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História Beautiful Stranger - Asan's New Guest


Escrita por: lstssone e Maphrodite

Capítulo 7 - Asan's New Guest


Tiffany andava apressada pelos corredores do hospital a fim de chegar o mais rápido possível na entrada do mesmo. Quando soube que Irene chegaria em poucas horas, sequer conseguiu prestar atenção na reunião feita pelo chefe da neurologia junto com Yuri, isso porque a pequena paciente era tão importante para aquela médica que sua ansiedade gritava para vê-la novamente, então, deixou a Kwon indo resolver o assunto com Taeyeon, enquanto ía receber a criança.

A Young conhecia Bae Joohyun desde quando a menina chegara ao Hospital Mercy West - onde trabalhava em Seattle - aos cinco anos de idade. Ela estava tão debilitada que precisou ficar na UTI por quase um mês até seu quadro se tornar estável e foi nesse período que Tiffany se tornou mais próxima dela.

Aquela garota tinha um tumor na região nervosa do cérebro, o que acabava mexendo com todo o seu corpo. Nos primeiros dias, a neurologista duvidou que conseguiria, de alguma forma, ajudar a mais nova, contudo ela havia se encantando tanto por aquele sorriso largo - o qual não diminuía mesmo na situação que se encontrava - que a médica não descansou até encontrar um meio de retroceder o crescimento daquela parte indesejada.

O tumor era inoperável por sua localização e se ele continuasse crescendo, a menina definharia até seu cérebro parar de funcionar. Mas, Tiffany não deixaria isso acontecer, ela tinha achado uma forma de impedir o aumento e agora, três anos depois que tudo começou, o tratamento estava dando o esperado efeito.

Por isso, quando a proposta do AMC chegou para si, a americana só aceitou quando teve a certeza que o hospital receberia Irene e sua mãe, para que assim, elas continuassem o tratamento juntas.


A porta de vidro eletrônica abriu e a morena se apressou em chegar ao estacionamento, podendo ver o momento em que a ambulância estacionava. Ela correu em direção ao veículo e quando as portas traseiras foram abertas, revelando a garotinha junto da mãe e com a tão conhecida cadeira de rodas rosa, a médica não conseguiu segurar as lágrimas.

– Tia! – Irene suspendeu os bracinhos, reivindicando o abraço tão esperado. Diferente das outras vezes, ela não pôde mostrar seu tão gigantesco sorriso, pois em seu rosto estava uma máscara, porém isso não importava naquele momento.

A neurologista, cuidadosamente pegou-a no colo, a abraçando apertado e sendo correspondida com a mesma intensidade.

– Olá, minha pequena! Como você cresceu! – Disse com a voz embargada.

- Não chora, tia. Porque “cê tá” chorando? – Perguntou, se afastando minimamente apenas para segurar o rosto da mais velha com suas mãozinhas, recebendo um sorriso de volta.

– Você não tem noção da saudade que eu estava de você, Baechu! – A menção do apelido dado pela própria médica, fez a criança gargalhar.

– Eu também senti saudades, tia do sorriso bonito! – Afirmou, voltando a abraçar a adulta.

Tiffany então acenou para a mãe de sua preciosa paciente.

– Obrigada por ter aceitado se mudar para cá!

– Eu que agradeço todo o seu apoio e cuidado com a minha filha. – Bora respondeu a mais velha, que agora estava ao seu lado. – Não sei o que seria de nós se não tivéssemos você.

– Eu prometi que faria tudo que estivesse ao meu alcance para salvar nossa garotinha, não é? – Sorrindo, viu Bora assentir e encarou Irene, ainda em seu colo. – Venham, vou mostrar o hospital para vocês. – Colocou a menor na cadeira de rodas, se pondo atrás da mesma e começando a empurra-la em direção ao interior do hospital após, juntamente com Bora e alguns funcionários que carregaram as malas das duas novas “hóspedes” do AMC.

Enquanto isso, não muito longe de lá, uma enfermeira assistia toda aquela cena num misto de curiosidade e surpresa. Desde que aquela americana chegara ali, sua fama de insensível e rude era algo que não deixou de rondar o hospital momento algum, ela própria pôde sentir parte da tal ignorância quando se esbarrou com Young alguns dias atrás. Mas aquilo...aquela interação era algo completamente novo para Yoona. Tiffany parecia outra pessoa ao lado daquela crinaça e era até estranho ver aquela cena de uma outra perspectiva.

