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História Até Que O Feitiço Acabe - Pendências


Escrita por: jikooKause

Notas do Autor


Oieeeee

Boa leitura (⌒_⌒;)

Capítulo 29 - Pendências


Fanfic / Fanfiction Até Que O Feitiço Acabe - Pendências

Jungkook's POV

Minha primeira reação diante daquela mulher foi a temer, porém meus pensamentos de medo foram se dissipando quando comecei a reparar em detalhes nela, algo que eu pouco fazia antes, mas agora percebia o quanto era útil examinar bem os pequenas minúcias antes de tomar qualquer decisão ou ter alguma reação, averiguar o espaço era o mais adequado antes de confrontar o inimigo.

A Kim parecia cansada, como se tivesse feito algum exercício físico recentemente, havia suor em sua testa e a respiração ofegava, ela tentava impor uma pose dominadora, mas suas mãos tremiam, as pálpebras piscavam mais vezes do que o comum e ela com certeza estava insegura e raivosa.

Hyojung não lembrava em nada a mulher que eu tanto senti medo nos últimos dias, sua expressão me causava uma certa pena, era lamentável perceber que alguém que poderia ter tido um futuro glorioso acabou fazendo tantas escolhas erradas em sua vida e sido vítima de seu próprio orgulho e inveja, não que eu perdoasse o que ela havia feito, pois a vingança nunca foi algo que considerei compreensível, ainda mais numa situação como aquela, então assim como deseja que Taehyung se arrependesse, eu queria o mesmo para ela.

Porém claramente sua presença ali significava que ela ainda buscava sua retaliação, eu não entendia porque a Kim continuava considerando minha mãe como motivo de tudo que deu errado para si, talvez algumas pessoas não conseguissem aceitar que na grande parte das vezes o motivo de seu fracasso em algo foi elas mesmas, e não um terceiro envolvido. Admitir uma perda é mais fácil do que sentir raiva de quem você tentou colocar a culpa.

— Onde está a minha mãe? — Indaguei o que mais estava me preocupando naquele instante.

— Não se preocupe, ela está naquele porão nojento que vocês usam para guardar seus preciosos itens mágicos, sua presença não iria ser necessária já que meu assunto não é mais com ela. — A voz de Hyojung carregava um sarcasmo desnecessário, chegando a ser irritante, parecia carregar tanto ódio na voz quando se referia a minha mãe.

— Como você conseguiu entrar aqui? — Indaguei franzindo o cenho, afinal sabia que ela não tinha mais poderes que facilitariam sua entrada em qualquer ambiente, mas talvez isso não fizesse diferença para alguém tão ardilosa.

— Pela porta dos fundos, deveriam trancar ela com mais freqüência! — Exclamou sorrindo cinicamente novamente. — E principalmente colocar uma trava nessa caixa de energia. — Apontou para a caixa que ficava na parede da sala, isso explicava aquela escuridão que nos recebeu.

— Não quero ser um anfitrião ruim, mas você poderia falar logo o que veio fazer aqui antes que eu chame a polícia? — Tio Sun expressou, ganhando a atenção da mulher.

— Não precisa ficar hostil dessa forma, Changsun. — Deu um passo em sua direção, mas virou o rosto para mim mais uma vez. — Minha conversa é com esse moleque.

— Comigo? — Apontei para mim mesmo. Por que ela tinha essa cisma comigo sendo que nem nos conhecíamos? Queria tanto assim atingir minha mãe ao ponto ir pra cima do filho dela? Isso era insano.

— Onde está o meu filho? — Ela questionou séria, me pegando de surpresa por não esperar que Taehyung fosse o motivo daquela visita suspeita.

— E como é que eu vou saber? — Retruquei dando de ombros, Taehyung com certeza não era um problema meu.

— Por culpa de vocês ele se virou contra mim, me acusou de coisas horríveis. — Seu tom de voz tentava passar tristeza, mas era claro que Hyojung tinha mais ironia na ponta da língua do que verdades.

— Ah, não tente se fazer de vítima logo agora, seu filho apenas abriu os olhos para ver a cobra que você realmente é. — Changsun falou rolando seus olhos.

