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História Shattered Blades - Parte 1 (Concluída) - "Espada Fragmentada, Coração Despedaçado." Riven Pt. 1


Escrita por: Gwendy_St4cy

Capítulo 1 - "Espada Fragmentada, Coração Despedaçado." Riven Pt. 1





"Espada Fragmentada, Coração Despedaçado"

Riven Pt. I


**

O abraço da mulher era forte. E gentil. Quando Irelia mal acordou e jogou os cabelos fios escuros para trás, ela fora tragada pelo toque brusco e desejoso – ao mesmo tempo, provocativo – da noxiana. Irelia passou a adorar aquilo.

Ela podia sentir o cheiro de chá, um que preparara mais cedo, antes de voltar à cama. Sentia cheiro de metal – claro, ela sempre cheirava aquilo após uma luta intensa como a de ontem – e, por fim, o cheiro adocicado do suor da moça atrás de si. Ao braços envoltos em seu pescoço, os músculos torneados da amante a puxaram levemente para trás, e Irelia sentiu os seios roçando em suas costas. O cabelo branco passando e descendo por seu pescoço em cada beijo apaixonado. Riven podia mesmo ser forte e rude em palavras e batalha, mas era tão intensa em seu calor amoroso que Irelia assustava-se com aquilo – e ao mesmo tempo, aprendeu a amar tal comportamento. Claro que não sobrava tempo e energia pra compensarem entre seus treinos diários, mas era suficiente para se divertirem em sua cama. Irelia desenhou sorriso nos lábios e a olhou de relance, levando uma xicara de chá amargo a boca.

– Oh, meu... Você não cansa disso?

– Só quando você não tem mais gota de energia pra usar. Aí, sim, eu canso. Enquanto isso? – a ex-Noxiana ri baixinho, convencida. – Eu quero cada segundo contigo. E ouso dizer que você, para uma guerreira feroz e talentosa, se deixou muito bem se entregar pra mim nesses dias, Irelia. O que os generais pensariam de sua... aparente submissão?

Irelia organizava os cabelos negros, de costas à Riven. Os braços da noxiana apertaram seu estomago e a puxaram para mais perto. Irelia rolou os olhos e suportou os avanços de Riven enquanto bebericava o chá.

– Então...? – Riven fez quê de desejo. – Vais abrir a boca, ó nobre ioniana de coração fervente?

– Eu pouparia esforços em contar porque me rendi a teu toque ontem. E certamente, pouparei detalhes a qualquer um de como você é muito boa com as mãos. Me poupe disso, Riven – Riven avançou, mas Irelia tapou seus lábios com o dedo. – Você é desejosa demais. Já disse que estou exausta. 

– O farei e deixarei de insistir. Apenas se parar de enrolar e fazer o que estou querendo.

– Não. O faça você. Agora. É uma ordem. E sugiro que a acate. – ordenou. – Seja educada e obedeça.

– Certamente...

Riven obedeceu. Ela lançou um longo e intenso beijo molhado em sua bochecha. O hálito da manhã acordou despertou rapidamente Irelia do cansaço matinal – ela não se incomodou, nem protestou. Ela apenas se virou, finamente, e se deixou envolver nos braços da noxiana, caindo ambas na cama. Irelia abraçou a moça, beijando sua testa carinhosamente.

– "Bom dia, Riven"... Primeiro as palavras, depois nosso momento, por favor... Sem pressa. Alguns sábios diriam que sou um momento único para você descartar após o prazer. E temo que isso seja verdade.

Riven rolou os olhos. – E o que tem de bom? Pelo que sei, minha vida ainda é uma droga. Decerto, ainda devo ser procurada pelos noxianos e o Darius Mão "pau no cu" de Noxus... E quer saber? Eu tô cansada disso. Eu só quero... – ela prendeu rapidamente as mãos da moça, chupando lentamente o lóbulo de sua orelha. – brincar um pouco com você, beleza ioniana. Olha, eu gostei de como dançou ontem. Você tem tanto talento... não a toa é tal “dançaria das lâminas.” Acho que voce é boa para dançar de outras formas, também. – ela riu provocativa.

– Se pedir, eu posso fazer isso... - Irelia sorriu de forma luxuriosa. Seus lábios se mordem, e ela toca o rosto da outra.

Riven a beija novamente. Dessa vez, nos lábios. Um fio de saliva escapa entre suas bocas.

– Mesmo que o dia seja cansativo suficiente? - Riven faz muxoxo.

– Eu não acho que o dia seja mais cansativo que você, Riven. Não. Até lá, é você quem irá retirar minhas forças.

