História Até Que O Feitiço Acabe - Você sente o mesmo?

Jimin’s POV

Meus olhos observavam o rosto de Jungkook concentrado na leitura de um livro qualquer, suas piscadas eram lentas e sua voz fluía em meus ouvidos me causando um certo arrepio, principalmente na nuca, o Jeon sequer estava notando as reações que vinha causando em mim, apenas por estar ali, sentado em minha frente lendo algum livro de História que não me interessava em nada.

Estávamos na biblioteca da escola, pois após o final das aulas eu o chamei para revisar a matéria que vou precisar estudar, em qualquer outra situação eu jamais faria um convite desse, mas estranhamente quero estar com ele, ouvir as coisas que me diz e não consigo negar nada que moreno me pede, chega a ser assustador, meu irmão possivelmente me diria que estou apaixonado, mas não é esse o sentimento que tenho.

Estava tudo confuso, eu não sabia como interpretar a mim mesmo.

Não apenas isso, mas tudo que venho sentindo desde que o vi lá no vestiário, é tão estranho que algo assim venha a acontecer logo com alguém como eu, um cético que sequer acredita em céu e inferno, agora me via encantado por uma pessoa a primeira vista, isso sem dúvidas foi algo que me deixou com os pensamentos bagunçados.

Jungkook estava lendo algo para mim, porém eu só conseguia prestar atenção em seus lábios vermelhinhos se movendo rapidamente, enquanto eu apenas pensava que nunca estive tão fascinado por uma pessoa assim antes.

Os olhos redondos dele concentrados nas escrituras do livro e aquela expressão séria e bonita que tomava o seu rosto me deixava viajando em pensamentos, eu não conseguia explicar em palavras o quanto Jungkook estava me deixando encantado, até sua derme pálida com algumas marquinhas de espinhas parecia algo adorável ao meu ver, minha mente estava entrando em colapso tentando entender da onde vem esses pensamentos, principalmente se tratando de uma pessoa que eu conheci há menos de três dias atrás e pouco conversei.

Um suspiro bobo escapou de mim quando Jungkook mexeu em seus cabelos, os puxando para trás, deixando sua testa livre, eu apenas soube apertar as mãos nas laterais da cadeira e me controlar para não parecer uma menininha apaixonada de série adolescente.

O que diabos está acontecendo comigo? Eu nem conhecia esse garoto há alguns dias atrás e do nada estou me sentindo desse jeito, não parece certo porque eu não consigo encontrar uma explicação, porém ao mesmo tempo sinto que saber o que está havendo me faria perder a magia do mistério que é ainda não entender, talvez o inexplicável não seja algo assim tão ruim.

Por muito tempo eu me neguei sentir, emoções apenas me causavam dor então eu me fechei por um bom tempo, isso se manteve por um certo tempo, buscava exclusivamente prazer nas relações que eu tinha e sentimentos era algo que eu preferia me manter longe, porém isso mudou um pouco quando conheci a SunHee, uma aluna de minha escola, que ao contrário da maioria, não dava a mínima para a minha popularidade.

Ela me encantava e acabou me conquistando e derretendo a barreira de gelo que eu havia colocado em volta das minhas emoções, porém SunHee mesmo sendo uma pessoa graciosa e cativante, não conseguiu ultrapassar o muro de concreto que eu ainda mantive me prendendo.

Nós ficamos juntos por um tempo, porém eu repeti aquele ano escolar e SunHee passou direto, afinal era uma aluna muito aplicada, entretanto ela não queria continuar se prendendo a alguém que não dava a mínima para os estudos e que não se entregava realmente a ela, sendo assim nós terminamos ainda naquele mesmo mês e eu achei que seria melhor assim, SunHee era boa demais para alguém como eu.

E então tanto tempo depois, eu me encontrava numa situação um tanto quanto inesperada, do nada esse garoto entrou em minha vida e tudo dentro de mim parecia revirado.