— Eu sei que foram vocês que fizeram ele achar que era uma saída me enfrentar da forma que fez e depois me dar as costas. — Apontou para nós dois. — Vocês viraram a cabeça do meu filho ao seu favor.

— Acha mesmo que a culpa é nossa? A única manipuladora de mentes aqui é você! — Meu tio exclamou apontando no rosto dela. — Até se torna vergonhoso ver uma pessoa nessa idade agindo como uma criança mimada assim. Quem levou seu filho a se revoltar dessa forma foi você mesma depois de contar tantas mentiras a ele, assuma suas responsabilidades como a adulta que deveria ser.

— Não preciso escutar lição de moral de alguém como você, Changsun. — Revirou seus olhos e voltou a mirar apenas a mim. — Cadê o meu filho?

A encarei por alguns segundos após sua indagação, ela parecia desnorteada, não conseguindo mais distinguir a realidade de suas próprias fantasias, não havia como discutir com uma pessoa que claramente não mudaria de opinião e muito menos assumiria a culpa de alguma coisa, o que restava era tirá-la dali, afinal eu ainda estava preocupado com minha mãe.

— Não sabemos onde o Taehyung está, eu não sou mais amigo dele e acredito que ele não confiaria em mim para vir desabafar. — Respondi tentando soar o mais compreensível possível, já que ela até parecia falar uma língua distinta da nossa.

— Agora me dê licença que preciso tirar a minha irmã do porão. — Changsun disse começando a andar em direção ao corredor da casa.

— Paradinho ai! — Ela exclamou se colocando na frente dele, o impedindo de continuar. — Pensam que vou acreditar que não sabem onde o Taehyung está? Era claro que ele confiou em tudo que disseram, ou seja, confiaria em procurá-los agora também.

— Vai mesmo continuar com essas acusações toscas? Já não basta tudo que armou pra cima da minha família apenas por causa de algo que aconteceu há tantos anos e por culpa unicamente sua? — Meu tio indagou e Hyojung aparentou ficar ainda mais furiosa, dando um passo na direção de Sun, porém ele se afastou. — Está querendo me enfrentar? Sabe muito bem que isso não dava muito certo para você quando éramos crianças, por que acha que tem chances agora que sequer tem seus poderes?

— Sempre egocêntrico, não é mesmo, Sun? Mas como poderia continuar a ser o tão poderoso bruxo, sem isso? — Disse e num movimento rápido já estava com a varinha de Changsun entre os dedos, a sua aproximação foi estratégica, ela queria apenas estar perto o bastante para poder pegar a varinha no bolso de meu tio.

— Que brincadeira, infantil... Me devolve isso. — Changsun expressou revirando seus olhos, mas em seguida tentando alcançar a varinha que estava nas mãos dela.

— Fique quieto ai ou eu vou quebrar isso. — Falou elevando o objeto no ar. Mesmo se ela quebrasse, o meu tio conseguiria outra, porém itens assim carregam grande valor sentimental ao bruxo que a obtém, com certeza Sun não iria querer perder a sua. — Quero que me deem respostas, agora!

— Senhora Kim, não adianta nada vir aqui nos interrogar como se fossemos culpados de alguma coisa, pois sei que apenas está aqui porque não sabe onde procurar o Taehyung. — Concluí chegando mais próximo dela. — Você sequer conhece ele de verdade, nunca foi de se importar realmente, não sabe os lugares que ele frequenta ou para onde vai quando quer um tempo, está desesperada porque sequer sabe quem é o seu filho de verdade.

— Quanta petulância para falar comigo, garoto! — Exclamou bufando seu ódio. — Sua mãe não lhe ensinou a respeitar os mais velhos.

— Ensinei ele a respeitar principalmente aqueles que também o respeitam. — A voz de minha mãe se fez presente naquele instante, eu sabia que ela conseguiria escapar mesmo sem ajuda, não pude deixar de sorrir ao vê-la entrar no cômodo. — Agora se afasta do meu filho, e não vou pedir duas vezes.

— Saiu mais rápido do que eu imaginava. — Hyojung comentou sorrindo de lado, exalando falsidade.

— Você tentou trancar uma bruxa em seu próprio covil, esperava o quê? — Junghwa indagou num tom irônico, rindo soprado.

— Tem razão, mas é ótimo que a família esteja reunida, será melhor para conversar assim. — A Kim disse mirando todos nós.

