História Better in Stereo - XXI. Who You Really Are

*AVISO: ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS FORTES DE VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL.*

Nós nos retiramos do restaurante enquanto eu lançava alguns olhares para trás. Sentia-me um tanto que... Observado? Mas talvez fosse por causa de algumas pessoas do restaurante que estavam nos encarando por provavelmente ter nos reconhecido como membros do BTS, portanto busquei relaxar.

O parque estava bem tranquilo e bem iluminado, mas deserto. O que, de certa forma, me dava uma certa sensação de paz por não ter que me preocupar com fãs ou sasaengs.  

— Aqui é bem tranquilo... Eu gosto dessa paz. — Falei enquanto caminhávamos, rindo de leve. Estava um pouco sem jeito. 

— Eu também gosto... — Falou baixo e tranquilo, respirando fundo em meio a uma pequena pausa que se fez entre nós antes de recomeçar a falar. — Hyung... Sobre o que me disse no restaurante... Eu queria dizer que é ótimo ouvir aquelas coisas de você. Eu fico feliz demais por estar sendo a causa do seu sorriso... Mas... Por quê acha que eu não irei retribuir o que sente? — Fez um bico, franzindo as sobrancelhas levemente ao me olhar. 

Eu respirei fundo, desviando meu olhar para baixo enquanto caminhava antes de recomeçar. Colocaria tudo para fora.  

— Porque sempre foi assim, sabe... Eu sempre fui de amar e me entregar profundamente e no final sempre acabava me machucando, então... Eu me fechei. — Falei com o tom um pouco triste, mas logo parei, aguardando que ele parasse também para me virar para ele. — Kook... Eu achava que amava o meu ex, mas em base do que estou vivendo com você, eu vejo que não passava de um mero apego, sabe? Mas... Eu estou te amando agora. Eu estou completamente apaixonado por você. E então... Me vem esse grande receio. Porque não é como se fosse algo que eu tivesse planejado. Não foi... De maneira alguma. E eu só fui me dar conta do que eu realmente sinto há poucos dias. Meus planos eram focar apenas no grupo, no trabalho... Nos meus estudos. Mas você vem e bagunça tudo. Você me bagunça, completamente, Jungkook. E eu te amo. Eu tô perdidamente apaixonado. — Desabafei, suspirando aliviado em seguida. 

Ele mal esperou uma pausa após eu terminar as minhas palavras, apenas puxou-me pela cintura e selou os meus lábios urgentemente, me fazendo derreter e relaxar em seus braços, pousando minhas mãos sobre seus ombros e retribuindo o beijo que me deixava sempre tão desnorteado, tão entregue. E que durou por alguns minutos que foram curtos o suficiente para que eu sentisse falta dos lábios dele novamente no mesmo instante em que ele se afastou. Mas ele permaneceu em silêncio, mantendo a testa encostada a minha e apenas sentindo a minha respiração.

— Vamos ir devagar, hm? Eu tive tantos relacionamentos ruins que eu tenho medo de ser ruim para você, por isso... Eu quero deixar fluir. Eu já parei para pensar sobre nós e eu não me acho o melhor para você... Penso que você merece algo muito melhor do que eu. Mas eu quero ser, Jin. Para ser sincero, pela primeira vez depois de tanto tempo eu tenho me sentido suficiente para alguém. — Falou calmo e em um tom baixo, sem se afastar. 

— Você é o suficiente para mim. Você... É incrível. Meio doido às vezes, mas... Eu também sou. E de todos os loucos do mundo eu quis você. — Abri um sorriso divertido, assim como ele, que chegou a soltar uma risada baixa ao ouvir a última parte. 

— Você fica feliz por qualquer coisa que eu faça para você e isso me deixa satisfeito. Eu não me frustro, você valoriza qualquer coisa vinda de mim. Então... Você é incrível também. 

Eu ri, totalmente bobo com as palavras dele, roubando um selinho dos seus lábios antes de me afastar um pouco. 

— Eu... Decidi que só vou contar à Yeseul sobre nós quando tivermos algo mais sério e concreto. Eu tô adiando porque... Acho que ela vai ficar brava comigo. Mas Yixing disse que ele me ajuda a contar quando chegar a hora... — Desci minhas mãos para as mãos dele, entrelaçando nossos dedos. 

— Ah... A Yeseul. Eu não acho que ela vá implicar com isso. Ela nunca me amou de verdade, sabe? Isso deve ser capricho ou obsessão. Ela me ama como amigo, mas... Tá demorando pra reconhecer isso. — Suspirou, um pouco tenso.  

