12 de Dezembro de 2010
Xiumin saiu do Concert Hall e parou diante da escada, os olhos focados na frente apesar de não enxergarem nada de fato. Ele não estava interessado no mundo ao seu redor. Colocou uma mão sobre seu peito, como se sua dor fosse física e olhou para cima, para evitar que as lágrimas caíssem.
Foi assim que notou que começava a nevar.
Os flocos de neve surgiam tímidos, o branco irrompendo lentamente sob o céu noturno. Xiumin acompanhou um dos flocos que caia, passando pelas luzes borradas da praça, que denunciavam as lágrimas em seus olhos. Olhou para o foco cair sobre seus pés.
Acabou, pensou, sentindo como se estivesse sufocando.
Olhou para o relógio que ficava na praça, de canto, ao lado da fonte d’água desativada. Eram oito horas. E, todos os dias sem falta, às oito horas da noite ele passava por ali.
Desceu as escadas quase correndo, esbarrando com um homem alto usando um enorme chapéu preto e um casaco da mesma cor, que parecia chorar. Passou correndo ao lado da fonte, mas não adiantou. Ele estava ali, quase como se estivesse o esperando.
- Xiumin. – ele disse. Xiumin desviou o olhar e balançou a cabeça em negativa quase inconscientemente, tentando ignorá-lo ao continuar andando. - Xiumin, por favor... – ele segurou em seu braço e Xiumin o puxou com força, fazendo-o soltá-lo. Virou com raiva para encarar Chen, que o fitava desesperado. – Você não entendeu, por favor...
Usado.
Xiumin se sentia usado, sentia seu coração apertar e um bolo de muito mais sentimentos do que ele pensava ser capaz de ter se formar em sua garganta.
- Cala a boca. – ele disse, desviando o olhar rapidamente para a fonte ao seu lado. A neve caia lentamente sobre a estrutura de mármore branco, o cobrindo cada vez mais. - Você me enganou. – acrescentou antes de voltar a andar, com Chen vindo atrás de si.
- Eu não te enganei! Eu nunca menti sobre o que eu sentia Xiumin, eu juro! – o mais velho apenas continuou andando, o ignorando. – Eu te amo! – gritou.
Xiumin parou de andar, sentindo uma lágrima solitária escorrer por seu rosto. Não se daria ao trabalho de olhar para trás, de voltar para falar qualquer coisa para Chen. Não se deixaria enganar novamente.
- Não minta para mim. – sussurrou. – Não é justo.
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