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História Between two loves - Tudo isso outra vez.


Escrita por: SadnessDaLana

Notas do Autor


Hey babies! Obrigada pelos comentários e favs, espero que vocês realmente curtam e boa leitura ;)

Capítulo 2 - Tudo isso outra vez.


O aperto de Kara Danvers em minha mão não afrouxou um segundo se quer mostrando-me o medo que ela tinha daquele homem asqueroso. Dei um passo a frente fazendo-o soltar o braço dela, ele olhou-me com os olhos arregalados ao sentir que eu tive força o suficiente para forçá-lo largá-la.

-O... O que é você?

Puxei Kara Danvers para mim e depressa ela agarrou-se ao meu corpo ainda amedrontada.

-Você irá descobrir.

Eu o respondi e cumpri com o que disse, no mais tardar daquela mesma noite quando Kara já dormia saí em caçada e sozinha. Eu tinha um alvo e o encontrei, ele tentou fechar a porta para que eu não entrasse, mas eu a arranquei jogando-a no chão. Ele tentou jogar objetos sobre mim sem qualquer sucesso e ao ver que eu estava próxima demais e sentir que estava encurralado disse-me que eu podia ficar com Kara Danvers.

-Ah eu sei, eu não preciso da sua permissão. Eu quero outra coisa.

Sussurrei em seu ouvido com minha mão em volta de seu pescoço.

-Di... Diga-me e eu lhe darei, mas me deixe em...

-Eu quero a sua vida fútil e sem importância e eu não estou pedindo.

Seus olhos arregalaram-se mais do que nunca ao ver minhas presas pontiagudas, antes que ele completasse a palavra “vampira” as cravei em seu pescoço e seu grito fora como música para os meus ouvidos.

O caminho de volta para casa foi solitário, limpei meus lábios com a própria língua, as ruas escuras e vazias não me faziam temer. Eu quase não tinha medos, eu era uma predadora por natureza com sentidos, força e agilidade aguçados. Não havia com o que se preocupar, havia?

Naquela noite voltando para casa senti-me observada, segui caminho e olhei discretamente para trás. Eu não encontrei ninguém, mas minha intuição dizia o contrário. Havia alguém a espreita? Eu não fiquei para saber, segui meu caminho e ao chegar à minha casa constatei que meus pais e irmãos não aparentavam estar em casa, uma noite de caçada juntos? E foram sem mim... Pensei saindo da sala, naquele horário todos os servos deveriam estar dormindo, com o tal pensamento fui até o quarto de Kara Danvers.

Empurrei a porta e dei um pequeno sorriso ao perceber que ela estava trancada como eu havia lhe dito para fazer sempre que estivesse dormindo, vestindo-se ou trocando de roupa. Não lhe expliquei porque, mas apenas queria manter Lutessa longe o quanto pudesse.

Peguei a chave reserva de seu quarto que tinha comigo e abri a porta lentamente para não acordá-la. Eu queria apenas checar se estava tudo bem, mas acabei velando seu sono por mais tempo do que o esperado e em determinado horário ela pareceu acordar e surpreender-se com minha presença ali.

-Lena...?

Perguntou com a voz sonolenta e lhe dei um pequeno sorriso.

-Durma minha criança.

-Eu... Tive um pesadelo.

Confessou num sussurro como se temesse ser ouvida por alguém, levantei da cadeira e agachei-me ao seu lado da cama e toquei sua mão.

-O que sonhou?

Perguntei-lhe.

-Meu antigo dono... O da festa... Ele me levava de você e não havia nada que você pudesse fazer.

-Durma novamente, não se preocupe. Não há mais como ele fazê-la nenhum mal.

Por entre minhas palavras ela pareceu compreender o que eu queria dizer e o que eu havia feito.

-Isso não é errado...?

Perguntou incerta mostrando-me que ou ela era dona de um coração muito puro ou eu era mesmo uma espécie de demônio.