Não que importasse a Irelia. Ela tinha força suficiente para aguentar Riven e seus avanços. Na verdade, ela até gostava de como Riven não temia ir longe demais.

– Você quer mais? Oh, pelos deuses... Achei que tivemos tempo juntas demais ontem.

– Relaxar um pouco comigo é mesmo cansativo? Nossa, tô lisonjeada... Bem, você é a primeira pessoa a aguentar uma noite comigo, sem reclamar e sair pela porta da frente. E eu adorei isso. Estar com você. – ela fechou a sobrancelha. – Isso é ruim? Me diz se for ruim...

Irelia ri baixinho, afagando seu rosto. – Não. Isso não é ruim, Riven...

– Então?

– E então, Riven, que eu quero que você relaxe o quanto precisar comigo. – a dançarina responde tênue, e forte. – Mas, sem esquecer que não sou um brinquedo.

Riven retirou a brincadeira do rosto. – Por favor, Irelia, eu não a vejo como isso. Saiba disso, certo? – seu toque se tornou gentil, e sua voz mais doce. – Como disse, quero aproveitar o momento com você. Só você.... O.K? Me fala se eu... tiver indo longe demais.

Irelia adorava como conseguia moldar o humor de Riven daquela forma simples – um rostinho de cachorro triste e uma voz entristecida, o suficiente para levar a noxiana a desculpar-se até pelo que ela não precisava. 

– Se pedir com jeitinho. Posso aceitar o pedido. Prezo a ideia de um amor, não de descompromisso e promiscuidade. Se não se importa comigo da forma como eu penso de você, então pode sair... – ela acenou a janela da casa. – Mas se for o contrario... eu estou apta a abrir exceções a acatar seus pedidos.

Riven voltou a sorrir acidamente, e aproximou o rosto da amante. Cheirou seu pescoço suavemente, afastando seus cabelos negros e lisos para sentir a proximidade da dançarina das laminas.

– Aah, eu não sou de joguinhos... e sabe disso... – mordeu sua orelha. – Cheirosa... – beijou-a – Linda. E forte. Sabe que adoro esse conjunto... e voce dança bem, até demais. Nunca fui fã de dança. Mas você, Irelia, me faz mudar um pouco a opinião e abrir uma exceção.

Suas mão desceram pelas cobertas. Alcançaram sua cintura, então seu bumbum. A inoniana não reclamou. Ela afundou o rosto em Riven entre os cabelos de Riven e se entregou como sempre fez nos ultimnos dias. Deixava Riven senti-la por completo. Sem roupas de baixo, apenas sua calcinha sendo retirada pelas mãos rápidas de Riven, Irelia estava com sua nudez a mostra.

Os discretos pelinhos negros sentiram os dedos de Riven os invadindo, roçando em sua feminilidade. Irelia abriu a boca, abafando um gemido.

– Você é muito apressada, eu já disse isso... – ela suspirou, cansada. – Mas já me exauri, admito. Por hoje, não desejo mais amor, Riven. Perdão.

– Oh... voce é um porre quando não vai de acordo com o jogo.

– Quer que eu mude de ideia? Me conte uma piada. Se me fizer rir, talvez eu siga seus desejos.

Riven até pareceu ponderar na ideia. Sem sucesso. – Não sou boa com piadas... Perdão.

– Então sinto que não posso ajuda-la...

– Por favor, Irelia...

– Uh... – a ioniana rolou os olhos, jogando os cabelos negros lisos para tras. Retirou suas cobertas, revelando a nudez e ergueu-se dos braços de Riven.

Irelia montou em Riven, virando-a e colocando abaixo de si – logo, suas coxas foram apertadas por Riven. Sentiu suas mãos subirem por sua cintura, e uma apalpou seu seio, desejosa. Riven mordeu o lábio, ainda sentindo o gosto daquela carne suave em sua boca noite passada. Desceu os olhos pela cintura perfeita da ioniana – levemente suada, Irelia brilhava com o sol passando levemente pelas frestas da casa.

– Não vá tão rápido... ainda estou meio sensível desde ontem. Você não perde um segundo.

Riven toca sua mão e leva aos lábios, beijando. Um dos únicos momentos que Irelia sentia a doçura genuína de Riven. – Relaxa... Só tô apreciando a vista. E você é uma bela de uma vista. O que quer fazer agora, linda ioniana?

Irelia bufou. – Ah, Riven, por mais enérgica e controladora que seja, estou farta de provocações e toques bruscos. E devo dizer que isso é bem sua cara, mas quero algo que me agrade.

