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História As Quatro Estações - Pensamentos


Escrita por: TheLB

Notas do Autor


Oiiii, genteee!
Um milhão de desculpas pela ausência, eu sei que vocês não querem ouvir blá blá blá, querem ver o resto da história, então aqui está um novo capítulo para vocês ❤️
Mil perdões pela demora!

Capítulo 8 - Pensamentos


NARRAÇÃO ITZIAR

O dia tinha sido corrido e eu estava cansada, passei as mãos pelos meus cabelos sentindo que talvez eles precisassem de uma hidratação e pegando uma maçã da minha bolsa, comecei a comê-la distraída enquanto tinha alguns minutinhos de folga antes da última aula.

- Olha só quem eu encontro por aqui. – Alba disse sorrindo ao entrar na minha sala. – Mas acredite, tu não é a única pessoa que me surpreendi em ver por aqui.

- Como assim se surpreender por me ver aqui? – eu falei comendo o último pedaço da maçã. – Eu trabalho aqui.

- Você às vezes é muito lenta, minha amiga. – Alba revirou os olhos. – Álvaro esteve aqui.

- Quê? – exclamei incrédula, ainda mastigando minha maçã. – O que ele estava fazendo aqui?

Alba riu da minha reação e se sentou em uma cadeira perto da minha mesa.

- Por acaso não teria outra maçã pra me oferecer aí? Dar aula pra esses alunos elétricos suga a minha energia. – ela disse como se não tivesse falado que Álvaro estava aqui na escola.

- Alba, pelo amor de Deus! – eu revirei os olhos, impaciente.

- Meu Deus, seja menos ranzinza. – ela riu. – Ele agora é voluntário e ajuda os alunos.

- Em que, eu posso saber? – perguntei nervosa, e me levantei para apagar o que estava escrito no quadro, me preparando para a próxima aula.

- Matemática, pelo visto. – Alba respondeu e depois de alguns segundos me observando atentamente, ponderou. – Tu parece nervosa.

Eu bufei, continuei apagando o quadro como se de alguma forma, fosse apagar o meu nervosismo diante do fato de que Álvaro estava circulando pela escola pagando de voluntário em matemática, depois daquele momento que tivemos. As coisas estavam confusas pra mim e aquele homem tinha mexido com as minhas ideias.

- Digamos que ele me deixa nervosa, qual é o problema? – eu reclamei, de repente, assustando Alba que observava as suas unhas pintadas de branco. – Sou uma mulher adulta, independente e solteira, é normal ficar atraída por homens elegantes e charmosos como o Álvaro que te provocam e fazem sei lá mais o que.

- Então você admite estar interessada no homem. – Alba ergueu as sobrancelhas num gesto de “eu sabia”. – Tá esperando o quê então? Agarra ele logo antes que ele encontre outra professora dando mole por aí.

- Não estou dando mole e não vou agarrar ninguém. – falei enquanto pegava meu caderno para ver o conteúdo que daria a seguir, mas eu não me concentrava.

- Como assim, mulher? – Alba indagou.

- Olha pra mim, Alba. – eu larguei o livro de lado. – Eu me visto como se estivesse indo apenas comprar pão na padaria, minha cara evidência as rugas de cansaço e de frustrações, meu cabelo precisa de uma hidratação, não faço minhas unhas há meses, não namoro desde que terminei meu casamento fracassado, não sou capaz de flertar com ninguém porque eu não sei ser sexy e também não sou atraente como essas mulheres trabalhadas no salto alto e na saia lápis que ele vê em seu escritório todos os dias.

Alba me encarou perplexa e então caiu na gargalhada.

- Do que você está rindo? – eu perguntei, sem entender.

Ela se levantou e chegou perto de mim, pude sentir seu perfume cítrico e forte.

