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História Bebê a Bordo 2 - Papais me deixam ser a irmãzona


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Oii, como estão? Eu espero que estejam todos bem *-*
Senti muitas saudades, mas quem me acompanha no twitter, sabe que estive com alguns problemas de saúde ultimamente e isso dificultou um pouco meu tempo para escrever.
Peço perdão pela demora em voltar, nunca foi minha intenção ficar tanto tempo assim sem atualização, mas eu simplesmente não conseguia sentar e me concentrar na escrita, estando passando mal.
Este capítulo é o penúltimo. O próximo será um epílogo e eu vou contar para vocês como será a vida deles no futuro, ok? hehehe
Espero que gostem e tenham uma boa leitura.

Capítulo 9 - Papais me deixam ser a irmãzona


Fanfic / Fanfiction Bebê a Bordo 2 - Papais me deixam ser a irmãzona

— Papai, ele é tão pequenininho, não é? — Somin comentava pela terceira vez, enquanto observava Taehyung amamentar Myung.

— Ele é meu amor. Você era pequenininha também quando nasceu.

— Mas eu era do tamanho dele?

— Não, você era maior. Ele é ômega, é menorzinho.

Myung abriu as mãozinhas bem devagar e fez um barulhinho que assustou Somin.

— Ele vai chorar?

— Não, ele só está incomodado com alguma coisa. — Jeongguk garantiu, se sentando na cama, ao lado da filha. — Está precisando de alguma coisa, Tae?

— Água, eu estou com muita sede.

— Vou pegar para você, papai! — Somin desceu da cama às pressas.

— Não corra, para você não cair! — Jeongguk alertou, mas ela já tinha saído do quarto, o que o fez rir nasalado e deixar os ombros caírem. 

— Ela está encantada. — O ômega falou baixinho, fazendo carinho nos cabelos do filhote. — Acho que ela pensa que ele é um brinquedo.

— Mas pelo menos ela está bem disposta a ajudar, não é? E a doutora Sujin recomendou que nós a deixássemos mais à vontade, porque o lobinho dela vai entender que ela é a irmã que “comanda” e que precisa proteger o Myun.

— Quero só ver esses dois pegando fogo aqui em casa. — Taehyung brincou. — Mas olha só a diferença, ele é mil vezes mais tranquilo que ela. Lembra como ela era atrevida? Desde pequenininha?

— Lembro — Jeongguk riu, pegando no pezinho do filho e fazendo um carinho. — Ele se parece comigo, não é?

— Ele é a sua cara, Guk.

— Pelo menos isso, porque quando a Somin nasceu, ela parecia comigo, mas agora ela é igual a você.

Taehyung deu uma risadinha e olhou para o bebê, que ainda mamava tranquilo.

— Mas o Myung não vai mudar. Ele se parece demais com você.

— Só que com o seu temperamento, né? Porque a SoSo é enérgica igual a mim.

— E você me acha quietinho?

— Você é mais meiguinho. 

— Humm, não me diga. — O Kim sorriu, observando o olhar apaixonado do alfa para si e para o filhote.

— Digo sim… é do jeitinho que eu gosto. — Jeongguk falou baixinho, meio arrastado. — Porque você sabe que eu amo uma meiguisse, não sabe?

— Cheguei papai! — Somin entrou de volta no quarto aos tropeços, com o copo cheio pela metade. — Eu bebi um pouquinho, mas foi só porque eu fiquei com sede.

— SoSo… — Jeongguk riu nasalado, achando fofa a filha com as bochechas vermelhas.

— Não tem problema, o papai fica agradecido da mesma forma. — Taehyung esticou a mão e pegou o copo, deixando a filha satisfeita por estar ajudando. — Obrigado, viu?

— Por nada. — Ela respondeu animada, correndo até o outro lado da cama e subindo, para olhar o irmão de perto. — Ele já fez cocô?

— Não sei meu amor. Por quê? — O ômega sentia que acordaria o filhotinho a qualquer momento, se Somin ficasse por perto por muito tempo. Ela era uma graça.

— Eu quero trocar a fraldinha dele, você deixa?

— Quando ele terminar de mamar eu deixo você trocá-lo.

— Então eu já posso separar as coisas?

— Pode, vai lá.

Somin saiu correndo da cama novamente e foi até o quartinho de Myung, para separar as coisas. Jeongguk foi atrás para ajudá-la a pegar o que estava mais alto e ficou observando a pequena sendo completamente atenciosa, ditando baixinho cada coisa que ela deveria pegar para trocar a fralda do irmão.

— Primeiro de tudo é o trocador móvel, depois o lenço, a fralda… ah tem o talquinho para alergia e… tem mais uma coisa. O que é papai, o que está faltando?

— A pomada, amor. Fica ali, na gavetinha dele.

— Ah é verdade, a pomada. E também tem isso, isso e isso. — Somin pegou os produtos de higienização do umbiguinho de Myung e depois de separar tudo, colocou numa cestinha, que os pais usavam para colocar suas trocas, quando estavam no andar debaixo da casa, apenas para evitar o sobe e desce de escada, com um ômega cheio de pontos na barriga.

Somin saiu do quarto e Jeongguk a seguiu novamente. Taehyung já estava com Myung deitadinho na cama e o bebê dormia tranquilamente, sem o menor sinal de que acordaria.

— Pronto papai, posso?

— Pode. Coloca primeiro o trocador, para eu colocá-lo por cima. Só pra evitar que ele faça xixi na cama.

— Tá bom. — Somin ouvia todas as instruções com bastante atenção, desde que Myung nasceu, há dois dias. Ela estava sempre disposta a ajudar e sempre fazia o que achava ser melhor para o pai e para o irmão.

Jeongguk, nesses dois dias, parou para ficar apenas reparando em como as coisas tendiam a ser diferentes, mas um diferente bom. A psicóloga sempre deixava claro que Somin iria sofrer se eles tivessem outro bebê e que ela deveria ser medicada para conseguir lidar com a informação, mas a verdade é que ninguém sabia realmente como seria, porque nunca perguntaram diretamente à ela, apesar de ouvirem algumas vezes, a pequena perguntando sobre um novo bebê.

Só que em pouco tempo, tiveram a chance de serem provados que estavam errados desde o princípio quanto à filha. Ela primeiramente, aceitou de bom grado ter o ritmo de trabalho diminuído na Phil’s Black, aceitou ficar com Jeongguk na academia, vem sendo uma menina doce, dedicada e super atenciosa. Tem deixado seu lado alfa aflorar bastante, ficando completamente protetora ao pai e ao irmão, ambos ômegas e para melhorar, está se tornando uma pessoa completamente inteligente e segura de si.