— Eu não sei dizer... — Neguei com a cabeça, apenas me abstendo do assunto. Não podia julgá-la daquela forma. 

— Mas vamos viver o presente. Aproveitar o momento sem atropelar nada. O importante é que no momento estamos fazendo bem um ao outro e se for pra ser, será. — Ergueu uma das mãos para afagar meu rosto, puxando-me para deixar um selar em minha testa. — Eu estou permitindo você me dominar... Aos poucos. Mas estou. — Sorriu de leve, deixando um selar em meus lábios. 

— Hm... Posso te amarrar e te roubar pra mim então? — Brinquei, rindo um pouco, o que o fez rir também. 

— Pode! — Concordou em meio aos risos.  

Continuamos passeando pelo parque apreciando a visão noturna, e qualquer um que nos visse naquele momento claramente diria que éramos um casal. Eu gostava daquilo. Após a nossa conversa sobre nossos sentimentos, eu finalmente me sentia mais seguro para me expressar e agir sem medo, porque sabia que ele não me julgaria. 

Eu achei que estivéssemos sozinhos apreciando o nosso momento, mas estava errado. 

— Agora tudo realmente faz sentido, hm, Seokjin? — Ouvi uma voz conhecida, mas por um momento pensei ser coisa da minha cabeça. Queria que fosse, mas Jungkook parou e olhou para trás, parecendo surpreso.  

Então, virei-me para trás, encontrando a última pessoa que eu gostaria de encontrar: meu ex. Sim, aquele ex mesmo. O abusivo.

— Olá, Hoseok. — Jungkook cumprimentou-o com evidente ironia. 

— Olá, Jungkook. — A ironia foi retribuída. 

Sim, os dois se conheciam.  

*Flashback on* 

— Hey, meninos. Este é Shin Hoseok. Seu maior sonho é se tornar um idol, então eu o trouxe comigo para o ensaio para, quem sabe, ele possa absorver algo de bom ou receber dicas de vocês. — Jimin o apresentou ao entrarem na sala de ensaios. Eu estava sentado em um canto conversando com Yoongi distraidamente antes do ensaio começar, mas não deixei de ser educado, me levantei e fui me apresentar. 

— Annyeong! Pode me chamar de Jin. Qualquer dúvida, eu farei o possível para ajudar, certo? Porém, se precisar de dicas sobre dança, Jimin, Jungkook e Hoseok são ótimos nisso. — Gesticulei para cada um dos três, que acenaram para ele, mantendo-me sempre sorrindo animado e gentil. 

Ele me olhava com certo interesse, mas tentei relevar, embora ficasse um tanto sem jeito. 

— É um prazer conhecê-lo pessoalmente, Jin. — Afagou meu ombro em um gesto gentil. 

— Ele é um grande fã do Jungkook. Jungkook! Venha cá. — Convidou Jimin, e após uma expressão preguiçosa, Jungkook se levantou do chão, caminhando até nós e cumprimentando Hoseok com um aperto de mão.  

— Qualquer coisa, eu me esforçarei pra ajudar. — Jungkook sorriu igualmente gentil, logo se afastando. Definitivamente, ele não era a pessoa mais sociável do mundo.

Hoseok passou a frequentar os nossos ensaios mais vezes junto à Jimin e se tornou próximo de alguns membros do BTS, mas não pelo seu carisma ou gentileza, e sim pelo seu elevado nível de "forçação" de barra. Ele insistia em colocar todos nós como os melhores amigos dele, como a família dele, como se fizesse parte do grupo. Namjoon chegou a se queixar para Jimin. 

— Ele é legal, mas... Força muito a barra. Isso tem que parar, Jimin. — Resmungou Namjoon para Jimin, bem ao meu lado, e Jimin suspirou. 

— Eu sinto pena dele. Ele é sozinho demais. E parece estar se divertindo. Logo ele acaba enjoando por si próprio. — Jimin dizia um tanto entediado enquanto observava Hoseok abraçar Jungkook como se fossem próximos há anos. 

Jungkook era um dos membros favoritos dele, portanto, o grude era maior. E os meninos estavam realmente começando a achar engraçado a perseguição dele por Jungkook, até mesmo Jimin, que por ser o melhor amigo de Jungkook, sentia ciúmes. 

— JUNGKOOKIE~~~~~! — Gritava Hoseok pelo corredor ao retornar após ter saído da sala de ensaios para procurar por algo para Jimin. 

