História Best Mistake - Eu estou bem, idiota.

— Estou tão animada.— Ouvia minha mãe falar e sorrir para o seu noivo como se naquele dia, o mundo estivesse totalmente agradável e fresco, como um dia perfeito.— Será que eles vão gostar de mim?

— Você parece uma adolescente idiota.— Murmuro, mas tenho certeza que ela não escutou e se escutou, ignorou.

Seu noivo sorrir enquanto dirigia.— Não se preocupe, eles vão amar você… Vocês duas.

Reviro os olhos, sabendo que minha mãe provavelmente me chamaria em breve logo por não ter falado nada desde que ele entrou, coloco meus fones de ouvido e os conecto em meu notebook. Tenho sorte de ter músicas baixadas, pois na área em que estávamos a internet estava uma merda.

Dez minutos depois das cinco horas, quase duas horas depois que saimos de Seul em direção a Vijongbu, eu jogava em meu notebook enquanto minha mãe dormia enrolada no casaco do seu noivo e ele, concentrado, dirigia em silêncio.

Suspiro por causa do tédio, verificando minhas redes sociais a cada cinco minutos me perguntando se Jimin ao menos viu meu bilhete, verificando se Eunji ousou me ligar ou se Jungkook e Namjoon tinha notícias do Hoseok, mas não aparecia, nada.

— Está dormindo?— Ouço a voz dele, meu padrasto. Abaixo o volume da música e tiro um lado dos fones.— Acordei você?

— Não estava dormindo, estou sem sono.— Respondo e no momento em que vou colocar os fones, ele volta a chamar minha atenção.

— Você não parece tão animada quanto sua mãe. Aconteceu alguma coisa? Tenho certeza que você vai adorar minha família.

— Apenas problemas pessoais, na verdade ela me trouxe a força.— Admito, não com a intenção de magoa-lo, pois tinha certeza que aquilo era muito importante para ele e para minha mãe também, mas que de qualquer jeito aquilo era verdade e eu tenho quase certeza que ele já havia percebido.

Ele dá risada.— Me desculpe, eu tentei convence-la a deixa-la com seus amigos mas você conhece sua mãe. De qualquer jeito, fico feliz que tenha vido, pelo menos agora poderemos ter mais tempo para nos conhecer melhor.

— Conhecer melhor?

— Sim...— Ele suspira.— Eu mal vejo você e às únicas vezes que nos vimos, não foi tão agradável. Pense nessa viagem por uma semana como uma oportunidade de nos conhecer, talvez você deixe de me odiar.

Eu não o odeio, não completamente, na verdade creio que nem um pouco. Na verdade, eu não gostava dele no começo, mas depois que ele me ajudou, pude perceber o quanto ele era legal mas eu não seria capaz de dizer isso em voz alta. Vejo ele esperar por uma resposta minha, mas eu apenas coloco meus fones de ouvido e tento me concentrar nas músicas como tenho feito durante toda a viagem e como tem sido desde então, o tédio continua.

Pego meu celular, verificando mais uma vez às mensagens e então, no mesmo segundo recebo um áudio da Eunji, o audio que eu havia pedido que ela havia me prometido enviar mas acabou não enviando e uma mensagem. >> 17:12 <<

Eu só lembrei agora, desculpa e alias, Jimin está procurando por você. Devo me preocupar contigo? Você está bem?

Ouça o áudio e não conte para o Jimin, ele me matará.

>> 17: 12 <<

Estou bem. Minha mãe me forçou a fazer uma viagem e não se preocupe, vou ouvir o áudio. Você demorou tanto que eu já tinha me esquecido. Sobre o Jimin… ele não viu meu bilhete?

>> 17:14 <<

Ele provavelmente acha que você foi sequestrada por alguma gangue super perigosa kk, não se preocupe. Vou falar com ele. Estou indo para o hospital visitar Hoseok com Beatriz, depois conversamos.

E então a conversa acaba e sem perder mais nenhum segundo, baixo o audio e respiro fundo, ouvindo logo no início a voz da Eunji.