Desde o momento em que conheceu Myung, Somin vem sendo a irmãzona que colocou na cabeça que seria. Está sempre disposta a ajudar, quer dar banho, mamadeira, quer trocar a fralda, quer fazer carinho, quer fazer o bebê dormir e o principal, quer dividir as tarefas, para que os pais possam descansar.

Em algum momento entre os cinco anos da pequena, seus pais chegaram a aceitar que estavam errando em sua criação. Tiveram seus problemas pessoais, o que afetou a filha e a deixou com seus próprios medos, que mesmo sendo de uma criança, ainda eram sérios. Mas agora ele vê que as coisas não são bem assim. Problemas, todo mundo tem. Alguns são maiores e mais sérios que os outros, mas eles sempre existem. O que diferencia uma pessoa da outra, é a forma com que lidam com isso. Por mais que tivessem passado alguns meses indo às consultas da psicóloga maluca, eles aprenderam a tempo, que os próprios problemas, davam para serem resolvidos por eles mesmos. E eles resolveram.

Somin agora é uma criança prestes a fazer seis anos. É amável, não tem mais suas inseguranças, porque eles aprenderam a ensiná-la que independente de onde ela dormisse e independente de onde ela estivesse, eles sempre estariam de volta em casa, para prepararem um jantar juntos, comerem e depois dormirem depois de ver um filme. Com o irmãozinho chegando, as coisas pareceram ficar melhores ainda, porque agora, ela tem mais certeza de que estão todos muito felizes. Tão felizes que a família até aumentou, e a vinda do bebê, diferente do que a psicóloga havia dito, só fez com que ela ficasse melhor.

— Papai? — Jeongguk saiu de seu transe, com a voz fininha da filha, chamando por si.

Taehyung estava no canto do quarto, provavelmente trocando os absorventes do peito e Somin estava passando pomada no bumbunzinho de Myung, que ainda dormia preguiçoso.

— Que foi, filha?

— O que é isso? O papai não quis me contar. — Ela apontou para o saquinho do bebê e fez uma careta. — Toda vez que eu vejo abrir a fralda, eu acho que é cocô.

— Filha — Jeongguk respirou fundo e deu uma risadinha baixa. Como explicaria aquilo para Somin, de uma forma que não fosse a real, mas que também não fosse uma mentira pura? — Amor, isso aí é… Como posso dizer?

— Posso apertar?

— Não! De jeito nenhum, nunca aperte isso porque dói.

— Você também tem?

— SoSo — ele coçou a cabeça e encarou Taehyung, que os observava de longe, com um sorriso contido nos lábios. — Tae, você fugiu, né?

— Eu já tive que explicar muita coisa meu, filho. — O ômega respondeu divertido. — Acha que nós engolimos aquela história de que você mamava quando era bebê? Tive que responder muitas coisas. Agora é sua vez.

— Papai, o que é? Ele tem outro piu piu? Só que é inchado?

— Não, amor, é o seguinte. — Ele umedeceu os lábios. — É macio, como você pôde ver.

— Aham.

— Então, é tipo uma almofadinha para proteger o piu piu dele.

— Pra não machucar na fraldinha?

— Isso mesmo. Mas não aperte, tá?

— Tá bom. — Somin assentiu, aparentemente convencida da resposta. — Mas você também tem?

— Tenho amor, os meninos todos têm.

— Você também, papai? — Ela arregalou os olhos para Taehyung e o viu assentir. — E a titia?

— Não, Somin, só os meninos.

— E o seu é grande, papai? Porque o dele é grande e ele é um bebê, né? O seu deve ser bem grandão.

— Não é, filha, é pequeno. Mas olha só, termina logo de passar a pomada, porque ele deve estar com frio no bumbum.

— Tá bom. — Somin continuou com o processo de passar a pomadinha, e assim que terminou, teve ajuda de Jeongguk para colocar a fralda em Myung.

Depois de tudo prontinho, o alfa pegou o filhotinho no colo, o ajeitou com a cobertinha e o levou para o quarto. Somin voltou a guardar as coisinhas na cesta, e as levou para serem guardadas em seus devidos lugares, assim como fazia em todo final de troca de Myung.

Jeongguk o colocou no berço, ligou a babá eletrônica e fechou o protetor. Somin terminou de guardar as coisas e foi de encontro ao pai, que estava encarando o bebê.

— Ele é tão fofinho, não é, papai?

— Ele é, amor. — Jeongguk se virou e a pegou no colo. — Ele gosta muito de você, viu?

— Eu sei. Ele dá um sorrisinho pra mim às vezes.

— É, ele fica muito feliz porque você ajuda a cuidar dele. Vocês serão bons amigos quando ele ficar maior, não serão?

— Seremos sim. Eu vou ser amiga dele se ele quiser ser meu amigo.

— Vai ser igual seu papai Tae e a titia Soyeon. Ela é alfa e ele é ômega, e você já viu como ela o protege?

— Já sim! A titia é brava, não é?

— Demais. Você não viu nada. — O alfa dá uma risadinha contida e deixa um beijo singelo na bochecha da filha. — Agora vamos deixá-lo dormindo, porque ele está cansadinho. 

— Tá bom. — Somin passou os bracinhos em torno do pescoço do pai, enquanto ele os guiava para fora do quarto. — Papai, eu estava pensando…

— Em quê?

— Por quê meninos têm almofadinhas e as meninas não? Isso é muito injusto, não acha?

— Ah filha, de novo com esse assunto?

— Eu quero saber muitas coisas papai, e o papai Tae disse para te perguntar.

— Ah ele disse, foi?

— Sim.

— Ai SoSo, você é tão pequenininha pra começar com isso. — Jeongguk resmungou, entrando no quarto e vendo que Taehyung estava tomando banho. Ele colocou a filha sobre a cama e sentou ao seu lado, suspirando profundamente. — Ok, vamos começar aos pouquinhos. O que você quer saber?

— Sobre o Myun!

— Hm, que parte exatamente?

— Ele nasceu do papai Tae, não foi?

— Sim…

— E ele também é seu filho, certo?

— Claro, amor.

— Como? Se ele nasceu do papai Tae, como você é papai dele também?

— Princesa aaanh… — Ele resmungou, nitidamente incomodado com as perguntas. — Ele é meu filho, assim como você é, porque sabe, eu e o Taehyung, nos amamos muito. Quando o amor é assim tão grande, a gente troca carinhos, não é?

— Como os beijos?

— SIM! Como os beijos. — Jeongguk apontou o dedo indicador para Somin, vendo-a assentir. — E com esses carinhos, a gente consegue… fazer bebês.

— Então isso quer dizer que, se eu ficar fazendo carinho no JinJin, igual eu faço, ele vai ter um bebê?

— Não, amor, são carinhos diferentes, que só adultos e pessoas casadas podem fazer.

— Mas a gente não deve ser carinhoso com todo mundo?

