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História Bells of Notre-Dame - Esmeralda


Escrita por: ElvishSong

Notas do Autor


Olááááá! Aqui estou com novo capítulo! Hora de conhecer melhor a cigana que perturbou Aaron!

Capítulo 2 - Esmeralda


Fanfic / Fanfiction Bells of Notre-Dame - Esmeralda

A cigana correu tão depressa quanto os pés descalços lhe permitiam, sequer sentindo as pedras agudas do calçamento que a cortavam ocasionalmente, tomada por um pavor que a vida lhe ensinara a ter dos homens da lei, fosse esta a lei dos homens ou da Igreja – as quais nem eram muito distintas, em verdade. Tanto para uns, quanto para outros, ela não era mais do que uma proscrita, uma mulher sem família, sem nome, uma ladra presumida à qual nenhum valor dariam. Nas mãos de tais homens, a morte seria o destino mais suave que encontraria... Mas A Sombra! Ah, que Deus a protegesse de ter sido seguida por ele! Quantos irmãos e irmãs ciganas não haviam sido encontrados por aquele homem? Quantos proscritos não haviam terminado nos calabouços da Santa Inquisição, apenas devido a boatos maldosos e provas duvidosas? E ela... Ela não ficaria por perto para testar a própria sorte!

Correu tanto, e por tanto tempo que, quando deu por si, já estava nas periferias da cidade, próxima às muralhas. Já não se via as praças do centro, mas erguiam-se ao seu redor as casas de dois, três, até mesmo cinco andares, com suas fachadas estreitas e, naquela região, bastante destruídas. Pois o centro, as proximidades de Notre-Dame destinavm-se aos mais abastados, os palácios de campo, aos nobres, e os subúrbios, aos que não eram nem tão miseráveis quanto mendigos e ladrões, nem tinham dinheiro suficiente para estarem certos do próprio sustento.

Arfando, cansada e trêmula do susto levado, recostou-se contra uma parede de madeira para descansar alguns minutos; de repente uma mão pesada pousou em seu ombro e, numa reação natural, ela sacou a faca que guardava amarrada à perna, voltando-se e pondo a arma contra o pescoço da pessoa. Ao ver quem era, porém, guardou o punhal, ainda recuperando o fôlego e obrigando-se a parar de tremer: estava segura.

- Esmeralda – disse a voz do homem, grave e firme – onde você estava, minha filha?

- Fui a Notre-Dame, Clopin. – respondeu a jovem, encarando aquele que, mesmo não partilhando do mesmo sangue, a criara como sua filha. Era o chefe de seu clã, o líder dos poucos ciganos de seu grupo que não haviam morrido e, para ela, era o mesmo que um pai. – queria rezar a Nossa-Senhora.

- Criança! – censurou o cigano, um homem moreno de pele e cabelos, com uma faixa rubra prendendo os fios negros para trás – Ir até a Ille de la Cité?! Sua fé vale o preço de sua vida, Esmeralda?!

- Eu sei me defender, pai. Você me ensinou bem... E pensei estar segura... Ninguém atacaria uma mulher, mesmo uma cigana, dentro da Catedral... – ela se pôs ereta, afastando-se da parede – mas encontrei alguém, lá.

- Alguém?

- A Sombra. – disse ela, abraçando o cigano – ah, pai, eu fiquei com tanto medo!

- O que ele lhe fez? – o cigano afastou levemente a menina, apenas para fitar seu rosto, e o semblante do homem era de tamanha fúria, que ele parecia capaz de matar o braço direito de Frollo.

