— O que a gente tá fazendo aqui mesmo? — Yuta perguntou.
— Viemos falar com o meu tio. — ri. — Obrigado, tio Yugyeom.
— Eu não vou deixar vocês aqui, estou esperando. — ele disse e eu sorri agradecendo enquanto saía do carro. — Cuidado, por favor.
— Seus pais sabem disso?
— Seus pais sabem que o Hansol já transou com você?
— Cala a boca. — ele me empurrou. — E não, eles não sabem, mas eu estou para sair de casa.
— Yuta.
— Os pais de Hansol falaram que me aceitam, eu não vou continuar naquela casa onde eu não posso ser eu mesmo. — ele disse e eu sorri. — Eu quero ser feliz e se eu quebrar a minha cara com o Hansol, foda-se, eu vou aprender com isso.
— Tô tão orgulhoso, neném. — suspirei e ele riu. — É aqui nessa casa.
— Pode bater. — Yuta disse e eu bufei.
— Jaemin. — Mark disse assim que abriu a porta. — Entra.
— Os seus pais estão? — ele negou. — Quando voltam?
— Amanhã, eles foram resolver alguns assuntos da loja deles. — disse e olhou para Yuta. — Olá.
— Oi.
— Então pega uma muda de roupa, tranca tudo e vem comigo.
— O que? Por quê?
— Você vai conhecer seu irmão.
-x-
— Isso não está certo. — Mark reclamou.
— Você é uma mistura horrível dos seus pais. — Yugyeom disse sobre mim e eu ri. — Jaemin o menino não podia ter saído de casa daquele jeito.
— Eles só voltam amanhã, calma. — disse e ele estacionou o carro. — Obrigado, tio.
— Você pode me levar, Yug? — Yuta perguntou e o mais velho assentiu. — A gente se fala mais tarde, Jae.
— Tchau, e você vem. — puxei Mark para fora do carro. — Se anima, você vai conhecer os meus pais.
— Eu nem deveria estar aqui, você sabe disso. — ele disse olhando ao redor. — Jaemin...
— Vem, eles devem estar fazendo o jantar, demoramos demais.
— Você nem quis saber se eu queria vir. — ele reclamou e eu ri.
— Você quer, tá bem na cara. — disse antes de abrir a porta.
— Você pode até estar certo, mas deveria perguntar.
— Para um alfa fodão como os meus avós querem, você é bem medroso. — ri o puxando. — Pais, cheguei!
— Onde você estava? Você deveria ter ido com o Jeno na faculdade. — Jimin apareceu e olhou para Mark. — Park Jaemin!
— Esse é o meu tio. — ri falando para o meu pai. — Mark.
— O que foi? — Jungkook disse entrando na sala. — Quem é esse?
— E depois me perguntam porque eu não sou educado. — resmunguei. — Esse é Mark, dêem oi para ele.
— Você não fez isso. — Jungkook passou a mão pelo rosto. — O que eles vão dizer quando souberem que esse menino está aqui?
— Eu falei isso pra ele. — Mark disse baixinho.
— Eu já disse que pra um alfa você é mole demais. — murmurei.
— Venha. — Jimin apontou para mim. — Agora para o seu quarto, vamos conversar.
— Mas pai!
— Park Jaemin!
Olhei para Mark que estava sem jeito, Jungkook se aproximou dele e sorriu sem graça, estendeu a mão – que mesmo sem jeito Mark segurou.
— Venha aqui pra cozinha, está com fome? — ele perguntou e Mark assentiu. — Depois vamos levá-lo de volta pra casa.
— Jaemin. — abaixei a cabeça seguindo para o quarto com Jimin.
-x-
— Você sabe que isso foi errado, não sabe? — Jimin perguntou sentando na beira da cama.
— Eles estão viajando e eu só pensei que o pai poderia falar com o Mark, eles são irmãos e o senhor viu como ele é todo... ah pai! — resmunguei me jogando na cama.
— Você sabe que não foi o certo mesmo que na sua cabeça seja outra coisa. — ele suspirou. — Eles poderiam sim se conhecer, mas você sabe que o Mark segue os pais, ele não vai ficar calado ou os pais podem descobrir. Jaemin, não quero ver eles perto do Jungkook.