-Creio que deve lembrar-se da jura que lhe fiz e nela está incluso o fato de que eu farei pagar qualquer um que a machuque. Ouça bem, eu não sou um símbolo de justiça, nem pura como você. No caminho dos bons modos eu estou perdida. Agora torne a dormir.

Eu lhe respondi levantando, mas antes que pudesse deixar o quarto ela me confidenciou que não conseguia mais dormir.

-Eu posso ler um pouco para você, até que durma.

Kara Danvers aprovou a idéia então se afastou para a direita e sentei-me ao seu lado com um de seus livros em mãos e não me demorei a começar a leitura. Percebi, contudo, que após algum tempo ela lutava para não dormir, mas como esperado perdera a batalha. Acabara com a cabeça recostada em meu ombro, com cuidado a deitei na cama novamente e lhe cobri com seu cobertor. Deixei seu quarto sussurrando-lhe “Boa noite” e me afastei do cômodo após trancar a porta.

No dia seguinte acordei com Kara Danvers limpando a janela de meu quarto, afinal ela era minha serva e fazia coisas como preparar meu banho e arrumar meu quarto. Mas ali, enquanto limpava a janela pareceu distrair-se com algo e não percebera que eu havia acordado.

-A luz do sol está tão bela hoje.

Ela disse consigo mesma e eu me senti estranha, pois pela primeira vez tive vontade de saber como é a sensação de ser beijada pelo sol. Lentamente sentei-me em minha cama e escorei minhas costas na cabeceira observando Kara Danvers espiar uma pequena fresta entre as cortinas a luz do sol.

-Lena!

Kara disse surpresa ao perceber que eu havia despertado e então se afastou da janela.

-Eu irei preparar seu banho, não estava esperando que acordasse tão cedo...

Ela continuou falando num tom de desculpa, parecia sempre preocupada demais com o que eu queria ou não. Além disso, pelo que pude notar era perfeccionista.

-É que hoje eu lhe darei aulas.

Respondi-lhe e vi seus olhos azuis brilharem e um sorriso nascer em seus lábios rosados. Kara Danvers já havia me confidenciado como se sentia poderosa aprendendo sobre todas as coisas que eu lhe ensinava e eu não podia discordar. Eu lhe disse que muitas vezes o conhecimento é de fato poder em algumas circunstâncias.

-Mas antes de preparar meu banho, tenho algo que me esqueci de dá-la. Está na terceira gaveta de baixo para cima.

Kara Danvers franzira o cenho notavelmente curiosa, não teve dificuldades de encontrar os objetos.

-Um colar com pingente de... Crucifíxo?

Perguntou mais confusa do que antes.

-Sim e duas pulseiras, todos de prata. Eu mandei fazer para você.

-Porque um... Crucifíxo? Você não me parece nenhum pouco religiosa.

Sua confissão sincera fez-me dar uma risada curta, então ela corou como quem acha que disse algo indevido.

-É porque é muito comum pessoas usarem crucifíxos pendurados aos seus pescoços, de fato não sou nada religiosa, mas não se prenda a detalhes. Você está os ganhando porque são feitos de prata e prata nos queima.

-Para proteger-me de Lutessa? Por que eu preciso me proteger dela? Apesar de você ser a única aqui em quem confio, ela é sempre simpática comigo.

Respostas. Ela estava sempre de alguma forma buscando respostas, embora fosse jovem demais para tê-las.

-Protegê-la de Lutessa e de qualquer outro vampiro que possa lhe fazer mal. Basta saber, por enquanto, que sou incerta de qualquer intenção que minha irmã possa ter a seu respeito.

Kara Danvers apenas acenou com sua cabeça em resposta, pura como era talvez estivesse chateada por ter de ser cuidadosa em relação a Lutessa. Kara Danvers era uma garota que não estava acostumada a ser cuidadosa e tratada como de fato devia, se alguém a tratava bem ela iria querer fazer por merecer.