— Jimin hyung, está prestando atenção no que estou falando? — Jeon questionou após notar que eu mais viajava do que me concentrava na lição.

— Estou sim. — Respondi no automático.

— Não parece muito.... — Arqueou uma das sobrancelhas e encarou o livro, lançando uma pergunta em seguida: — Quantos tempo durou a Guerra dos Cem Anos?

— Se está questionando isso, suponho que não tenha durado cem anos. — Brinquei, mas ele manteve a expressão séria.

— Pelo menos você sabe que não foi apenas cem anos. — Expressou revirando os olhos. — Quais foram os países envolvidos nessa guerra?

— França e… — Franzi o cenho, tentando pensar na resposta, porém nada veio em minha mente. — Algum outro reino europeu... 

— Jimin! — Expressou em alto tom e eu apenas pude rir.  — Não adianta eu ficar lendo tudo isso se você sequer prestar atenção.

— Desculpe, é que meu professor me deixa desconcertado. — Joguei, mas ele pareceu não entender muito bem.

— O senhor Choi te desconcentra? — Perguntou me fazendo quase gargalhar, sua expressão confusa era realmente adorável.

— Estou falando de você, Jungkook. — Disse e vi seu rosto empalidecer e em seguida começar a ficar avermelhado.

— Ah sim... — Murmurou desviando o olhar de volta para o livro, constrangido pelo que eu falei.

Cobri minha boca com a mão para controlar minha risada, Jungkook agia de um modo engraçado e desentendido quando eu lhe dizia coisas assim, não deixava de ser fofo, porém ainda sim era divertido para mim, e talvez eu tenha passado aquele dia lhe falando frases nesse nível apenas para ver sua reação, porque normalmente quando eu lançava palavras assim a alguém recebia de volta uma resposta a altura da malícia que expressei, mas com Jeon não era assim, e isso me era interessante, pois eu nunca sabia o que ele iria me responder em seguida.

Levei minha mão até o livro que ele agora parecia estar usando como um escudo e fui abaixando o objeto, levando o livro até a mesa e deixando minha visão de sua face mais clara, a mesma mão minha que estava sobre o livro foi em direção de sua bochecha, seus olhos miravam nas páginas escritas e não em mim, o que novamente me fez querer rir de seu jeito adorável.

— Essas são pessoas que eu com certeza não esperava ver juntas numa biblioteca. — Uma voz animada soou, me fazendo revirar os olhos e bufar, Hoseok escolhe as piores horas para aparecer.

— Péssima hora, hyung. — Expressei afastando minha mão do rosto de Jungkook que estava um perfeito cosplay de pimenta malagueta.

— Calma irritadinho, minha conversa é com o Jungkook. — Hoseok disse puxando uma cadeira e se sentando ao meu lado.

— Comigo? — Jeon questionou, seu olhar tinha se tornado temeroso.

— Sim, você já levou a convocação para sua mãe? Eu preciso daquele papel assinado antes da próxima terça-feira. — Jung disse e Jungkook ficou ainda mais tenso.

— Minha mãe chegou tarde do trabalho ontem, eu já estava dormindo, não deixei o papel para ela. — Respondeu claramente nervoso. — Na segunda eu lhe entrego.

— Você está há quatro dias com essa convocação, Jungkook. — O professor retrucou e Jeon pareceu querer se esconder debaixo da mesa.

— Eu sei, minha mãe tem chegado tarde a semana inteira. — Fez uma expressão triste. — Tem sido difícil desde que meus pais se separaram, ela está trabalhando dobrado, eu não quis ser um estorvo ou trazer mais preocupações.

Segurei o riso mais novamente, dessa vez por ver a expressão comovida que Hoseok tinha feito, afinal Jungkook estava mentindo, ele tinha me contado mais cedo que seus pais são separados há uns cinco anos e que isso nunca foi um problema.