– Inacreditável... – Murmurou para si mesma, adentrando em seguida, a recepção do hospital.

– Você demorou! – Hyun acusou assim que viu a namorada cruzar a porta de vidro.

– Eu estava dormindo quando você me ligou. – Yoona se defendeu. – E não é como se fosse a coisa mais fácil do mundo encontrar a versão limitada do Ryan e ainda em dose dupla... – Brincou, estendendo os dois ursinhos do PUBG para a pediatra. – Irmãos gêmeos? – A Im deduziu. Ela estranhou quando recebeu o telefonema da amada pedindo que arranjasse urgentemente os ursinhos, porém ela não contestou e foi em busca do pedido da mais nova.

– Idênticos. – Seohyun soltou divertida. – Hyo e eu estamos cuidando deles. Quer conhecê-los?

A enfermeira sorriu e assentiu. – Se não for atrapalhar, eu adoraria! Inclusive posso aproveitar e contar para vocês o que eu acabei de ver.

A pediatra subiu uma de suas sobrancelhas. – Fofoca uma hora dessas, meu bem?

– É uma fofoca das boas e eu arrisco a dizer que ninguém vai acreditar quando eu contar.

A médica soltou o ar pelo nariz em descrença e revirou os olhos antes de puxar a outra pelo braço. – Então vamos logo porque eu deixei dois irmãos um tanto enérgicos com a pobre da Hyo.

...


Um pouco depois, Tiffany tomou liberdade de abrir a porta do consultório da amiga e empurrou a cadeira de rodas com cautela para o interior da sala. Ela viu Sooyoung falando ao telefone e acenou para a mais alta que ao ver quem estava presente, tratou de encerrar a chamada.

– Mas a que honra eu devo por essa visita? – A ginecologista se levantou e aproximou-se da criança, se ajoelhando para ficar na altura dela. – Você deve ser Irene, não é? – A menor assentiu. – Eu ouvi muito sobre você, sua tia de sorriso bonito estava super ansiosa para a sua chegada.

Irene sorriu. – Ela pediu que eu não te contasse que ela chorou.

Sooyoung logo gargalhou ao ver a cara de reprovação da morena.

– Baechu! Era um segredo nosso!

– Você já ganhou pontos comigo por entregar o coração mole dela. – Piscou para a menina e sua atenção caiu para a outra mulher na porta, ao lado da amiga, a quem ela deduz ser a mãe de Irene. A Choi então acenou para Bora e voltou a encarar a pequena na cadeira de rodas. – Como foi a viagem até aqui? Já conheceu o hospital?

– Foi demorado, mas foi tão legal passear de avião! – Os olhos brilhavam. – Eu fiquei com medo, só que a mamãe me contou tudo o que faríamos quando eu estivesse curada.

Enquanto Irene contava com animação, tudo o que fizeram no avião e no percurso até o hospital, Tiffany assistiu a cena de olhos marejados. Ver sua pequena ali, com o entusiasmo e a positividade de sempre, era um incentivo a mais para conseguir, de fato, uma cura e a certeza absoluta sobre tudo isso era que por ela, a Young estava disposta a tudo, não é à toa que até um apartamento perto de sua casa, para mãe e filha, a médica havia conseguido.

Ao seu lado, Bora tocou-lhe os ombros como forma de apoio, seus olhos também se umedeceram com a animação da filha, isso porque desde que Tiffany se mudara, Bae havia perdido tal encanto, tudo por causa da falta que sentia da neurologista. Por esse motivo, ver a filha animada e positiva novamente, era mais do que gratificante.

– Para onde vocês vão agora? – A ginecologista voltou a se pronunciar.

– Baechu precisa descansar, então eu vou levá-las a um dos quartos de monitoramento. Por hoje elas ficarão lá e amanhã seguem para o apartamento. – A responsável pela paciente respondeu a amiga.

– Você vai ficar comigo lá, tia? – Joohyun perguntou para a americana, a qual suspirou como resposta, sabendo que não poderia ficar o dia todo com a mais nova.

– Infelizmente não, mas...

– Nós iremos ao seu quarto para brincamos mais tarde, eu mesma levarei sua tia lá. – A mais alta entre elas interrompeu. – Vou aproveitar e levar alguém muito especial para você conhecer. É uma outra tia de sorriso bonito.

Irene, que antes mantinha uma careta triste - embora não pudesse ser totalmente vista por conta da máscara - abriu o semblante com um grande sorriso.