Talvez pensasse desta forma em relação a Lutessa. Falando em minha irmã, após eu sair de meu banho, ela me procurou e parecia séria. Adentrou meu quarto sem convite e cruzou seus braços a minha frente, aquela era a sua postura quando queria discutir a respeito de algo.

-O que deseja?

Perguntei-lhe direta.

-Nós saímos para caçar noite passada.

Disse-me.

-Eu percebi.

-Porém na volta fui atingida por uma flecha com ponta de prata.

Suas últimas palavras perturbaram-me um pouco.

-Pois é. Preocupante. Isso me leva a crer que nós estamos sendo descuidados.

Umideci meus lábios com a ponta de minha língua.

-Não. Nós não estamos sendo descuidados, nós estamos no topo, é diferente.

Lutessa revirou seus olhos.

-Lena, olhe em volta! Os humanos começaram a levantar suas cabeças para nós, e se os tais caçadores que estão surgindo... E se forem eles? Acha que tal acontecimento fora coincidência?

Lembrei-me imediato de quando me senti vigiada na volta para casa, não podia ser, podia? Não éramos caçados! Nós éramos os caçadores!

-Os corpos com marcas nos pescoços, todos essas coisas, tais detalhes... Os humanos devem estar cobrando uns aos outros por uma solução. Não vê? Tudo se encaixa, nós estamos sendo caçados! E com certeza estamos conversando porque o atirador errou meu ponto vital.

Inquieta mordi meu lábio inferior, aquilo era de fato um grande problema.

-Temos de ir embora.

Lutessa se pronunciou novamente me fazendo levantar a cabeça.

-Não. Estamos num território nosso!

-Pois que seguidores venham cuidar dele, assim ninguém nos tomará a espreita! Vamos para outro território nosso, nós temos de ser precavidos.

Tudo o que minha irmã estava dizendo fazia o mais completo sentido.

-Deve haver outra forma.

Rebati, embora ela estivesse em sua razão naquele exato momento.

-Você não decide sozinha. Todos nós iremos decidir, quer ficar? Pois que fique, coloque em risco a vida de Kara e então nunca mais terá um rosto parecido ao rosto de Melissa para que remedie sua dor.

Após a morte de Melissa nós nunca conversamos sobre aquilo, ambas nos sentimos derrotadas. Por culpa nossa o nosso amor fora morto, por nosso descuido em não perceber que alguém do inimigo estava à espreita tentando encontrar um bem em comum para nos tirar.

Mas lá estava Lutessa Luthor, bem a minha frente verbalizando minhas feridas como se a perda de um amor compartilhado lhe desse tal direito. E a forma íntima como falara de Kara fizera meu ódio fluir lentamente mexendo com meu emocional o suficiente para que eu sentisse minhas presas crescerem afiadas.

-Não importa quão semelhante sua maldita dor seja a minha, isso não lhe cabe o direito de falar a meu respeito com tamanha propriedade. E para você é Kara Danvers, pare de tentar se aproximar dela porque dessa vez eu farei com que pague.

Lutessa deu-me um sorriso cínico, tenho certeza de que ela estava ciente da fúria que eu estava controlando em meu interior naquele exato momento. Maldita Lutessa.

-Eu adoraria saber como me faria pagar.

Provocou-me.

-Com a vida.

Respondi entre dentes.

-Não seria tão tola. Não iria dividir nos dividir como consequência de minha morte por...

-Por ela? Já que para você parece um motivo tão simplório e fútil... Então por que não se afasta dela para que eu não cometa tal tolice? Está em suas mãos.

Em nossa pequena reunião a respeito de continuarmos ou não ali, apenas com membros da família fora decido que de fato nos mudaríamos dali. Eu estava sozinha com minha vontade de permanecer e por tanto tivemos de nos mudar, partir para outras terras nossas guardadas por alguns seguidores e servos.

Lembro-me de como Kara Danvers reagira quando eu lhe comuniquei a notícia, pareceu quieta, no entanto aflita. Eu apenas compreendi sua reação quando com uma voz mansa perguntou-me se eu iria deixá-la ali como aconteceria com os demais criados. Depressa eu quis tirar a angústia de seu coração e acariciei seu rosto quente e macio respondendo-lhe que onde eu estivesse ela também estaria.

