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História As Quatro Estações - Indo Atrás


Escrita por: TheLB

Notas do Autor


Oiii, pessoal <3
Vamos para mais um capítulo?
A música é Give Me Love do Ed Sheeran!

Capítulo 7 - Indo Atrás


NARRAÇÃO ÁLVARO

Observei Itziar sair andando apressada, indo embora, fugindo do momento que tínhamos acabado de ter.

Eu não entendia porque ela se mantinha tanto na defensiva mas, para falar a verdade, eu não entendia nem o que havia acontecido ali naquele momento. Itziar era uma mulher encantadora, mesmo que sua história transparecesse uma fragilidade, era só olhar para os seus olhos para ver que atrás do medo que ela sentia, estava uma grande mulher cheia de vida, apenas esperando um momento certo de festejar.

Me sentei naquele banco por mais alguns instantes, Itziar havia realmente me capturado a atenção e desde que eu me conhecia por gente, não deixaria que ela se afastasse dessa forma. Como eu havia lido há muitos anos em um grande livro, “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. E ela havia me cativado.

Ah, como ela havia me cativado!

(música)

Me dê amor como ela

Porque ultimamente eu tenho acordado sozinho

Lágrimas de dor escorrendo na minha camiseta

Disse a você que as deixaria ir

Percebi que já estava ficando tarde e tratei logo de voltar para casa, seria mais uma caminhada longa.

A chuva havia terminado tão rápida quanto havia começado, então aproveitando essa trégua, comecei a caminhar até chegar a rua, sendo iluminado por várias luzes de lojas e outros comércios que estavam fechados mas ainda assim haviam luzes ligadas, mostrando suas mercadorias.

Meu cabelo pingava água e eu comecei a sentir alguns calafrios, a água era gelada e o vento naquela hora também não estava ali para aquecer.

E eu vou lutar pelo meu espaço

Talvez eu te ligue hoje à noite

Depois do meu sangue virar álcool

Não, eu só quero te abraçar

O céu começava a se limpar um pouco, permitindo que a lua iluminasse o céu mais uma vez, eu tentei apertar o passo para chegar em casa logo mas, eu não consegui evitar olhar para aquela linda lua e lembrar do corpo de Itziar junto ao meu enquanto dançávamos, sua risada quando eu falava alguma coisa engraçada e de como apesar de ter sido a primeira vez que tivemos uma conversa decente, parecia que eu a conhecia há muito tempo.

Eu sentia que havia encontrado nela uma simpatia que há muito tempo não havia sentido com ninguém, ela me exalava confiança e eu acreditava que se continuássemos conversando ali, logo eu estaria contando todos os meus segredos para aquela linda e intrigante mulher. Continuei seguindo meu caminho pensando no que eu faria.

Mas por que eu faria alguma coisa?

Me dê um pouco de tempo

Vamos acabar com isso

Vamos brincar de esconde-esconde

Para mudar essa situação

Fazia tanto tempo que não me envolvia emocionalmente com ninguém que a ideia de estar interessado em alguém era até mesmo estranha, parecia coisa de outro mundo.

Mas Itziar...

Eu ia andando e pensando nisso, Itziar era como uma aventura que eu gostaria de viver, por mais que o amor só tivesse me trazido decepções eu sabia que ele pairava por aí, apesar de não aparecer para muitos. Talvez Itziar me trouxesse só decepções como outras pessoas mas, eu tinha gostado dela, e eu não poderia deixar de admitir que no fundo eu sentia falta de ter alguém com quem jogar conversas fora e dançar como se não houvesse amanhã.

Tudo que quero é o sabor que seus lábios permitem

Minha, minha, minha, minha, oh, me dê amor

Minhas pernas já cansavam um pouco, mas me animei ao ver que já tinha chegado a rua de meu prédio e ainda encharcado, entrei no hall de entrada e peguei o elevador para subir até o sétimo andar, onde era o meu apartamento.

Até mesmo antes de eu abrir a porta, Pedro a abriu com força.

- Onde você estava? – Pedro perguntou irritado. – Já estávamos ficando preocupados!

- Pai, você está todo molhado. – Giulia disse atrás de Pedro.

- Eu estou bem! – respondi entrando. – Bem melhor do que se eu tivesse ficado aqui após a surpresinha de Michel.

- Michel esteve aqui? – Giulia perguntou, ela também não gostava de Michel, não o tratava como avô.

Fiz uma cara de desânimo, indicando que sim.

Me dê amor como nunca antes

Porque ultimamente eu tenho desejado mais

E faz algum tempo, mas ainda sinto o mesmo

Talvez eu deveria deixar você ir

- Olha, eu sei como o meu pai não é fácil, pelo contrário, ele é extremamente difícil de lidar. – Pedro começou. – Mas você não pode sair correndo de casa e vagar pelas ruas no meio da chuva, sem celular e sem aviso de onde estava!

- Não vaguei pelas ruas, parei em um parque onde tive um momento digno de filmes de romance. – brinquei.

Pedro e Giulia se entreolharam.

- Desculpe, acho que não entendi? – Pedro questionou.