— Eu não vou mentir pra você, eu sinto quase a mesma coisa, não é como você mas tenho pelo menos metade do que você sente e isso pra mim já muito.— Ela suspira e pelo barulho no fundo, creio que ela esteja em nosso quarto, eu conseguia ouvir uma música no fundo.— Você acha que vai longe?

— Com certeza… Caramba, esse sanduíche que eu fiz está muito bom.— Ele solta uma risada.— Aliás, porque não?

— Jimin, vamos falar sério. Você sabe que contamos tudo um para o outro o tempo todo, lembra da nossa promessa no terceiro bimestre do primeiro ano do ensino médio? Eu comi a comida que você fez e então passei mal porque você nunca foi como seu pai na cozinha e então eu menti só pra você não se sentir mal...— Ouço Jimin dá risada no fundo.— Você me fez prometer e você prometeu também…

— Tudo bem, tudo bem. Você quer mesmo falar sobre ela?— Ele pergunta, demonstrando está mais sério e então Eunji murmura algo, creio eu que eles estavam falando sobre mim e aquilo me deixou de certa forma, ansiosa.

— É exatamente o que eu quero. O assunto dessa noite será: Kang Mery.

Ele ri novamente, mas parecia nervoso.

— Você sabe como eu estive depois que ela morreu, depois que tudo virou de cabeça pra baixo e como eu fiquei mal. Eu odiava a Mery no começo, mas você me conhece, eu costumo provocar aqueles que odeio… Ela é uma garota simples, é estudiosa, esforçada, tem um bom coração e os olhos dela são surreais, juro, parecem desenhados.

— Além de muito bonita e de ter um corpo bonito, é claro...— Murmura Eunji.— Eu, particularmente acho ela muito gostosa.

— Não, não tem haver com a aparência física dela. É claro, ela é realmente bonita mas não foi exatamente isso que me chamou atenção nela, Eunji. Existem garotas bonitas de sobra nesse lugar, é o que mais tem, mas ela não me chamou a atenção exatamente por ser bonita e magra, ou gostosa. Não foi esse o motivo principal…

— Jimin, você está apaixonado de verdade?

Ele suspira.— Estou? Eu não sei. Você já viu o modo como ela olha para mim? Às vezes, quando ela me visita, eu percebo que ela fica me observando e sorrindo à toa, talvez estivesse zombando de mim por alguma coisa mas ela parecia longe enquanto me observava e era tão intenso.— Ele respira fundo.— Eu nunca sei o que pensar quando ouço o nome dela ou quando a vejo caminhar em minha direção. Eu consigo ser ignorante, rude de verdade, consigo até ignorar e ser considerado um filho da puta por algumas pessoas mas quando eu estou com ela, quando estou cuidado da Mery, eu me sinto na responsabilidade de trata-la bem, como se ela merecesse todo o carinho e amor do mundo, como se ela fosse quebrar ou chorar, como uma criança muito fofa porém muito sensível.

— Isso foi profundo...— Eunji dá risada e nesse meio tempo, sinto meus olhos se encherem d'água. Eu estava me emocionando.

— Eu não tenho exatamente certeza do que ela quer de mim, entende? Brigamos, reconciliamos, ela encontra outra pessoa e depois que se magoa corre até mim e eu sinto que jamais poderia ignorar ela enquanto ela chora por algum idiota. Eu não se ela me ama, eu ouvi ela falar mas às vezes duvido que seja verdade.

— Ela disse?

— Sim. Aconteceu algumas coisas com ela e ela teve que dividir a cama comigo por alguns dias e eu tive que cuidar dela e enquanto ela dormia, durante algumas noite, eu ouvi ela sussurrar meu nome e então dizer que me amava e eu sempre estava presente para ouvir aquilo dela enquanto ela sonhar com sei lá o que. Você já se sentiu fascinada com algo? Eu me sentia assim toda noite. Nós não falamos “eu te amo” o tempo todo mas é fácil perceber que sentimos aquilo, mesmo dizendo poucas vezes. Mas às vezes...— Ele faz um barulho com a boca, como se estivesse ficando furioso, como se estivesse rosnando.— Entende? A grande questão é que às vezes eu duvido disso… Às vezes ela age como se não sentisse nada, como se eu não fosse nada e às vezes ela me lembra Junghwa e isso me dá medo. Não quero uma cópia da Junghwa, eu quero uma Mery. Junghwa me fez mal, ela realmente acabou comigo de várias formas possíveis e eu não quero ter que passar por tudo aquilo com a Mery. Quero que ela me ame, quero que ela esteja ao meu lado e quero ouvi-la dizer que me ama enquanto dorme, quero andar de mãos dadas e fazer tudo aquilo que a Junghwa disse que eu jamais faria, que jamais aconteceria comigo porque ao ver dela eu era um fraco, eu sou um fraco…

