História Be Free - Ferrada

Pov’s Luce

Eu conseguia ver nos olhos de meu pai, parte do terror mas a parte profissional, eu não queria ouvir o que ele tinha para falar. Já fazia dois dias que eu estava no hospital. E só hoje depois de dois dias que ele vem dar as caras. O que ele pensa que é para achar que tem o poder de me deixar de mofo por dois dias, sem noticias de minha filha ?

- Luce – meu pai começou e eu respirei fundo, eu estava honestamente irritada. – Você não poderá ver Toya até a taxa de imunidade dela aumentar. E a sua também ...

- COMO É QUE É ? – gritei. Senti uma pontada de dor em minha barriga, porém aquilo não diminuiu minha raiva – DEPOIS DE TUDO O QUE EU PASSEI, DE TUDO O QUE EU TIVE QUE AGUENTAR, VOCÊ ME DEIXOU MOFANDO POR DOIS DIAS, EU ESTAVA SEDADA, EU NEM SEI COMO FILHA É. COMO VOCÊ OUSA A TIRAR DE MIM ASSIM ?

- Fica calma Lucinda – Gregor falou assustado e eu revirei os olhos. Minha barriga doía, a ponto de me fazer querer chorar. Mas eu segurei. Eu só queria ver minha filha.

- Luce você ficou 8 horas em uma sala de cirurgia, teve hemorragia interna tem noção do quanto sua imunidade esta baixa ?

- E o que isso tem a ver com o fato de que eu não posso ver Toya ? – briguei olhando no fundo dos olhos de meu pai, que tinha uma expressão cansada. Como se tivesse falando com uma parede, mas a verdade era que eu realmente não queria escutar. De jeito nenhum.

- O fato Lucinda e que você atravessou alguns corredores até chegar a esse quarto, como seu sistema esta baixo, você pode facilmente ter pego uma gripe e ...

- Estou bem – gritei irritada e meu pai me ponderou com os olhos, eu desisti e deixei Gregor terminar de falar :

- Não seria bom colocar Toya em risco.

Suspirei. O que eu poderia fazer ? Eu não podia ser egoísta mas estávamos falando de uma situação a parte, estávamos falando de uma mãe proibida de encostar em sua própria filha. Eu estava com lágrimas nos olhos enquanto os dois médicos a minha frente me encaravam sem qualquer reação. Eu havia apagado dois dias. Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu precisava de Mark!

{...}

- Ainda bem que chegou, Luce já estava me irritando – Krisnten se levantou rapidamente e eu revirei os olhos. Estava com saudades de Kris, na verdade muita! Ela me descreveu Toya e eu me senti mal, porque segundo Kris ela e o menor bebe que ela já viu. E isso e honestamente assustador. Mark sorriu para Kris depositando um beijo em seu rosto e logo seus lábios doces se encostaram ao meu. Eu estava realmente fingindo bem, deixando todo mundo acreditar que estava tudo bem. Que por de baixo do edredom eu não arranhava minha própria pele toda vez que pensava em Toya – em qualquer uma das duas – eu estava assustada. E uma coisa ficou em minha cabeça o dia inteiro. Mas o medo era maior que a minha curiosidade, sempre foi.

- Tirei uma foto de Toya para você – Mark falou sorridente e eu parei de me arranhar para agarrar o telefone que me era estendido. Toya era pequena, parecia fragil. Ela estava com as mãozinhas pequenas fechadas em volta do fio que ia até seu nariz, aquilo me trouxe lagrimas nós olhos. Era difícil entender que aquilo significava algo bom, que aquilo a estava ajudando. Havia fios em seus pés e bastante cobertores em volta dela, que usava uma roupinha rosa que eu me lembro bem quando comprei. Me lembro de ficar conversando com minha própria barriga em meio a uma loja de crianças, acariciando minha barriga, deixando a mulher a minha frente totalmente constrangida e um Mark risonho ao meu lado. Foram 7 meses difíceis ainda mais quando ela começou a mexer dentro de minha barriga, aquilo doía mas ao mesmo tempo causava tantas risadas entre mim e Mark, eu estava completamente errada sobre o homem a minha frente, sempre o tratei de uma maneira maldosa, enxergando algo que na verdade, era totalmente ao contrario. Eu poderia até admitir que estava começando a me apaixonar por Mark.