Parece que o garoto tímido e quietinho sabe ser ardiloso quando precisa.

— Oh! Sinto muito. — Hoseok falou desviando o olhar, constrangido. — Me entregue quando for possível.

— Obrigado professor. — Disse sorrindo e depois virando para mim. — Eu preciso pegar outro livro, já volto. — Assenti e o mesmo logo se levantou.

Jungkook logo se retirou daquela mesa, indo até as prateleiras pegar o livro que queria, mas minha atenção não estava nisso, e sim no que eu via pela visão periférica, o olhar de Hoseok me queimando.

— O que foi, hyung? — Perguntei me virando para ele, já imaginando o que vinha.

— O que pretende com ele?  —Indagou sério, o que me faz rir, até parece que sou um lobo mau perseguindo a chapeuzinho indefesa. 

— Jungkook é um amigo, apenas. — Falei simplesmente, olhando de longe o Jeon se concentrando em algum outro livro.

— Só espero que não esteja brincando com o garoto. — Comentou enquanto se levantava da mesa. — To de olho, Park!

— Não faria isso, eu gosto dele, hyung. — Expressei baixo enquanto Hoseok já se retirava, não tenho certeza se ele ouviu. E talvez seja melhor que não tenha escutado mesmo.

[.>x<.]

Jungkook’s POV

Peguei um livro qualquer nas prateleiras e me escorei na mesma, fingindo ler, sendo que na verdade a única coisa que eu estava com vontade de fazer era um feitiço de teletransporte e poder ir para casa, ou talvez um de desaparecimento e sumir dali para sempre.

Não que estar com Jimin seja chato, afinal ele é uma ótima pessoa, mas eu não sabia como enfrentar aquilo, ensinar não é algo fácil e com certeza não era um dos meus fortes, e isso se tornou pior quando claramente a pessoa que eu tentava ensinar estava na verdade muito mais interessada em ponderar em pensamentos sobre mim e não sobre a matéria em questão.

Eu não sabia lidar com isso, não sabia lidar com Jimin, e muito menos com alguém que claramente gosta de mim e não consegue esconder isso, pois o dever que a afanasy lhe ordenou está sendo muito bem executado pelo Park, o que ele mais faz é demonstrar o que sente e isso está me deixando louco.

— Se escondendo do seu namoradinho? — A voz de Yoongi me pegou de surpresa, apenas tive tempo de tapar minha boca para evitar um grito exagerado no meio da biblioteca.  

— Ele não é nada meu, e eu só vim pegar um livro. — Falei me virando para ele, que franziu o cenho, Yoongi já sabia de toda a conversa que eu havia tido com Jimin, ele achou legal da parte do Park me oferecer ajuda, mas claro que tirou muito sarro por saber que Jimin vai estar muito mais presente em minha vida do que eu imaginava.

— Você quer ensinar ele com um livro da culinária australiana? — Indagou puxando o livro que eu segurava para si e lendo o título da capa.

Mas nem pra disfarçar eu estou servindo ultimamente, minha nossa!

— O professor Jung chegou na mesa, eu menti para ele, Jimin percebeu porque ficava sorrindo e ele e o professor parecem ser amigos, se o Park contar que eu menti, só foderia ainda mais minha situação. — Expressei falando rápido e quase sem pausa. — Estou entrando em colapso aqui!

— Por causa do feitiço o Jimin gosta muito de você, e quando temos apreço por alguém, não queremos a ver numa situação dessas, sendo assim suponho que o Jimin vá encobrir você ou fingir que não sabe da nada. — Levou a mão até meu ombro. — Fica calmo, Jungkook.

— Está se tornando impossível! — Suspirei e o encarei. — Por que está aqui? A aula já acabou.

— Estava apenas vigiando você. — Sorriu de lado e só deixou mais óbvia a sua desculpa esfarrapada.

— Diga a verdade!