- Nada. Aproximou-se, apenas... Disse que achou belo o meu canto... Mas fiquei aterrorizada! Sabemos tudo o que se diz dele e, por todos os santos, Clopin, não é tudo! Aqueles olhos dourados... Seus olhos eram o que havia de mais aterrorizante nele, por trás daquela máscara preta... Aqueles olhos que pareciam penetrar minha alma e ver os segredos de meu coração... – ela estremeceu ao se lembrar dos olhos que jamais conseguiria esquecer, e o cigano a abraçou, confortando-a:

- Está tudo bem, minha pequena Esmeralda. – ele pousou o queixo sobre a cabeça da garota de dezenove anos, que guardava apenas os últimos laivos de infância, havendo se tornado uma bela e sedutora mulher – você está a salvo, agora. – e segurou-a pela mão – vamos para casa, filha.

Com um sorriso, ela acompanhou o homem pela vielas e becos escuros, até encontrarem uma das tantas passagens para os subterrâneos. De lá, cruzaram a muralha por baixo, pelos túneis, e chegaram ao acampamento que chamavam de lar: tendas gastas, mas coloridas, e carroções que já haviam visto dias melhores, com suas rodas quebradas, porém com o vão servindo de moradia. Poderiam ter consertado as carroças e partido, já, mas, depois que a Peste dizimara quase todo o clã – estando a mãe de Esmeralda entre os mortos – já não seria seguro viajar com tão poucas pessoas. Assim, haviam se misturado aos marginais que viviam ao redor dos muros. Juntos comiam, bebiam e viviam, sobrevivendo como podiam às agruras daquele mundo tão hostil aos que não se encaixavam nas rígidas hierarquias das cidades.

- Oras, eis que chega a joia de Paris! – exclamou Miro, um rapaz pouco mais velho que Esmeralda, que desde sempre fora companheiro de jogos e brincadeiras da moça. Clopin nutria a esperança de que sua filha adotiva, um dia, se casasse com o jovem, mas a amizade fraterna que nutriam um pelo outro era um mau presságio para as intenções do cigano mais velho.

A garota, por sua vez, não hesitou em correr para os braço do amigo, que a levantou num giro e fitou seus olhos tão belos, motivo de canções e homenagens dos homens, e inveja das mulheres. Olhos verdes como esmeraldas, olhos que lhe haviam dado seu nome. Um olhar puro e belo, cheio de vida e alegria, em meio aos olhos negros e sedutores dos outros de seu povo.

- Miro! – suspirou ela, num sorriso, soltando-se do abraço e fitando o acampamento – algo de novo, enquanto estive fora?

- E acontece algo de novo, por aqui? – ele fez uma careta de tristeza – Na verdade, há algo, sim... Milena está com lepra.

- O QUÊ?! – aquilo fez um buraco surgir no peito da garota: Milena não era cigana, mas ali, fora dos muros, todos os proscritos eram irmãos entre si. E a mulher de quarenta anos era uma amiga querida – Mas, como?!

- Talvez de um homem com quem se deitou, talvez de um toque... Quem sabe dizer de onde vem essas coisas? Ela só nos contou hoje.

Sem esperar qualquer palavra a mais, a cigana se lançou em direção à cabana da amiga, que era pouco mais que um barraco dividido com mais duas mulheres e um homem. Entrou sem pedir licença, sem se importar com o ladrão que dormia nu num colchão de palha, semicoberto por uma manta esfarrapada. Milena, a pessoa que procurava, estava abaixada junto a um braseiro feito de pedras e cacos de cerâmica, aquecendo-se, e se levantou ao ver Esmeralda, a pequena joia que alegrava a vida tão sofrida dos proscritos:

- Esmeralda, minha criança! Estávamos preocupados com seu sumiço! Já fazia quase um dia!

- Isso não importa, Milena – a menina se aproximou, com ar pesaroso – fiquei sabendo do que houve. Mas como? Quando?

- Algum tempo, eu creio, já que a primeira ferida surgiu há uma semana – disse Milena, com ar triste – estou me preparando para ir embora.

- Você não pode partir! – exclamou a moça – para onde iria?

- Para um leprosário. – e ante os olhos tristes da adolescente – não posso ficar aqui e espalhar a doença, você sabe disso.

- Mas você... Vai morrer!

