História Better in Stereo - XX. First Date

No dia seguinte, acordei com a luz do sol batendo sobre nós através da janela, resmungando um pouco e colocando a mão sobre meu rosto. Jungkook ainda estava dormindo e me mantinha firme em seus braços, que estavam passados por minha cintura. Como estávamos livres de qualquer peça de roupa que não fossem nossas peças íntimas, podia sentir diretamente o calor da sua pele me envolver de uma maneira que fazia eu me sentir protegido. Por conta disso, hesitei em me levantar para fechar as cortinas; não queria acordá-lo. Mas estava me incomodando tanto que acabei tendo que fazê-lo. Afastei os braços dele lentamente até me desvencilhar deles e quando me levantei senti uma dor insuportável em minhas pernas e quadril que me fez gemer baixo e cambalear um pouco. Céus! Quem diria que uma noite de sexo tão gostosa fosse me deixar naquele estado deplorável no dia seguinte? 

Caminhei mesmo com dores, lentamente, até a janela e puxei as cortinas, voltando para a cama no mesmo ritmo.  

Jungkook era um maldito sádico. 

Claro que as dores não eram tão acentuadas no dia anterior e me deixavam a ponto de pedir por cada vez mais, mas eu não havia pensado no dia seguinte.  

Me deitei ao lado dele novamente, de costas para o mesmo, puxando seus braços contra meu corpo novamente e os sentindo me apertar mais uma vez conforme ele pressionava mais seu corpo sobre o meu. 

— Bom dia, princesa. — Dizia manhoso em meio a sua voz de sono, deixando um beijinho em minha nuca. 

— Bom dia... Tô todo dolorido. — Resmunguei com um bico, e ele riu, puxando o cobertor para baixo um pouco para acariciar meu corpo, analisando-o. 

— Eu te assustei muito ontem à noite? — Ergueu o olhar para mim, parecendo preocupado, e eu neguei com a cabeça. 

— Foi gostoso... Eu quero muito mais. — Levei a mão até o rosto dele, puxando seu rosto para perto para selar seus lábios demoradamente. E era incrível como um simples beijo já era o suficiente para me deixar aceso e querê-lo mais uma vez, mas parei antes. — Argh! Para de fazer isso. 

— O quê? — Riu divertido, afastando o rosto minimamente para me olhar. 

— De me atiçar só com beijo.  

— Eu não fiz nada... — Disse com um falso tom inocente, deslizando uma das mãos por meu corpo até tocar minha bunda, apertando uma das minhas nádegas. — Mas se quiser mais sexo... Ainda devemos ter mais um tempinho. — Sussurrou contra minha orelha, fazendo questão de roçar seus lábios sobre meu lóbulo, me provocando arrepios. 

— Temos? — Perguntei com a voz trêmula, deixando meus olhos fechados enquanto minha respiração já tornava-se irregular novamente. 

— Uhum... Namjoon deve chegar à tarde. — Deslizou os lábios de minha orelha até meu pescoço, onde distribuiu alguns chupões e mordidas. Eu grunhi baixo. 

— U-Uhum... — Concordei com o tom mais gemido, jogando mais meu corpo para trás. Ele deslizou sua mão para dentro da boxer que eu usava, arrastando seus dedos entre as minhas nádegas, puxando uma delas para tocar bem em minha entrada, pressionando seus dedos ali o suficiente para me fazer gemer baixo. 

— Quero te foder assim. Aqui. Agora. — Subiu seus lábios por meu maxilar, mordiscando levemente. 

— Jungkook... — Rebolei contra seus dedos mesmo sabendo que eu precisava levantar e ir para casa. O senti tocar minha mão e a levar para trás até inserí-la por dentro da sua boxer, de forma que eu pudesse sentir seu pau rígido pulsar em minha mão. Massageei e comecei a masturbá-lo lentamente.  

— Você quer tanto isso. — Sussurrou em meu ouvido mais uma vez, soltando um gemido arrastado em seguida que me arrepiou inteiramente. 

Mas... Eu precisava ir para casa. E dolorido como eu estava, um terceiro round pela manhã me deixaria pior. 

— Kookie... Para. — Falei firme, como se o estivesse repreendendo, me afastando e lutando para me sentar na cama, um pouco de lado já que meu quadril doía. — Eu preciso ir... Mesmo. 

— Chato. — Fuzilou-me com os olhos, mas riu divertido em seguida, aproximando-se para me dar um selinho, que foi devidamente retribuído. — E onde vai? 

— Em casa avisar que estou vivo. — Me levantei, passando a vestir minhas roupas com cuidado.

— Hmm... Vou ficar com saudade. — Fez um bico em reprovação ao me ouvir falar, e eu sorri bobo por achá-lo tão adorável daquele jeito. 

