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História As Meninas Superpoderosas e o Soldado do Tempo - O Regresso


Escrita por: JohnSSWilliams

Notas do Autor


Voltei, gente boa, gente linda!

Desculpem a demora, mas vai valer a pena quando terminarem de ler esse capítulo. Espero que gostem!

Tem mensagens nas Notas Finais.

Enfim, boa leitura e aproveitem!

Capítulo 28 - O Regresso


Fanfic / Fanfiction As Meninas Superpoderosas e o Soldado do Tempo - O Regresso

Duas viaturas da polícia se encontravam estacionadas em frente ao quintal da casa das meninas. As luzes acessas vazavam pelas janelas e a porta rubra escancarada.

Quando Brick entrou, flanqueado por Boomer e Butch, trazendo Blossom nos braços, o Professor Utonium, que se encontrava sentado no sofá com um ar aflito no rosto, sobressaltou-se imediatamente ao pôr os olhos neles.

— Oh, não, Blossom! — Ele saltou por entre os dois oficiais que o acompanhavam e correu até os garotos, gritando desesperado e os dedos tremendo de nervoso. — Meu Deus, o que aconteceu com a minha filha?!

— Temos que levá-la para o laboratório o mais rápido possível — Brick ignorou a pergunta e olhou para os seus irmãos. — Boomer, procura no banheiro ou no quarto delas algum borrifador da Bubbles ou qualquer coisa parecida. Butch, vai até o guarda-roupa e traz alguma camiseta ou blusa da Blossom, qualquer coisa! Rápido!

Boomer tentou perguntar.

— Brick, o que você…

— Vão logo! — Brick o interrompeu, impaciente. Os irmãos subiram as escadas deixando para trás não mais do que seus rastros verde e azul. — Não temos muito tempo, Professor — e com o ele, correu para o laboratório.

Empurrou a porta com o peso do próprio corpo, ignorando as faixas de listras amarelas e negras de “Não Ultrapasse: Cena de Crime” diante a mesma. Desceu flutuando as escadas até a mesa de exames no centro do laboratório. O local ainda estava revirado no caos. Somente algumas luzes acenderam quanto o Professor acendeu o interruptor. A maior claridade vinha do buraco no teto abaixo do jardim, a luz circulava irregularmente a mesa de exames.

Brick repousou Blossom sobre ela. Seu corpo já estava mais frio e ligeiramente mais pálido. Seus lábios, antes rosados, já estavam um pouco mais escuros, como se tivessem saboreado um sorvete de uva. Os olhos de Brick se direcionaram para onde o pé da mesa estava apontado, e encontraram o uniforme de Blossom usado na derradeira luta dela contra o Ele — arruinado apenas pelo buraco ensanguentado na altura do coração.

— Te salvamos da morte uma vez — sussurrou Brick, acariciando seus cabelos finos e macios como seda. — Vamos te salvar, de novo.

Naquele momento, seus irmãos entraram como raios no laboratório. Butch trazia uma trinca de camisetas da garota nos braços, antes de joga-las sobre a mesinha ao lado da maca.

— Achei nas coisas da Bubbles — Boomer lhe-estendeu um borrifador de cabelo de plástico semitransparente. — Serve?

— Muito. — Brick o pegou de sua mão e correu até a área de trabalho de Blossom. Era o único lugar que não havia sido afetado pelo ataque de Bianca. “Bianca”, pensou com um ressentimento amargo, enquanto vasculhava nas coisas de Blossom. “Eu tive um monstro como filha”, praguejou. Ele não havia caído naquele teatrinho de arrependimento dela.

— Brick? — Butch o tirou de seus devaneios. — O que está planejando?

Brick não respondeu. Sua voz desapareceu quando encontrou a grade de frascos de Blossom. Os tubos de ensaios estavam lotados do negro e espesso Soro-X, mas somente um interessava-o — um frasco maior, com um liquido alaranjado mais diluído.

— Isso — murmurou para si mesmo. Brick abriu o borrifador e o frasco do Super-soro, e despejou o todo o conteúdo avermelhado dentro.