- Todos vamos, um dia, não é? – a mais velha queria acariciar o rosto da garota, mas não a exporia a contrair a doença – não se preocupe comigo, querida. Cuide dos outros. Dos que podem ser salvos. Continue cantando, dançando e distribuindo alegria, porque o seu sorriso é tudo o que a maioria dos nossos tem. Quanto a mim... Seguirei meu caminho.

A cigana suspirou e anuiu: compreendia que não havia alternativa. Se Milena ali permanecesse, espalharia a lepra para a maioria dos moradores; isso, porém, não amenizava a dor que sentia por não poder fazer nada.

Quando a noite caiu, a mulher doente já não estava junto aos muros de Paris: partira, para longe, e era certo que não mais a veriam. Mas entre os proscritos havia pouco ou nenhum tempo para o luto, pois cada segundo era voltado a sobreviver, a sentir o momento, que poderia ser sempre o último. Pessoas vinham, pessoas iam, e tão habituados estavam às perdas, aos entes queridos que morriam, desapareciam ou eram presos, que o luto durava pouco. A vida era barata, para os que não existiam perante a lei. E Esmeralda, de coração bom e puro - o pequeno anjo enviado àquelas pessoas para aliviar suas dores – secou as lágrimas não derramadas, indo procurar quem pudesse carecer de sua ajuda.

 

*

 

Sozinha, a jovem caminhava sob o céu estrelado, fitando os pontos brancos acima com olhos sonhadores. Pensava em muitas coisas, mas, em meio a seus devaneios, a lembrança daqueles olhos dourados insistia em persegui-la, causando-lhe calafrios e arrepios... Numa tentativa de esquecer os olhos d’A Sombra, fitou o acampamento, no sopé da colina: casebres, tendas, choças e carroções amontoados, abrigos improvisados com o que se podia conseguir. Ladrões, salteadores, assassinos, foragidos, pagãos, ciganos... Ali, todo eram irmãos, pois todos, sem exceção, seriam vistos pelos demais como apenas uma praga a ser exterminada. Ah, se o restante do mundo soubesse que o valor de alguém não está nas joias que usa, no sobrenome que tem, ou no cargo que ocupa... Ela conhecia muitos ali que valeriam mil cidadãos “honrados” e, ainda assim, aquelas pessoas estavam marginalizadas, excluídas da vida e da cidade, vistas como um mal a ser expurgado.

A “vila” não tinha uma ordem clara, espalhando-se pelos arredores dos muros como uma mancha disforme de moradias, na qual surgiam círculos vazios onde eram acesas fogueiras, para aquecer os habitantes nas noites frias. O cheiro de corpos suados e dejetos permeava levemente o ar, mas nem de longe do modo como o faziam na cidade, onde o fedor do lixo, dos dejetos lançados nas ruas e até dos cadáveres ameaçava sufocar os transeuntes. A vida dos cidadãos podia ser um pouco mais fácil, talvez um pouco mais segura, mas a vida de proscrito, definitivamente, tinha um sabor inigualável de liberdade, não obstante as perseguições, as pedras lançadas, os insultos... Pois se estavam ali, junto aos muros, era porque queriam – não que houvesse muitas escolhas, mas era verdade que havia coisas bem piores do que viver ali. E, se não mais quisessem, pegariam suas coisas e partiriam. Um suave sorriso se espalhou no rosto da cigana, enquanto contemplava as famílias e amigos se reunindo ao redor de pequenos fogos e, com sua voz de rouxinol, começou a cantarolar:

 

 - Les portes de Paris (as portas de Paris)

Déjà se ferment sur la nuit (Já se fecharam à noite)

Le nuit de tous les cris (A noite de todos os gritos)

De tous les rires (De todos os risos)