– E nós vamos brincar?

Aquela pergunta fez as adultas rirem.

– Só se você se comportar! – Agora fora a vez de Bora falar.

– Eu vou, eu vou! Eu prometo que vou! – Sua animação era quase palpável.

– Acompanho vocês até o elevador. – Soo ficou novamente de pé, seguindo as outras três até o final do corredor. Por fim, elas se despediram e cada uma seguiu seu rumo.

...


– Como assim chorando? – Hyoyeon questionou ao ouvir a fofoca da melhor amiga.

Após ela, Yoona e Seohyun terem brincado com os gêmeos enquanto eles faziam os exames, as três profissionais seguiram ao refeitório, onde pegaram cafés, juntamente com algumas bolachas e agora, ouviam sentadas, os relatos da enfermeira que deveria estar de folga.

– Eu estou te dizendo! Ela estava toda emotiva, nem parecia a Cruela De Vil de sempre.

– Talvez essa garotinha possa ser algo dela... – Seohyun interferiu, bebendo um pouco do seu café em seguida.

– Isso eu já não sei.

A enfermeira loira soltou o ar pelo nariz. – Se for fazer fofoca, ao menos dê todos os detalhes.... Decepcionante.

O comentário da amiga gerou uma careta na cara da Im, entretanto a carranca sumiu quando ela avistou a cardiologista passar pela porta daquele ambiente.

– TAE! CORRE AQUI!

Taeyeon se assustou ao ouvir seu nome e procurou por entre as mesas de onde aquela voz esganiçada vinha. Após ver a mais alta, acenou para a mesma e num suspiro, caminhou em sua direção.

– Tenho um babado para te contar. – Im afirmou quando a loira se sentou ao lado de Hyo.

– Você não estava de folga?

– Isso não importa agora, o importante é o que eu vi!

– E o que você viu?

Antes que Yoona pudesse falar, Hyoyeon a atropelou, contando a fofoca primeiro e fazendo a colega de profissão reprovar tal ação.

– Ei, a fofoca era minha!

– Você enrola demais para contar as coisas. – A Kim enfermeira deu de ombros.

– Isso é verdade, amor! – A namorada da castanha concordou divertida.

– Traída pela minha melhor amiga e namorada...

– Ok, mas...e quem é essa garotinha? – Taeyeon perguntou.

Antes que qualquer uma respondesse, Sunny puxou uma cadeira e se sentou junto às outras colegas.

– É uma paciente da Fany!

– Fany? – A dona da pergunta sussurrou achando estranho a repentina intimidade da amiga com a outra médica.

– Mas você é um bocão, viu Yoona? Tua fofoca já chegou nos anestesistas. – Hyo acusou.

– Yah! Mas eu só contei para vocês!

A Lee pegou um dos biscoitos da Seohyun e bebeu um pouco do café de Hyoyeon, antes de voltar a falar. – Foi a minha esposa que me disse. Pelo que eu entendi, Irene é uma paciente de longa data de Tiffany e elas têm um vínculo muito forte.

– Isso explica o porquê ela chorou quando encontrou a menininha. – A pediatra constatou.

– A Sooyoung é melhor fofoqueira do que você, jacaroa. - A cardiologista resolveu pirraçar também.

– Eu não vou contar mais nada para vocês! – Falou completamente revoltada ao passo que cruzava os braços e franzia o cenho, ouvindo as gargalhadas das amigas e da namorada.

– Espera um pouco... – A anestesista voltou a falar. – Você não estava de folga?

Aquela pergunta fez todas voltarem a rir, menos a vítima das risadas, cuja mesma continuava revoltada.

– Eu não estou achando graça...

– Parece que alguém pegou ar. – Taeyeon atiçou mais a ira da mais nova antes de se levantar. – Vou pegar algo para comer, querem mais alguma coisa?

Sun levantou a mão como uma aluna ansiosa para responde uma pergunta da professora.

– Pega um pedaço de torta salgada e pede para colocar na minha conta. – Viu a cardiologista assentindo e se preparando para sair, por isso apressou em voltar a falar. – E uma torta doce também...e um copo de suco de laranja!

– É uma merenda ou uma janta? – A que estava em pé perguntou com ironia.

– Estou tendo muita fome ultimamente, não sei se é ansiedade ou...

– Ou tem uma mini Sooyoung faminta aí dentro. – Completou a amiga antes de enfim sair da mesa.