E podíamos ver o desespero na face de Jungkook, o que nos fazia rir. 

— Esse garoto é um pé no saco. — Resmungava, mas logo disfarçava com um sorriso assim que ele adentrava a sala de ensaios. Afinal, ele jamais seria mal educado com ninguém por ali. 

Ele frequentou os nossos ensaios por alguns meses e todos achávamos que ele era afim do Jungkook, mas descartei as minhas suspeitas quando ele passou a flertar comigo quando estávamos sozinhos. E eu não sei porque diabos o achei atraente sendo que ele era a piada do BTS por bons meses. Talvez eu estivesse muito carente. Afinal, também havia recém saído de um amor não correspondido. 

— Você é tão bonito, Jin... Escolheram muito bem o visual do grupo. Olha, de todos, eu acho que você é o melhor. — Sussurrava em meu ouvido ao se colocar atrás de mim enquanto eu guardava alguns presentes de fãs em meu guarda roupa. Ele havia entrado em meu dormitório sem qualquer permissão. 

— Hm... Obrigado... — Respondi, esperando que Yoongi entrasse e o tirasse dali, mas no fundo, era bom ouvir aqueles elogios. 

— Por que não aceita sair comigo? — Perguntou pela milésima vez, e eu suspirei, virando-me de frente para ele. 

— Eu não namoro, Hoseok. Eu não tenho nem tempo para isso. — Menti, esperando que ele desistisse de uma vez por todas.  

— Então vamos ficar só uma vez... E então, fim. Sem compromisso. — Agarrou minha camisa, puxando-me para perto e me deixando completamente tenso. 

Talvez, eu fosse mil vezes mais tímido naquela época em comparação ao presente, até porque eu nunca havia passado dos limites de beijo com garoto nenhum. Eu era virgem. 

— Eu também não fico. — Torci os lábios, forçando um sorriso em seguida e o afastando de mim de uma vez por todas. 

Mas talvez ele tivesse ganhado pela insistência e por um momento de fragilidade meu. 

— Quando nós vamos ficar, Jin? — Invadiu meu quarto pela milésima vez, me assustando. 

— Meu Deus, garoto! Tenho que lembrar de trancar a porta quando estiver sozinho e você estiver por aqui. A sua sorte é que Yoongi nunca está. Ele ia te por pra correr. — Alertei, virando-me de costas e voltando a fazer o que eu estava fazendo. 

— Vou continuar até você ​aceitar ficar comigo. — Insistiu, e eu revirei os olhos, acabando por rir. 

Hesitei por alguns instantes, e não sei onde eu estava com a cabeça quando: 

— Ok, só um beijo então. Um beijo e só, fim.  

Ele sorriu animado ao me ouvir concordar e fechou a porta do meu quarto, avançando para me agarrar e roubar um beijo extremamente intenso. Um beijo que, graças a minha fragilidade, quase se tornou outra coisa. Da primeira vez consegui impedir, mas aquilo acabou voltando a se repetir e... É. Ele foi o meu primeiro homem. E me arrependo profundamente disso. 

— Eu amo você! — Disse em alto e bom tom no dia seguinte após termos acabado na cama. 

— Eh?! — Não consegui acreditar, chocado por algo dito tão rapidamente. 

— Você me ama? — Perguntou, ansioso. 

— Eu... Não é como se eu não te amasse, mas... Eu ainda não tive tempo para isso... Eu acho que precisamos nos conhecer melhor. — Expliquei, tenso. 

— Hm. Ok.  

E ele se chateava. Passava o dia fazendo birra e rodeios. 

Eu acabei me apaixonando por ele, provavelmente porque fui quase obrigado à isso com a pressão dos sentimentos dele sobre mim, me apaixonei por aquele serzinho irritante que forçava a barra e era piada entre todos os membros do Bangtan, mas eles me respeitaram, embora o nosso empresário tivesse proibido Jimin de levá-lo em quaisquer outros ensaios ou eventos do grupo, o que deixou todos aliviados. Mas de qualquer forma, ele não iria mais por estar ocupado com os estudos. 

Resumidamente: foi um inferno do começo ao fim. Comecei a receber mensagens anônimas me dizendo que ele não era alguém bom, que ninguém o suportava, que estava sozinho porque havia conseguido fazer com que todos o odiassem, por se aproveitar das pessoas para conseguir algo e não saber o que era amor e que enquanto ele dizia que me amava, estava correndo atrás do ex namorado. Fui perseguido por ignorar as mensagens, e quando passamos por tudo isso, me vi preso em um relacionamento abusivo onde apenas as escolhas dele importavam. Ele me rebaixava, me humilhava e me tratava como lixo durante as brigas a ponto de rir enquanto me olhava chorar.  