— Deve, mas não é todo tipo de carinho e nem é com todo mundo. Não devemos ser carinhosos com estranhos, apenas educados. Mas… o carinho que eu e seu pai temos, é assim, carinho de casal. A gente se beija e se ama. Os filhotinhos vêm quando a gente se ama tanto, que o papai do céu acha que a gente até merece ganhar um presente por se amar tanto, e aí ele mandou você e o Myung.

— Huuuum — Somin arqueou as sobrancelhas e assentiu.

— Conseguiu entender?

— Eu acho que sim.

— Excelente! Então chega de perguntas por hoje?

— Eu queria saber mais um monte de coisas, papai!

— Certo, então vamos fazer o seguinte — Jeongguk se ajeita na cama e pigarreia, coçando a ponta do nariz. — Tudo o que você quiser saber, você vai escrever num papelzinho pra mim, e colocar na caixinha da sua escrivaninha. Todo dia eu vou lá, vou pegar uma pergunta e vou te responder, pode ser?

— Nossa, um papelzinho por dia?

— É, por enquanto. — Ele assentiu, abrindo um sorriso para tentar convencer a filha. Tudo o que ele não queria, era ficar respondendo perguntas constrangedoras, sem ter a oportunidade de pensar numa resposta que fosse convincente e não uma mentira mal contada. — Tem coisa que o papai não sabe responder, princesa. Eu também preciso fazer algumas perguntas para saber te responder, tudo bem?

— Tá bom. — Somin finalmente assentiu, encarando o pai com aquela carinha de quem estava planejando um monte de coisas.

Jeongguk quase soltou um ronronar manhoso, pensando em como será mais fácil com Myung, por ele ser um menino. Mas tudo bem, uma coisa de cada vez. O foco agora é sanar as dúvidas de Somin e puxar a orelha de Taehyung, por ele tê-lo deixado em situação de calça justa.

— Então… vamos preparar o jantar? Eu deixo você cozinhar os nikumans! — A primeira coisa que pensou foi em mudar de assunto e chegar em outro que também ocupava a mente da filha: comida.

Somin assentiu com certa pressa e já foi dando um jeito de se levantar da cama. Amava cozinhar e amava nikumans, uma mistura perfeita para tirá-la daquele mundo de inúmeras perguntas.

Jeongguk quase saiu do quarto em pulinhos, mas se conteve. Manteve a postura de um pai decente e apenas estalou o dedo para que Yeontan fosse junto. O cachorrinho costumava ser uma companhia e tanto na cozinha, e também, precisava ficar longe do berço de Myung, porque ele não havia se esquecido de como era divertido dividir o berço com um bebê.

↬↫

Era aniversário de seis anos de Somin e ela escolheu fazer a festa na casa dos avós, pais de Jeongguk. 

A casa de estilo rústico, com árvores e um doce aroma de flores, de repente estava toda enfeitada com balões rosa, enfeitando o aniversário com tema da Barbie.

Somin sempre foi uma criança versátil, nunca foi de querer só o rosa e o lilás, tanto é, que seu aniversário de quatro anos, foi dos Vingadores, enquanto o de cinco, foi de sereia.

Para seis anos, ela escolheu absolutamente tudo da Barbie. A casa estava inteiramente decorada em vários tons de rosa. Haviam doces, balas e bombons na mesa de guloseimas, deixando o jardim até aconchegante, com cheirinho de flor com docinho. A mesa principal contava com um bolo de dois andares, inteiramente feito por Seokjin, e balas feitas por Soyeon, esta que estava no pula-pula, brincando com a sobrinha, há algum tempo.

— Somin — parou de repente, ofegante, deixando com que o peso do corpo a jogasse sentada no brinquedo macio — eu cansei.

— O quê? Você nunca se cansa!

— Amorzinha, eu estou completamente suada. Vou ter que tomar outro banho.

— Ah não, titia… não sai não. Não tem ninguém para brincar comigo.

— Chame os gêmeos. — Soyeon apoiou a mão direita na testa e secou o suor, sentindo uma tontura de repente. — Eu vou sair um pouquinho, tá? Eu volto daqui a pouco.

— Ah não titia… — A baixinha resmungou.

— Vou pegar uma água, SoSo. Depois eu volto.

Somin não entendeu. Soyeon sempre foi sua companhia para brincadeiras, independente de que brincadeira fosse, e o melhor é que ela nunca se cansava. Mas agora foi diferente, a tia saiu do pula-pula, calçando as sapatilhas às pressas e saiu correndo para dentro de casa, sem ao menos parar no meio do caminho, para pegar um cupcake.

Somin desceu do brinquedo e correu até Jimin, que estava numa conversa engajada com Insung e Hoseok, enquanto sacudia os chocalhos para os gêmeos, que pouco ligavam para o barulhinho.

— Titio, eu posso levar o Minji e o Giyoon para brincar? — Ela cutucou o braço de Jimin, chamando sua atenção. — Minha tia saiu correndo e me deixou sozinha.

— Saiu correndo? — Hoseok perguntou, franzindo o cenho.

— É, ela saiu correndo e disse que cansou de brincar.

— Vai atrás. — Jimin respondeu sério e se levantou da cadeira. — Pode, SoSo, vou levá-los para brincar. Onde você quer ir?

— No pula-pula! — A baixinha respondeu animada, pulando alto.

— Tudo bem, vamos até lá.

Enquanto Jimin levava os filhotes para brincar com Somin, Hoseok foi atrás de Soyeon, sabendo bem onde é que a noiva estava.

Ele abriu a porta do quarto onde ficaram hospedados e encaminhou-se até o banheiro, encontrando a alfa ajoelhada perto da privada.

— Amor. — Ele falou baixinho, chegando mais perto e se ajoelhando ao lado dela. — De novo isso?

— Eu pulei muito com a SoSo. Meu estômago está revirado.

— Sei… — Ele mordeu o cantinho da boca, enquanto ajeitava os cabelos da alfa, segurando-os atrás da cabeça.

— Droga, eu estou bem tonta.

Hoseok piscou devagar e soltou um suspiro.

— Será que você está grávida?

— Eu acabei de pensar nessa possibilidade. — Soyeon gargalhou, se afastando da privada e sentando-se no chão. — Se eu estiver grávida, nosso filho já vai nascer chacoalhado, porque eu devo ter pulado uns quarenta minutos direto naquele pula-pula.

— Isso significa que você deve parar.

— É, eu também acho. — Ela encarou Hoseok e mordeu o lábio inferior. — Agora eu estou ficando nervosa. Eu não vou pirar, porque a gente planejou ter filhos e a gente vem tentando isso, mas e se agora for real?