— Você não é fraco Jimin.— Fala Eunji.— Todo mundo sabe, ela era uma vadia.

— Ela costumava jogar isso na minha cara todo dia, dizia que eu jamais conseguiria me tornar alguém decente porque assim como ela, eu não prestava e eu amava, eu me sentia especial porque para mim ela era incrível, um ícone e só agora eu percebo o quanto aquilo me machucava por dentro.— Ele suspira.— Mery não diz essas coisas para mim, às vezes escuto ela dizer que sou lindo e especial e isso me costuma me deixar feliz mas na frente dela eu apenas fico sem graça, mas sempre que ela diz isso, eu me sinto imensamente feliz.

— Você a ama mesmo?

— Eu deveria?

— Vocês brigam bastante mas são um casal bonito e tenho certeza que ela te ama de verdade, assim como você a ama.

— Não quero ter que me machucar de novo… Eu sei que é quase impossível mas quanto menos melhor.— Ele respira fundo e naquele momento, enquanto percebia às primeiras gotas de chuva cair, a primeira lágrima caiu.— Ela me faz bem, não é como eu me sentia com a Junghwa, é melhor que isso.

— Já pensou em dá o terceiro passo com ela algum dia? Eu confesso que tenho uma quedinha por ela, mas vocês parecem perfeitos um pro outro.

— Terceiro passo? Não, quero dizer, algum dia mas somos novos e estudamos… Talvez quando nosso curso acabar.

— Mas vocês se amam…

— Amor não paga conta no fim do mês, Eunji, mas eu darei o meu máximo para faze-la feliz. Sabia que eu já sonhei com esse dia?— Ele solta uma risada fofa.— Estavamos em uma festa e na hora que íamos para a cama fazer sexo, eu a pedi em casamento e ela surtou tanto que no momento em que pulou em cima de mim, caímos para trás e eu acabei indo pro hospital.

— Que horror.

Ele continua rindo.

— Eu amei, acordei rindo.

— Você é louco?

— Você acha que sou?

— Tenho certeza...— Ela dá risada.— Hey, o que você faria caso eu falasse tudo o que você disse para mim sobre a Mery para a Mery?

— Eu pararia de falar com você. Só eu e você podemos saber disso.— Ele responde.

— O que? Que você é terrivelmente apaixonado por ela?

— Sim!

— Tudo bem.

E então a gravação acaba. Foram quase uma hora inteira e cada segundo, a cada palavra meu coração explodiu em emoção. Ela me avisou, mas não achei que fosse me afetar tanto, não pensei que seria tão duro e maravilhoso ouvir aquilo.

Ele duvidava do meu amor e eu com certeza tinha culpa no cartório por isso. Tiro os fones, e respiro fundo duas vezes antes de pegar meu celular e ligar para Jimin, decidida a dizer que eu o amo mas ele não atendeu nenhuma das três ligações e ficou por isso mesmo. Eu ouvi aquele áudio novamente e de novo, chorei umas cinco vezes de felicidade durante a viagem toda, sorrindo feito uma boba.

— Você está bem?— Ouço minha mãe perguntou assim que ela acorda.— Por que está chorando?

Mas aquilo não importava, eu não respondi. Continuei ouvindo aquele áudio até eu cair no sono, ouvindo Jimin dizer tudo aquilo sobre mim e o que ele realmente sentia. Eu ainda queria ouvir a voz dele, de preferência ainda essa noite mas não tinha certeza se aquilo aconteceria de fato, então, mandei uma mensagem para ele o celular dele e mal havia percebido que já de noite, chovendo, havíamos chegado a uma grande casa. Não era uma mansão, mas era grande.

