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História Bela Adormecida - Capítulo 1


Escrita por: Ikidrwuhl

Notas do Autor


Prmeiro capitulo da minha fanfic lol, espero que gostem!

Capítulo 2 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Bela Adormecida - Capítulo 1

 

Justin Bieber nunca acreditara no inferno, pelo menos não naquele inferno representado pelo fogo eterno, enxofre, lavas quentes e almas penadas. Esse era uma metáfora, a moral de uma história, e ele não acreditava nisso da mesma forma que não acreditava em bruxas montadas cabos de vassouras, fadas dançando em pétalas de flores ou finais felizes. Continuava mantendo-se firme acerca destes últimos três, mas era óbvio que enganara-se a respeito do inferno. Ele existia, certamente, e não era algum tipo de reino dos mortos, repleto de lava derretida e rochas pontiagudas.
     O inferno era ali, no meio de Indiana, em pleno verão, no meio do que pareciam ser quilômetros infindáveis de plantações de milho cortadas por uma estrada de terra que ligava nada a lugar algum, com o sol escaldante de agosto reluzindo num céu claro e sem nuvens, tendo uma única companhia, o peso morto da sua motocicleta de quase setenta anos de idade.
     — Na próxima vez em que você tiver uma idéia brilhante para as férias, Bieber — resmungou enquanto começava a empurrar a moto pela estrada —, poupe-se do trabalho e limite-se a se internar no asilo para idiotas terminais mais próximo.