— Bem, se for real… — O alfa se sentou ao seu lado e fez com que ela deitasse a cabeça em seu ombro. — Se for real, saiba que eu já me sinto a pessoa mais feliz do mundo e saiba que vamos ter que enfeitar um quartinho lá na nossa casa, de um jeito bem boiolinha, para receber nosso filhote.

— Eu acho que vou ser um desastre quando for mãe.

— Não. Você pode até fazer umas loucuras, mas o amor que eu vejo você ter pelos nossos sobrinhos, já dá para ver que você vai ser uma mãe e tanto.

— Você acha, é?

— Eu tenho certeza.

Soyeon deu uma risadinha e ergueu os ombros.

— Depois desse aniversário da SoSo, vamos ter que fazer alguns exames.

— Então não exagere na comida, para não levantar suspeita.

— Combinado — Soyeon piscou um olho, apoiando a testa na bochecha de Hoseok e dando uma risadinha soprada. — O único problema é que eu estou com fome.

— Como você consegue? Acabou de colocar meio estômago pra fora!

— Eu sou alfa. — Ela riu, apoiando a mão na barriga. — Mas olha só, eu sou bem brega, clichê e tudo mais que for possível. Se eu realmente estiver grávida, eu quero chá de revelação sim, quero um balão do meu tamanho cheio de papel picado e quero muito alvoroço. De gravidez fofinha e meiga, chega as do Tae e do Yoongi. Eu quero barulho, algazarra, quero nossos sobrinhos pintados de rosa, azul, roxo, amarelo…

— Meu Deus. — Hoseok começou a gargalhar.

— É! Nada de docinho e bolo, eu quero cachorro quente com muito molho, pizza, bala recheada de doce mole e essas coisas todas.

— Ou seja, você quer fazer uma bagunça.

— Exatamente. 

— E com isso talvez eu deva adivinhar que você não quer um quarto clarinho e delicado.

— Não, aí já é diferente. Tio Jimin vai poder dar os pitacos dele à vontade.

Hoseok deixou uma risadinha soprada escapar e passou o braço por cima do ombro da noiva.

— E sabe o que eu acho? — Perguntou, vendo-a negar com a cabeça. — Que você vai ser a noiva barriguda mais linda do mundo.

Soyeon alargou o sorriso e assentiu.

— Mesmo que eu não esteja grávida — ela se virou encarando o alfa — eu estou muito feliz, tá? Eu acho que finalmente, as coisas estão andando para um caminho maravilhoso para nós.

— Eu também estou feliz. — Hoseok lhe deu um beijo na testa. — Muito, muito feliz.

↬↫

Somin estava sentada no pula-pula, encarando os primos. Giyoon estava quietinho, mas Minji engatinhava para todo lado, fazendo barulhinhos fofos.

— Gigi — ela chamou, cutucando o pé do bebê, vendo-o encolher as perninhas e fazer um bico irritado. — Por que você está bravo, hein?

Ela observou os olhinhos apertados iguais aos do tio Jimin, se estreitarem mais e ele aumentou o bico.

— Eu não te entendo, ok? Fazer bico pra mim não vai resolver muita coisa.

No mesmo instante, Minji se aproximou e apoiou em seus ombros para ficar de joelhos.

— Minie, seu irmão está com raiva. — Ela encarou o primo que era dois minutos mais velho que o outro bebê ali presente. — O que aconteceu com ele?

Minji fez um biquinho fofo e uma careta engraçada.

— Eu não entendo caretas, ok? Eu quero pular aqui com vocês, mas ele não colabora! Eu sei que você fala, então me diga, o que está acontecendo?

— Totô. — Foi o que Minji respondeu, abrindo um sorriso gengival de quatro dentes e meio.

— Ai que nojo! — Somin franziu o nariz, encarando Giyoon, que continuava bravo. — Você fez cocô, Gigi? É isso?

Giyoon continuou quieto, com um bico irritado.

— É isso, Minie? É cocô?

— Fuuum… — Minji respondeu, balançando a mãozinha perto do nariz, exatamente como Yoongi ensinou a fazer, quando sentissem cheiro de algo estranho, e sim, isso incluía fofocar que o irmão havia sujado as fraldas.

— Credo! Eu que deveria fazer essa cara, sabia? Você faz cocô e fica bravo comigo? Por quê? — Somin se levantou com cuidado. Ela sabia que movimentos bruscos poderiam fazer uma bagunça nas fraldas, e se ela sabia que Myung era capaz disso, imagina Giyoon que era bem mais velho! — Tio Minieeee! — Gritou, chamando atenção do alfa. — Seu filho deixou um presente nas fraldas!

Jimin deixou para trás o copo que tomava o refrigerante e se aproximou do pula-pula.

— O que aconteceu?

— Minji falou que o Gigi fez cocô. E ele está bravo comigo!

O alfa gargalhou, esticando o braço e puxando o bebê.

— Ele odeia ficar sujo. Vou trocar a fraldinha dele.

— Táaa e manda ele deixar de ser rabugento. — Somin encarou o outro primo. — Não é, Minie, seu irmão é muito rabugento.

Minji gargalhou e franziu o narizinho avantajado, ficando completamente fofo.

— Pronto, então vamos brincar nós dois. Depois que o rabugento limpar o bumbum, ele volta. — Somin voltou a atenção completamente ao bebê, segurando sua mãozinha e começando a dar pulinhos pequenos, para balançar Minji.

No círculo de amizades, Somin era mais ligada aos gêmeos, por eles serem alfas. Em compensação, JinJin só fica andando atrás de onde Myung está. O tempo inteiro, ele quer ficar por perto e dar carinho. Myung adora estar com JinJin, e mesmo ainda sendo um bebê bem pequeno, ele entende que o mais velho também é um ômega.

Taehyung estava no quarto, dando mamadeira para o filhote e conversando com Seokjin.

Jinwoo estava deitado de bruços, com a cabeça apoiada nas pequenas mãozinhas, apenas observando como Myung era um bebê completamente adorável.

— Titio? — Ele chamou, entre a conversação do quarto.

— Oi amor. — Taehyung lhe deu completa atenção e o pai se calou.

— Eu posso pegar o Myun no colo um pouquinho?

— Filho, já conversamos sobre isso, hm? Você não tem tamanho. — Seokjin negou com a cabeça.

— Mas eu fico sentadinho, papai. — Ele pediu, fazendo um biquinho charmoso. — Eu posso?

— Tudo bem, você pode. — Taehyung assentiu rapidinho e o sobrinho logo deu um jeito de se sentar.

O ômega esticou o braço, colocando o filhote no colo de JinJin e o ajudou a segurar firmemente, junto com a mamadeira.

Myung soltou um ronronar bem baixinho e bem fofo, denunciando como ele estava confortável por estar no colo do primo.