— Eu quero que o Mark não aja como eles querem, você entende? — perguntei sentando e ele assentiu. — Então eu pensei que o pai poderia falar com ele.
— As vezes é bom só aconselhar e deixar que as suas palavras levem a pessoa a pensar. — Jimin disse sério. — Você deve colocar na cabeça dele aquele momento de duvida, se o que os pais dele falam ou não é certo ou não. Você não precisa fazer ele mudar de uma noite pro dia, apenas coloque a duvida na mente dele e ele mesmo vai descobrir.
— Não posso dar nem um empurrãozinho?
— Não, filho. — ele suspirou. — Ele precisa querer ver o que está na frente dele. Vivemos em uma sociedade onde as coisas estão mais livres, lógico que ômegas ainda sofrem, betas ainda são excluídos. Mas é bem melhor do que uns anos atrás e ele vai perceber que o jeito que foi educado não é o melhor.
-x-
Assim que meu pai terminou de falar, ele saiu do quarto, eu não fiquei ali e saí logo depois indo para a cozinha, bem devagar me encostei na porta e ouvi algumas risadas.
— Não é como se fossemos diferentes. — escutei Jungkook falando. — Eu apenas queria ser mais livre, entendeu?
— Eu sei que eles me ensinam coisas que para eles são o certo, eu sei disso. — Mark disse. — Mas, eu gosto de ser assim, sabe? As vezes é um pouco chato, mas já é algo do meu jeito.
— Eu entendo. Eu espero que você fique bem, Mark.
— Obrigado.
— Se um dia você precisar de algo, pode vir falar comigo que eu te ajudo, ok? Eu, meu marido e Jaemin estaremos aqui por você. Podemos não ter laços de sangue, mas eu sinto que você faz parte de mim mesmo indiretamente.
— Obrigado de novo, e não se preocupe, eu não vou contar a eles que vim aqui.
— Você pode vir mais vezes. — disse entrando na cozinha e Jungkook me olhou em repreensão.
— Jaemin, teremos outra conversa. — Jungkook disse e eu olhei para Mark.
— Não mandei me trazer. — Mark murmurou.
— Eu mesmo o incompreendido nessa família. — reclamei.
-x-
— Tá grávido? — perguntei e Jeno assentiu rindo. — Meu deus, e agora?
— Mais um na família sem falar palavrão. — ele disse deitando ao meu lado na cama. — Hoseok tá feliz demais.
— Imagino. — ri baixinho.
— Você não me contou sobre o tal Mark. — Jeno lembrou. — No que deu?
— Ah, ele conversou com o Jungkook e depois foi embora, simples assim. — suspirei. — Acho que semana que vem quando os pais dele viajarem ele vai vir aqui.
— Hm.
— Je, ontem a Yuji perguntou sobre você quando fui na faculdade entregar meus documentos. — disse me virando para ele, e ele fez o mesmo. — Você sabe que ela gosta de você não sabe?
— Ouvi falar, mas você sabe que eu não ligo pra isso. — ele riu. — Tô realmente focado em outras coisas, cara.
— Mas ela me disse que você pode gostar dela.
— Como assim?
— Ela veio com um papo de que eu posso ser beta e ser seu amigo, mas ela como ômega te consegue mais rápido. — revirei os olhos.
— Ela o que?
— Te acalma aí porra.
— Que vaquinha! — Jeno disse e eu ri. — Coisinha estranha.
— Jeno, meu amor, xinga.
— Para com isso.
— Imagine você no sexo e não xingando. — ri mais alto.
— Para idiota. — ele bateu no meu braço. — Besta.
— Mas então, só comentei mesmo o que ela falou.
— Ela poderia ser a ômega mais linda do mundo, eu sempre vou preferir você. — ele disse me olhando. — Como amigo, claro, você sabe.
— Jeno, você gosta de mim?
— É claro, somos amigos. — ele riu sem graça.
— Não assim, idiota. — murmurei. — Gostar de... como alfa gosta de um ômega, no meu caso beta.
— Eu já vou. — ele disse se levantando. — A gente se vê amanhã, vai lá em casa com seus pais.
— Ei Jeno. — chamei antes que ele saísse do quarto. — Eu gosto de você viu, não só como amigo. Fica a dica.
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