— Ah, cala essa boca! — Minha mãe exclamou antes de laçar sua varinha em mãos e dizer uma série de quatro palavras que fizeram Hyojung ir ao chão desacordada em menos de dois segundos, era um feitiço diferente do que eu tinha usado em Taehyung, mas parecia ter funcionado da mesma maneira.

— Uau, mãe! — Exclamei boquiaberto, porém logo sentindo toda uma preocupação me rondar. — Como ela entrou aqui realmente? Fez alguma coisa contra você?

— Ela invadiu pela porta dos fundos e me pegou desprevenida, eu não imaginava que seria imobilizada por uma chave de braço enquanto dormia no sofá. — Mamãe respondeu enquanto se agachava ao lado de Hyojung e pegava a varinha de meu tio de suas mãos. — Mas estou bem, não há com o que se preocupar.

— Vou ligar para o conselho, o lugar dela com certeza não é mais solta pelas ruas, Hyojung está mais insana do que quando era jovem. — Changsun proferiu após ter o seu objeto mágico em posse novamente.

— Mãe, acha que o Tae fugiu mesmo ou ela só estava inventando mais coisas? — Questionei um tanto receoso por causa de tudo aquilo.

— Não sei, mas talvez o Yoongi saiba. — Expressou se virando para mim. — Ligue para ele.

E foi isso que fiz em seguida, afinal se Taehyung tivesse mesmo decidido ir embora, eu acreditava que ele poderia querer se despedir de Yoongi, mesmo sabendo que era mais provável que recebesse uma porta na cara do que um abraço de adeus.

[.>x<.]

Yoongi POV's

Desliguei a ligação com Jungkook me virando lentamente para a pessoa que estava presente na cozinha de minha casa, a coincidência do horário da chamada com a chegada de Taehyung ali era até suspeita, mas eu não me sentia num momento para questionar coisas como aquela, a presença do feiticeiro na minha residência já trazia perguntas por si só.

Não posso negar que relutei um pouco em permitir que ele entrasse quando tocou a campainha, porém no segundo que o vi ali em frente ao portão me lembrei das coisas que já havia conversado com Jungkook, o mesmo não guardava mágoas de Taehyung mesmo sabendo de tudo que ele tinha feito, e eu me sentia na desejo de também não sufocar aquele rancor, lamentava por não ter nascido com o bom e sensível coração de Jungkook, entretanto ainda ansiava por não sentir mais raiva, aquilo apenas me consumiria e me deixaria preso ao passado.

Ao contrário de Jeon, eu não diminuía a culpa de Taehyung em tudo que aconteceu e também não conseguia acreditar que as coisas entre a gente foram reais em algum ponto, mas sabia reconhecer que o Kim foi manipulado até o último segundo, por esse motivo abri minha porta e permiti sua entrada.

— Sua mãe foi atrás dos Jeon's. — Afirmei me virando novamente para o Kim, que ali se mantinha me encarando quase sem expressões.

— Acho que ela não sabe a hora de parar. — Riu sem graça antes de continuar. — Pensei que pelo menos dessa vez teria a sensatez de me deixar tomar minhas próprias decisões, mas de nada adiantou as coisas que falei.

— Finalmente a confrontou? — Indaguei franzindo o cenho e torcendo por uma resposta positiva.

— Eu pedi a verdade e ela me deu mais mentiras, porém todas acabaram deixando bem claro o que realmente deveria ser dito. — Respondeu sorrindo de lado, mas não transmitindo nada além de tristeza através daquele curvar de lábios antes de tirar de dentro do seu bolso um frasco pequeno, com um líquido colorido dentro. — Descobri que ela me dava isso...

— O que é isso? — Perguntei, pegando o frasco delicado.

— Uma poção, ela me deu para beber várias vezes dizendo que aumentaria meus poderes, mas não era exatamente isso que ela fazia. — Deu de ombros, rindo sarcástico. — É uma poção de convencimento, é magia proibida, você pode fazer alguém te falar ou fazer qualquer coisa depois que a toma, foi assim que ela me convenceu de que os planos dela eram as coisas corretas a se fazer... Mas ela já me manipulava desde a infância sem uso de nada mesmo, só com sua conversa fiada. 

