Pov Sophie
Já fazem duas semanas que começou. O vírus, a praga, a infestação ou apocalipse. Eu chamo de A Maldição. Destruindo a vida das pessoas sorrateiramente, quando elas menos esperam. Essa era a função dele. Uma função que não foi determinada pelo ser humano e sim pelo vírus. Era pra ser um aumento de força, inteligência e agilidade, mas quando foi testado no primeiro humano, o levou a morte e depois a ressurreição. Ele virou um animal, um sobrevivente, se alimentando dos órgãos vitais humanos para sobreviver ou mordendo para transformar. Esse era o vírus. O verdadeiro vírus. Já estou há duas semanas assim, não sei onde está minha família. Não sei se consigo mais sobreviver assim. Faz apenas 2 semanas, mas para mim parecem anos. Longos anos tendo de me esconder para não ser encontrada. Atirando na cabeça de qualquer ser que me ataque. Eu era bem diferente antes do contagio.
Flashback On
Acordo com o despertador tocando. Droga! Já era hora de levantar? Me espreguiço e me sento na cama esfregando os olhos como se isso fosse melhorar. Quem mandou eu ficar vendo Netflix até 4 da manhã? Mas isso não importava. Era meu aniversário de 17 anos. Finalmente! Estou feliz, mas não sei descrever. Começo a me ver daqui a anos, com um emprego, uma casa e um carro próprio. Nunca sonhei em constituir um família, pelo contrário, nunca quero ter filhos e nem penso em me casar. Tomo um banho quente de banheira, visto uma blusa branca escrito em preto bem grande "Paris", uma saia azul bebê um palmo acima do joelho pregueada, um casaco vermelho de veludo e uma sapatilha preta com uma rosa branca resenhada na parte de trás. Desço para o café da manhã em família. Encontro minha mãe tirando pães de queijo do forno, minha irmã de 7 anos comendo uma panqueca com Nutella e chantilly e meu pai sentado bebericando um cappuccino e lendo o jornal. Assim que me veem, dão um sorriso.
-Bom dia filha- diz meu pai- Feliz aniversário!
-17 anos não é pouca coisa!- fala minha mãe colocando a travessa de pães de queijo na mesa. Abro um sorriso grande e me sento junto a eles.
-Bom dia pai, mãe e Lizzie (o nome da irmã dela é Elizabeth). Obrigada, sério!
Pego uns pães de queijo, uma panqueca com morangos e leite condensado e um suco de laranja. Depois do café, meu pai leva minha irmã à escola, minha mãe sai para ir ao mercado e eu fico sozinha em casa. Pego minha bolsa e saio para espairecer um pouco. Aproveito e compro uma tiara de cabelo para Elizabeth e um vestido para mim, como se estivesse me presenteando. Assim que volto para casa, meus pais já estão lá e me dão uma corrente de ouro com um pingente para colocar fotos.
-Ah muito obrigada! Amo vocês.- Digo sorrindo.
-Mas esse não é o único. Eu guardei um pouco de dinheiro para comprar pra você.- Diz meu pai.
-O que?- Pergunto.
-Vai olhar lá fora, Sophie- Fala minha mãe.
Abro a porta e me deparo com um carro. Era uma Land Rover! Nossa! Meu pai dá a chave na minha mão e assente com a cabeça. Abro a porta, o cheiro de carro novo invade meu nariz. Entro e ponho a chave no contato, para depois liga-lo. Ando uns dois quarteirões com ele, depois o estaciono na garagem.
~Quebra de tempo~
Eram 3 da tarde. Elizabeth estava desenhando no chão da sala. Meu pai já havia chegado do trabalho, minha mãe estava de folga naquela semana. Ligo a TV e coloco em um noticiário. Quando o apresentador fala: "Notícias Urgentes", toda a família presta atenção na TV. Ouço gritos do lado de fora da casa. Todos ouvem. Abro a janela para ver o que está acontecendo. O que eu vejo nunca mais vai sair da minha cabeça. Pessoas comendo umas às outras. Pareciam animais, não humanos. Com aparências grotescas, veias aparecendo no rosto. Chamo meus pais e assim que minha mãe vê, desmaia. Minha irmã vê acidentalmente e cai no choro, me abraçando fortemente. Arrumamos rapidamente as malas antes que as "Feras" nos percebam, entramos no meu carro e meu pai dirige o mais longe possível da cidade.
~Quebra de tempo~
Lagrimas brotam dos meus olhos, minha mãe acaricia os cabelos de minha irmã, que dormiu depois de tanto chorar. Eu estou sentada no banco de passageiro, ao lado do meu pai. Não há sinal de zumbis. Apenas o asfalto, árvores, mato e nós. O único carro na estrada. Minha irmã acorda pedindo comida e minha mãe lhe dá alguns biscoitos de chocolate e a abraça.
-O que eram aquelas coisas?- pergunta Lizzie.
-Eu ainda não sei- diz meu pai.
-Para onde vamos agora?-pergunta minha mãe.
-Vamos para algum lugar no qual possamos nos refugiar longe daquelas coisas- diz ele.
-Estou com medo- sussurra minha irmãzinha. Olho para trás e dou um sorriso de boca fechada.
-Vai ficar tudo bem- prometo, mesmo sabendo que essa promessa talvez seja falsa. Assim que fico longe dos pensamentos, olho pela janela e acabo dormindo.
Flashback Off
Choro ao me lembrar do meu passado. As lágrimas embaçam minha visão, mas continuo dirigindo até chegar na casa abandonada. Estaciono o carro na garagem e entro na casa. Ligo o interruptor, mas... droga acabou a energia? Dou um suspiro baixo. Sento no sofá para três e carrego minha 500 S&W Magnum com balas Dum Dum, preparo a katana para sair em busca de sobreviventes. Entro novamente no carro aconchegante e antes de dar partida, olho a foto da minha família no pingente. Por eles. Tenho que encontrá-los. Depois de rodar pelo bairro por 20 minutos, ouço um barulho... será que são...
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