— Eu gostou de mim. — Jinwoo sorriu. — Ele é tão lindinho…

Seokjin ficou observando o filho, ao mesmo tempo que Taehyung fazia o mesmo. Era incrível a diferença entre ele e Somin.

— A SoSo tem esse cuidado? 

— Ela tem, mas do jeito dela. Ela quer fazer tudo ao mesmo tempo e quer ser bem prestativa, mas esse instinto exageradamente carinhoso, ela não tem.

— JinJin está encantado.

— Eu estou vendo. — O Kim sorriu. — Vocês não pensam em ter outro bebê?

— Não, ainda não. — Seokjin negou veemente. — Nós já falamos sobre isso, mas achamos que ainda é muito cedo.

— Eu acho que daria super certo se vocês tivessem outro filho.

— Pois é, mas ainda não é a hora. Vamos deixar o Jinwoo crescer mais um pouco.

— Papai, eu quero um bebê. — JinJin usou seu tom mais inocente possível, e direcionou os olhinhos redondos para o pai. — Ele é tão quentinho.

— Olha, talvez não tenha essa de esperar. — Taehyung riu, vendo o amigo revirar os olhos e se abanar.

— Eu ouço cada coisa desse Jinwoo, que você não faz ideia.

— Meu amigo, você que não faz ideia do que eu ouço da Somin. Eu te garanto, o JinJin pedir um bebê, não chega aos pés do que ela vem perguntando ao Jeongguk.

— É tão bravo assim?

— E coloca bravo nisso.

— Meu Deus — Seokjin suspirou. — Filhos, por favor, não cresçam nunca!

↬↫

[Algum tempo depois]

— Hum, ai Gukie… — Taehyung gemeu baixinho, apertando as mãos sobre os lençóis. — Vai mais forte, vai? Isso… uaaau. — Sua voz continuava arrastada e ele mantinha os olhos  fechados.

— Aqui está bom? — O alfa perguntou, apertando-lhe um certo ponto nos ombros, o que os fez estalarem juntos.

— Perfeito! Ai isso é muito bom, eu estava precisando mesmo disso. 

— Eu sei… — Jeongguk escorregou-lhe as mãos pelas costas, guiando-as para sua cintura, apertando firme. — Você está precisando relaxar. 

— Estou… — O ômega continuou completamente rendido. — E olha que a SoSo me ajuda muito a tomar conta do Myun.

Do quarto, eles podiam ouvir os gritos da filha, a risada histérica de Myung e os latidos sapecas de Yeontan, que estava numa bagunça sem igual no andar de baixo.

— É, tem esse bônus. — Jeongguk parou a massagem e virou um pouco mais de óleo corporal pelas costas do marido.

Ele vinha treinando massagens. Ser dono de uma academia demandava certos cuidados e um deles era saber lidar com alguém que sofria de cãibras, até que algum profissional do assunto chegasse para tomar conta. Com isso, ele treinou alguns primeiros socorros nos joelhos de Somin, treinou pressão baixa toda vez que Soyeon passava mal por conta da gravidez confirmada há poucos meses, e agora vinha treinando massagens para aliviar as dores das cãibras. E Taehyung obviamente estava se aproveitando bem disso.

— Parece um sonho… acho que vou ficar aqui para sempre.

— Você pode ficar. Eu vou pedir alguma coisa pra gente jantar hoje, então não precisa levantar dessa cama, a não ser para comer quando eu vier com nossos filhotinhos, e com o jantar posto numa bandeja só para te mimar. — Ele se abaixou e deixou um beijo na nuca do Kim, o que o fez se arrepiar. — O que quer comer hoje? — Sussurrou em seu ouvido.

— Posso escolher?

— Claro. 

— Huuum, então eu vou votar numa carne de polvo, com muito molho apimentado e soda.

— E talvez um doce de feijão para a sobremesa? — Jeongguk sugeriu, vendo o marido assentir com a cabeça. — Certo, então eu vou descer, ver que bagunça é essa lá no cercadinho e vou pedir nosso jantar.

Taehyung respirou fundo e se forçou na cama, se virando de barriga para cima, para ver o alfa.

— E vai me trazer o jantar na cama?

— Se você quiser, sim. A não ser que você prefira descer pra gente comer lá embaixo.

— Huuuum — Taehyung levantou as mãos e as entrelaçou atrás da cabeça do Jeon. — Acho que vou querer ser mimado um pouquinho, sim.

— Certo… mas você sabe, tudo tem um preço. — Jeongguk brincou, deitando-se confortavelmente sobre o corpo quentinho do ômega.

— Que seria?

— Um beijo. Acha que você pode com isso?

— Acho que dá pra fazer um esforcinho sim. — O Kim assentiu, e sorrindo, se inclinou para selar os lábios do marido.

Ele estava com saudades. Por mais que tivessem aprendido a conciliar a vida de pais com a vida de casal, ainda assim as coisas não eram como na época de solteiros e é claro que às vezes dava saudades de estarem a sós, sem se preocupar com nada e apenas se curtindo um pouco.

Para Taehyung, essa nova vida estava sendo mais que perfeita. Ele ainda estava de licença paternidade, então ficava em casa. Ele conseguia levar Somin na escola pela manhã, preparava o almoço, a buscava logo em seguida, Jeongguk também ia almoçar em casa, depois ele levava Somin para a academia nos dias que ela tinha treino, e todos os dias, antes de o sol se esconder, eles já estavam de volta.

Jeongguk adotou o costume de sempre levar algo para Taehyung, sendo isso uma flor, ou um chocolate, ou até mesmo um cartãozinho com poucas e simples palavras, mas que expressassem como estava feliz ao lado do ômega, e como o amava.

O Kim por sua vez, sempre os recebia com algo especial feito na cozinha. Ele aprendeu muitas receitas com Soyeon durante a gravidez, devido aos desejos, e com isso, sempre tinha uma receita na manga, para providenciar e oferecer para a filha e para o marido, quando eles chegassem.

Taehyung até pensou em desistir do trabalho. Tudo bem que seria uma maluquice abandonar Phil, e também, ele não conseguia se ver longe daquela empresa, desenhando e escolhendo tecidos; mas por alguns momentos, ele pensou em como seria a vida, se tudo continuasse da forma que está.

Seria muito bom, de fato.

Jeongguk parou o beijo, pressionando um selinho firme nos lábios do marido, antes de se afastar. Se encararam um pouquinho, antes que ele abrisse um sorriso e forçasse as mãos na cama, se levantando.

— Vou pedir nosso jantar e vou olhar as crianças.

— Está bem. — Taehyung assentiu. — Tem certeza de que não precisa de ajuda com nada?

— Absoluta. Fica aí para você descansar, tá bom? — O alfa finalizou, finalmente ficando de pé.

