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História Between Two Worlds (Imagine Rosé) - Everything is falling


Escrita por: badgirldown

Notas do Autor


olá, coisas tristes acontecerão daqui pra frente ✌🏻

Capítulo 19 - Everything is falling


Fanfic / Fanfiction Between Two Worlds (Imagine Rosé) - Everything is falling

 Naquela noite minha mente foi bombardeada com imagens das últimas semanas, pude rever o momento em que eu esbarrei em Rosé no Spotlight, como conversamos de uma forma tão natural e divertida e como terminamos dentro de seu apartamento. Essa informação ainda era um mero borrão na minha memória mas agora eu conseguia lembrar mais vividamente do quão nervosa e excitada eu estava quando cheguei no estabelecimento com a loira. Me lembro também de acordar no dia seguinte e não encontra-la ao meu lado, apenas um papel rasgado me alertando para deixar a chave do local com o porteiro. Se minha mente não estiver me enganando, eu tenho quase certeza de que não havia mais nada naquele bilhete além desse aviso. Nenhuma marca de batom, nenhum tom brincalhão nas palavras da universitária, nenhum nome. E isso me deixava levemente atordoada. Será que foi mesmo a loira que o escreveu?. Após isso eu simplesmente segui a minha vida, mesmo ainda pensando na noite em que tivera com Rosé. A lembrança dos meus passos pelo teatro eram bem memoráveis, assim como a minha chegada até o escritório de meu chefe e o seu pedido, ou melhor ordem, inusitado. Cuidar da nossa nova estrela, Park Chaeyoung. O sentimento de estresse e indignação ainda estavam vivos nas minhas veias, isso porque eu achei que estaria lidando com qualquer outra pessoa mimada do mundo da Broadway. Mas não, eu mal sabia com o que eu estava prestes a lidar. Um mundo totalmente diferente e completamente idêntico ao meu. Eu não me culpo por ter achado que aquela garota em cima do palco era a mesma que me levara para seu apartamento dois dias antes. Elas eram idênticas, como eu poderia ter assumido que se tratava de uma outra pessoa, de uma outra vida? Eu não poderia, e eu não o fiz. Assim como eu não previ que eu me aproximaria dela mesmo depois de todos aqueles avisos e sinais me dizendo que ela não era quem eu pensava. O seu nome, a sua profissão, o seu jeito, a sua personalidade, o seu beijo. Ela definitivamente não era quem eu esperava, porém, ela se tornou quem eu queria. Por isso o meu surto quando eu descobri que ela estava em um relacionamento com um outro alguém. Mas aí que tá, ela também não era quem eu pensava ser. Por mais que dessa vez ela possuísse o mesmo nome, o mesmo estilo, a mesma áurea, a mesma forma de me tirar o fôlego, ela não era a garota por quem eu me apaixonei. Ela não era a Chaeyoung da outra realidade. E isso me deixava presa nesse desejo de continuar numa dimensão que eu definitivamente não pertencia apenas para tê-la ao meu lado. Afinal, eu nunca a teria no outro universo.

Meu corpo se remexia contra o conforto daquele colchão, minhas pernas e braços se enrolando no tecido fino dos lençóis. Eu conseguia sentir cada fio de meu cabelo incomodando o meu rosto e ficando preso em alguma parte entre a minha cabeça e o travesseiro, me deixando a confirmação de que eu estava completamente esparramada na cama e de que não havia ninguém ali dividindo o móvel comigo. Entretanto, isso não fez com que eu pulasse dali de forma assustada questionando se eu havia me teletransportado de um lugar para outro novamente, talvez eu estivesse me acostumando com aquilo ou apenas não queria incomodar os meus batimentos cardíacos com a sensação horrível de aflição. O que me fez resmungar e finalmente abrir os olhos, percebendo que a cortina do quarto se encontrava fechada, mantendo a luz do sol unicamente do lado de fora do local, foi o toque do meu celular, que espalhava uma música alegre e entusiasmada pelo ambiente. Alguém estava me ligando incessavelmente. Virei minha cabeça no travesseiro, encarando com preguiça e irritação o aparelho em cima do armário ao lado da cama, suspirei e agarrei o eletrônico, levando-o até minha orelha esquerda.

* Alô? * Falei, minha voz ainda enrolada e desnorteada pelo sono que eu estava sentindo. Parecia até que eu não dormia a dias.