– Eu posso ser a pediatra do seu bebê? – A Hyun pediu já imaginando o quão fofa seria aquela criança.

– Se a inseminação tiver dado certo dessa vez, você sem dúvidas será! – Afirmou sorridente, vendo a alegria da mais nova aumentar.

– As chances são boas, ainda mais com esse apetite todo aí. – A Kim enfermeira indagou, pegando um dos seus biscoitos, molhando no café e levando à boca.

– Sabe quem gosta muito de comer biscoitos molhados no café? – Im começou, o que fez todas olharem em sua direção. – A Tae! Vocês combinam tanto!

A namorada da dona da fala revirou os olhos ao entender as intenções dela e não conseguiu evitar a risada pela aleatoriedade de suas palavras.

– Por que você invocou comigo e com a Taeyeon?

– O que tem eu? – A cardiologista questionou ao voltar à mesa com uma bandeja em mãos, nela havia os pedidos da Lee e o seu.

– Isso parece estar tão bom... – Lee sussurrou, alheia a qualquer conversa, se preparando para comer seu saboroso lanche.

– Eu estava dizendo à Hyo o quanto vocês duas combinam...

– Ela e eu? – Franziu o cenho.

– Não liga, unnie! Yoona às vezes consegue ser bastante inconveniente. – A pediatra afirmou, reprovando a atitudes da companheira.

– Mas é sério, vejam bem. Ambas gostam de animais e por coincidência ou destino... – Subiu e desceu as sobrancelhas de forma insinuante. – As duas têm poodles estranhos. Além disso, gostam de molhar biscoitos no café e adoram filmes de terror. Vocês são perfeitas uma para outra!

– O Zero não é estranho!

– Muito menos a Bárbara e a Vênus! - A outra enfermeira indagou inconformada. – E você está delirando! – Ela continuou, um tanto incomodada com aquele assunto. – A Tae é linda, mas não acho que daríamos certo como qualquer outra coisa que não seja amizade.

Ao seu lado, Taeyeon afirmou com a cabeça, concordando com a fala da mais velha e mastigando o sanduíche natural que tinha pego na lanchonete.

– Como podem ter tanta certeza? Às vezes o amor da sua vida está bem ao seu lado, não é? – Yoona olhou a namorada de forma apaixonada.

– Nem venha me meter nisso...

– Aish, você está comigo ou contra mim?

– Essa discussão de vocês está fazendo minha fome diminuir, calem a boca! – A anestesista que estava quieta desde que começara a comer, se pronunciou, findando de uma vez aquela conversa. Por enquanto, já que a Im não iria desistir tão fácil.

...


Apesar de estar emanando confiança sobre o assunto tratado na garagem com as neurologistas, Taeyeon estava completamente nervosa por dentro. Tinha planejado todos os seus passos para colocar aquele plano em prática, no entanto, temia que algo fosse dar errado, por isso, saiu da caixa metálica de forma apressada, seguindo ao vestiário. Ali, ainda em movimentos rápidos, a médica guardou os seus pertences no armário destinado a si, prendeu as mexas loiras e vestiu o jaleco, sem deixar de dar atenção na limpeza de seus sapatos.

– Pode ter certeza que eu já não aliviaria para o lado de qualquer um que ameaçasse a minha irmã, mas com aquelas ali eu tenho mais do que certeza. – Sussurrava consigo mesma, podendo sentir a própria raiva através daquelas palavras.

Após todo aquele ritual, voltou a adentrar os corredores do hospital durante o seu caminho para a sala das câmeras, até ser interrompida por uma mão suplicante lhe pegando por um dos ombros, obrigando-a a parar.

– Sis! – Era Hayeon, como rosto um tanto avermelhado, provavelmente pela pequena corrida que fez tentando alcançar a mais velha.

– Agora não, Ha. – Tentou sair do contato da mais nova, porém essa fez questão de colocar-se na frente da cardiologista, agora com ambas as mãos posadas nos ombros da mesma.

– O que você vai fazer? Eu preciso saber. – Seus olhos estavam cravados nos alheios.

– Só irei dar o que aquelas duas merecem. Não adianta me impedir.

– Mas me diga, como vai fazer isso?

Em resposta, a loira apontou para o andar de cima, onde dava para ver uma das portas fechadas. Nesta, uma placa com o desenho de câmera podia ser visto.

