- Não queria que você fosse... – Maria diz ao ver Manuel com a mala nas mãos.
- Eu também não queria ir, mas preciso voltar... Você sabe como são os treinos... – ele acaricia o rosto dela. – Já está bem melhor... – repara no roxo em seu olho. Maria concorda balançando a cabeça. – Ainda dói? – Manuel toca a ferida cuidadosamente.
- Só um pouco... – Maria responde calma.
- Espero que Bastian não volte a vir aqui. – ele diz sério e ela se cala e abaixa a cabeça. – Maria, é sério. Olha pra mim. – Manuel segura-lhe o queixo e ergue seu rosto fazendo seus olhares encontrarem-se. – Me diz o que você quer. – pede.
- Como assim? – Maria faz cara de interrogação.
- Eu não gosto de fazer isso. Mas você tem que se decidir. Ou ele ou eu. A gente não pode ficar assim desse jeito. – Manuel a põe contra a parede. – Ele não pode aparecer aqui a hora que bem entender. Você tem que botar um basta nisso. Ele só vem porque encontra a porta aberta. Você entende, não entende? – ela acena que sim. – Se você me quiser essas coisas não podem mais acontecer, Maria. - Ela continua sem nada dizer. Manuel respira fundo. – O que você quer: ele ou eu? – pergunta sentindo um receio no peito. O medo de ouvir o que não gostaria era imenso, mas não conseguiria ficar preso naquela situação. Ele sabe que ela ainda possuía sentimentos por Bastian, mas também sabe que se ela o escolhesse aquilo mudaria com uma questão de tempo.
Maria abre os lábios como se fosse responder, mas interrompe-se sozinha. Tenta novamente em vão. Manuel a solta e vira-se de costas. – Manuel. – ela finalmente consegue falar algo. Ele vira-se esfregando uma das mãos nos lábios. – Eu quero você. – Maria morde os lábios e o encara firmemente. Manuel parece perplexo com a resposta dela. Durante longos segundos Maria anseia por sua reação. De repente ele abre um sorriso largo, aquele que sempre a encantou. Manuel toca seu corpo e puxa-a para si.
- Fala de novo. – ele pede.
- Eu quero você. – Maria repete.
- Como é? – Manuel insiste em perguntar.
- Eu quero você. – ela volta a responde-lo.
- É sério. O que você disse mesmo? – ele não pára de sorrir e indaga novamente. Maria solta uma gargalhada alta.
- EU QUERO VOCÊ! – ela quase grita ainda rindo. – Eu te amo... – sussurra segurando o rosto dele.
- Eu também te amo! Muito! – Manuel a beija.
Depois de um tempo os dois despedem-se e Manuel segue seu caminho para o aeroporto. Maria sente-se decidida naquele momento. Estava feliz por Manuel estar de volta em sua vida. Com ele sempre tivera uma vida calma e regrada. Manuel exalava esta tranquilidade, que em um momento a entediou, mas que naquele instante era tudo o que precisava.
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Maria sai correndo do banho. O telefone toca no quarto. Enrola-se em uma toalha e apressa-se.
- Alô? – atende sem olhar o visor.
- Oi, amor... Cheguei... – era a voz de Manuel do outro lado.
- AH! Que bom... – Maria responde ofegante.
- Estava fazendo alguma coisa? – ele indaga.
- Estava no banho. Vim correndo. – ela esclarece.
- Desculpa... Não queria te atrapalhar. – ele diz. – Gosto de te atrapalhar nessas horas quando posso estar no banheiro com você. – brinca e faz Maria sorrir.
- Tá em casa já? – ela questiona.
- Quase. Estou no carro a caminho. – Manuel conta.
- Quando nos veremos de novo? – Maria deita-se na cama.
- Eu não sei... – ele suspira. – Você poderia vir me visitar... – solta no ar.
- Ahn? – Maria se faz de desentendida.
- Maria, você sabe que eu não posso ficar viajando sempre. Você poderia vir para cá. Aliás, você deveria mudar-se de volta para Munique. – ele diz.
- O que? – Maria senta-se na cama.
- Você poderia mudar-se para Munique. – Manuel repete.
- EU... Meu... Meu trabalho é aqui... – ela diz hesitante.
- E costumava ser aqui. – ele retruca.
- Manu, um passo de cada vez. – Maria abraça os joelhos. – Não vamos apressar as coisas...
- Tudo bem... – ele concorda.
- Eu posso te visitar... Acho que seria muito bom um fim de semana em Munique. – ela tenta animar-se com a ideia de um relacionamento a distância novamente.
- Você poderá vir este fim de semana. Eu reservo as passagens. Se quiser reservo um jatinho. Seria até melhor. – ele apressa-se.
- Calma, Manu... – Maria ri da ânsia dele.
- Eu já sinto sua falta. – Manuel responde.
- Ah... Que meigo... – ela diz do outro lado. – Eu também... – reciproca.
- Ficar longe é muito difícil... – Manuel fala. – Eu quero te tocar... – ele abaixa o tom de voz. Provavelmente estava com algum motorista no carro. – Sentir seu cheiro... Seu gosto...
- Ah é? – Maria morde o dedão e ri maliciosa. – Já está assim? – ela provoca.
- Sempre... – ele continua com a voz baixa.
- Você está de táxi? – ela questiona. Manuel afirma que sim. - Sabe... Eu estou muito molhada ainda... Deveria me secar... – ela instiga.
- É? - Manuel surpreende-se com a as palavras dela.
- Uhum... Tô até meio arrepiada de frio... – continua.
- Pára, amor... Não faz isso... – Manuel percebe o que ela estava tentando fazer.
- Fazer o que? – Maria pergunta com ar inocente.
- Me provocar... – ele diz entre os dentes. Maria solta uma gargalhada.
- Está funcionando? – ela indaga. Manuel coça a garganta e ajeita-se no banco do carro. – O que? Está funcionando? - Maria insiste.
- Demais. – ele sente seu membro agitando-se. Ela ri novamente.
- Tudo bem. Eu vou parar. Não quero manchetes suas de pau duro pela rua. – Maria brinca. – É isso o que está acontecendo?
- Uhum... – ele limpa a garganta novamente.
- Nos falamos então depois no Skype? – ela questiona.
- Ok. – ele concorda.
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