— Taehyung me pediu para o ajudar com um trabalho de Química, e eu aceitei porque ele me ameaçou dizendo que ia contar para o Jung que eu andei pedindo o número do armário dele. — Explicou me fazendo rir de sua situação. — Estou me escondendo aqui porque odeio Química, assim como odeio ele, e isso é tudo culpa sua.

— Você não odeia o Tae, para de implicar com ele e seja um bom hyung. — Expressei vendo o rosto do esverdeado se transformar numa careta de raiva.

— Jungkook, por que você não volta lá para o seu rosinha e deixa que com o Taehyung eu sei lidar. — Disse retirando o livro de culinária da minha mão e me empurrando dali.

— Tem certeza? — Questionei risonho.

— Tchau, Jungkook! — Exclamou me dando o último empurrão.

Saí dali suspirando frustrado, Yoongi fingia que não se importava, porém eu sabia na verdade ele tinha medo, não do Taehyung, mas sim das coisas que ele poderia vir a sentir caso deixasse o Kim entrar em sua vida realmente, Yoongi as vezes era arisco demais quanto o assunto eram seus sentimentos.

Peguei qualquer outro livro de História que tinha ali e retornei a mesa onde Jimin estava, para a minha sorte o professor Jung já tinha se retirado, porém no lugar dele haviam duas pessoas, um menino e uma menina que eu não conhecia, mas eles pareciam conhecer bem o Jimin.

— Por favor, Jimin oppa! — A garota falava juntando suas mãos. — Já faz um tempo que você não vai lá com a gente.

— Agora estou ocupado, Soojung. — Jimin respondeu a menina, que cruzou os braços, suspirando frustrada.

— Mas hyung, você só está aqui sentado e sozinho, qual o problema em ir para a pista com a gente? — O garoto retrucou de cenho franzido, eu não fazia ideia do que era essa “pista”, mas Jimin parecia estar sem vontade de ir com eles, fazendo o máximo para ser educado com seus colegas.

— Estou acompanhado, Sejoon. — Park disse ao menino e depois olhou em minha direção, os outros dois também olharam, me mirando de cima a baixo e depois arqueando suas sobrancelhas.

— Por que está aqui com ele? — O modo que a menina falou até parecia que tinha encontrado o Jimin ao lado de um criminoso procurado, apenas quis rir da cara esnobe dela.

— Porque ele é meu amigo e vocês dois estão sendo inconvenientes insistir para eu ir com vocês. — Jimin expressou, saindo um tanto de seu modo calmo.

— Um encontro na biblioteca? Sério hyung? — O tal Sejoon expressou ainda me olhando como se eu fosse um ET.

— Vai trocar uma tarde na pista pra ficar aqui? Você nem gosta de ler. — A garota franzindo o cenho.

Eu sinceramente não estava me importando com aqueles dois estranhando alguém como Jimin estar com alguém impopular como eu, nem ligava para qualquer piadinha que possivelmente iriam soltar, porque eu queria mais era que o Park fosse com eles para que eu pudesse ir para minha casa, me afogar em um monte de sorvete e pensar em toda a minha má sorte.

— Vocês poderiam se retirar? Já dei minha resposta. — Jimin disse claramente irritado com a presença daqueles dois. — Eu tenho algo mais importante para fazer agora.

— Vamos noona! — O garoto disse segurando a menina pelo pulso para que ela se levantasse da cadeira.

— Quando se cansar de se fingir de amigo dos nerds, você sabe onde nos encontrar. — A garota falou dando de ombros.

Nerd? Amiga, saiba você que eu queria muito ser um “nerd” sim, pelo menos não estaria nessa bagunça em que me meti e teria lindas notas azuis para enfeitar o meu boletim.

— Não precisava negar sair com eles, a gente poderia terminar aqui depois. — Falei me sentando novamente na mesa.