Kara Danvers achou difícil acostumar-se com a nova casa, principalmente por ser maior que a anterior que já não era tão pequena. Ela era acostumada a pequenos espaços, mas amou o fato de que era próxima a um belo campo de flores. Nossos seguidores nos passaram que, naquela região havia dois clãs que se espezinhavam desde que um deles descumprira um termo de um tratado de paz.

Nós decidimos que se fôssemos neutros a desavenças de ambos não teríamos de nos preocupar. Além disso, dentre os nossos, nós éramos respeitados embora tivéssemos nossos inimigos. Com o tempo nos acostumamos com moradia e claro... Com o passar do tempo Kara Danvers também crescia graciosamente e não era de surpreender que estivesse cada vez mais parecida com Melissa.

Ela tinha seus dezoito anos quando ajudava outros servos a ordenhar as vacas para que vendêssemos leite para o povo ali. Ela também ajudava a colher flores para que outras servas vendessem ao fazerem belos arranjos, é bem verdade que ela também queria vendê-las, mas eu não permitia. Kara Danvers também ajudava na colheita de frutas que também vendíamos, além disso, meu pai emprestava quantias consideráveis com juros.

Naquela idade Kara Danvers já era capaz de atrair olhares, minha mãe finalmente percebera porque eu a tratava de forma especial, pois naquela idade finalmente Kara Danvers lhe lembrou Melissa.

-Eu esperei por isso o dia inteiro.

Kara Danvers disse-me após eu ajudá-la subir no cavalo e fiz o mesmo em seguida. Eu a senti suspirar quando me acomodei detrás dela e peguei as rédeas, era comecinho de noite e o céu estava azul com belas estrelas. Meus braços praticamente rodeavam sua cintura automaticamente. Eu iria ensiná-la a cavalgar e desde que a comuniquei que o faria ela pareceu-me animada a respeito.

-De fato, eu a senti ansiosa.

Respondi-lhe e comecei a cavalgar, o silêncio que se instalou entre nós fora inesperado para mim. Kara Danvers parecia pensativa, eu percebi. Como se estivesse mais desfrutando do que tentando aprender.

-No que pensa?

Perguntei-lhe, mas ela não respondeu. Ao invés disso escorou as suas costas contra meu peito e levantando sua cabeça olhou para o céu ainda que esta estivesse também recostada em mim. O calor agradável de seu corpo deixava a situação desconfortável para mim e seu cheiro tornou-se mais próximo. Senti-me tensa, o que Kara Danvers estava fazendo?

-Acho que devemos voltar.

Falei temendo minha própria postura numa situação como aquela. Como aquela... Cavalgando com Kara Danvers numa bela noite que se iniciava sentindo-a contra meu peito enquanto meus braços faziam certo caminho por sua cintura ao segurar as rédeas.

-Nós apenas começamos.

Ela finalmente disse algo.

-Não me parece estar prestando atenção, ensino-lhe quando estiver menos distraída.

-E o que há de errado em cavalgar comigo?

Kara Danvers perguntou.

-É tão agradável quando fazemos coisas juntas, como quando eu leio poemas para você quando estamos no campo de flores... Mas ultimamente tem estado mais distante... Tão séria fazendo as cobranças de seu pai que por vezes consome parte de seu tempo reservado para mim. Então me deixe aqui em seus braços, cavalgando enquanto olho para as estrelas. Não há lugar onde eu me sinta mais segura que em seus braços.

Toda aquela confissão deixou-me sem resposta, a forma como usara das palavras, sobre estar segura em meus braços... Kara Danvers já possuía curvas de uma mulher e por tanto eu tinha de ser mais cuidadosa para continuar tratando-a com respeito.

-E não vai dizer-me nada?

Ela questinou.

-O que espera que eu diga?

-Eu quero que me diga por que teme.