Et de tous les désirs (E de todos os desejos) – Ela viu pouco adiante uma casal envolto num abraço íntimo, deitado na grama. Qualquer dama bem-nascida teria se escandalizado, mas ela compreendia: não tinham nada a perder, então, por que refrear os próprios instintos? Por que negar os poucos prazeres que tinham? Afinal, na Corte dos Milagres, quase tudo era permitido. Sem se alterar, continuou, desviando dos amantes:

- La nuit de tous les vices (a noite de todos os vícios)

Qui s'assouvissent (que são saciados)

Dans le lit de Paris (no leito de Paris)

Cabaret de tous les délires (cabaré de todos os delírios)

 

Les portes de Paris
Déjà se ferment sur la nuit
La nuit de tous les crimes
De tous les rires

Et de tous les désirs – ela finalizou sua canção e ficou a contemplar os céus, antes que Miro e Lorenzo a viessem puxar para dançar. Pois se viviam na penúria material, sua vontade de ser feliz os fazia encontrar modos de esquecer da própria miséria; e os jovens, como todos os outros, ricos e pobres, proscritos ou nobres, eram os que mais otimismo e vitalidade possuíam para superar as dores. Miro começou a cantar:

- Ici on est tous des frères (aqui somos todos irmãos)

Dans la joie dans la misère (Na alegria, na miséria)

Vous ne trouverez chez nous ni le Ciel ni l'Enfer (entre nós não encontrará em nosso lar nem Céu, nem Inferno !)

Ni le Ciel ni l'Enfer (Nem céu, nem inferno !)

- Ni le ciel, ni l’enfer! – Esmeralda ecoou seu canto, segurando as mãos do amigo e girando com ele.

- Nous sommes comme des vers (Nós somos como os vermes)

Comme des vers dans le ventre pourri de la terre (como vermes no ventre podre da terra !) – Ele cantava as pesadas palavras com uma despreocupada alegria, sem vergonha da própria marginalização. Puxou Esmeralda pela cintura e a girou, o que fez a jovem rir e começar a dançar com ele, enquanto um pequeno círculo se formava ao redor do trio:

- La sang et le vin ont la même couleur (o sangue e o vinho têm a mesma cor)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !) 

Les filles de joie dansent avec les voleurs (as prostitutas dançam com os ladrões)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles(Na Corte dos Milagres !)

Mendiants et brigands dansent la même danse (Mendigos e ladrões dançam a mesma dança) – Ela rodopiou e cantou com Miro, enquanto Lorenzo também se juntava à música:

- À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles(Na Corte dos Milagres !)

Puisque nous sommes tous des gibiers de potence (pois somos todos fugitivos da forca)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

Lorenzo – um ladrão de cabelos dourados, na casa dos vinte anos e secretamente apaixonado pela cigana, tomou as mãos pequenas e dançou com ela. Agora, um coro se fazia, enquanto o pequeno grupo esquecia-se da fome, do medo, do frio e das preocupações:

- Nous sommes de la même race (somos da mesma raça !)

- La race des gens qui passent (a raça da gente que passa !)

Vous ne trouverez chez nous ni religion ni nation (entre nós não encontrará religião ou nação)

Ni religion ni nation (nem religião, nem nação !)

Escapando aos braços de Lorenzo, Esmeralda puxou uma amiga, Dalila, para se juntar a ela na dança, e continuou a cantar no coro :

- Nos oripeaux pour drapeaux (nossos trapos são nossa bandeira)

- La couleur de ma peau contre celle de ta peau (a cor de minha pele contra a de sua pele !)

- Truands et Gitans chantent la même chanson (vagabundos e ciganos cantam a mesma canção !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles(Na Corte dos Milagres !)

Puisque nous sommes tous évadés de prison (pois somos todos fugitivos da prisão)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

Voleurs et tueurs boivent au même calice (Ladrões e assassinos bebem da mesma taça)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

Puisque nous sommes tous des repris de justice (pois somos todos fugitivos da justiça)

À la Cour des miracles  (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

À la Cour des miracles (Na Corte dos Milagres !)