Jeongguk saiu do quarto e desceu as escadas, encontrando os filhos brincando no cercadinho. Somin estava com uma orelha de coelho enfiada na cabeça, e pulava de um lado para o outro, fazendo Myung gargalhar e Yeontan correr atrás dela, tentando pegar a orelha. Para ele, não havia cena mais fofa e barulhinho mais gostoso de ouvir.

— Eu quero saber quem é que vai me ajudar a tirar o lixo! — Ele cruzou os braços, ganhando atenção da filha, que sorriu para ele imediatamente.

— Eu! — Ela parou de pular e saiu do cercadinho. — Eu te ajudo, papai!

No mesmo instante, Myung fez um barulhinho de choro e esticou as mãozinhas para ela, pedindo colo.

— Myun, vou ajudar o papai! Espere aqui, tá bom?

— Por que não vamos os três? — Jeongguk se abaixou no cercadinho e pegou o filhote no colo, que continuava com os olhos fixos na irmã. — As sacolinhas já estão lá fora, é só a gente colocar na lixeira da calçada.

— Tá bom, vamos lá. — Somin correu até a porta e saiu. Jeongguk estava ficando cada vez mais apaixonado em ver como ela vinha desenvolvendo seu instinto protetor. Tudo o que ela fazia, era para deixar Myung feliz e Taehyung bem, porque ela sabia que sua ajuda era o suficiente para diminuir o cansaço do pai.

Jeongguk abriu o portão e pegou algumas sacolas com a mão livre. Somin pegou a que sobrou e saiu com o pai, levando os lixos até a lixeira da calçada. Como sempre, após fazer um favor, ela abriu um sorriso largo e esfregou uma mãozinha na outra, ansiosa.

— Pronto, papai, agora nós podemos-

Ela se calou. O cenho foi franzido e ela fungou o ar.

— Que foi, filha?

— Está sentindo esse cheirinho?

— Que cheirinho? Você acha que o Myun fez caquinha?

— Não, papai, é cheirinho de cachorro!

— Cachorro? — Jeongguk arregalou os olhos, completamente confuso. Como diabos cheirinho de cachorro?

Somin caminhou calmamente até o arbusto da casa do vizinho e se abaixou próximo a ele, completamente atenta.

— PAPAI! TEM UM CACHORRINHO AQUI!

— Somin, não peg-

Tarde demais. De repente o filhotinho de vira-lata já estava no colo de sua filha e por mais inadequado que fosse, ela ainda lhe deu um cheirinho na cabeça.

— Ele está perdido, papai, tadinho!

— Filha, você não pode sair pegando cachorros de rua assim! Já pensou se ele tiver alguma doença? — Ele disse, nervoso, se aproximando da filha.

— Ele parece estar com fome, papai. Podemos ficar com ele?

— Claro que não, mais um cachorro? Yeontan vai ficar maluco!

— Ele vai entender, papai! Tadinho, olha a carinha dele. — Somin virou o filhote para Jeongguk e ele imediatamente foi fisgado por aquele par de olhos brilhantes e aquele focinho rosa. Parecia ter nascido há poucos dias e a forma com que mexia as patinhas e a boca, de fato parecia faminto. — Por favor, deixa?

— Filha-

— Olha só, o Myung está olhando para ele e com certeza é porque ele gostou. Não vai deixar o filhote aqui fora, vai?

— Vamos fazer o seguinte: a gente entra, dá um banho nele, dá alguma coisa pra ele comer e depois a gente o leva para a adoção, pode ser?

Somin fez um biquinho e respirou fundo, não queria levar o filhote para a adoção, mas ela entendia bem como poderia ser complicado um filhote de cachorro em casa agora.

Só que ela era uma criança ardilosa e mesmo sabendo que seria difícil convencer os pais, ela tentaria. 

E o próprio Jeongguk, conhecendo a filha como conhecia, sabia bem que aquele filhotinho nunca mais sairia da casa deles, e que passariam as próximas horas escolhendo um nome.

Pois é, ser pai traz alguns desafios, e um dos maiores é dizer não para essas carinhas pedintes de quem chega de fininho, dando beijinho, fazendo manha e derretendo o coração.

↬↫

[Algum tempo depois]

Era dia do chá de revelação do bebê de Soyeon e Hoseok. A festa foi toda planejada no apartamento do casal, onde ali mesmo, eles iriam ver pela primeira vez, o quartinho do filhote, que Jimin havia terminado há poucos dias.

Enfeitaram tudo com tons pastéis de verde e amarelo, as cores preferidas de Hoseok e Soyeon, respectivamente. Encheram de flores, balões, cortinas de tecido leve e ornamentações infantis, o que deixou o local parecendo uma festa de criança.

Soyeon estava com um vestido curto amarelo, que marcava bem a barriga enorme, enquanto Hoseok vestia um conjunto de bermuda e camisa verdes; mas isso não queria dizer que eles tinham alguma preferência para sexo, a ideia era entrar no clima e fazer a festa ser divertida.

A forma que escolheram para revelar o bebê, não foi o costumeiro bolo com recheio secreto e muito menos a caixa que solta balões da cor correspondente ao sexo, as quais escolheram amarelo para representar a menina, assim como Soyeon, e verde para representar o menino, como Hoseok. Mas ainda assim, foi uma forma clichê, exatamente do jeito que Soyeon havia dito que queria.

Havia um balão enorme no meio da sacada. Ele estava cheio de papel picado, tais que Somin, JinJin, Minji, Giyoon e Myung, ajudaram a rasgar. Todas as crianças sabiam o sexo do bebê, e até aquele momento, estava sendo uma dificuldade só, fazer com que os gêmos não contassem as cores dos papéis que estavam guardados lá dentro; mas finalmente havia chegado a hora. Soyeon estava de um lado e Hoseok do outro, ambos segurando um palitinho.

— Vamos fazer uma contagem regressiva! Eu estou curiosa, mas quero prolongar este momento! — Soyeon falou alto, um sorriso impagável nos lábios.

— Então vamos lá, 10! — Quem começou foi Seojoon, que estava ansiosíssimo para descobrir o sexo do bebê da sua caçula. — 9!

Todos o acompanharam.

8, 7, 6, 5, 4, 3, 2 e… 1!

Hoseok e Soyeon espetaram o balão juntinhos e a explosão fez um mundo de papéis amarelos voarem por toda a sacada. Eles se abraçaram em meio aos gritos animados de todos ali e também, entre as palmas.

— É menina!! — Hoseok gritou, apontando para a barriga. — Eu to ferrado porque agora vão ser duas alfas pegando no meu pé! — Brincou, fazendo com que todos gargalhassem alto, e de quebra, ele ganhasse um tapinha da esposa. — Eu estou brincando. — Ele abraçou Soyeon e lhe deu um selinho. — Eu estou muito feliz, de verdade.

— Eu também estou, amor.