– Ou você vem, ou você me deixa passar.

A mais jovem sabia que naquela altura do campeonato não teria mais como fazer a irmã desistir, então se deu por vencida, posicionando-se ao lado dela e imitando os passos à sala destino. Chegado ali, a médica mais experiente bateu sem nenhuma piedade na porta, tendo que esperar por alguns segundos até o momento em que a estrutura de madeira se abriu, revelando um homem alto, com cabelos pretos bem penteados, trajando um terno e sapatos da mesma cor.

– O que as senhoritas desejam? – Perguntou observando ambas entrarem, todavia seu olhar se cravou ainda mais na residente, ao tempo que fechava a porta.

– Eu quero as imagens da câmera de um dos banheiros. É urgente. – A Kim mais velha estava agitada, por esse motivo nem sequer havia notado direito quem abrira a sala. Se permitiu fazer isso apenas ao retomar a respiração normal. – Espera. – Franziu o cenho, analisando a figura masculina que agora estava em sua frente. – Quem é você? Nunca te vi por aqui.

– Sou Choi Siwon, novo funcionário da segurança do Asan. É um prazer conhecê-las. – Curvou-se para ambas, entretanto, se permitiu pegar a destra da Hayeon, levando até seus lábios e deixando um beijo castro naquela região. – Principalmente a senhorita. – Seu sorriso galanteador era evidente.

– Você está aqui para trabalhar ou dar uma de conquistador barato?! – A voz de Taeyeon era mais uma vez direcionada para Siwon, só que dessa vez em um tom mais elevado. – HEIN?

– Me desculpe. – Curvou-se novamente, um tanto nervoso. Não sabia que acabaria desencadeando ainda mais o estresse daquela mulher.

– Tae, se acalma. – Ha tentou amenizar o clima.

– Calma?! Não tem como ter calma aqui! – Olhava para sua irmã, mas logo voltou a atenção para o Choi da sala. – Você pode POR FAVOR me ajudar? Ou será que NINGUÉM neste hospital, sabe fazer um trabalho DECENTE, tendo o MÍNIMO DE ÉTICA?! – Se exaltava ainda mais ao decorrer de seu discurso, chegando a gritar certas palavras.

Toda a movimentação arrancava olhares dos outros funcionários daquele espaço, assim como de quem passasse ali no corredor, já que a voz estridente da cardiologista podia ser ouvida por quem passasse pelo mesmo. Isso foi comprovado assim que uma mulher resolveu pausar os seus passos em frente à sala das câmeras, depois de ouvir o tom elevado do lado de dentro. Posicionada ali, deixou algumas batidas na porta, antes de abri-la.

– O que está acontecendo aqui? – Questionou serena.

– Oh, senhorita Jung! – O funcionário de pé cumprimentou a recém chegada, a qual agora adentrava e voltava a deixar o local fechado.

A vice esperou que todos fizessem seus cumprimentos, para então voltar a questionar.

– Alguém pode me responder?

Com isso, a Kim loira coçou a garganta, tentando mantar seus ânimos no lugar.

– Eu só queria algumas imagens e esse rapaz não estava me ajudando muito. – Suspirou pesado com os olhos fixos no novo contratado.

– Hm, certo. – Balançou a cabeça positivamente, indicando que tinha entendido. – Mas preciso saber que imagens te interessam. Aconteceu alguma coisa grave que eu precise ficar sabendo? – Olhava diretamente para Taeyeon, essa que se moveu até um canto mais afastado, chamando a Jung por fim. Assim que a mesma chegou, aquela cardiologista tentou manter a voz baixa.

– A minha irmã presenciou uma cena que vai contra as normas no hospital e eu pretendia coletar as provas. – Tentou ser breve.

– Cena que vai contra as normas? Tipo...? – Tentou induzi-la para dar uma prévia do que seria.

Ouviu-se um suspirar da mais baixa.

– Duas médicas estavam aos amassos no banheiro dos médicos. Uma delas ainda ameaçou minha irmã. – Contou apenas para a maior ouvir.

Jessica arregalou um tanto os olhos, contudo logo passou a estreita-los, enquanto pensava. A médica que recebia aquele olhar, temia um pouco.

– Não consegue acreditar em mim? – Arriscou.

– Não é isso. – Voltou a relaxar sua expressão. – Preciso que me diga o dia e horário. – Direcionava-se à cadeira antes ocupada pelo Choi, decidida a checar com os próprios olhos.