- Adivinhe com quem acabei me esbarrando no parque que eu fui? – eu ri. – A professora daquele colégio.

- Não acredito! – Giulia. – Ah, pai, eu sabia que vocês tinham se gostado.

Você sabe que vou lutar pelo meu espaço

E que vou te ligar hoje a noite

Depois que meu sangue estiver se afogando em álcool

Não, só quero te abraçar

- Você não perde tempo, não é mesmo? – Pedro riu.

- Já perdi muito tempo na minha vida mas Itziar é uma coisa que vale a pena correr atrás. – eu falei enquanto ia em direção ao banheiro para tomar um banho quente. – E eu logo vou providenciar isso.

Escutei Giulia e Pedro rirem e me após trancar a porta do banheiro, tirei rapidamente minhas roupas molhadas e me enfiei debaixo do chuveiro.

Pensando mais uma vez, em como aquela mulher tinha me chamado a atenção de uma forma inexplicável.

Me dê um pouco de tempo

Vamos acabar com isso

Vamos brincar de esconde-esconde

Para mudar essa situação

Tudo que quero é o sabor que seus lábios permitem

Minha, minha, minha, minha, oh, me dê amor

 

NA SEMANA SEGUINTE

Mexi no botão da minha camisa azul céu, escutar Arturo conversar era como escutar um mosquitinho te azucrinando no ouvido.

- Fico tão feliz que tenha se voluntariado para ajudar as crianças que precisam de reforço no colégio, Álvaro. – provavelmente era a terceira vez que havia dito isso. – Sei que é um homem muito atarefado mas é incrível como encontra tempo para ajudar o próximo!

- Eu não poderei vir todas as tardes, mas garanto que pelo menos uma vez na semana estarei por aqui. – eu respondi educado.

- As crianças vão amar o senhor, tenho certeza, e também será uma ótima influência! – ele continuou tagarelando até que o sinal tocou. – A turma dos alunos que precisam de reforço em matemática fica logo no final do corredor, eu te acompanho.

Caminhei ao seu lado corredor a fora até que chegamos na sala e os alunos se surpreenderam quando me viram passar pela porta, havia outras duas pessoas ali, uma professora pelo visto e mais uma mulher voluntária. O colégio abria espaço para pessoas que quisessem auxiliar os alunos que precisavam de uma atenção extra e como eu também era muito bom em matemática na minha época de escola, vi como sendo a oportunidade perfeita de encontrar Itziar.

- Alunos, esse é Álvaro Morte! – Arturo anunciou com entusiasmo. – Com certeza vocês lembram da palestra que ele deu sobre os livros e tudo o mais.

Os alunos concordaram com a cabeça.

- E essas são a professora Esther e a voluntária Maria. – ele disse já mais como se não se importasse. – Boa aula para vocês!

Assim que Arturo saiu, voltei minha atenção para as duas moças ao meu lado. A professora, Esther, tinha os cabelos loiros e bem armados com seus cachos, a outra moça mais jovem também tinha os cabelos cacheados, porém eram castanho claro.

- Ele é sempre assim? – perguntei rindo.

- Às vezes consegue ser pior. – Esther riu de volta. – É um prazer tê-lo aqui conosco, não é, crianças?

- Sim! – as crianças disseram em uníssono.

Começamos a aula e depois que Esther explicou o conteúdo de frações que as crianças tinham dúvidas, eu e Maria nos distribuímos entre os alunos para ajudar em suas dúvidas com os exercícios, as crianças eram divertidas e o tempo passou tão rápido que até me assustei quando o sinal tocou, indicando a troca de aula.

- Bom, por hoje é só. – Esther disse para mim e Maria. – Vejo vocês na quinta?

- Infelizmente tenho uma reunião nesse dia mas semana que vem podem contar comigo. – eu sorri e as duas sorriram de volta.

Caminhei para fora da sala de aula esperando que Itziar aparecesse, até enrolei um pouco mas nada dela aparecer.

- Álvaro Morte? – me virei ao escutar meu nome.

- Ah, olá. – eu sorri ao reconhecer a professora com aparência indiana que havia estado com Itziar naquele dia. – Que prazer reencontrá-la!

- Que surpresa! – ela exclamou. – Meu nome é Alba, caso não tenhamos sido apresentados devidamente.

- Não, não fomos. – eu apertei a sua mão.

- O que faz aqui? – Alba perguntou curiosa.

- Estou auxiliando os alunos de reforço em matemática. – respondi sorrindo simpaticamente.

- Aham... – ela exclamou, parecia pensar em algo. – Ah, sim, claro.

- Bom, foi bom ver você mas já é hora de eu ir. – eu disse, já achava que não iria encontrar mais Itziar por ali naquela hora. – Muitos compromissos na editora.

- Imagino. – ela me olhava com uma certa desconfiança. – Até mais.

- Até mais! – respondi e sai andando pelos corredores para ir embora.

Talvez eu não tivesse conseguido que Itziar me visse, mas com certeza ela ouviria que eu estive ali.

 

 


Notas Finais


E aí??
O que acham que a Itz vai fazer quando ouvir que Álvaro está ajudando na escola???


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