Correu de volta para a mesa. Concentrou o calor atrás das retinas e liberou num fino raio laser, cortando o uniforme de Blossom da gola até o rasgo chamuscado sobre seu peito. Ele puxou e abriu o restante do uniforme, rasgando-o e deixando Blossom toda descoberta da região do umbigo para cima. Brick, seus irmãos, e até o mesmo Professor, pouco ligaram para o fato dela estar somente de sutiã, a cabeça deles estava preocupada com coisas muito mais importantes do que com qualquer tipo de pudor.

Era necessário, Brick precisava ver a causa do óbito. Era um buraco cinza-escuro e chamuscado, que emanava um suave, mas terrível, cheiro de carne queimada. Estreito e apertado, Brick agradeceu por não ver o estrago por dentro. O coração, ou derretera, ou se esfarelara em cinzas. Podia não parecer, mas se enfiasse a mão ali, sabia que sairia do outro lado. O estomago de Brick quase expulsou tudo o que ele comera em toda a sua vida só com esse pensamento repugnante.

De repente, as luzes piscaram, como se prenunciasse uma futura queda de energia.

— O que foi isso? — Boomer perguntou.

— Não importa, agora — Brick fechou os dedos em torno do borrifador. Do outro lado da mesa, o Professor Utonium agarrou-lhe o pulso.

— Brick — chamou, com um ar desalentado e desesperançado escorrendo como lágrimas de seus olhos. — Pode não funcionar…

— Só vamos descobrir se nós tentarmos — argumentou, sua voz pareceu vacilar por uma breve fração de segundo. — É a única chance dela.

O Professor o encarou por alguns segundos, mas por fim, soltou-o.

— Não crie muitas expectativas — alertou. Não que ele não quisesse Blossom de volta, só estava se poupando e aos outros também. Caso eles acreditassem e não funcionasse, seu sofrimento só aumentaria.

Brick posicionou o borrifador sobre o peito de Blossom, e com os dedos tremelicando de nervosismo, pressionou a válvula. Pressionou uma, duas, três, quatro, incontáveis vezes, banhando o ferimento do busto com gotículas alaranjadas, até que nada mais saísse.

As gotas penetraram sobre sua pele e carne queimada, e logo, Brick sorriu esperançoso quando o soro começara a fazer sua mágica. As células começaram a se multiplicar numa velocidade impressionante. A fissura em seu peito, apertou-se sobre sai mesma, unindo-se e fechando-se numa cicatriz. O cinza chamuscado de seu ferimento, passou para o vermelho, e depois para o tom pálido de sua pele.

Pronto, o buraco havia se fechado, deixando não mais do que uma cicatriz para trás.

O Professor, Brick e seus irmãos a olharam com expectativa… mas nada aconteceu. O corpo da garota continuava inerte. O sorriso de Brick logo se esvaiu. Levou os dedos indicador e médio até a parte oca e macia da lateral do pescoço da menina, e pressionou a procura da pulsação… mas não havia nenhuma.

— Vamos lá — Brick agarrou a mão de Blossom, ela ainda estava fria. — Vamos lá.

— Brick…

Boomer tentou chama-lo, mas garoto o ignorou. Ele debruçou o ouvido entre o nariz e a boca de Blossom, mas não ouviu nenhum som de respiração.

— Por favor — implorou Brick, com a voz embargada e sentindo a umidade pesar a retaguarda de suas órbitas. — Não faça isso com a gente.

Não houve resposta.

O Professor abaixou as pálpebras e a cabeça, enfiou as mãos no bolso e virou-se em direção à saída. Escutou-se apenas o som de seus sapatos martelando o piso frio e as escadas enquanto ele partia. Boomer tentou falar com Brick, mas Butch tocou-lhe o ombro. O garoto compreendeu a mensagem nos olhos do irmão: “vamos deixa-lo sozinho”. E assim, eles também saíram.

Brick ficou ali, solitário, agarrado a mão de Blossom, que nada fazia além de permanecer-se com olhos fechados. “Um esboço da minha vida daqui em diante”, ele abriu um sorriso amargo. “Uma ironia terrível e torturante”. Seus olhos se ergueram para o relógio na parede do outro lado, já marcavam meia-noite e quinze.

Brick se lembrou da conversa deles no restaurante coreano.

“Ele só funciona enquanto houver atividade cerebral”, ela lhe-dissera. “Caso a causa não seja natural ou não afete o cérebro, as pulsações elétricas se encerram até quinze minutos após o óbito”.

Pelo jeito, ela estava errada.

