores, “burro, burro, burro”. Estava na frente deles o tempo todo. Há dias, Brick se perguntava porque ela ficara tão legal de repente; agora, ele sabia a resposta. Era só uma distração, para que Brick não descobrisse a verdade… “Blossom era o mascarado”.


Notas Finais


Alguém esperava por essa? Provalmente, hehe. Mas me dizem, o que acharam? O que vai acontcer agora? O que ainda está por vir?


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