* S/N?! Você está bem? Onde que você estava?! * A voz feminina disse de forma preocupada e aflita do outro lado da ligação. Fechei os olhos fortemente pela elevação do tom da moça e senti minha cabeça doer com o ato.

* Hum… o que? Quem fala? * Perguntei, franzindo o cenho em confusão enquanto eu me sentava na cama. Cocei os olhos com a parte superior das mãos e depois abri-os para encarar a decoração adolescente do meu quarto. Voltei a franzir. Eu não estava no apartamento de Rosé? Droga. Minha ficha caiu em questão de segundos e eu pude compreender um terço do que estava acontecendo.

* Chae?! * Chamei com emoção, ajeitando o meu corpo em cima da cama. Meu coração vibrava em ansiedade. Fazia tanto tempo que eu não a via, que eu não a escutava.

* Você está bêbada? * Ela disse, me fazendo reconhecer sua bela voz dessa vez. Sorri de orelha a orelha automaticamente. Era ela. Como era bom ouvi-la. Até que, os meus lábios se curvaram para baixo. O que ela havia insinuado?.

* O que? Não! Eu acabei de acordar. Você está bem? * Falei, deixando uma euforia súbita tomar conta dos meus sentidos. Será que alguma coisa havia acontecido?.

* Pft. Se eu estou bem? Faz uma semana que eu estou tentando falar com você! Eu pensei que algo ruim tivesse acontecido! * Ela bufou, me entregando sua resposta com um cinismo evidente em sua fala, além da sua aparente indignação. Então, aconteceu desse lado. Eu desapareci nessa realidade por conta da minha presença na outra dimensão. Eu poderia ter perguntado sobre isso para o cara barbudo. Mas não perguntei.

* Pera.. o que? Uma semana? * Repeti, me sentindo tonta com aquela possibilidade. Como eu explicaria para ela sobre essa minha ausência repentina? Ainda mais depois do nosso encontro no restaurante. Eu estava numa enrascada. Respirei fundo e mordi o lábio.

* Chae, eu... * Tentei começar minha explicação, mesmo não sabendo o que dizer, minha voz caindo para o tom arrependido e culpado que a estrela do teatro provavelmente não queria ouvir.

* Aquelas coisas que você disse, eram mentiras não é? Apenas uma forma de me acalmar pra vc conseguir se livrar de mim e seguir sua vida com... sei lá, qualquer outra pessoa * A loira declarou, me atingindo diretamente no peito com sua suposição.

* Que? Chae, não é nada disso, ok? Eu quis dizer aquilo tudo. Você é importante pra mim * Afirmei, trocando minha posição no colchão e levando os meus pés descalços até o chão frio, permitindo que cada centímetro do meu corpo prestasse atenção apenas naquela conversa. Eu precisava convencê-la de que eu nunca mentiria sobre os meus sentimentos.

* Eu sou? Então por que você não deu notícias? Você passou uma semana sem aparecer! Nem mesmo no teatro você foi! * Ela rebateu, meu peito se apertando a cada palavra que caía de sua boca.

* Chae, eu posso explicar * Falei, sentindo o sentimento de desespero se apoderar das minhas emoções enquanto eu lutava para não deixar as lágrimas cair. Eu estava presa naquela situação. Eu não poderia dizer a verdade a ela, pois ela não acreditaria em mim, e se eu tentasse dizer qualquer outra coisa, ela saberia que eu estou mentindo.

* Ah, pode? Eu iria adorar ouvir suas desculpas. Eu não acredito que eu caí nessa de novo * A loira disse, mantendo o sarcasmo amarrado em sua voz. Ela soava cabisbaixa, decepcionada e levemente arrependida, e eu não sabia o que fazer com essa minha percepção. Afinal, ela estava do outro lado do aparelho, eu conseguia imaginar suas expressões cansada e triste, mas eu não poderia abraça-la e muito menos dize-la que eu jamais a usaria dessa forma, que eu jamais a machucaria nesse nível ou em qualquer outro. Porém, eu apenas permaneci sentada na cama, inquieta e devastada.

* Do que você está falando? Não é nada do que você está pensando, está bem? Se você apenas me deixar expl- * Falei em um único suspiro, apertando o celular contra o meu rosto como se ele fosse fugir para algum lugar. Não adiantou muito, entretanto, Chaeyoung encerrou a ligação do outro lado e cortou minha fala desesperada, me fazendo suspirar em meio ao som do bipe. Encarei a tela do aparelho e passei uma mão pelo meu rosto. Como eu concertaria isso? O universo estava tentando me separar da garota que eu amo? Ou isso era apenas mais uma consequência, assim como o barbudo disse? "Você não vai simplesmente viver essas duas vidas e não sofrer nenhuma consequência com isso". Apertei minhas mãos contra o colchão. Eu estava destinada a sofrer então?.