Suas mãos se laçaram, e Riven puxou amante para perto. Seus rostos estavam centimentros um do outro.

– O que é então? Sou toda ouvidos...

– Me faça chegar a seu coração. Do modo gentil. Não necessariamente frágil. – irelia provocou. – Mas... sem força bruta ou rudeza. Então... O que está esperando?

Irelia puxou seu cabelo, afundando seu rosto e beijos na nuca de Riven. Irelia finalmente não tinha do que reclamar. Riven cheirou-a, beijou-a e fez Irelia se deixar ser levada pelos braços da noxiana. Riven nunca tivera toques gentis em si – sempre que tentavam tirar proveito dela, eram metidos e intensos demais. Em sua adolescência, pelas ruas de Noxus, a moça nunca tivera tempos muito tranquilos. Ser uma adolescente e considerada atraente – ao menos, em seu corpo, mesmo que seu rosto fosse coberto de poeira e sujeira – em um lugar como Noxus, sem leis para guiar o compasso moral dos moradores e tampouco alguem com coragem para proteger os civis que não sabiam empunhar uma espada era tão difícil quanto escalar o Monte Targon, alguns diziam.

A sensação de ser tratada com gentileza?

Irelia foi a primeira a ensina-la. A primeira pessoa a tocar Riven não como um objeto, ou carne nova ou uma puta – mas como uma mulher.

Irelia continua deslizando suas mãos rápidas pelas curvas torneadas de Riven, tão desejosa da pele suada da noxiana quanto a mulher de cabelos brancos desejava continuar o sexo que cravava em sua pé e esquentava sua intimidade. Ela adorava o beijo morno de Irelia, suas línguas entrelaçando-se e deixando marcas em seu rosto. Riven puxa-a perto de si, fazendo seus seios afundarem no corpo da amada. Seu corpo suado brilha sob o sol da janela, e Irelia não se importa com o aroma natural da noxiana. Entre gemidos e beijos, Irelia se deixava cair no toque de Riven, que sorria ao ter a ioniana em suas mãos. Poucas pessoas podiam gabar-se de ter Irelia sob seu controle, gemendo sob seu toque descontroladamente, mas Riven o podia. E ela adorava a luxúria nos olhos da amante ao pedir mais, baixinho, sua voz doce ansiando pelos dedos de Riven e por seus beijos em cada centímetro de seu corpo.

Ela crava seus dedos entre as pernas de Irelia, e com os outros, apalpa as farta bunda de Irelia, deixando marcas avermelhadas na carne. Um tapa repentino, entre risadas deliciadas, e Riven se sente umedecer ao ouvir o gemidinho baixo da outra.

- Oh... Ownn... Isso... - sussurra Irelia, o rosto vermelho e os fios descabelados tapando seus olhos revirados.

Riven enfia os dedos úmidos nos lábios doces da mulher, fazendo-a provar do próprio gosto. Chupando delicadamente, ela concorde seu pescoço quando Riven afunda um beijo intenso em sua nuca, laçando seu braço na cintura da ioniana. Abraçou mais intensamente, juntando seus corpos. O calor e umidade de Riven juntava-se ao de Irelia, sua bunda sendo apalpada com luxúria pela amante.

Não tinha porque se apressar durante o amor. Irelia ja pertencia a Riven, independente de tudo. Sua voz gemia apenas a sua vontade e caprichos a noite, e era seu nome que Irelia ouvia quando ambas atingiam o ápice juntas, naquelas últimas noites. Partilhavam tudo. Seus corações. Seus corpos e suas roupas. Após o intenso amor, os toques e carícias, Irelia arfava exausta, sua pele reluzindo com o suor respingando no lençol da cama. Mesmo suada, ela sentiu Riven apertando-se contra ela, em um abraço inocente e um beijo selado em seus lábios.

- Estou suada, amor... - suspirou Irelia, aproveitando os vestígios do orgasmo a fazendo tremer levemente.

- Não importa... Continua cheirosa, sabia?

- Acha isso, sua tola?

- Eu ainda estou apertando você, não tô? 

– Você é linda, Riven... É boa. E sabe o que é certo. – ela continuou as caricias, enviando cada beijo por cada centímetro da mulher de cabelos brancos.

Elas dividiam beijos e risadinhas, mas Riven encarou Irelia com mudança no rosto.

– Você acha? – Riven não acreditava nas palvras, perguntando com acidez.