— Mas como ela fez essa poção? Ela não tem mais poderes. — Questionei confuso com aquilo.

— Algumas poções não são necessariamente ligadas a magia, você conseguiria as fazer mesmo sem ter poderes, usando apenas a alquimia. — Explicou, mesmo que tudo aquilo ainda fosse bem confuso para a minha mente, mas eu conseguia compreender. 

— Eu sei que é sua mãe, mas foi melhor assim, seria pior só descobrir as mentiras dela quando fosse tarde demais para sair disso. — Falei sincero e ele assentiu concordando.

— Ela era minha única família, só havia ela para eu me prender, já que meu pseudo pai biológico era um feiticeiro egocêntrico que sumiu no mundo e meu pai adotivo foi quem não me aceitava de forma alguma, acho que isso sempre me fez buscar por aprovação, eu sentia que tinha que fazer tudo por ela, sempre foi assim. — Suspirou desviando o olhar de mim. — No final o tal pai feiticeiro nunca existiu e o pai humano sabia que eu não era seu filho de verdade, mesmo que minha mãe insistisse em dizer que sim.

— Agora sente vontade de saber suas origens? Conhecer seus pais biológicos? — Questionei um pouco inseguro se deveria perguntar algo como aquilo ou não.

— Sinceramente eu não me interesso em saber, pelo menos não por enquanto. — Respondeu simplesmente e em seguida guiou seu olhar para em meu rosto, me deixando sem graça e desconfortável, era tão intenso. — Por que me deixou entrar?

— Bem, se você quer a verdade, sempre que te olho penso em tudo que o Jungkook passou e fico achando que você só está aqui sendo traiçoeiro mais uma vez, porém não quero carregar ódio e ainda acho que você é muito mais do que isso, sua mãe mascarou o grande potencial que você tem. — Disse o pegando de surpresa, com certeza não esperando escutar algo assim vindo de mim depois de tudo. — Não sei o que vai fazer de agora em diante, mas espero que pegue o melhor caminho.

— Acha que um dia vai voltar a confiar em mim? — Questionou andando um passo até mais próximo de mim.

— O futuro não pertence a ninguém, Kim, então não posso responder isso. — Retruquei me afastando antes que ele chegasse perto demais.

— Mas o que você acha, Yoongi? — Perguntou dando ênfase na palavra "você".

— Acho que eu ainda nem sei sua idade de verdade. — Mudei de assunto para algo que ainda dançava em minha mente.

— Tenho vinte e três. — Disse parecendo temer a minha reação. Suspirei um tanto aliviado por saber que não tínhamos uma distância de idade tão grande, afinal eu já sabia que ele não tinha apenas dezessete como fingia antes.

— Com certeza não é mais um aluno do colegial. — Falei quase não acreditando que ele era meu hyung, isso tornava todas as vezes que ele me chamou assim formalmente muito estranhas. 

— Isso significa que eu não poderei ser o seu par no baile de formatura? — Indagou arqueando uma de suas sobrancelhas, sorrindo ladino.

— Está mesmo perguntando isso? — Questionei revirando meus olhos e ele riu soprado.

— De qualquer forma, eu não vou mais estar aqui na data do baile. — Falou me deixando confuso com a afirmação.

— Por que não? — Perguntei tentando não demostrar preocupação.

— Essa cidade não nunca foi um lugar para mim, eu preciso me afastar daqui, Yoongi. — Me encarou por alguns segundos. — Não tem mais nada que me prenda aqui, então vou retornar a minha cidade natal, lá ainda me resta alguns amigos.

— Tem certeza disso? — Expressei sentindo uma sensação de angústia que eu não queria que aparecesse.

— Sim, já passou da minha hora de caminhar com os próprios pés. — Sorriu para mim e se afastou mais, seguindo até a porta. — Foi bom te conhecer, Yoongi.

— Taehyung... — Chamei e andei até ele, segurando sua mão, o fazendo parar. — Você acha que vai voltar um dia? 

— O futuro não pertence a ninguém, Min. — Respondeu por fim, ainda sorrindo fraco, antes de sair pela porta.

Me segurei para não pedir que ele ficasse.


Notas Finais


Até o próximo hihi

TÁ VINDO MUITO JIKOOK
bye


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