     Sob as atuais circunstâncias, era difícil lembrar-se de por que aquela viagem lhe parecera ser uma idéia tão boa, quando a iniciara. Nos últimos oito anos, ele havia escrito três bem-sucedidos livros sobre crimes reais. Um mês atrás, terminara o quarto livro e tanto seu editor como seu empresário asseguraram-lhe que o último fora o seu melhor trabalho até aquele momento, certamente destinado a ir para a lista dosais vendidos do jornal New York Times. Ele gostaria de poder compartilhar o entusiasmo de ambos, mas depois de passar dois anos aprofundando-se na loucura que levara uma mulher a matar os próprios filhos em nome do Senhor, não se sentia particulamente bem sobre oque fazia para ganhar a vida. Na verdade, não estava sentindo-se particulamente bem sobre o mundo em geral.
    A verdade era que, aos vinte e dois anos, depois de passar a última  década  perscrutando os recantos  mais sombrios da alma humana, Justin estava exausto, precisando desesperadamente de uma folga.
    Também estava mais do que enjoado da chuva de Seattle, do hábito de seus habitantes de comer apenas comida natural, de beber café com leite e da sua música grunge. Queria ir a algum lugar onde pudesse pedir uma xícara  de café sem que alguém lhe perguntasse se preferia descafeinado, com camada dupla de creme batido e uma casquinha de limão. Queria entrar num restaurante e pedir um bife mal passado a ponto de mugir quando o cortasse, sem nenhuma manteiga com ervas perfumadas, nenhuma salada de rúcula com macadâmia como acompanhamento, apenas um grosso pedaço de carne, talvez adornado com um ramo de salsinha como única forma de distração da gloriosa gordura repleta de colesterol. 
    Seus pais tinham-se mudado para a Flórida, para Ft. Lauderdale, onde nada além de um furacão ocasional interpunha-se entre seus moradores e o sol. Só de pensar nisso Justin sentia-se aquecido. Estivera olhando pela janela do seu apartamento alugado, vendo a chuva fina e cinzenta cair quando a idéia lhe ocorrera, e seu primeiro impulso fora pegar o telefone para fazer uma reserva num vôo. Em vinte e quatro horas, mais ou menos, poderia estar esticado junto a uma piscina, deixando que o sol da Flórida derretesse o frio de Seattle de seus ossos.
  No entanto, como estivera trabalhando sem parar pelos últimos três meses, dormindo pouco e vivendo sob uma dieta de café instantâneo e comida entregue a domicílio, sua aparência não era das melhores. As imagens do seu livro ainda preenchiam-lhe a mente e assombrava-lhe os pensamentos. As experiências anteriores lhe disseram que precisava de algum tempo para a "descompressão ", um tempo para afastar-se dos recantos escuros que havia explorado.
    Se fosse para casa agora, sua mãe daria uma única espiada em suas olheiras e começaria a preocupar-se a assar bolos, sua reação à maioria dos males do mundo. Seu pai o arrastaria imediatamente para a garagem que transformará em oficina, lhe entregaria um martelo e o faria trabalhar em qualquer que fosse o projeto de mercenaria que estivesse executando no momento.
    E foi então que Justin teve a brilhante idéia. Guardada na garagem do prédio de apartamentos estava a moto vermelha, que ele comprara seis meses atrás e que, desde então, mal tivera tempo de dar uma olhada. Uma viagem de moto, cruzando o país. Era exatamente o que ele precisava, umas poucas semanas na estrada sem nada a fazer exceto admirar a paisagem, e sem nada com que ae preocupar, exceto onde parar para passar a noite. Ninguém o esperava em lugar algum, portanto poderia gastar o tempo que quisesse. Ora, poderia até passar o ano inteiro na estrada, se lhe desse vontade. Talvez até resultasse um livro desta experiência, algo diferente, algo que não exigisse que mergulhasse nas escuras profundezas da loucura.
   Justin precisara de menos de uma semana para concluir os detalhes da sua vida em Seattle: devolver o apartamento para a imobiliária, empacotar e guardar num depósito as coisas que fora juntando ao longo  dos últimos dois anos, ligar para as poucas pessoas que poderiam notar sua ausência. Então, sentindo-se como um cruzamento de Easy Rider e Alexis de Tocqueville, deixara para trás o chuvisco fino e cinzento de Seattle, tomando rumo para o sul e leste em busca do sol e da legendária sensação de liberdade e aventura que acompanhava a vida na estrada.
   Depois de três semanas, chegou à conclusão de que a tal vida na estrada era atualmente superestimada. Havia visto muitas paisagens belíssimas mas, após quase uma semana na estrada, um pôr-do-sol espetacular começava a ficar bastante parecido com todos os outros. Fora apenas a teimosia que o impedira de abandonar toda a idéia uma semana antes e dirigir-se para o aeroporto mais próximo.
   Mas aquela fora a última gota. Ele já  estava cansado de viver como um nômade. Estava farto de ficar em hotéis com paredes finas como papel e um escasso suprimento de água quente. Farto da "comida caseira" que era tirada direto de uma lata. Seu traseiro estava dormente, e suas pernas pareciam prestes a ficar permanentemente arqueadas por montar na moto. Sua camisa estava grudenta com o suor das costas, e havia a ameaça sinistra de uma bikha formando-se em seu calcanhar esquerdo. Estava com fome, com sede, e a maldita moto ficava mais pesada a cada minuto que passava. Queria uma bebida gelada, um banho quente, uma refeição e uma cama com um colchão que fosse mais novo do que ele. A única forma de extrair um livro a partir daquela experiência de sua vida seria se mudasse para o gênero de terror, pensou amargamente.
    Uma brisa leve perpassou o ar, um fraco sopro que provocou um sussurro nas altas fileiras do milharal que alinhavam-se nos dois lados da estrada. Por falar em terror, ele estava começando a sentir-se como se estivesse preso num antigo episódio da sério "Além da Imaginação",aquele em que Billy Mumy ficava mandando as pessoas para campos de milho.
     — Não me admira que tenham ficado aterrorizados — Justin murmurou. — Aposto que era a época do verão em Indiana.
     O tossido de um motor quebrou o silêncio e Justin parou, recostado a moto contra a perna enquanto virava-se para olhar a estrada. Permitiu-se uma breve fantasia sobre Beyoncé aproximando-se numa limusine. Ela estaria a caminho do aeroporto mais próximo e morrendo de vontade de dar uma carona a um escritor desgarrado. Porém, a velha caminhonete vermelha que surgiu por entre uma nuvem de poeira também não parecia nada má, especialmente quando o motorista diminuiu a velocidade assim que avistou Justin, os freios gemendo numa queixa quando o veículo parou ao seu lado.
    — Está precisando de carona moço?
    O rostos que espiou-o por cima do assento todo esgarçado era marcado pelos anos vividos e curtido pelo sol. Olhos azuis esmaecidos, um nariz pontiagudo e os lábios finos ocultos sob um espesso bigode grisalho.
   — Gostaria muito. Será que há espaço para minha moto lá atrás?
     Bem, quem precisava de Beyoncé? Provavelmente ela nem sabia dirigir uma caminhonete. 


Notas Finais


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