— Chegamos!— Fala minha mãe com o seu tom tão feliz, tão contente.

Desligo o notebook, aguardo tudo para não pegar ficar danificado por causa da chuva e então dou uma última verificada, ficando cada vez mais preocupada. É possível que ele esteja dormindo?

Abro a porta e enquanto o meu padrasto pega minha mala, minha mãe e eu corremos até a porta. Minha mãe bate duas vezes na porta e então na terceira, um homem aparentemente muito bem arrumado nos atende e ao ver o noivo da minha correndo até o seu encontro, ele nos dá passagem sorrindo.

— Estavamos esperando vocês.— O homem com um sorriso simpatico nos comprimenta assim que entramos e ao colocar às malas no chão, uma mulher na faixa dos 40-65 caminha até nós, mas desvia o caminho e abraça forte meu padrasto.

— Estava preocupada. Como você está meu filho?

Ela não parecia tão velha, apesar dos seus cabelos brancos e o lugar não era feio, era uma casa normal com uma aparência boa. Era arrumado e o cheiro era de arroz frito e frango… Só o cheiro já fez minha barriga roncar.

— Você deve ser a querida Mery, certo?— O senhor veio me comprimentar e eu abro um sorriso, querendo parecer agradável.

Será que tem wifi nesse lugar?

— Prazer em conhece-lo, meu nome é Kang Mery.

Percebo minha mãe de olho em mim, analisando meus modos, observando cada detalhe em mim para ver se eu estava correta. Ela preza muito pelos bons modos, tanto é que quando eu era menor, me forçou a fazer etiqueta por três anos seguidos porque uma vez eu fui chamada atenção por um idoso após ter chamado ele de chato.

— É um prazer recebe-los...— A senhora olha para minha mãe e então para o seu noivo.— Estava com saudades meu filho.

— Eu também, mamãe.— Ele responde, sorrindo, sempre tão simpático.

— Vocês devem está morrendo de fome. Deixe às malas ai, depois arrumamos. Vamos comer.

Sem pestanejar, acompanhamos aquele que sugiro ser meu novo avó até a sala de jantar aonde um banquete caprichado foi servido. Comemos bastante naquela noite chuvosa, enquanto tentava não presta atenção nas notificações do meu celular em meu bolso, coloco um garfo com sobremesa em minha boca e assinto sempre que alguém fala comigo, apenas por educação, assim como minha mãe me ensinou.

Mãe, está orgulhosa de mim agora?

Respiro fundo e com a mão direita, dirijo um copo com suco de laranja, direto da fruta, para a minha boca e ao terminar, permaneço em meu lugar, observando a conversa desinteressante deles ao meu redor.

Meu celular continuava vibrando, seria Jimin? Discretamente, abaixo minha cabeça e tiro o celular do bolso e vejo duas ligações do Jimin e algumas mensagens do Namjoon, Yoongi e Han e assim que desbloquear meu celular, ouço minha mãe me chamar.

— Sim?!— Ergo a cabeça, expondo meu sorriso mais simpático.

— O que achou da ideia?— Ela ergue às sobrancelhas, como se estivesse me testando e meu coração para naquele momento. O que responder quando se sabe a resposta?

— Será uma tarde agradável...— Ouço o noivo da minha mãe murmurou, olhando para mim.— Você terá que acordar um pouco cedo mas não se preocupe, você estará livre antes do almoço ficar pronto.

— Por mim, tudo bem.— Olho para ambos, ainda sorrindo. Meu rosto estava começando a doer, odeio abrir sorrisos falsos.— Que horas mais ou menos?

— Sete da manhã está bom para você?

Assinto.— Certamente, senhor.

Ele ergue às sobrancelhas, solta uma risadinha mas não questiona o “senhor”. De acordo com minha mãe, eu deveria me dirigir às pessoas assim. “Senhora”, “    Senhor”.

Assim que começam a se levantar, a senhora de cabelos grisalhos, me comprimenta novamente e me deseja uma boa noite.

— Querido, pode levar a Mery para o quarto?— A mãe dele, o noivo da minha mãe, se dirige a ele.— Acho que ficaremos aqui por um tempo. Faz tempo que não nos vemos.