— Eu sei... E eu também. — Curvei meu corpo sobre a cama após me vestir e apoiei as mãos no colchão, roubando mais um selar demorado dos lábios dele. — Nos vemos amanhã. — Sussurrei, e ele assentiu levemente. 

Me levantei sem deixar de sorrir para ele e saí pela porta, jogando um beijo antes que eu saísse. 

Então, Jungkook e eu estávamos oficialmente saindo. Os dias pareciam passar rápido ao lado dele. E não havia mudado muita coisa em comparação a quando éramos apenas amigos, ainda comíamos juntos, víamos filmes, saíamos, mas a grande diferença era que agora talvez parecêssemos realmente um casal, já que nos beijávamos sem medos ou interrupções e, bem... Também outras coisas a mais que, convenhamos, todos sabem o que é. Nosso fogo era sem limites e quando estávamos juntos se tornava um incêndio, não importava se fosse escondidos em alguma sala vazia da Big Hit ou quando nossos companheiros de quarto se  ausentavam. Me entregar à ele era sempre algo novo e delicioso em todas as vezes. Não era repetitivo ou maçante, e sim as sensações mais gostosas que eu já havia vivenciado se tratando de sexo. 

Os meninos não tinham ciência do nosso caso ainda justamente por Jungkook não ser um grande fã de exposições, com exceção de Jimin e Suga que eram os mais próximos de nós, e tendo ciência de todas as exs malucas dele, eu preferia me manter daquela forma, sem ninguém saber ou poder contestar sobre nós. Por mais que os meninos fossem nossa família e de extrema confiança, optamos por deixar baixo por um determinado tempo. 

Por volta de duas semanas depois de estarmos saindo, Jungkook me fez um convite.  

— Hey. Eu fiz uma reserva essa noite naquele restaurante que fomos com os meninos no aniversário do grupo... E adoraria que você me acompanhasse. — Falou baixo em meu ouvido quando eu estava preparando o almoço, me fazendo dar o primeiro sorriso do dia. 

— Eu adorei a idéia. É claro que eu quero. — Virei o rosto sobre o ombro para olhá-lo, e ele aproveitou para roubar um selar dos meus lábios enquanto apoiava uma das suas mãos em minha cintura para acariciar. 

— Espero você lá às oito então. — Avisou animado, afastando-se.  

O olhei até que ele deixasse a cozinha e suspirei. Merda. Eu estava tão apaixonado que sequer era capaz de deixar de sorrir como um retardado. Estava feliz porque pela primeira vez um dos nossos encontros parecia mais romântico, afinal o restaurante era super refinado e bem frequentado por casais, tanto que havíamos comentado com os meninos sobre isso quando fomos lá. Éramos os únicos solteiros do lugar aparentemente. 

Mas eu precisava surtar com alguém antes, então terminei o café da manhã e esperei todos comerem para arrastar Yoongi para um canto vazio e falar com ele. 

— Jungkook me convidou pra sair pra jantar com ele! — Anunciei completamente animado, e Yoongi se animou também. 

— O que?! Já estão nesse nível? Pra quem dizia que era só uma amizade colorida no começo. — Cruzou os braços, me encarando desconfiado, e eu ri.  

— Estamos! E tipo... Eu soube que estamos só hoje? Realmente ele pretende ter algo a mais do que sexo e amizade comigo... E wow! — Falei, totalmente nervoso e rindo a toa, o que fazia Yoongi rir também. 

Eu surtei mais um pouco e Yoongi comemorava junto a mim, do jeito mais fechado dele, mas comemorava. Passei mais algumas horas com os meninos, afinal às vezes sentia falta de ter todos reunidos, e quando já era um pouco mais tarde, decidi que a próxima parada era: casa. Além de querer surtar com minha outra família, também precisava escolher uma roupa mais bonita e todas as minhas grandes opções estavam lá. 

— O crush me chamou pra jantar com ele! — Anunciei logo ao adentrar em casa, e todos me olharam surpresos, rindo do meu ânimo. 

— Como é? — Yixing colocou as mãos na cintura, olhando-me tentando entender melhor, sem deixar de sorrir. 

— Alguém nessa casa precisava desencalhar, né, Yixing? — Daehyun brincou com ele, bagunçando seus cabelos, e ele o fuzilou com o olhar, emburrado.  

Yeseul apenas me lançou um olhar de canto e adentrou a cozinha, soando como se não se interessasse ou estivesse se escondendo, mas eu não pude deixar de notar. E achar um pouco estranho, mas tudo bem. 

— Sim, ele me convidou e eu preciso ficar bem princesa para o meu primeiro encontro depois de tanto tempo. — Sorri bobo, e todos na sala riram. 