A resposta surpreendeu-me.

-Temo...?

O cavalo que cavalgava vagarosamente parou. A lua fez-se presente e estava cheia aquela noite, a brisa não era mais gélida apenas que minha pele que sentia o calor que vinha dela, de Kara Danvers.

-Por que teme tocar-me? Por que teme sustentar nossos olhares por mais tempo do que eu?

-O rumo desta conversa não me agrada.

Respondi-lhe quase que, imediatamente.

-Por que é tão diferente de Lutessa neste quesito?

Os músculos de meu corpo que já estavam rígidos conseguiram se enrijecerem ainda mais. Lutessa...

-O que Lutessa fez?

Perguntei sem ao menos conseguir esconder minha insatisfação.

-Lutessa?

Kara Danvers perguntou com um tom de voz causal, como se o assunto em questão não me irritasse.

-Nada. Algumas vezes quando acordo durante a noite por puro costume para dormir novamente, ela está me observando da janela. Ela nada diz apenas me dá algum sorriso pequeno, a princípio eu temia. Mas ela não me faz mal algum, está quase sempre sorrindo para mim e sendo gentil. Certa vez, você fora fazer cobranças e estava demorando, eu tentei esperá-la porque estava com saudade. Mas estava tarde demais, não consegui e adormeci. Quando acordei em meio à noite lembrando-me de você e como queria vê-la e Lutessa estava lá, observando-me. Eu a perguntei se você havia chegado, mas ela disse-me que não. Quando ouvi sua resposta senti meu coração apertar, eu apenas desejava vê-la imediatamente. Pois você estivera mais ocupada que o de praxe naquele dia, confidenciei a Lutessa o vazio em meu peito que a saudade de você estava me causando e gentil ela ofereceu-se para me abraçar até que eu estivesse me sentindo melhor. Eu a abracei como se fosse você, embora o cheiro seja diferente. Ela me afagou os cabelos sem desculpas para não me tocar mais ou temor em continuar me dando carinho.

Ao final de toda a sua confissão eu já sentia a revolta espalhada por tudo o que eu era. Maldita! Este tempo inteiro se aproveitando, fazendo joguinhos por minhas costas! Pensei.

-Por que me diz isso apenas agora?

Perguntei com um tom de voz baixo, frio, mas contínuo.

-E o que mudaria? Sei que por algum motivo não confia nela ao meu respeito, mas ela não me faz mal algum.

Abri minha boca naquele exato momento para respondê-la, mas palavra alguma saíra por entre meus lábios. Apenas segurei as rédeas novamente e fiz o cavalo dar meia-volta depressa para voltarmos para casa.

-Por que não admite?

Kara Danvers perguntou-me parecendo impaciente.

-Admitir?

Perguntei séria num tom contido.

-Que percebeu que não sou mais uma garotinha, que sou uma mulher, que tenho curvas e sou interessante. Que seu olhar escorrega por meu corpo algumas vezes, no entanto, você finge que não para continuar tratando-me como uma criança.

-Você é uma criança Kara Danvers!

Rebati levantando o tom de minha voz, o que a fez dar um pequeno sobressalto.

-Não. Eu não sou! Eu não sou mais uma criança apenas porque você tem décadas e décadas de anos a mais do que eu. Minhas regras desceram, eu sou uma mulher!

Senti-me uma tola ao saber que deixava escapar meus olhares por seu corpo ou até mesmo por seus lábios, estava difícil continuar respeitando Kara Danvers até o momento apropriado. Pois de fato ela estava tornando-se uma mulher linda e interessante como eu já sabia que seria. Tentei canalizar toda a calma que pude para respondê-la, não queria discutir.

-Desculpe-me se a desrespeito com olhares, nunca é minha intenção.

-Eu não me sinto desrespeitada, sinto-me desejada. Mas se trata de mais do que isso, pois você por vezes me olha como se eu fosse de fato única ou algo que jamais viu antes.