– Foi ontem, pela manhã mais especificamente, bem no final do plantão. – A residente tomou frente.

Com aquilo, a Jung tratou de checar com base em todas as informações que tinha, as quais a permitiram chegar no horário exato em que Yuri adentrava aquele banheiro mencionado. Avançou um pouco as imagens e então deixou rodando desde o momento em que Tiffany chegara ali também.

Quando chegou no exato momento em que as duas adultas começaram a sessão de amassos, a cirurgiã plástica precisou rolar os olhos.

– Quem te ameaçou... – Virou apenas para ver o crachá alheio. – Hayeon?

– Bom... a Tiffany foi um tanto rude, mas foi a doutora Kwon que soltou a ameaça. – Disse um pouco resistente, lembrando das palavras daquela neurologista.

– Como eu já suspeitava... – Jessica falou de forma baixa.

– O que disse? – Taeyeon não havia entendido, por isso quis perguntar.

– Não é nada. – A castanha pausou o vídeo. – Obrigada pela ajuda de vocês, podem deixar que a partir daqui eu decido o que vou fazer. – Sorriu para as demais.

– Foi um prazer. – O sorriso da cardiologista era vitorioso, ao contrário do da mais nova, que era mínimo.

– Agora podemos ir sem mais estresses? – Hayeon pegou a destra alheia.

– Claro. – Sua expressão se mantinha, no entanto acabou sendo desmanchada ao olhar para o Siwon. – Fique longe da minha irmã. – Estava séria, com os olhos estreitos.

– Mana... – A mais nova puxou a oposta com mais dedicação, para que finalmente saíssem dali.

A médica restante ainda permanecia com a gravação aberta, entretanto agora um de seus cotovelos estava na mesa, apoiando parte de seu rosto, o qual carregava uma expressão pensativa.

– Precisa de ajuda, doutora Jung? – O novo funcionário, ainda de pé, questionou gentilmente.

– Você tem algum pen drive livre?

– Por sorte, tenho sim. – Procurou dentre os bolsos internos do terno, pegando o objeto e entregando para a chefe posteriormente.

– Obrigada. – Manteve o pen drive em mãos, ao mesmo tempo que apagava aquela parte das filmagens do sistema. Por fim, levantou-se.

– A senhorita não vai gravar nada aí? – O jovem apontou para a mão em que o pequeno aparelho estava.

– Oh, não. Ele me será útil para outra coisa. – Sorriu minimamente. – Obrigada mais uma vez, agora pode voltar para o seu trabalho. – Assim, foi a próxima a sair daquele ambiente, rumando à sua sala.

...


Para o azar de Yuri, foi parada diversas vezes durante a sua tentativa de ir à sala das câmeras, onde sabia que a baixinha poderia ter ido, por essa razão, ainda estava subindo no elevador para o andar que pretendia ir.

Passado-se alguns segundos, a caixa se abriu, revelando Taeyeon e Hayeon do outro lado, já que esperavam o elevador para descer.

– Ah não. – A mais velha tentou sair do rumo da neurologista, contudo essa segunda saiu em passos rápidos e segurou firme o braço direito da menor.

– O que você fez?! – Disse entredentes, apertando ainda mais aquele membro superior da Kim.

– Me solta! – Tentou se desvincular, porém a morena foi mais forte.

– Fala o que você fez!

– Faça essa pergunta para a sua madrasta. Agora me solta antes que eu comece a gritar. – Mais uma vez, tentou se soltar, tento vitória dessa vez.

– Garota, eu te avisei... – Agora sua expressão séria e o seu tom de voz firme foram direcionados para a Kim mais nova. Posteriormente, saiu em passos firmes em direção a sala de Jessica, sem deixar de esbarrar fortemente no ombro da loira. – Eu ainda mato essas malditas. – Falava consigo mesma.

Queria ficar ali para resolver cada entrelinha com as irmãs, todavia precisava resolver com quem - em sua cabeça - estava com as imagens.

Ao finalmente chegar na sala da madrasta naquele mesmo andar, a morena bateu fortemente no material duro.

– Quem é? – Jessica falou do interior do ambiente. Não obteve respostas, apenas um abrir de porta feroz, seguido de um bater para fecha-la ainda mais intenso. – Oh, olá queria enteada. – Fez questão de fazer um curvar com os lábios cínico.