— Um bobinho apaixonado. — Afirmou Chanyeol. Com exceção dele, que era um dos melhores amigos de Jungkook junto a Jimin, Yixing era o único que sabia quem realmente era o meu “crush secreto”. 

— É Daehyun, é Seokjin... Todo mundo apaixonado nessa casa, pelo amor de Deus! — Reclamou Yixing em um tom divertido, acabando por rir e fazer com que todos nós ríssemos novamente. 

Quando eram por volta de seis e meia da tarde, eu subi para o meu quarto para me arrumar. Estranhei um pouco o fato de Yeseul não aparecer novamente para pular em mim e me abraçar como ela faria, mas resolvi relevar, talvez ela só estivesse em um desses dias ruins onde a gente só quer se isolar. 

Estava secando meu cabelo após o banho, quando Yeseul surpreendeu-me ao chegar para me ajudar, tomando o secador das minhas mãos. Era muito gentil da parte dela, e eu sorri em agradecimento, mantendo-me em silêncio até que terminasse, já que com o barulho do secador era impossível ouvir muita coisa. 

— Pronto, está bem lindo. — Abriu um sorriso para mim através do espelho ao terminar, desligando o secador. 

— Obrigado, omma. — Passei uma das mãos sobre meus cabelos, ajeitando-os, e em seguida me virei de frente à ela, mantendo-me sentado. — Você está bem? 

Ela assentiu. 

— Eu estou, e desejo muito sucesso no seu primeiro encontro com o crush. — Manteve-se a sorrir de leve enquanto me olhava. Ainda assim, sentia que algo a estava incomodando, mas novamente não insisti. 

— Ah, obrigado, omma! Eu estou tão feliz com isso tudo... — Abaixei a cabeça, um pouco tímido por soar tão bobo. 

— Você merece isso, bebê. — Afagou meus cabelos, e em seguida se afastou até se retirar do quarto, me deixando um pouco pensativo, mas novamente não questionei.  

Omma estava agindo de maneira estranha, bem estranha. E aquilo me preocupava. 

Enfim, vesti uma das minhas melhores roupas, passei uma leve maquiagem, perfume, e estava finalmente pronto para ir. E ligeiramente atrasado, já que eram sete e cinquenta e cinco. E eu demoraria por volta de quinze minutos para chegar até lá, então peguei minhas coisas e saí correndo acenando rapidamente para me despedir de todos. Esperava que Kook não se importasse com meu pequeno atraso. 

Como esperado, cheguei com dez minutos de atraso e me apressei para entrar no restaurante, parando na porta ao vê-lo sentado em uma mesa parecendo um pouco impaciente, até preocupado, transparecendo toda a sua ansiedade. Não pude deixar de abrir um sorriso enquanto o admirava por alguns instantes. Olhá-lo sempre parecia como a primeira vez e era inevitável sorrir; sentia-me tão feliz por tê-lo ao meu lado que o meu coração parecia querer saltar para fora do peito. Mas enfim, logo adentrei o restaurante. E quando ele me viu, sua expressão preocupada se esvaiu para dar espaço a um grande sorriso animado. 

— Pensei que ia me dar bolo. — Disse em um tom divertido enquanto me observava sentar-me a sua frente.  

— Nunca deixaria meu maknae esperando.  

Ele riu um pouco bobo e desviou o olhar para o cardápio que passou a segurar, nitidamente tímido e nervoso com aquele encontro. E eu não conseguia parar de pensar no quão fofo ele parecia. Não conseguia desprender meus olhos dele, como se ele, simplesmente, fosse a melhor coisa que pudesse ser observada ali. E para mim era, sempre era. 

Eu estava tão perdidamente apaixonado... 

Ele ergueu seu olhar, encontrando o meu imediatamente e fazendo o meu sorriso se alargar mais ainda. 

— O quê...? — Abriu um sorriso tímido ao me flagrar. Eu apenas neguei com a cabeça e desviei o olhar para baixo. 

— Só estava te admirando. Enfim, já sabe o que vai pedir? — Mudei de assunto imediatamente, tentando evitar que eu também acabasse envergonhado. 

— Que tal salmão grelhado, hyung?  

— Parece um bom pedido! — Concordei, empolgado. 

Nós aguardamos o garçom e fizemos o nosso pedido tranquilamente, que não demoraria muito para chegar, então fomos questionados à respeito do que iríamos beber.  

— Uma... Água? — Sugeri, sem muita segurança. 

— É uma noite especial, hyung. Nós podemos... — Abaixou seu olhar para o cardápio por mínimos instantes. — Tomar... Um vinho. Você gosta? — Voltou a me olhar, sorrindo. 