– Sim, Eu acho. – Irelia encontra seus olhos nos dela. – Não acredito que deixou-se levar pelo modo de Noxus... você tem bondade no coração. Provou isso. Conheci um pouco de como você é de verdade. E você é maravilhosa. Uma pessoa maravilhosa. – ela afundou o rosto no seu ombro. – E quero que permaneça assim. Sem ódio no coração, sem o modo noxiano de agir e viver tolamente sob o controle de uma espada assassina nas mãos.

Riven sabia a fundação de tais palavras amargas de Irelia. Bem como suas razões por trás do ódio destilado.

Noxus destruíra, mesmo que por pouco, seu país há algum tempo. A invasão foi como uma degustação à crueldade e desejo de conquista dos Noxianos. Riven lutara por eles algum dia - isso quando era tola suficiente para se deixar levar por suas ordens e seu coração inocente demais para pensar em algo além de gloria e batalhas. A loucura de Boram Darkwill, diziam os generais mais próximos, fora tão venenosa quanto os químicos do louco Singed, o velho cientista Zaunita. As más línguas, diziam, atestavam e insinuavam que o velho Darkwill enlouquecera há muito tempo, desde antes da invasão a Ionia. A prova foi o ataque que Riven tivera de liderar - e o resultado marcado nas raízes de cada centímetro de terra ioniano. Uma dor que trouxera amargura ao coração de Riven.

Ela não desejava aliar-se com eles nunca mais, mas a incerteza da própria crueldade que causara aquele povo ainda podia penetrar seu coração rígido como pedra, ás vezes. Nesses momentos, era Irelia quem a confortava, e quem lhe trazia – mesmo que em momentos ínfimos - tranquilidade.

– Fique aqui. Em Ionia. Comigo. Para o resto da vida. Não tem de voltar. Ou ir a lugar algum...

As palavras de Irelia a penetravam fundo. Ela queria mesmo isso – estar em paz. Estar segura. Sem uma prisão, coração a controlando ou espada guiando suas mãos.

– Você... desejaria isso? – ela tremeu seus lábios. – Deseja... mesmo que eu fique?

Irelia suspirou. Não havia sarcasmo no rosto delicado ou em sua voz.

– Claro que desejo. É minha palavra contra sua descrença infundada, Riven...

– Ter acabado com seu país é um belo de um motivo...

– E ter ajudado a se reerguer, pouco a pouco, e invadir meu coração com quem você realmente é, livre do veneno noxiano, e brava o suficiente para confrontar Yasuo, resolvendo a rixa assassina instaurada entre ambos. Faze-lo entender o seu papel naquele dia, e fazer não só ele, mas a si mesma se redimir aquela noite... – ela tocou seu queixo. – Chorar por um assassinato que foi provado não ser você a responsável. Clamar por si mesma como assassina, quando os deuses não impuseram esse titulo em você. Isso, minha querida, é o suficiente para mim. São minhas razões. Qual as suas para não desejar ficar?

Foi como se estivesse revendo aquela noite de novo.

A noite com Yasuo. Quando ele surgiu em sua prisão e ofereceu novamente a espada fragmentada. A espada rúnica responsável por ceifar a vida do velho Souma. Um crime que Riven já se perdoara, e que Yasuo a perdoara – mas ainda assim, por alguma razão, Riven insistia em jogar aquilo contra si mesma quando perto de Irelia.

Uma lagrima desceu pelo rosto de Riven.

– Você... – Riven buscou coragem para falar. – Você pode me... perdoar? De verdade? Pelo que fiz?

– Pelo que você não fez. – Irelia corrigiu, paciente. – Mas, se tem tanto receio assim, tudo bem. Eu lhe direi em voz alta: sim, Riven. – ela sentou na cama, deixando o lençol cair. Parou a sua frente e enxugou o rosto da noxiana. – Eu a perdoo. Agora e sempre. Por tudo. O que você fez, e o que você não fez.

Ela demorou para absorver aquelas palavras. O coração de Riven palpitava rapidamente, apenas abrasado pelo toque gentil de Irelia em suas mãos. Ela moveu os lábios, tentando dizer a ioniana, e o rosto tênue de Irelia a fez seguir com suas palavras: 

– Eu... queria mesmo ir. Ponderei um pouco, antes. – confessou Riven. – Mas... vendo como você me trata... como você não me vê como eu vejo a mim mesma... eu só quero – seus lábios tremeram. – Ser sua. Quero estar com voce. Para que todo dia, quando eu voltar para casa, encontre-a e possa ter você pra mim. E eu quero mesmo ser só sua. Todo dia. Isso... – Riven riu cínica, enxugando suas lágrimas. – Merda... Isso é muito egoísta, não é?