“Quinze minutos depois do sino da meia-noite”, relacionou desgostosamente, apertando ainda mais a sua mão antes de esconder o rosto entre os braços sobre a mesa e aliviar o peso da maresia em seus olhos.

Brick chorou em silêncio, permitindo apenas um ou outro soluço ou arquejo. As lágrimas escorreram por suas bochechas, molhando seu rosto e encharcando a manga de sua blusa. Podia sentir o gosto salgado assim que tocaram seus lábios. Já segurava a mão dela por tanto tempo que o frio já havia deixado os dedos de Blossom.

— Me desculpe — ele disse para ela, na esperança de que se ela estivesse em algum lugar, ela escutasse.  — Eu falhei com você.

Brick se inclinou sobre ela e lhe-gracejou com um singelo beijo na testa. Quando se levantou para sair, sentiu uma leve dificuldade de soltar sua mão. Brick congelou na hora, e se virou com olhos esbugalhados para o corpo de Blossom. O garoto prendeu a respiração. Com a outra mão, tentou desvencilhar a esquerda dos dedos dela, mas quando se aproximou…

Blossom agarrou seu pulso com a outra mão num sobressalto, abrindo os olhos aflitos e ofegando descompassadamente. Brick não reprimiu o grito, seu coração quase saiu pela boca. “Um zumbi”, berrou mentalmente.

“Nossa, ela ressuscita e a primeira coisa que ele diz é que ela um zumbi? ”, você deve estar se perguntando. Cá entre nós, vai me dizer que se alguém que outrora estava morto agarrasse de repente o seu braço, você não se assustaria?

Somente depois do susto, que a alegria tomou conta de Brick. Mas tal como quando estava assustado, ele estava paralisado. Não conseguia dizer absolutamente nada, sua garganta era uma sopa de letrinhas que não conseguia formar palavras.

— Brick?

Com um murmúrio, os olhos rosáceos de Blossom o encontraram. Estavam assustadiços e perdidos. Antes que pudesse dizer algo, Blossom se puxou para erguer-se e envolveu-o num abraço, afundando a cabeça no seu peito. Ela tremia cada músculo e osso, da cabeça aos pés, tanto pelo corpo frio quanto pelo medo. Sentia o coração dela batendo aceleradamente contra o seu peito. Brick correspondeu. Já sentia saudade de sentir seu calor vívido em seus braços. Suas mãos acariciavam suas costas nuas.

“Nuas? ”, Brick foi chutado de volta à realidade. Lembrou-se que rasgara a parte de cima do uniforme de Blossom para borrifar o soro sobre seu ferimento, ou seja… ela estava só de sutiã. Brick corou imediatamente.

— Você está com frio — gaguejou. Não foi apenas uma desculpa para que Brick se desvencilhasse dela. Blossom estava morta a alguns segundos atrás, a temperatura de seu corpo havia abaixado. — Aqui, vista isso.

Brick puxou uma das roupas que Butch trouxera e a ajudou a se vestir. Ela não pareceu encabulada em nenhum momento. “Claro que não”, Brick pensou, “Acabou de voltar da morte, estar de sutiã é o menor dos choques”.

— Eu não deveria estar aqui — murmurou ela, ainda tremendo com o pânico e a brisa da noite que soprava pelo buraco acima de suas cabeças. — Não devia.

— Não, não, não. — Ele ergueu seu rosto com as duas mãos, estabelecendo uma conexão entre os olhos rosas e vermelhos. — Você não devia sequer ter partido, Blossom. O seu lugar é… — Brick interrompeu a si mesmo com um suspiro. Depois de quase perder Blossom pela segunda vez em menos de seis meses, Brick estava decidido a não esconder ou retardar mais nada relacionado aos seus sentimentos. — Seu lugar é…

Como um típico cliché, Brick foi interrompido. Boomer entrou, flanqueado por Butch e o Professor, falando tão rápido quanto uma criança hiperativa após tomar café.

— Brick, está tudo bem? Ouvimos o seu grito — e somente então, os três gritaram.

— Blossom? — As lágrimas de luto do Professor transformaram-se em de alegria.

— Professor — Blossom choramingou.