Hesitei por alguns instantes por se tratar de bebida alcoólica. Não estava muito acostumado a ver Jungkook bebendo, já que o havia conhecido quando este era quase um bebê aos meus olhos, cujo eu precisava cuidar a todo custo por ser o hyung mais velho. Mas logo me lembrei do episódio da festa, apagando todo e qualquer pensamento negativo a respeito de bebida alcoólica e Jungkook. 

— Sim! Eu adoro! Pode ser. — Assenti imediatamente. 

Afinal, o teor alcoólico do vinho também nem era tão elevado assim. Enfim! 

Quando o garçom se retirou, uma leve tensão fez-se entre nós. Ambos estávamos nitidamente nervosos e tímidos com aquele momento e ao vê-lo todo envergonhado e até um pouco corado era difícil de acreditar que era a mesma pessoa incrivelmente selvagem na cama, o que me fez soltar um riso baixo, mas quando notei o olhar dele sobre mim, pigarreei para disfarçar. 

— Então... — Tentei procurar algum assunto para quebrar o gelo e fazer com que a gente acabasse descontraindo. — Você está com fome? 

Que pergunta, Seokjin! É óbvio que ele está com fome. Nós estamos em um restaurante. 

— Sim, bastante... Acho que minha última refeição foi o almoço que você preparou.  

— E por quê não comeu mais nada? Kookie! Você não pode ficar tanto tempo sem comer assim. — Ouvir aquele tipo de coisa me deixava realmente bravo.  

Era impossível não me preocupar com ele, assim como me preocupava com todos do grupo. Jimin mesmo era outro que passava horas e horas sem comer e eu tinha que dar umas broncas e forçá-lo a comer. Talvez por isso e por outras eu tivesse ganhado o título de omma do BTS. Mas Jungkook sempre foi diferente, desde o início, ele era meu bebê maknae afinal. 

— Eu sei, hyung! Mas eu estava sem fome... Talvez nervoso e ansioso para te encontrar agora. — Abriu um sorriso tímido, desviando o olhar para baixo. Eu acabei sorrindo e amolecendo também. 

— Certo. Então... Você vai comer bastante agora. Eu quero um maknae gordinho e saudável. — Afirmei, e ele riu, negando com a cabeça. 

Jungkook manteve-se em silêncio a me olhar por alguns instantes, e eu retribuí o olhar, abrindo um sorriso completamente sem jeito. Logo senti ele dispersar a atenção pelo restaurante, mas me mantive a olhá-lo fixamente. Olhar para ele era como se milhares de pensamentos se passassem em minha cabeça, principalmente os meus sentimentos por ele. A minha vontade insaciável de estar ao lado dele, de amá-lo e dar carinho como ninguém nunca jamais havia feito. E imaginava se ele tinha consciência do efeito tão incrível que causava em mim.  

Talvez fosse a hora de me declarar, mas... Será que eu devia? O meu medo de assustá-lo era maior do que qualquer coisa no momento. 

— Você parece pensativo, hyung... — Eu suspirei ao ouví-lo. 

— Eu estou... Um pouco. — Admiti, rindo um pouco sem jeito. 

— Sobre o quê exatamente? — Perguntou, curioso. 

Eu voltei a suspirar, um tanto nervoso. Abri um sorriso de canto e desviei meu olhar para baixo.  

— Aish... É sobre nós. Eu só venho me surpreendendo com o quanto eu gosto de você, sabe... — Falei baixinho, visivelmente tímido. — Eu não sinto nada igual há um bom tempo... E eu... Espero que um dia possa me retribuir. — Aquilo havia soado tão desesperado, que tive que corrigir de alguma forma. — Ou não! Sei lá... Eu só quero muito te fazer feliz, de qualquer maneira... — Abri um leve sorriso, erguendo meu olhar à ele. — Eu te amo. 

Ele retribuiu o sorriso e eu podia ver claramente em seu olhar o quão amado e feliz ele se sentia com as minhas palavras. Então ele estendeu a mão para entrelaçar nossos dedos e acariciar minha mão com seu polegar. Porém, antes que ele pudesse responder, a nossa comida chegou e fomos obrigados a nos abster, até porque ambos estávamos extremamente famintos e praticamente atacamos o salmão. Acabamos nos dispersando do meu momento declaração e conversando sobre assuntos aleatórios a respeito do BTS ou até mesmo da comida e o vinho que estavam divinos. Quando terminamos, pedimos a conta e dividimos o valor por mais que ele insistisse em pagar tudo sozinho, mas mesmo assim eu quase o obriguei a aceitar minha parte. Então, ele sugeriu: 

— Quer dar uma volta no parque aqui ao lado? Ainda está cedo. — Sugeriu após olhar o relógio. 

— Não é perigoso? — Perguntei, preocupado. Ele negou com a cabeça. 

— A esse horário não. Vamos? — Sugeriu, passando um dos braços por meus ombros e sorrindo, eu assenti imediatamente.