– O que você fez com as imagens? – Caminhava de forma apressada, colocando sua bolsa em uma das cadeiras vagas.e ficando parada ali, entre as cadeiras destinadas aos pacientes, com uma só mesa separando as duas adultas presentes.

A Jung, ainda sentada em sua cadeira, fez questão de se ajeitar ainda mais sobre ela, ficando mais ereta e tombando a cabeça um pouco para o lado, enquanto em sua testa um franzido se abrigava.

– Que imagens? – Ela deveria ter pensado em fazer curso de teatro pela bela atuação.

– Não faz faça de sonsa, caralho. Cadê as imagens que aquela santa do pau oco te deu? – Yuri apoiou ambas as mãos na mesa, ficando com o rosto mais perto do alheio.

– Você vive me alfinetando sobre o quão estressada eu sou, mas veja só. – Soltou uma risada baixa. – A bomba Yuri prestes a estourar na minha frente. – Vendo que a enteada fechou ainda mais a expressão, levantou da cadeira e imitou a posição da mesma. – Está querendo saber sobre a gravação de você fazendo a estrangeira de uma das vítimas de suas choradeiras? – Arqueou uma das sobrancelhas. – Porque honestamente, para alguém querer ficar contigo, só você implorando.

Kwon por sua vez, apertou os dedos na mesa, ainda encarando a castanha.

– Vai me responder ou não? – Foi difícil para si não revidar as provocações da outra, porém seu desespero e raiva estavam à mil por hora.

A vice presidente estava explodindo de felicidade por dentro, porque um de seus maiores desejos sempre foi ter a enteada em seu controle, já que a mesma sempre esteve sendo um exemplo de como não agir com uma madrasta.

Sem ainda responder em palavras, a cirurgiã plástica abriu uma de suas gavetas e pegou de lá o pen drive dado pelo funcionário da segurança minutos atrás.

– Isso? – Levantou o objeto, o que despertou a morena, a ponto de tira-la da posição que estava para rodear a mesa na tentativa de alcançar a castanha. No entanto, essa segunda fez questão de caminhar para o lado oposto - o que a outra estava primeiramente. - Assim se iniciava uma perseguição de cão e gato em volta da mesa, lentamente. – Sabe, o seu pai adoraria ter acesso a essas imagens. Seria divino ele vendo a filhinha dele sendo mais uma vez irresponsável.

– Jessica, me dê isso logo! Não me faça ficar tonta. – Apressou mais as andadas.

– Não, obrigada. – Deu de ombros, ainda andando na tentativa da neurologista não a alcançar. – Poxa, eu sei que é uma idiota, mas eu não imaginava que você teria a pachorra de ameaçar uma residente. Duas regras do hospital sendo burladas quase que ao mesmo tempo. Tsc, decepcionante. – Brincava com o pen drive em sua destra.

– Você deveria confiar menos no que residentes falam.

– E confiar em quem? Você? – Soltou uma risada irônica. – Ao menos você tem um pingo de senso de humor. E não adianta negar, idiota. Está tudo aqui! – Balançou o pequeno compartimento vazio no ar. Aquilo foi um erro, uma vez que Yuri aproveitou para ser mais rápida e abraçar a castanha por trás, usando uma mão para segurar a cintura fina da mesma e a livre para tentar pegar o objeto. – YURI! – Seu grito estridente se fez presente, porque aquela atitude fez a Jung tropeçar no tapete daquela sala, resultando em uma bela queda de ambas sob o tecido.

– Eu falei para você me dar por bem! – Ficou por cima de Jessica, tentava alcançar o item que tanto queria, mesmo com a madrasta tentando o esticar ao máximo fora de seu alcance.

Em meio àquela confusão, a vice presidente rolou o seu corpo, fazendo-a agora ficar de barriga para cima e consequentemente, tento o busto da mais jovem logo acima de seu rosto.

– SAI! – Tentou a empurrar para longe, essa que ainda lutava para alcançar seu objetivo. Então, resolveu ser mais drástica e deu uma canelada forte entre as pernas da morena, a qual levantou e colocou as mãos entre as pernas.

– AI SUA IDIOTA! – Fazia uma careta expressando dor.

– Não seja mole. Queria ver se você tivesse testículos aí. – Levantando, Jessica debochou. – E olha só, amarrotou toda a minha roupa. – Bufou, ajeitando as próprias vestimentas.

– Grande merda. A culpa é toda sua de qualquer forma. Poderia já ter facilitado tudo. – Sentindo menos dor, voltava em seu normal, ao passo que ajeitava o cabelo.