— Tenham uma boa noite.— Digo, uma última vez e então, meu padrasto e eu subimos a escada em silêncio até chegar ao corredor.

— O que foi aquilo?— Ele pergunta assim que relaxei meus ombros.— Ficou estranha de repente.

— Como assim?

— Está brava comigo? Sua mãe que sugeriu que saíssemos mais, se não quiser acordar cedo, tudo bem.— Ele toca meu ombro.— Você não está aqui para seguir ordens como uma escrava.

— Desculpe! Minha mãe é perfeccionista demais quando se trata de bons modos, ainda mais em casa de estranhos. Ela ama quando estranhos elogiam a educação que ela deu a sua filha.— Bufo.— Meus ombros estão doendo.

Ele ri.— Sua mãe é doida.

Ele para em minha frente e em seguida abre uma porta de um quarto pequeno mas o bastante para uma semana.

— Espero que descanse seus ombros.— Ela se curva.— Tem certeza que quer fazer isso?

Ele está se referindo a amanhã?

— Tudo bem, de verdade.— Digo, sorrindo.— Tenha uma boa noite.

Digo e fecho a porta, vendo minha mala em minha cama assim que me viro. Encho minhas bochechas com ar e bufo, de saco cheio. A primeira coisa que fiz foi tirar o sutiã e pegar meu celular para finalmente, depois de minutos, responder Jimin e os outros.

Sem pensar em qual responder primeiro, abro a mensagem do Yoongi que resumia basicamente na preocupação que ele sentiu ao saber que eu tinha ido, talvez Jimin realmente não lido o bilhete que eu deixei. Respondo suas mensagens com um simples: “Estou bem, idiota.”, e em seguida Han, que apenas me alertou sobre Jimin ter surtado e ter revirado o quarto dele achando que eu estava lá, eu ri sozinha por causa daquilo e ao abrir a mensagem do Namjoon, me deparo com a seguinte mensagem: “Hoseok está bem, antes que me pergunte. Essa tarde ele abriu os olhos, mas esotu preocupado com V. Ele não atende e aparentemente sumiu do mapa e você, também, aonde você está? Se estiver com V, peça a ele para não fazer nenhuma besteira.”

Suspiro e quase que imediatamente, digito o número de Taehyung mas está na caixa postal, de novo e de novo, nada. Frustrada, na minha sexta tentativa, recebo uma outra mensagem do Jimin e em seguida ele me ligar por vídeo.

Cobrindo meus peitos com o travesseiro, atendo a ligação.

— Meu Deus, você está viva.

Ele põe suas mãos sobre sua boca e sorrir ao me ver sorrir, e essa foi sua reação. Aquilo me fez ri.

— Como foi o seu dia? O meu foi chato.— Bufo.— Passei tanto tempo sentada que senti minha bunda virar um quadrado.

— Angustiante. V sumiu, você sumiu.

— Não viu o bilhete?— Respiro fundo.

— É claro que sim, mas quem me garante que aquilo não estivesse sido escrito por qualquer um? Eu não consegui não me preocupar.— Ele em seguida sorrir.— Pelo menos você está segura.

— V-ssi sumiu mesmo? Devo me preocupar, queria está ai para ajudar a proucura-lo.— Bufo.— Minha cabeça dói só de pensar que terei que passar uma semana aqui, sem vocês.

— Vamos achar ele, mas mesmo assim estou preocupado.— Jimin suspira.

— E sobre a viagem de vocês? Cancelaram? Eu queria muito poder ir com vocês.

— Na verdade, eu estava me arrumando para sair agora mesmo. Jin e Namjoon combinaram de todo mundo se encontra naquele bar que costumávamos ir, tenho apenas meia hora para me arrumar. — Jimin passa a mão pelo cabelo.— Vamos decidir como às coisas serão resolvidas e o pior que Jin ainda não sabe sobre Hoseok.

— Entendi….

— Como está o seu nariz? Parece ruim?— Ele pergunta.— Se alimentou bem?