- Luce – ele começou e eu olhei para ele lhe entregando o celular enquanto meu dedo indicador ainda acaricia a foto – precisamos conversar sobre uma coisa...

Gelei. Estava com medo do que poderia ser.

- Eu fiz o registro de Toya e – ele suspirou e eu o interrompi preocupada

- Você errou o nome dela não foi ? – suspirei – não acredito eu queria ter feito e...

- Precisávamos fazer, seu pai meio que me obrigou – ele deu de ombros e mordeu os lábios – eu não errei o nome de Toya, eu só acho que vai ter uma surpresa quando pegar a certidão.

O que ele estava falando, queria bater nele. Mas meus braços preso aquele maldito soro não deixava.

- Me fala logo Mark, me mostra agora!

- Não eu acho melhor você se recuperar primeiro.

Revirei os olhos e bufei, Mark me deu um selinho me tirando um sorriso.

- Preciso te falar uma outra coisa Luce eu ...

Tomei coragem e interrompi de novo meu marido. Eu tinha que parar com essa mania chata.

- Posso te perguntar uma coisa antes ? – mordi os lábios com medo mas eu tinha que saber. Mark apenas balançou a cabeça e esperou que eu prosseguisse respirei fundo novamente e falei :

- Até quando Liam ficou aqui ?

- Até você sair de sua cirurgia e o seu pai confirmar que ficaria tudo bem, depois ele recebeu algumas ligações e teve que ir embora, algo sobre um processo.

Gelei. Só poderia ser Dani, aquela idiota com certeza faria de tudo para destruir a vida de Liam, maldita. Eu por parte agora estou um pouco de medo, daquela louca vir querer atrapalhar um pouco mais minha vida. Como se eu já não tivesse problemas suficientes.

- Luce era sobre ele que eu queria falar – Mark me fez um carinho – sei que ainda gosta dele e respeito isso, mas eu espero que quando você entrou em trabalho de parto, você e Liam...

O interrompi novamente. Me perdoei porque dessa vez era necessário!

- Mark por favor eu e Liam não estávamos transando, eu nem se quer cheguei perto dele – menti e engoli seco, a segunda parte poderia estar um pouco modificada mas quem se importa – o que você esta pensando que eu sou ?

- Hey calma – ele parou com o carinho e sorriu de lado – eu só queria ter certeza.

- Pode ter certeza que nada do que você tinha certeza realmente aconteceu.

Ele riu disso e suspirou. Seus olhos pareceram ficar cansados e ele apertou meu queixo e minha mão em seguida.

- Vai ter que contar para ele Luce, uma hora ou outra, não pode guardar isso para você.

- Mark eu não posso – falei já com lagrimas nos olhos – eu preciso de você, eu preciso dar um futuro para Toya, preciso que ela cresça instável, vamos esperar mais um pouco, eu não...

- Luce – Mark me interrompeu e eu percebi como isso era chato – Liam infelizmente e um cara legal, eu não queria admitir, preferia falar que ele e um gordo tarado e fracassado, mas você mais do que eu sabe que ele não e nada disso...

- Mas...

- Porra deixa eu falar – ele falou bravo e eu engoli seco e meu orgulho junto – eu acho que ele não merece ficar por fora de algo tão importante como um filho.

- Mas Mark eu não sei qual a reação dele, e se ele quiser tirar Toya de mim ?

- Luce, eu não acho que Liam faria isso, eu só acho que ele tinha o direito de saber!

Mark se levantou e soltou minha mão, minha voz saiu fina e chata por culpa do choro.

- Aonde você vai ?

- Deixar você pensar um pouco – ele me mandou um beijo de longe e eu suspirei.

- Pensar sobre o que ?

- Que esta na hora de você parar de dar desculpas para si mesma e atrasar algo que e inevitável!

Ele fechou a porta e me deixou sozinha novamente. A unica coisa que eu conseguia pensar era que eu estava fodida!