– Ok, facilitarei as coisas então.

– Aleluia. – Yuri virou-se para a oposta, estendendo a mão canhota. O gesto fez a mais velha abrir um sorriso largo.

– Eu não disse que facilitarei para você. – Apontou um indicador na direção da mais nova. – Facilitarei para mim. – Voltou o mesmo para si.

– Caramba, você ama encher a porcaria do meu saco, né?

– Uhum, se tornou bem divertido depois de ver que os meus esforços para me dar bem contigo no passado nunca foram válidos. – Direcionou uma piscadela à neurologista. – Bem, vamos lá...podemos fazer um acordo.

– Nem ferrando que eu vou fazer um acordo contigo.

– Tudo bem, a sala do seu pai é logo ali mesmo. – A especialista em cirurgia plástica começou a caminhar novamente, até que foi impedida pela fala da Kwon.

– Me diz logo o que você quer. – Mais uma vez, entredentes, falou. Aquilo arrancou mais um sorriso vitorioso da madrasta, essa que por sua vez, colocou o pen drive entre seus próprios seios, assegurando que a enteada não conseguiria pegar ali.

Por conseguinte, se virou novamente, caminhando em andadas lentas.

– Vejamos. – Pausou seus passos bem na frente da morena. – Você vai ter que fazer tudo que eu quiser que faça até decidir que estou satisfeita. – Cruzou os braços, mostrando um sorriso de canto. – Além disso, se eu ver você infernizando as Kim, já sabe.

– Haha. Nem que você me pague eu aceitarei isso. – Sentou-se na beirada da mesa.

– MEU BEM! – Jessica gritou, trazendo uma cara de espanto na mais nova, o que consequentemente fez a mesma avançar uma mão para a boca da Jung, a tampando.

Antes que pudesse ter uma reação da parte da vice, a porta foi aberta com cuidado, o que gerou tempo para que a Kwon tirasse a mão daquele lugar e a colocasse no ombro da madrasta, ao mesmo tempo em que ambas abriam sorrisos falsos.

– Me chamou, querida? – Sang-Woo adentrou a sala, ficando um tanto surpreso vendo aquelas duas unidas.

– Ah, eu só queria te contar uma novidade. Eu e a Yuri nos resolvemos e estamos nos dando bem agora. Não é, querida? – A cirurgiã olhou para a oposta, ainda com o sorriso forçado nos lábios. Por dentro Yuri queria soca-la.

– Claro, claro! Pode ter certeza que sim, pai. – Com o mesmo estilo de sorriso, balançava a cabeça positivamente, passando a entrelaçar um braço pela nuca alheia e usando o contato para trazer Jessica para mais perto. O resultado foi laterais coladas uma na outra.

– Olha só. – O homem abriu um sorriso satisfeito. – Isso me deixa muito feliz. – Decidiu se juntar com a esposa e a filha, as puxando para um abraço triplo. – Finalmente a paz reinará.

– Finalmente a paz reinará. – Como marido estava olhando para a direção contrária, a Jung conseguiu direcionar um sorriso largo e irônico à morena, a qual revirou os olhos e imitou uma pequena ânsia de vômito. Quando o laço foi rompido, voltaram para a atuação.

– Bom, foi ótimo receber essa notícia. Agora preciso voltar ao trabalho. Até mais tarde, minhas garotas. – Se despedindo, deu um selinho na companheira e um abraço na filha.

No instante em que ele saiu, a castanha apertou fortemente uma das bochechas alheias.

– Foi ótimo fazer negócio com você, filha de satanás.

– Não me testa. – Massageou a bochecha apertada. – Eu vou embora. – Saiu pegando a bolsa que deixara em uma das cadeiras no início daquela conversa.

– Traga um copo de água para mim. – Voltava a se sentar na cadeira. Estava fazendo vingança por ela e por Taeyeon.

– É sério isso? – A morena fez uma cara de entediada.

Em resposta, apenas retirou o pen drive do decote, mostrando para a mais nova, essa que apenas rolou os olhos e saiu em passos pesados.

– Eu eternamente odiarei Jessica Jung. – Disse reclamando consigo, durante a sua travessia pelo corredor. Jurou que faria de vidas alheias um inferno, mas pelo visto a sua que estava começando a se tornar um.


Notas Finais


Besitos en la bundita e até a próxima!


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