— Sim...— Abro um sorriso.— Estou bem Jimin, mas odeio está aqui e ter que aplicar os bons modos que a minha mãe me ensinou a cada passo que dou. — Respiro fundo.— É sufocante.

Ele ri.— Você vai aguenta firme.

— Queria que estivesse aqui. — Faço bico.— fiquei preocupada porque não respondeu minhas mensagens e alias, fiquei sabendo que invadiu o quarto do Han e revirou tudo por minha causa.

— Eu tive que resolver algumas coisas sobre a luta, está tudo bem e sobre Han, ele ficará bem.— Ele rir.— Estou com saudades, não posso ficar uma semana longe de você.

— Por que não vem me buscar?— Sugiro, brincando… Na verdade nem tanto.— Eu realmente não quero ficar aqui. Amanhã vou ter que acordar cedo para passar um tempo com o noivo da minha mãe.

— Ele parece ser um homem legal...— Jimin comenta.— Odeia ele?

— Não, eu não o odeio mas também não quero ter que fazer isso. Só vou fazer porque minha mãe quer e você sabe como ela é… Não quero confusões enquanto estiver aqui.

— Na verdade é difícil entender a relação de vocês duas… Ela te expulsa de casa, inventa uma desculpa para se desculpar e depois age como se não tivesse feito nada de errado. Tento ser legal com sua mãe por sua causa, mas sei que ela não gosta de mim e eu não gosto dela.

— Tudo bem, nem eu gosto dela.— Pisco para ele com o olho direito e o faço rir.— Jimin, eu te amo mas estou entediada.

— Mery, eu te amo mas odeio sua mãe.— Damos risada.— Mas tento amar ela porque ela é sua mãe. Posso te fazer uma pergunta?

— Pode!

— Lembra daquela noite em que fomos visitar a casa do meu pai porque causa de um jantar de família? Eu te dei algo, você viu?

Arregalo os olhos e então olho para minha bolsa. O pen-drive, eu nunca tive tempo de verificar o que tinha lá e quando tive tempo, esquecia.

— Claro!— Digo e ele me olha desconfiado.— Tô falando sério… Inclusive, isso me lembra que amanhã é o seu aniversário, certo?

Ele revira os olhos.— Sim, quem te contou? Eu odeio mencionar meu aniversario com outras pessoas.

— E isso importa? O que você fará amanhã para comemorar?— Pergunto, tentando fazer ele ficar animado.

— Provavelmente vou ficar bêbado e dormir até tarde, como tenho feito durante todos esses anos.— Ele rir.— Geralmente eu aproveito a data e transo com alguma estranha mas a pessoa com quem eu quero está, está muito longe.

— Vou preparar algo para você quando o ver. Vou comprar algo legal.— Digo, sorrindo.— Você gosta de bolo de creme com chocolate? Estou pensando em fazer um pra você.

— Mery, não preciso de nada disso.— Ele afirma.— Eu não ligo para essas coisas.

— Creme com chocolate ou morango com chocolate?— Pergunto, ignorando sua frase feita. Ele parecia minha mãe mas eu tinha certeza que ele queria aquilo.

— Creme com chocolate e confeitos de chocolate branco.— Ele sorriu.— Você é uma boa pessoa.

— 22 anos, nós precisamos comemorar e eu preciso está presente.— Digo, piscando.

— E como pretende fazer isso?— Ele pergunta.

— Eu dou meu jeito...— Afirmo, fazendo ele sorrir e dizer o quanto eu era boba por planejar algo como aquilo.— Enfim, acho melhor tomar meu banho e me deitar.

— Vejo você amanhã?— Ele pergunta e eu assinto, assim que me levanto ele grita.— Belos seios, gatinha.

Dou risada.— Diga a todos que estou bem, até amanhã.

Ao desligar, espalho todas às roupas da mala pela cama e decidida a arrumar tudo antes de tomar um banho para dormir. Termino de arrumar tudo depois das dez horas, quase duas horas depois que falei com Jimin e tudo isso graças a minha preguiça. Quando termino, acabada e cansada, tomo um banho longo e quando saio do banheiro, visto um pijama qualquer e me deito.

Horas se passam e o sono e o sono não veio.