-Eu não posso dá-la o que quer, está tornando-se uma linda mulher, no entanto, ainda não é uma. Está em metamorfose, por favor, a respeite, minha querida.

-Você me respeita demais.

Eu a ouvi murmurar, e então parei o cavalo novamente e a surpreendi com um abraço.

-Está bem assim? Estou abraçando-a, nós podemos ficar assim até quando bem quiser até regressamos para casa. Perdoe minha falta de tempo algumas vezes, mas eu estou sempre pensando em você e em nossos variados programas.

Kara Danvers acariciou meus braços com suas mãos quentes e macias.

-Nós podemos ficar assim por mais alguns anos, Lee?

Ela perguntou-me e como resposta apenas a puxei para mim pondo meu queixo em seu ombro e sentindo-a escorar sua cabeça contra a minha. Daquela vez o silêncio entre nós fora bem vindo. De fato nós ficamos ali, abraçadas de tal forma até que ela decidisse que deveríamos ir. Na volta para casa me permiti pensar sobre as palavras de Kara Danvers e sobre o fato de abraçar minha irmã fingindo que esta fosse eu, seu questionamento sobre eu tocá-la e até quando ousou dizendo-me que eu a desejava.

Pensando de tal forma... Qual seria a natureza dos sentimentos de Kara Danvers em relação a mim? A forma como ela disse-me que eu a olhava... Estava lá, estava tudo lá, estava tudo em meu olhar. Meu olhar entregando intenções ainda trancafiadas. Ao chegarmos à nossa casa, aproveitei-me de que Kara Danvers fora tomar banho e procurei minha irmã pela casa.

Pude encontrá-la sentada no quintal, com suas pernas cruzadas e postura rigorosamente correta, parecia contemplar o horizonte sem pressa alguma.

-O que deseja?

Ela perguntou sem me fitar, de fato havia sentido meu cheiro, o que não era surpreendente.

-O que pretende?

Perguntei-lhe com o mesmo tom calmo, apenas em lembrar-me do que Kara Danvers havia confidenciado me sentia alterada. Porém eu sabia que minha irmã gostava de me desestabilizar, eu não a deixaria fazê-lo daquela vez.

-Em relação a...?

Sentei-me na cadeira ao seu lado, também sem olhá-la.

-Kara Danvers. O que pretende? Ainda que eu tenha lhe alertado... Continua rondando-a. Não sou estúpida de não querer que nem ao menos se cruzem, afinal apesar de grande ainda estão na mesma casa. No entanto, você sabe exatamente do que eu estou falando. O que pretende?

Eu a senti me fitar de soslaio antes de me dar qualquer reposta.

-Acha que não tenho direito de falar a respeito da sua dor, mas menospreza a minha. De fato crê que eu teria alguém praticamente idêntico a Melissa por perto e não tentaria me aproximar? E por quê? Por que é o que você quer? Naquela época eu estava disposta a duelar por ela com você, o que lhe faz achar que eu recuaria desta vez?

-Kara Danvers não é Melissa.

Lhe respondi mantendo minha calma exterior.

-De fato. Não é. Sua pele é mais quente e vê-la tornando-se uma mulher é interessante.

-Você transferiu o amor que tinha por Melissa para ela, não?

Perguntei mordendo meu lábio inferior em seguida.

-E você não?

Lutessa perguntou-me.

-Então... Nós estamos vivendo tudo isso outra vez.

Eu disse em lamentação, novamente Lutessa em meu caminho. O que eu devia fazer? Eu nunca quis disputar  um amor com minha irmã, mas eu não quis abrir mão, nem podia! E ela sentia-se da mesma forma. E lá estávamos nós outra vez, na mesma situação com os mesmos termos. Pois eu não abriria mão de Kara Danvers, tampouco Lutessa. Uma tragédia anunciada no silêncio entre ambas.

-Sim. Nós estamos.

Lutessa respondeu e eu levantei, não havia mais nada a ser dito.


Notas Finais


E é isso aí que nós temos pra hoje 👀😊


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