— Será possível que você não percebe o quanto é insuportável, garoto? Eu estava estudando. ESTUDANDO! EM AULA! E você me ligou várias vezes... — Dizia enfurecido. 

— Eu liguei porque estava sentindo sua falta! Ok... Cinco ligações devem ter sido demais, mas... Me perdoa. E não sabia que estava ocupado... Você não me conta nada... — Eu mantinha sempre o meu tom calmo e carinhoso. 

— Não conto nada porque você é insuportável e não solta do meu pé. Se você não tem o que fazer, eu tenho! — Elevava mais o tom de voz, deixando-me totalmente amuado. 

— Hoseok... Eu também estudo. Tenho a minha faculdade além das responsabilidades com o BTS... Então eu... — Tentei explicar. 

— Devia trabalhar como puta. Nisso você é bom, não é? Ou acha que eu não percebo como você olha o Minhyuk quando nós nos encontramos? Você é uma puta, Seokjin! É uma catástrofe em tudo o que faz e não sabe ter a porra de um relacionamento sem grudar igual sarna! — Pegou a primeira coisa que estava em sua frente - no caso, um caderno - e jogou em minha direção. Eu ergui as mãos rapidamente para me proteger e evitar que o objeto batesse diretamente em meu rosto. 

Podia sentir meus olhos marejados devido às coisas tão cruéis que ele me dizia. Respirei fundo. 

— Minhyuk...? Eu nem me lembro desse amigo seu... — Respondi com a voz um pouco trêmula.  

— Agora não lembra, não é? — Forçou uma risada irônica. — Nem o Jaehyun ou o Sehun eram tão chatos quanto você, Seokjin.  

— Você está me comparando com os seus exs? Com o Jaehyun...? Ele te traiu! — Exclamei, sem conseguir conter mais o meu choro. Ele riu novamente. 

— Mas eu sei algo que você é realmente muito bom. —  Avançou para cima de mim, e por mais que eu tentasse relutar, me puxou do sofá onde eu estava sentado, agarrando meus cabelos e me puxando consigo até a cozinha. 

— Hoseok...! O que você está fazendo? Me solta! — Falei em meio a toda a minha mágoa, me debatendo, mas ele era bem mais forte do que eu e logo jogou meu corpo contra a mesa da cozinha de maneira que eu pude sentir o meu quadril doer, empurrando minhas costas para pressionar meu tronco contra a mesa e prender meus braços contra minhas costas. 

— Pra alguma coisa você tem que servir, não é,  namoradinho? — Ao falar em um tom totalmente irônico, desabotoou minha calça com a mão livre, puxando-a para baixo juntamente com a minha boxer. 

— Hoseok? Eu não quero! ME SOLTA! — Gritei mais alto enquanto meu choro tornava-se mais desesperado, tentando me erguer, me mover, escapar dali. 

— Você tá louco para que eu te foda. — Puxou meus cabelos, batendo minha cabeça contra o vidro da mesa e me deixando ainda mais atordoado em meio a tanto choro. 

— EU NÃO QUERO! SE VOCÊ CONTINUAR COM ISSO, EU VOU GRITAR! EU VOU GRITAR, HOSEOK! VOCÊ NÃO SE ATREVA A TOCAR... — Meu desespero crescia a cada instante, mas antes que eu terminasse de falar, senti algo ser empurrado por ele para dentro da minha boca, o que fui perceber ser um pano de prato, abafando meus gritos e a minha fala.  

— Você fica melhor gemendo. — Falou com firmeza.  