Irelia afastou os cabelos de Riven para trás da orelha, deixando seu rosto limpo sob seu toque.

– Sinceramente? Eu acho maravilhoso. Doce. De certa forma. – a beijou suavemente no rosto. – Não se culpe por tudo... Se deixe perdoar, para que possa finalmente viver em paz. Não devia se martirizar por algo que você não merece carregar o peso. E quando estiver exausta, eu estarei aqui para apoiá-la. Sempre. Não por pena, ou necessidade de pagar algo. E sim por saber que você não merece a lágrima que está derramando agora. 

Riven apertou Irelia com a força que tinha, a puxando e sentindo seu calor contra si. Ela não pediria que Irelia dividisse lagrimas com ela – seria egoísmo demais. Pelo contrário. Ela teria de enxugar as suas e sorrir junto da mulher a seu lado.

– Me perdoe se eu... algum dia causei tanta dor à suas terras... A você. Ao seu povo. 

– Nem venha com isso, sua tola. Já deixei claro suficiente o que acho. Vamos, enxugue essas lágrimas. – o tom rígido de Irelia acompanhou um leve sorriso, que aumentou junto do de Riven.

– Perdão... eu não devia ter posto esse peso com você.

Irelia ergueu o cenho. – Qual?

– O de me apoiar. E de aturar isso sempre. Sei que ... tenho pesadelos a noite.

– Riven--

– E sei que você acorda também. – ela a interrompeu. – Posso ouvir sua respiração quando tento voltar a dormir. E sinto você se mexer na cama... Me perdoe. Por tudo isso.

Irelia apertou sua mão. Riven recuou ao toque lentamente, mas a dançarina das laminas insistiu e deslizou as mãos pelo rosto da noxiana.

– Saiba de algo a partir de agora: só me tenha. Sempre. – sussurrou. – Saiba que estou com você. Me ame e me sinta quando estiver cansada. Quando quiser falar, fale. Quando estiver anuviada, solte o que pensa à mim. Se for chorar, tem meu ombro. Se tiver medo, tem meu conforto. Quando estiver duvidosa, pergunte. E quando quiser me amar, seja por desejo, ou por atenção, me abrace e deixe claro que sou só sua. E não tenha medo em ser brusca ou seguir suas emoções. Creio que nos entenderemos no meio do caminho. Quero ve-la como você realmente é, não como finge ser. Isso é o equilíbrio necessário que deve por em seu coração.

“Equilíbrio”, sorriu Riven.

Todo ioniano conhecia e prezava o equilíbrio tanto quanto um noxiano conhecia um machado e espada manchada de sangue. Era o fervor que os movia. Que ligava a centelha em seus corações poeticamente exóticos e filosóficos. Diferente da bravura e rispidez noxiana, Irelia era centrada, pacifica e gentil mesmo em seu domínio de lâminas.

Riven parou um segundo, fitando a mulher que sentia ainda mais palpitar o peito. Suas mãos subiram lentamente por seus braços, e tocaram seu ombro, delicadamente. Riven seguiu o conselho da amada e pousou o rosto no ombro dela. Sentiu os dedos de Irelia deslizarem por seus cabelos alvos. Um carinho que ela nunca recusava sentir. Um que ela anseava e que a fazia adormecer perto de Irelia.

– E se eu quiser isso agora?

Ela ouviu uma risadinha, e Riven foi envolta em um mar de gentileza e calor sob os braços de Irelia.

– Então, você já me tem, sua tola.... Preservemos o agora. O futuro não sabemos ainda. Até lá? Me ame com toda sua vontade. E se deixe ser amada. Você merece. Nunca duvide isso.

– Você quer saber de uma coisa?

– O que é?

– Acho que a amo, Irelia... Alem disso, - ela ri, provocante  -   você é muito gostosa , sabia?

- Me faça gemer de novo e saberei disso, Riven...

- Com prazer... Vem cá...

Elas se beijaram, e Riven fez o que ouviu. Abraçou com tudo que tinha o corpo de sua amada. Ela sentiu-se segura naquelas cobertas. Com o beijo de Irelia. Com seu troque, seu calor, e seu sorriso. Tendo-a para si, e com ela. Sendo dela. E só dela. Com Irelia, ela sempre sentiria-se daquela forma. De uma forma que, não a fazia, um segundo, desejar deixar tal vida para trás. Talvez ela teria uma vida em Ionia. Talvez, ela teria um lar ali. Apenas um eterno “talvez”. Ela deixaria o tempo decidir as amarras do seu futuro.

E a chamada “Exilada” encontrou uma renovada paz em seu coração ao lado daquela mulher.



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