- Eu vejo uma mulher independente que sabe o que quer, que não se importa com o que os outros pensam, porque sabe que é bela no seu interior e que também é bela por fora, por isso não precisa de salto alto nem maquiagem. – ela disse e segurou a minha mão. – Vejo rugas de anos de luta e isso mostra o quão forte você foi, de aguentar todo o drama na sua vida mas ainda estar firme e forte, mostrando a arte e a vida para os seus alunos, não deixando a depressão vencer, escolhendo ser você mesma. Se Álvaro prefere mulheres esbeltas mas superficiais a você tão linda e inteligente, então quem não deve querer ele é você!

- Foram palavras lindas... – eu balbuciei.

- Acho que toda a história de você não poder ter filhos, do Juan ter ido ficar com outra, enfim, tudo, te deixou sequelas como essa. – Alba disse e me abraçou. – Não deixa a luz que brilha em você se apagar, acredite quando eu falo que você é especial.

Retribui seu abraço e fiquei feliz de ter Alba como uma grande amiga, o sinal tocou e logo os alunos iriam começar a entrar na sala de aula, agitados esperando a hora de ir embora.

- Obrigada pelo apoio. – eu disse.

- Sabe, você precisa sair mais. – Alba sorriu. – Que tal combinarmos de sair para algum barzinho ou restaurante?

- Outro dia, pode ser? – eu respondi, um pouco hesitante.

- Tudo bem, eremita. – ela revirou os olhos e eu dei risada. – Mas eu vou cobrar isso, ok?

Eu assenti com a cabeça e ela saiu da sala, os alunos logo chegaram e eu dei início a aula. Fiquei um pouco atônita, absorvendo tudo que Alba dissera e ponderando se já não era hora de parar de me vitimizar e viver com mais intensidade, mas falar era tão fácil, realizar tudo isso parecia ser uma luta muito grande para mim que ainda tinha muito medo de me aventurar em um novo amor, por exemplo.

A aula correu normal e quando o sinal tocou, indicando a hora de ir, me apressei para ir pra casa logo e tomar um banho.

Quando cheguei, olhei no calendário e vi que no dia seguinte seria minha consulta com a psicóloga e eu suspirei, pelo menos eu poderia falar um pouco mais disso e receber mais conselhos para entender direito o que estava acontecendo comigo. Tomei um banho rápido e resolvi me dar um luxo, liguei para uma pizzaria e pedi uma pizza bem deliciosa e enquanto esperava, escolhi um filme engraçado para assistir.

Quando a pizza chegou, o filme estava pela metade e terminei de ver a história de um casal muito apaixonado e que passou por muito apuro satisfeita, enquanto os créditos passavam na TV eu pensei sobre Álvaro, se ele realmente estaria interessado por mim. Peguei meu celular que estava do meu lado e pesquisei sobre ele, li algumas reportagens sobre a sua editora e vi que ele já tinha publicado dois livros, ambos de histórias infantis para a sua única filha.

Sorri, ele parecia ser um pai bem dedicado e eu imaginei como seria divertido ler para meu filho, ou filha, se ele estivesse aqui.

Pensando nisso, a ideia da adoção voltou a minha cabeça, mas eu não me considerava mais capaz ou digna disso, o sentimento de inutilidade e fracasso voltava devagarzinho em minha mente e eu respirei fundo, tentando pensar em outra coisa que não fosse isso.

Qual seria meu destino, afinal de contas?

A foto de Álvaro ainda estava aberta no meu celular e eu desejei poder ter a confiança e a atitude certa para flertar com esse homem e ter uma noite de muita paixão, mas me faltava autoestima e amor próprio, e eu me sentia a cada dia que passava mais velha e seca, não pela idade, mas sim por esses sentimentos tristes que pareciam sugar a minha energia.

Decidi que era hora de dormir e colocando o meu pijama, deitei na cama macia, mas o tempo parecia passar devagar e eu não conseguia dormir.

Fiquei fantasiando uma família feliz, um marido que amava a sua esposa e não saísse nunca do seu lado, a sua esposa com seus lindos filhos e eles tinham um final feliz.

Bem diferente do meu...


Notas Finais


E aí?
O que acharam?


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