História Between Secrets and Lies - No more Tears

Anonimous andava pelas ruas da cidade, completamente invisível para os demais a sua volta, aproveitando um tempo longe das telas do computador.

Seu celular acabou tocando em seu bolso e, assim que viu o nome no identificador suspirou. Já sabia que lá vinha reclamação.

— Resolveu me ligar mais cedo, biscoitinho? —  Anonimous tentou soar o mais calmo possível — Deixa-me adivinhar... O encontro foi mal?

— Aquela idiota da Potyra me esmurrou. ESMURROU! Usando a merda de uma sacola de compras. Sabe como isso machuca? —  esbravejou o rapaz do outro lado da linha — Mal consigo mexer meus braços. Que merda foi que você me arranjou?

— Se tivesse estudado melhor a garota você saberia que ela sabe lutar. Por acaso não viu os stories antigos delas? Coloca o Stallone no chinelo.

—  Sua vadia filha de...

—  Shh.. olha como fala comigo —  Anonimous o interrompeu — Sua sorte é que estou na rua, me diga qual bairro está para eu ser sua heroína e te resgatar.

—... Às vezes eu te odeio muito.

—  Eu também te amo.

Seu celular acabou vibrando durante a conversa e quando Anonimous o afastou um pouco para ver o que era viu uma notificação.

"Estamos dentro" dizia a mensagem.

"Hoje está sendo um bom dia para mim"

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Para se ocupar um pouco, Marie resolveu dar uma arrumada em seu quarto. Quando terminava de organizar seus ursinhos de pelúcia na estante a garota notou que seu preferido, o ursinho com óculos de aros, estava com um pouco descosturado, além de meio leve por falta de enchimento.

— Sherlock... o que aconteceu com você? — murmurou Marie examinando o ursinho com cuidado — O Joy não pode ter sido. Ele mal alcança a cama sozinho... Hm, Kim? Não, não pode ter sido. Ela sabe que o Sherlock é importante para mim. Mamãe? Não, com certeza não.

Ela continuou olhando o ursinho com curiosidade antes de acabar se afastando com ele, indo procurar um kit de costura.

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No dia seguinte, quando chegou no colégio, Potyra acabou avistando não muito longe Alexander, Armin e Nathaniel, conversando. Ela correu em direção deles e pulou em cima de Alexander. Por sorte ambos não foram ao chão.

— Olá para você também, Popys — disse Alex ainda abraçando Potyra.

Quando se afastarem a garota se aproximou de Armin e também o abraçou, e logo em seguida fez o mesmo com o Nathaniel.

— E ai meninos do que estão conversando? Espero que seja sobre o quão maravilhosa sou — falou a garota e logo se voltou para o loiro ao lado —  Ah, Nath, queria te agradecer a mensagem que mandou pra mim. Foi muito fofo sua preocupação.

— Uau, já estão trocando mensagens? Que bonitinho — disse Armin — Achei que demoraria um século até isso acontecer.

— Há-há, muito engraçado Armin — resmungou Nathaniel.

— Preocupação? Por acaso aconteceu alguma coisa com você? — Alexander perguntou, voltando-se para a morena — Além do mais, desde quando acontece algo e você não me liga primeiro?

— Alex seu ciúmes é visível, sabia?

— Cala a boca Armin.

— Eu só não liguei porque esqueci, desculpe gatinho — Potyra deu de ombros — E, respondendo sua pergunta, aconteceu sim mas nada preocupante.

— Nada preocupante? Potyra, você disse que um cara tentou te sequestrar! — falou Nathaniel, surpreso com a calma da garota.

— Espera, isso é mesmo sério? — disse Armin, surpreso.

— Não é nada sério gente...

— Como não é nada sério? Você quase foi sequestrada! — disse Alex — Pelo menos foi na polícia registrar o caso? Não, né? Te conhecendo bem você não fez isso. Quanta irresponsabilidade, Popys!

— Ei, ei, ei. Podem parar. Vocês três — Potyra fazendo sinal de pare com as mãos. Suspirou — Primeiro, estou muito bem. Segundo, vocês não são meus pais para me dar esporro por não ter ido a polícia. E, terceiro, vocês deveriam é estar preocupado com o cara. Ele não vai conseguir mexer seus braços por um bom tempo.

— O que você fez com ele?! — os rapazes perguntaram ao mesmo tempo.

— Simples, bati nele até amassar metade das minhas compras e o chutei umas... dez vezes, sei lá — a garota deu de ombros novamente. Nesse momento o sinal tocou — Acho melhor indo nessa. Minha primeira aula é com a Delanay então já sabem né? Beijinhos.

Potyra arrumou a alça da sua bolsa e deu as costas para os rapazes, indo em direção ao segundo andar. Assim que ela se afastou o suficiente Armin se voltou para Nathaniel.

— Eu achava que a Potyra era a mais calma da família, pelo jeito eu me enganei — disse Armin, e deu uns leve tapinhas no ombro do loiro — Prepare-se meu amigo pois elas não serão fáceis.

Nathaniel abriu a boca para respondê-lo mas, ao pensar melhor, acabou deixando para lá, também indo para sua aula. Logo Armin também se afastou, mas acabou olhando para atrás, encarando Alexander que se encontrava bastante pensativo.

— Ei cara, você não vem?

— Ah... claro, estou logo atrás de você.

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Patrícia caminhava em direção a sua sala, revendo as lições que iria passar, quando sentiu alguém tocar seu ombro. Ela se virou e bufou, irritada ao ver quem era.

— Será poderíamos ter alguns minutos para conversar? — perguntou Faraize. Patrícia não respondeu, voltando a andar. Faraize a seguiu — Okay, não precisa falar, apenas escute. Sei que pisei na bola com você. Não, melhor, eu fui um completo babaca. O que eu fiz a você...

— Pode parar com esse discursinho idiota, Faraize — Patrícia respondeu, indiferente — Não quero saber suas explicações, ou os motivos de estar com aquele projeto de vadia. Não me importo. Não Mais.

Um pouco antes de chegar a sala a professora parou e olhou na direção de Faraize.

— Eu te conheço Patrícia, por mais que diga que não se importa, eu sei que no fundo você se importa sim. E muito. Eu realmente me sinto péssimo em como nossa relação terminou.

— Péssimo? Por favor, não me faça rir — Patrícia rebateu, cruzando os braços, ainda sem esboçar qualquer reação — Você não sente nada que não te traga algum benefício. E sabe como eu sei? Porque se você realmente sentisse alguma coisa por mim, de verdade, você nunca teria se rendido a essa paixonite. Mas vou te dar um aviso, o que você e aquela vadia fez, terá consequências. GRANDES consequências.

— Você está me ameaçando? — questionou Faraize. Patrícia sorriu, cinicamente, antes de respondê-lo.

— Não August, até porque não sou mulher de ameaças, sou mulher de promessas. E eu te prometo que farei se arrepender da escolha que fez — disse ela num tom baixo, antes de se virar — Prepare-se professor, pois quando eu quero, sou pior que o próprio diabo em pessoa!

Faraize ficou parado onde estava, vendo Patrícia se afastando dele, assobiando como se nada tivesse acontecido. Ele passou as mãos nos cabelos, tentando se manter calmo.

"Deus, o que foi que eu fiz?"

Ao notar algumas lágrimas escorrendo pelo rosto Patrícia as limpou rapidamente com as manga do casaco, se xingando mentalmente por estar chorando por Faraize e tentou forçar um sorriso antes de entrar na sala de aula.