                A cantoria silenciou, e todos riram. Eram aqueles breves momentos que aliviavam as agruras da vida, trazendo alegria em meio à dor, ao medo, à exclusão, à fome... Viviam como podiam e, se era a única vida que conheciam, a aproveitariam ao máximo.

                Depois de alguns minutos de conversa e gracejos, Esmeralda foi para sua “casa”, no velho carroção onde um dia viajara com sua mãe, até chegar a Paris. O carroção onde vira montes verdes e estradas sem fim, quando ainda era uma menininha, com menos de sete anos. E desde que ali haviam chegado, Paris fora sua cidade, seu país, seu lar. E continuaria sendo, até que o chamado da estrada a levasse para outros lugares, para outros ares.

                Ela entrou no carroção relativamente conservado: não era mais bonito, como nos tempos em que sua mãe pintava na madeira desenhos coloridos com dedicação e esmero, mas ainda possuía os panos coloridos que serviam de cortina e vedavam a vista de fora, e portas que a cigana só fechava no inverno, para deter os ventos gelados. Pequeno, do tamanho de um quarto, apenas, mas ali estavam as coisas que mais prezava: o medalhão de cobre, o espelho de bronze polido, alguns brinquedos dos tempos de criança – feitos para ela em madeira, por sua mãe e Clopin – as poucas roupas que possuía, panelas velhas, suas facas, o colchão de palha trançada e as cobertas que, muitas vezes, ela dividia com os que possuíam menos que ela. Não era muito, de fato, mas era seu lar.

                Com um suspiro ela pegou o espelho de bronze polido e fitou a própria imagem: já não reconhecia em si a garotinha que havia sido, um dia. Seu rosto amadurecera, com lábios rubros e cheios, sobrancelhas grossas e expressivas, traços delicados, embora guardasse aquela expressão travessa e gentil que sempre possuíra; seu corpo ganhara curvas que, aos recém-completados dezenove anos, fariam inveja às outras mulheres. Sua pele ficara mais dourada e escura, pois Paris não tinha o mesmo sol do sul da Espanha, de onde viera, de forma que não precisava se cobrir com xales para evitar as crestaduras; os cabelos negros não mais eram usados em tranças, mas soltos, esvoaçantes, contidos apenas por um lenço ou faixa. A única coisa que não mudara era seu olhar, da mesma cor da grama de verão, cheios de uma bondade e esperança que ela parecia ser a única capaz de manter, em meio a todas as desgraças e desventuras que já vira. O mais dolorido, porém, em mirar-se no espelho, era que lhe parecia estar vendo a face da própria mãe, fitando-a de volta.

                Com mistura de pesar e saudades, ela guardou o espelho e se estendeu no colchão de palha, lançando um cobertor sobre seu corpo e assegurando-se de que seu punhal estava ao alcance da mão. Sim, a maioria dos proscritos a amava e cuidava dela, mas a maldade vinha de todos os lados e lugares, e ela não era uma menininha indefesa. Sabia bem disso o último homem que entrara em seu carroção para tentar seduzi-la, e deixara o cubículo com um enorme rasgo a fender seu rosto da testa ao queixo.

                Foi pensando em tudo isso que ela sentiu o sono pesar em seus olhos... Mas seu último pensamento, antes de adormecer, foram os olhos dourados d’A Sombra, a fita-la com toda aquela intensidade, fazendo todo o seu corpo tremer.

                Naquela noite, ela sonhou com aqueles olhos. E sonhou com o homem a quem pertenciam... Mas não foram sonhos de horror.


Notas Finais


hmmmm, alguém aí imagina o que Esmeralda poderia sonhar com A Sombra? Será que aquele estremecimento foi causado por mais do que medo? rsrsrs
Mereço reviews?
PS - os links das músicas:
Les portes de Paris - https://www.letras.mus.br/notre-dame-de-paris/54621/
La Court des miracles - https://www.letras.mus.br/notre-dame-de-paris/54608/


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