Ela nem precisou se levantar na mesa, seu pai correu como um tiro na sua direção e a envolveu num abraço apertado e caloroso. Brick assistiu com um sorriso se formando nos lábios. Sentiu duas mãos aperta-lhe os ombros, tirar o seu boné e desmanchar os seus cabelos. Essa era a maneira de Boomer e Butch dizerem que ele mandou bem. Eles também traziam espanto nos olhos e felicitação nos lábios.

— Ah, minha filha. — O Professor Utonium acariciava seus longos e sedosos cabelos ruivos. — Pensei que tinha perdido você.

Blossom abriu a boca para dizer algo quando se ouviu a porta do laboratório abrindo-se lentamente. Brick, seus irmãos, Blossom e Professor — todos eles, voltaram seus olhos para o alto da escadaria.

Cabisbaixas e de olhos inchados, Bubbles e Buttercup surgiram abaixo da guarnição. A dor do luto estava estampada em seus rostos. Somente quando ergueram a cabeça, foi que tudo mudou. Seus olhos se arregalaram de maneira que pareceram as garotinhas de olhos enormes de anos atrás.

Por um longo minuto, não se escutou uma palavra sequer além do som de seus pulmões puxando e soltando o ar. O silêncio se instalara de maneira apreensiva.

— Blossom? — Em coro, elas puseram fim à quietude. Suas vozes saíram baixas como um suspiro, e agudas como uma flauta doce. Novas lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, e dois renovados sorrisos surgiram de um breve soluço. — Blossom!

Elas dispararam cortando o ar do laboratório, voaram na direção da irmã passando seus braços em torno de Blossom e apertando-a num saudoso e carinhoso abraço. Blossom rapidamente retribuiu. Bubbles encharcava com suas lágrimas a roupa que ela havia acabado de vestir, gemendo e rindo enquanto pranteava. Buttercup também chorava — era a segunda vez em menos de dois dias —, da mesma maneira e intensidade de quando Blossom lhes-anunciara que iria se mudar para Cambridge. Só que diferente daquela ocasião, suas lágrimas eram de alegria e conforto.

Uma fungada ao seu lado esquerdo chamou a atenção de Brick. Não se surpreendia mais com o fato de Boomer chorar, ele sempre fora o mais emotivo dos três. Só havia um detalhe… Boomer estava do seu lado direito.

— Você está chorando? — Na humildade e sem qualquer intenção de troça, Brick perguntou à Butch.

— Não — ele respondeu, fungando de novo e esfregando de leve o canto do olho. — É só… — Ele inflou o peito e empinou o nariz. — Alergia.

Brick arqueou a sobrancelha. Se conteve para não rir, mas quando Boomer o fez, não tinha mais como se segurar.

As meninas se desvencilharam, mas sem soltarem as mãos. Apertaram-nas ainda mais e recostaram as testas, uma sobre as outras.

— Nunca mais faça isso com a gente — repreendeu Buttercup. — Escutou?

Blossom sorriu.

— Eu prometo — ela beijou-lhes as mãos, e depois as bochechas. — Eu amo vocês.

— Nós também amamos você — retribuiu Bubbles, com a voz ainda vacilante e embargada. — Onde quer que você vá, nós sempre amaremos você.

Blossom mordiscou o lábio.

— Ficaremos juntas para sempre — disse. — Nunca mais vamos nos separar, de novo.

Bubbles e Buttercup assentiram com um sorriso largo no rosto.

— Nunca mais — disseram em coro, apertando ainda mais as mãos. Blossom se juntou às irmãs, e mais uma vez, repetiram compactuando o mais sagrado dos pactos: o pacto entre irmãs. — Nunca mais.


Notas Finais


E aí, gostaram? Espero que sim!
Eu prometi que o final não seria triste, nebuloso ou deprimente. Todas as pistas estavam lá, nos capitulos anteriores... EU NÃO COLOCO NADA A TOA na história, que culminou para isso, hehe. Agora...

MENSAGEM DO AUTOR:

Como eu havia dito alguns capitulos atrás, eu vou escrever a história de origem da nossa vilã (ou anti-heroína?).
Na verdade, já comecei a escrever. Já fiz até a capa. A fic se chamará "Bianca: A Soldado do Tempo", e se passara no futuro que ela apagou e não existe mais. A história será +16 ou +18(este provavelmente).
Talvez eu posto o primeiro capitulo ANTES de eu terminar essa fic (que já está acabando, provavelmente, mais 3 capitulo e fim)

Bom, é isso.
Até a próxima.


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