História Awake - Million Reasons - Pesadelo

Aquele dia passou rápido, logo a noite já havia caído, depois de tomarem banho e jantarem, Emma acabou indo dormir á meia noite, Clay estava jogando canastra com Camille na sala, ambos sentados no chão, um de frente para o outro, a televisão estava ligada, passando um filme qualquer.

-Tenho medo que Muriel faça algo ruim com Emma...-disse Camille-Ela me falou no dia em que nos encontramos pela cidade depois do enterro de Bruce que se Emma a encontrasse ou se metesse com ela, mataria sem dó nem piedade.

-Muita cara de pau da parte dela...-disse Clay-E ainda falar isso na cara dura sabendo que pode ser presa e tudo mais.

-Clay, estou lhe contando essa história porque você precisa ficar sabendo do que aconteceu...-disse Camille-Mas por favor, não fale nada para Emma, Sonya vai dar um jeito nisso, vai encontrá-la e prendê-la, está bem perto de encontrá-la.

-E se a encontrarem?-perguntou Clay-Vai falar para Emma?

-Se ela for presa, eu falo para Emma pessoalmente...-disse Camille-O que não vai demorar muito, já que Sonya a localizou em Los Angeles e já mandou uma equipe atrás dela.

-Deixa eu perguntar: Foi por esse motivo que Emma não quis assumir a marca?-perguntou Clay-Foi por isso que ela deixou você assumindo a marca praticamente sozinha?

-Sim, nem Emma e nem Hannah querem assumir...-disse Camille-Bruce exigia muito de Hannah por ser a primogênita e Emma ainda se sente praticamente abandonada pelo pai, ela pensa que ele não quis mais fazer qualquer contato com ela ou com a irmã.

-E quem vai assumir a marca mais tarde?-perguntou Clay-Seria alguma delas, não?

-Se elas não tiverem filhos até lá, uma delas vai ter que assumir...-disse Camille-Com certeza, Emma passará para Hannah, já que ela trabalha com isso.

Os dois passam mais um tempo conversando, até que acabam ficando com sono, guardaram o baralho e foram dormir, Clay foi para o quarto de Emma e Camille para o quarto de Clay.

Clay escova os dentes, deita na cama ao lado de Emma, beija o rosto da mulher sussurrando um boa noite perto do ouvido dela, em seguida abraçando-a e repousando a cabeça no travesseiro, alguns minutos depois, acabou conseguindo adormecer.

"Clay acorda, estava sentado no sofá assistindo televisão, estava na casa onde morava com sua mãe, ouvia-se os gritos e xingamentos de seu pai no fundo do corredor, ele descendo as escadas de terno discutindo e brigando, em seguida, ele vira-se apontando o dedo na cara de Lilith, que usava um vestido azul muito bonito e estava acompanhada de Camille.

-Você está sempre enchendo meu saco!-disse o pai de Clay.

-Não fale assim com ela!-disse Camille em alto e bom som, tentando apartar a briga-Tenha mais respeito com sua esposa.

-Cale esta boca e não se intrometa...-disse o homem que em seguida, desferiu um tapa forte no rosto de Lilith-Eu faço o que quiser com a minha mulher.

Em seguida, Clay aproxima-se do homem para impedi-lo de desferir outro tapa em Lilith, mas acaba sendo empurrado pelo próprio pai e caindo no chão do corredor, ouvem-se os gritos de sua mãe e de Camille que ecoavam pelo local.

-Você é outro que só sabe me irritar!-disse o homem, pegando um vaso de flores que estava em cima de uma mesa no corredor e retirando as flores-Quando vocês tiram para encher meu saco...

-CLAYTON, NÃO!-gritou Lilith para o marido-NÃO TOQUE NELE!

O homem derrama a água de dentro do objeto no chão, ele aproxima-se devagar de Clay com uma expressão de raiva estampada em seu rosto, enquanto o rapaz tentava se movimentar para trás com a intenção de afastar-se cada vez mais dele. Quando Clayton levanta o vaso para quebrá-lo na cabeça do filho, Clay viu ao fundo, Camille no telefone tentando ligar para a polícia, começou a ficar ofegante, sem saber o que fazer e como se defender, praticamente não havia para onde ir.

Ao vê-lo baixando o objeto rapidamente em sua direção, pôs os braços na frente do rosto em posição de defesa, até que ouve o barulho do objeto se quebrando, mas não sente nada, baixa os braços devagar, percebendo que havia alguém em cima de si, ao olhar para o rosto da pessoa, reconhece Emma.

Ela usava uma camisa social branca, um laço preto, calças pretas e com o cabelo arrumado perfeitamente em um coque, alguns cacos de porcelana pertencentes ao vaso estavam no chão, acompanhados da parte que restou do objeto, alguns outros estavam em cima das costas dela.

-VOCÊ É MALUCO! SEU DESGRAÇADO!-berrou Camille que virou Clayton para si lhe desferindo um soco no rosto dele-NÃO ACREDITO QUE MACHUCOU MINHA FILHA!

O fone do telefone estava pendurado na mesa, Lilith estava ajoelhada com as mãos no rosto chorando muito, Clay olha para Emma que estava de olhos fechados e lágrimas escorrendo pelo seu rosto, a camisa branca da mulher agora estava manchada de sangue e algumas gotas pingavam no chão e na roupa de Clay.

-Emma...-disse Clay com lágrimas nos olhos."

Clay acorda ofegante, senta-se na cama um pouco assustado, olha para o lado, Emma estava dormindo tranquilamente, olha para o relógio, eram 02h45min da madrugada, levanta-se indo até o banheiro, lava o rosto, em seguida saindo do local e indo até a cozinha, pegando uma garrafa de água na geladeira e bebendo calmamente.

Volta para o quarto ainda com a garrafa em mãos, pondo-a na cômoda ao lado da cama, volta a deitar-se ao lado de Emma, virando o seu travesseiro e repousando a cabeça novamente nele. Emma vira-se na cama, em seguida, abraçando Clay por trás, passando o braço pela cintura dele e pondo sua perna direita por cima do corpo dele, o homem sorri, em seguida, segurando a mão da mulher que estava em seu abdômen.

-Já falei que você fica lindo de pijama azul?-perguntou Emma sussurrando.

-Na verdade não...-disse Clay virando-se na cama para ficar de frente para ela-Nunca me falou isso.

-Então vou falar...-disse Emma sorrindo-Você fica lindo de pijama azul.

-Obrigado...-disse Clay um pouco sem jeito, em seguida, acariciando o rosto dela-Você fica linda com qualquer coisa, você é linda.

Emma sela os lábios de Clay, logo aproximando-se ainda mais dele, o homem lhe abraça, beija o topo da cabeça dela, esboçando um sorriso enorme de orelha a orelha. Ficou lembrando das declarações de Emma antes de Camille ligar, nunca pensou que ouviria aquelas palavras saírem da boca dela, pensava que não era recíproco.

Fechou os olhos, mas a única coisa que vinha na sua cabeça ao fazer isso era o pesadelo que acabara de ter, a cena de seu pai agredindo sua mãe, discutindo com Camille e aproximando-se com o vaso em mãos não saía de sua cabeça, engoliu em seco um pouco angustiado, logo, vindo a cena de Emma sendo atingida nas costas pelo objeto. Abre os olhos rapidamente, abraça Emma ainda mais forte, beijando o topo de sua cabeça novamente, em seguida, cobrindo Emma e a si mesmo com o cobertor.