— Agora vamos finalmente inaugurar aquele quarto! — Jimin saiu do meio das pessoas, com os braços pra cima. — Vamos logo porque eu já estou louco de curiosidade pra ver a cara de vocês.

— Vamos, vamos! — Soyeon puxou Hoseok para fora da sacada, o levando na direção do quarto. Só ela sabia como estava curiosa para saber como finalmente havia ficado o cantinho de seu bebê.

A porta estava fechada com uma fita branca. Soyeon foi quem a abriu e Hoseok girou a maçaneta, finalmente abrindo o quartinho pela primeira vez, depois de pronto.

Jimin decorou o quarto com as cores que o casal havia escolhido para cada sexo, ou seja, como era Jiyoon que estava vindo, o quarto foi de um simples ambiente de visitas, para um fofo dormitório de bebê amarelo.

As paredes eram de um pastel bem clarinho, com desenhos de nuvens. O bercinho branco, assim como o guarda-roupas e a cômoda. A cortina era amarelinha e os enfeites do quarto também. Jimin espalhou ursinhos Pooh pelos cantinhos, porque ele sabia que o irmão sempre gostou da turma do ursinho, então nada mais justo do que colocar algo que ele sempre gostou, para servir de aconchego para seu bebê.

Soyeon não deixou de notar suas bonecas de quando era criança, que a mãe guardou com carinho por anos. Estavam todas postas nas prateleiras da lateral do guarda-roupas, assim como um pequeno ursinho Pooh que Hoseok usava para dormir.

No chão havia um tapetinho bastante felpudo, colocado estrategicamente à frente da poltrona de amamentação, onde estava uma almofadinha, com o nome Jiyoon bordado.

Lindo, delicado e aconchegante.

— Jimin — Hoseok apoiou a mão direita no ombro do irmão. — Obrigado, muito obrigado.

— Está feliz?

— Você não tem ideia.

Então eles se abraçaram e Hoseok começou a chorar.

Todos sabiam que aquele momento deveria ser com Hoseok e Soyeon apreciando a beleza de um cantinho feito especialmente para o bebê, mas aquele abraço entre irmãos era necessário.

Jimin, assim como todos os amigos ali presentes, entendia bem que Hoseok precisava muito daquele abraço. O alfa sentiu por anos, pela separação dos pais, e o trauma que isso lhe causou, deixou sérias feridas em seu coração. Jimin sempre via Hoseok chorando pelos cantos e depois fingindo que estava emocionado por causa de um filme, só para que Jimin não se sentisse triste também. Hoseok, como mais velho, alugou um apartamento para que pudessem se mudar de tudo o que os ligava aos pais, cuidou de si — embora a diferença de idade fosse mínima —, e esteve sempre ao seu lado, se preocupando com seu bem estar. 

Hoseok nunca entendeu e sempre teve medo de seguir com a vida, temendo deixar Jimin sozinho e temendo não ser feliz, assim como seus pais não foram. Ele ficou travado nas lembranças ruins e na preocupação pesada de ser responsável pelo seu irmão, e por tempos, desistiu de si, sem querer dar um passo à frente, em relação a sua própria vida.

Hoseok nunca soube, mas ele sempre foi um pai. Independente de ser pouco tempo mais velho que Jimin, o fato de ele sempre ser o que estava ao seu lado, o protegendo de tudo, fez com que ele fosse mais pai do que o verdadeiro pai de ambos, e é por isso que ele sabia que o irmão seria um marido e tanto, assim como um grande pai, porque tudo o que era necessário para isso, Hoseok tinha, que era um grande coração.

Jimin se afastou do abraço e segurou o rosto do irmão para lhe dar um beijo na testa. 

— Você é foda. — Falou baixinho, para que apenas ele ouvisse. — Você merece tudo isso e saiba que eu não poderia estar mais orgulhoso de você.

— Obrigado. — O alfa respondeu entre os soluços.

— E para sua informação, eu quero preparar vários quartinhos, está ouvindo? Quero nossas crianças correndo para todo lado!

— Caramba, se a So quer me matar às vezes, estando grávida de um só, imagina se ela tiver mais.

— Se eu puder descontar minha raiva te dando umas beliscadas, não tem problema nenhum. — A baixinha se aproximou e abraçou os irmãos, juntos. — Mas se o tio Jimin se prontificar a fazer mais quartinhos, eu vou querer ter mais um monte de filhos porque olha… eu estou felizona pra caralho.

— Que bom que gostaram. — Jimin deu um beijinho na bochecha de Soyeon e por fim, se afastou, dando um espaço para o casal.

Finalmente, as coisas estavam em seu devido lugar. De todos ali presentes, não havia um que ainda tinha uma pendência para resolver.

Yoongi e Jimin estavam com seus dois filhotinhos alfas bagunceiros, e toda aquela briga que existia entre o casal no passado, se tornou em um enorme e verdadeiro companheirismo.

Jeongguk e Taehyung estavam com a Somin cada dia mais esperta e com Myung, o bebezinho que foi tão desejado, e agora que finalmente veio, só traz alegria.

Namjoon e Seokjin são o casal mais da paz que poderia existir naquele círculo de amizades, ainda mais com um ômega baixinho e extremamente dócil, como Jinwoo.

Hoseok finalmente estava livre de seus medos e traumas do passado e Soyeon, embora nunca fosse de falar abertamente sobre isso, estava feliz por finalmente ter encontrado alguém que topasse embarcar nessa aventura de família ao seu lado. Por anos ela acreditou que seria difícil, porque alfas preferiam ômegas para serem um par e ela imaginou que seria uma daquelas tias solteiras para o resto da vida, mas agora ela vê que tudo é uma questão de tempo.

Seojoon e Hyekyo não tiveram mais filhos, é óbvio, mas agora que estariam morando sozinhos, eles decidiram se aposentar e passar o tempo viajando por aí, conhecendo lugares e proporcionando momentos que eles não puderam ter, enquanto tinham os filhos em casa para cuidar.

Insung e Yoonji adotaram uma família de cachorros, depois de ficarem sabendo que Somin havia convencido os pais a ficarem com um filhotinho encontrado na rua, sim, a mesma que Somin encontrou no arbusto do vizinho, que foi adotada como Yeol, e agora se juntava com Yeontan para entrar no berço de Myung.

Os pais de Jimin e Hoseok não estavam presentes. Eles mandaram lembranças para o bebê, mas não quiseram correr o risco de se encontrarem na casa do filho. É claro que essa atitude deixou o filho pra baixo, mas ele sabia que seria melhor assim.