Minha mãe veio me dá boa noite e eu ainda estava acordada. Faltando poucos minutos para uma da manhã, com o meu celular ligado enquanto rolava algum video engraçado no youtube, saio do quarto a fim de tomar um copo d'água.

Abaixando-me para pegar a garrafa com água, sinto aquele vento frio em minhas pernas nuas que por fim acabaram me arrepiando por inteiro e então, no escuro, encho meu copo e bebo, tentando manter minha mente quieta, silencioso. Eu preciso está bem para amanhã. Coço o meu nariz, mas com cuidado para não machuca-lo ou tirar o curativo. Aquela região estava estranhamente inchada, bebo mais um pouco de água e o meu celular toca.

Achando ser o Jimin, atendo sem ver a identificação primeira.

— Jimin?! Vá dormir...— Não era o Jimin.

— Melhor que isso, sou eu, Yoongi.— Ouço ele falar com um tom de voz tão engraçado que tive que me segurar para não rir alto.

— Idiota. O que você quer?

— Conversar, talk, sabe? Interagir.— Ouço ele suspirar.— Beatriz está no hospital com Hoseok, Jungkook saiu com uns amigos que nem eu sabia que ele tinha e a sua querida, porém pestinha irmã está domingo em minha cama porque aparentemente lá é mais confortável.

Dou risada.— Bom, eu estou entediada e sem sono.

— Que tal sexo por telefone?— Ele sugere e cai na garganta em seguida.— Eu realmente preciso falar com alguém… Sabe, eu estou com tanta preguiça que ainda não tomei banho.

— Não toma banho desde ontem?— Arregalo os olhos.— Meus Deus Yoongi, para de ser porco e toma um banho.

— Querida, eu não tomei banho mas eu continuo cheiroso. Meu suvaco é depilado e eu tenho cheiro de rosas.— Seu tom me fez rir.

— Ata, sei.

— Aliás, contamos ao Jin sobre Hoseok e ele bateu em todos nós por não ter contado antes.— Yoongi rir.— Foi engraçado, porém meu braço está doendo.

— Olhe pelo lado positivo, fiquei sabendo que Hoseok está bem.

— Sim, mas V desapareceu e estamos preocupado… Menos Jungkook, aparentemente, mesmo com problemas, ele arruma um tempo para sair com seus novos amigos apenas para beber, sinceramente, ele tem me irritado.

— Irritado?

— Brigamos antes dele sair por causa da irmã dele. Ele tem estado bem estranho e a irmã dele me disse que ele andou cheirando pó branco... Se ele estiver mesmo fazendo o que eu acho que está fazendo, ainda mais na frente da irmã pequena dele, vamos ter uma terceira guerra.

— Fica calmo, vai ver nem é isso.— Tento acalma-lo.

— Ele está estranho essa semana… Depois que uns caras começaram a andar com ele, ele tem agido agressivamente com Ayeon. Ontem, só porque ela queria muito ir ao parque, ele gritou com ela e a fez chorar por duas horas seguidas. Chegou uma hora que eu achei que ela fosse desmaiar.

Bufo.— Quer que eu fale com ele ou que Jimin fale com ele?

— Não. Isso é entre nós, eu vou resolver.

Respiro fundo.— Vamos falar de coisas boas… Jimin me contou que vocês iriam decidir hoje sobre a tal viagem… O que resolveram? Notícias boas?

— Ah… Isso...— Escuto um som no fundo, um som bem alto, como se alguém estivesse fechado a porta com muita força.— Jungkook-ah!?

— Yoongi, está tudo bem?— Pergunto.

— Sim, sim. Deve ser o Jungkook.— Ele responde, rápido.— Jungkook? É você?...— Ouço uma voz embriagada e então um gemido, “O que faz acordado caralho? Estava me esperando como uma boa esposa?”.— Você está fedendo, vá tomar um banho e pelor amor de Deus, não grite para não acordar Ayeon.

— Vá tomar banho você...— Ouço Jungkook no fundo.— Yoongi estou cansado, tem comida?

— Porra...— A voz do Yoongi fica mais nítida, sugiro que ele tenha aproximado o celular da boca.— Mery, conversamos depois…

E ele desliga.