Em seguida pude sentí-lo dentro de mim sem qualquer preparação de maneira bruta e despreocupada, fazendo o possível para me provocar dor, dando-me uma sensação provavelmente semelhante a de ser rasgado ao meio, a ponto de fazer meus olhos lacrimejarem. Seria algo que o meu eu masoquista normalmente aprovaria se não estivesse sendo contra a minha vontade, se eu não estivesse me sentindo inferior, rebaixado e humilhado por quem dizia tanto me amar, se eu não estivesse me sentindo um simples objeto para a diversão dele. Mas fechei os meus olhos e tentei relaxar, esquecer o fato de que estava sendo literalmente violado por ele, ou ao menos tentar ignorar o fato de ser o meu namorado ali, mas sem muito sucesso. Foi uma tortura do início ao fim, em meio a tapas, socos e batidas da minha cabeça contra a mesa a cada instante em que eu tentava escapar, deixando-me atordoado, tonto, com a sensação de que iria desmaiar a qualquer momento. Para no final ele simplesmente se deitar em sua cama e dormir, me deixando jogado na mesa da cozinha como um objeto qualquer unicamente feito para o prazer dele, estático, sem conseguir me mover ou emitir qualquer som que não fosse de choro ou gemidos de dor quando tentava me mover mais bruscamente. Com muito esforço consegui me levantar após alguns minutos e fui direto para o banheiro. Durante o banho, eu percebia os diversos hematomas marcados em minha pele que não me deixariam esquecer do que havia acontecido por um bom tempo, por mais que eu o perdoasse. 

Mas no dia seguinte, além da dor excruciante, eu era acordado com um buquê de flores, um café da manhã e milhares de pedidos de desculpas acompanhados com choro e tudo. Eu me comovia e acabava perdoando e agindo como se ele não tivesse cometido um crime, mas não esquecia. Jamais. Tanto, que após esse episódio nunca mais consegui ser o mesmo na cama com ele. Nunca havia contado a ninguém sobre esse episódio por vergonha, medo, insegurança, e principalmente por me sentir mal só de tocar no assunto. 

Mas Hoseok... Ele era realmente um psicopata.” 

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Fiquei a encará-lo por alguns instantes, intrigado, quando enfim pude perguntar o que estava martelando em minha cabeça. 

— Você estava me seguindo todo esse tempo? — Ri nervosamente. 

— A questão é: você sempre falou tanto em sinceridade, Seokjin! Por quê não foi sincero agora? — Dizia em um tom exagerado de dúvida. 

— Porque eu não tenho que dar satisfações da minha vida à você. Nós terminamos e eu quero distância. — Falei firme. 

— Jin... — Jungkook sussurrou, tentando fazer com que eu parasse de discutir, talvez. 

— Então Jungkook também deve saber que você estava fodendo comigo e com ele ao mesmo tempo? Você não chegou a gemer o meu nome pra ele também? — Perguntou totalmente irônico, e Jungkook pareceu tenso, me lançando um olhar. 

— Ambos sabemos que isso é mentira, Hoseok. Faz uns bons meses que terminamos. — E olhei para Jungkook, sussurrando um "confie em mim". Ele apenas assentiu. 

— Agora existem justificativas! — Riu ironicamente, avançando, e me fazendo recuar instantaneamente por já estar habituado a aquilo. — Você é bom nisso, não é? Em ser uma puta... Uma vadia que só presta pra foder.  — Ergueu o braço para tentar me tocar, mas Jungkook o segurou antes que ele o fizesse. 

— Não encosta nele. — Falou com firmeza. 

Lancei um olhar preocupado para Jungkook, quase como se suplicasse para que ele não se metesse naquela confusão por mim. Não queria que ele se machucasse. Mas fiquei estático, completamente tenso.

— Quem é você pra mandar em alguma porra? — Encarou Jungkook, e eu me mantive a observar a situação, tenso.  

— Alguém muito melhor do que você. — Ao falar, Jungkook o empurrou. 

Aquilo provavelmente causou um ódio tremendo em Hoseok, que não estava acostumado que reagissem às agressões dele.  

— Você tá amando esse show, não é, Seokjin? — Abriu um sorriso irônico ao me olhar, e Jungkook passou um dos braços por minha cintura, me mantendo perto de si. — Você ama ser o centro das atenções, porque sabe que na verdade ninguém se lembra de você. Você é simplesmente o pior em tudo o que faz. — Ele voltava a se aproximar e despejar milhares de ofensas sobre mim que novamente estava quase a ponto de me fazer chorar. 

Quando Jungkook, que aparentemente estava segurando sua raiva durante todo aquele tempo, finalmente explodiu. E quando Hoseok se aproximou o suficiente, Jungkook apenas desferiu um forte soco contra seu rosto que o fez cambalear para trás, desnorteado. Imediatamente levei ambas as mãos sobre minha boca em uma expressão completamente assustada, porém preocupada.

— Nunca mais fale essas coisas sobre o Jin na minha frente. — Quando eu pensei que iria terminar, Jungkook avançou mais para cima dele, desferindo mais vários socos em seu rosto, mas acabava por ser golpeado uma vez ou outra também. 

O desespero me dominava por completo, principalmente por não conseguir fazer nada para separá-los.