E por fim, é claro que não poderiam faltar Phil e Bogum. Estes tinham uma grande surpresa para contar, mas ainda deveriam esperar por mais notícias antes de darem a resposta final. A verdade é que há alguns meses, eles entraram numa fila de adoção para tentarem uma criança. Não colocaram exigência alguma, o que viesse, é o que Deus havia de escolher para eles, então, ainda não sabiam de fato o que viria, a única resposta que tiveram, é que apareceu uma criança para eles. Era tudo uma surpresa! Não sabiam idade, sexo e nem a classificação, e isso era mais que motivo para que ficassem ansiosos. 

Phil já estava louco para contratar os serviços de Jimin para que ele preparasse um quartinho especial para o filhote, em seu apartamento, mas ainda haveria de esperar.

Os convidados por fim, saíram do quarto, deixando apenas Soyeon e Hoseok para aproveitarem um momento a sós.

As crianças foram brincar com os papéis picados no chão, e os demais foram comer mais dos petiscos, exceto Jeongguk e Taehyung, que foi segurado pelo alfa e levado secretamente até outra área do apartamento da irmã.

— Que isso, Guk?

— Calma, eu só quero ter um momentinho a sós com você, enquanto nossos filhotes estão fazendo farra para o tio Hoseok arrumar depois.

— Não brinca com isso. — Taehyung riu, apoiando as costas no parapeito, vendo Jeongguk vir colar o corpo em si. — Hobi provavelmente está super cansado.

— Hum… — O alfa se aproximou e deixou um selinho demorado em seus lábios, se afastando em seguida, para segurar seu rosto. — Certo, mas deixa eu falar a verdade.

— Fale.

— Eu não te chamei aqui apenas para ficar um pouco a sós com você, eu quero te falar outra coisa.

— Que coisa?

— É que eu tenho um presente pra gente.

— Que presente?

— É que… logo nós vamos fazer cinco anos de casados, certo?

— Uhum… — Taehyung respondeu com um sorriso nos lábios e arqueou as sobrancelhas.

— Então, eu estive pensando. Acho que o número cinco está sempre presente em nossas vidas, não é? A gente se conheceu em 2015, tivemos a SoSo cinco anos depois, quando ela tinha essa mesma idade, veio o Myun, e agora que nós estamos realmente completos e resolvidos com absolutamente tudo, vamos completar cinco anos de casados.

— Eu nunca tinha pensado nisso. — O ômega confessou, entre risos.

— Pois é, eu também não, mas eu andei olhando alguns diários e acabei percebendo isso.

— Ainda com os diários?

— Sempre, Tae. Eu sempre releio. Acho importante pra mim, por mais estranho que pareça ser. Mas enfim, não quero falar dos diários, quero falar da gente. — Ele levantou as sobrancelhas repetidas vezes, fazendo uma careta engraçada.

— Certo, continue.

— Então eu fiz umas pesquisas e descobri que cinco anos de casados, é bodas de madeira ou ferro, mas vou dizer madeira que é mais chique.

— Dessa eu não sabia.

— Nem eu. — Jeongguk mostrou a língua e piscou um olho. — Mas depois das minhas pesquisas, eu acabei tendo uma ideia de dar um presente para nós… quatro.

— Que presente, Guk?

— Um passeio. Uma viagem, na verdade. Vou deixar a academia nas mãos do Namjoon e vou tirar um tempo pra gente. Vamos eu, você, a SoSo e o Myun. Tudo bem que era pra ser uma segunda lua de mel, com apenas nós dois, mas acho que o conceito família agora engloba nós quatro.

— Exatamente. — O Kim assentiu, rindo, envergonhado. — Mas para onde vamos?

— Aí que você entra. Quero que você escolha. Eu já decidi fazer a viagem, mas quero que você escolha o destino.

— Huuuum, e eu posso escolher qualquer lugar? — Taehyung perguntou, esboçando uma carinha sapeca e se virando de costas para Jeongguk, ficando de frente para a vista bonita da cidade.

— Qualquer lugar. — O alfa o abraçou por trás e lhe deu um beijo no pescoço. — Quero que escolha com o coração. Pense onde quer fazer novas lembranças importantes para você, ao lado da sua família.

— Huuum, então eu acho que já sei o lugar perfeito.

— E onde seria? — Jeongguk perguntou, curioso.

— De acordo com tudo o que eu costumava sonhar quando era mais novo, e de acordo com todas as coisas que eu gostaria de fazer ao seu lado, eu acredito que Veneza seria um lugar perfeito para fazermos um passeio. É um lugar mais para casal, mas é um lugar bonito. E aí, o que acha?

— Perfeito. — Jeongguk respondeu com um sorrisinho apaixonado. — Veneza será o nosso lugar. — Ele abraçou Taehyung de forma mais apertada e lhe deu mais um beijinho na bochecha, o fazendo se arrepiar.

Taehyung pensou seriamente em escolher um lugarzinho mais simples. Ele pensou em cidadezinhas do interior, alguma praia, ou até mesmo qualquer outra cidade grande, mas da própria Coréia do Sul. 

Só que ele sabe que as coisas, às vezes, devem ser seguidas com coragem. A única vez em que saiu do país com Jeongguk, foi para Paris, há alguns anos e mesmo assim, foram a trabalho. Agora Jeongguk está disposto a dar um passeio de presente, para comemorar os cinco anos de casados, então ele pensou que seria melhor escolher algo que realmente fosse inesquecível e um pouco mais ousado.

Em toda a sua juventude, ele se imaginou fazendo um passeio romântico em Veneza. Nunca pensou que teria condições para fazer tal viagem, então acabou deixando isso guardadinho no seu baú de vontades que talvez nunca poderiam ser realizadas.

Depois de terem Somin, as prioridades sempre foram para ela, e o mesmo aconteceu após o nascimento de Myung. Guardaram economias para darem tudo de melhor para os filhos e não pensaram neles mesmos.

Então o momento havia chegado. Já que fariam uma viagem para comemorar cinco anos de casados, era a hora de pensarem neles mesmos e para isso, Veneza seria o lugar ideal. Seria romântico, bonito e teriam um momento para curtirem a vida de casados, com dois filhotes. Não andariam como um jovem casal de namorados, mas sim como a família feliz que eram; e mesmo que a viagem fosse praticamente uma segunda lua de mel, agora iriam completos, com os filhos, para criarem boas lembranças com eles, desde pequenos.

Taehyung sempre viu a importância de criar bons momentos e boas lembranças, e agora, era hora de criar uma bastante especial ao lado do marido e dos filhotes, como uma família verdadeiramente feliz e completa.


Notas Finais


Então, o que acharam? Eu espero mesmo que tenham gostado!
Comentem e me contem kkkkkk para quem não conhece o Myung, dê uma olhadinha no Instagram deles, que lá já tem fotinha: @baby.taegguk ele é muito fofinho kkkkk
Então é isso pessoal, um grande beijo e até o próximo.
Twitter: @kimiejeon
Tag: #BebeABordoTK


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