— A gente combinou, eu não poderia simplesmente sair e te deixar sozinho. — Respondeu e eu sorri. — E mesmo que eu não tivesse fazendo nada, não iria com eles, sei que suas intenções não são apenas me chamar para ir na pista de skate.

— Eles parecem gostar de você. — Disse enquanto abria o livro procurando pelo que estávamos estudando.

— Eles gostam realmente, até demais… — Comentou e ri soprado por fim. — Não quero os dar esperanças de que vamos passar do envolvimento quase nulo que temos.

— Você ficou com os dois? — Questionei e me arrependo em seguida, pois acabei de fazer uma pergunta evasiva.

— Algumas vezes. — Respondeu simplesmente me surpreendendo, ele não parecia chateado com a pergunta ou algo assim para a minha sorte.

— Não sente nada especial por nem um dos dois? — Indaguei um tanto preocupado, pois, por minha causa, ele poderia estar se negando a sair com alguém realmente gostava. Eu me sentiria ainda pior, era horrível saber o quanto estava atrapalhando sua vida por causa da minha maldita distração.

— Sinceramente? — Perguntou e eu assenti. — Não sinto nada além de um sentimento de amizade.

— Oh, entendo. — Murmurei tentando voltar a atenção ao livro.

— E você, Jungkook? — Colocou a mão sobre o livro, me impedindo de ler. — Gosta de alguém? — Quase caí da cadeira após ouvir isso.

— E-eu, bem… — Gaguejei surpreso com sua pergunta, mas preferi não responder. — Que tal voltarmos a estudar, Jimin hyung?

— É difícil prestar atenção em qualquer coisa com lábios tão bonitos em minha frente. — E claro que depois dessa frase dele, eu quase peguei minhas coisas e saí correndo dali o mais rápido possível.

— Pare de dizer essas coisas, Jimin! — Falei de forma séria, ele travou piscando algumas vezes e depois assentindo, ficando sem graça.

— Me desculpe, eu nem sei sua sexualidade e fico falando essas coisas. — Disse num tom mais baixo, constrangido.

— Está tudo bem, eu não sou hétero. — Falei rindo soprado, tentando disfarçar meu nervosismo — Q-quero dizer… ãn… você pode dizer e-essas coisas, só não seja tão aleatório, eu não sei como reagir.

— Mesmo? — Indagou e eu assenti rapidamente. Em seguida apenas o observei se levantar da minha frente e vir se sentar na cadeira livre ao meu lado.

— Vamos voltar a matéria, Jimin? — Perguntei tentando fugir de alguma conversa constrangedora.

— Jungkook… — Ele arrastou a última sílaba do meu nome enquanto retirava o livro de minha mão. — Posso saber se eu tenho chances contigo?

Foi nesse momento que eu comecei a entender tudo o que meu tio havia me contado, a caneta não distingue amor fraterno, amor carnal ou amor afetivo, sendo assim para ela “gostar” pode significar “amar”, porém isso vai depender de cada pessoa e de seus interesses pessoais, no caso de Jimin o seu subconsciente interpretou o “gostar” naquela carta como sua forma de amar alguém.

Ou seja, eu estou muito mais ferrado do que imaginava antes.

— Você… é… — Gaguejei sem saber o que lhe responder, abaixei a cabeça sem conseguir o encarar, eu sabia que não podia negar que ele demonstrasse seu interesse, pois isso seria perigoso para mim mesmo, não quero que os sentimentos dele evoluam para algo doentio, perseguidor ou sei lá o que. — Você tem chances sim, Jimin hyung. — Falei por fim, completamente constrangido, mas se pensarmos bem, ele vai esquecer de tudo isso daqui há algumas semanas, não importa mesmo.

— Então se eu confessasse a minha vontade de ter um beijo seu, eu sou retribuído nisso também? — Questionou num tom baixo, afinal ainda estávamos numa biblioteca. — Você sente o mesmo por mim, Jungkookie?

Alguém me ajuda!