- S/N? Posso entrar? - A voz familiar ecoou lentamente pelo cômodo, alertando a entrada da pessoa no local assim como o rangido da porta se abrindo. Meu corpo gelou no mesmo instante. Aquele tom, eu conhecia muito bem.

- M-mãe? -

[…]

Quando o universo quer nos surpreender ele faz o seu papel com maestria. Como um bom profissional ele mantém o campo limpo e sem rastros de qualquer coisa que já tenha passado por ali, assim como ele esconde qualquer probabilidade do que pode acontecer. Ele te deixa imersa num círculo de paz, antes de trazer toda a tempestade á tona. Eu não estava pronta e muito menos preparada para lidar com a minha progenitora, não depois de todo esse tempo sem ter qualquer tipo de contato com ela. E julgando pelas minhas emoções abaladas, eu provavelmente cometeria alguma merda, ou pioraria a situação. Afinal, as coisas não estavam muito boas naquela realidade, tudo parecia estar desmoronando e eu não sabia lidar com isso. Apenas queria resolver minha situação com Chaeyoung. Me doía pensar que ela estava deixando que seus pensamentos, ou até mesmo memórias de experiências passadas, destruíssem o que estávamos construindo. Eu precisava ir atrás dela.

- O que você está fazendo aqui?!! - Exclamei, olhando fixamente para a mulher parada na entrada do quarto. Sua feição não era difícil de se decifrar. Ela parecia alegre ou aliviada com algo, sua pele não demonstrava nenhum envelhecimento depois de quase cinco anos e suas vestimentas alertavam que seus gostos permaneciam os mesmos. Meu semblante, pelo contrário, era um tanto complicado de interpretar. Eu me sentia furiosa e indignada com a presença da mulher, mas eu ainda estava em choque e assustada por vê-la. Por que ela demorou tanto para aparecer?.

- Você cresceu bastante - Ela comentou, sua voz calma e num tom meramente baixo, além de um sorriso melancólico no canto dos lábios. Eu queria gritar por estar cercada pela sensação de não saber o que fazer, não saber como reagir. Eu me sentia impotente, e eu tinha noção de que aquela realidade estava me deixando dessa forma. Como se ela estivesse me expulsando dali com as suas melhores ferramentas. Fiquei observando a mulher me encarar sorridente, até perceber outra pessoa entrando no cômodo. Pulei imediatamente da cama.

- Que merda é essa?! - Gritei, encarando furiosamente o doppelgänger da minha melhor amiga. Jisoo passou pela porta do quarto e parou ao lado da minha mãe, seu semblante preocupado ainda me dizendo o quanto ela me achava uma completa maluca. Aquilo era algum tipo de intervenção?.

- S/N.. - Ela disse, sua voz cuidadosamente articulada num tom manso, parecia até mesmo que ela queria me preparar para algo. Me levar para um hospício talvez? Ugh. Que mundo irritante.

- Jisoo! Você chamou ela, não foi? - Falei, apontando para a mais velha no cômodo. Eu queria me aproximar da minha falsa melhor amiga, chacoalhar o seu corpo e lhe perguntar como ela conseguia ser tão parecida mas tão diferente da garota que eu conheço. Se tudo estava começando a falhar por ali, por quais motivos eu voltei para essa dimensão? Apenas para me destruir nesse mal entendido com Chaeyoung? Eu não aguentava mais tantas dúvidas, e eu sentia que aos poucos eu estava desistindo. Do que? Não tenho ideia ainda.

- Olha, eu… - A morena tentou mais uma vez, porém eu estava num mar de frustração, eram muitas coisas acontecendo de uma vez só, então eu a interrompi com a minha fala alterada.

- Que droga Jisoo!! Eu já disse que estou bem! - Protestei, assustando ambas presenças no quarto.

- Filha, eu acho melhor nós conversarmos um pouco - A mais velha declarou, dando um passo para frente enquanto tentava me acalmar com os seus gestos de mão. Bufei com deboche. Eu não estava ouvindo aquilo.

- Conversar?? Faz anos que a gente não se fala e agora você quer conversar? Por favor, eu não vou ficar aqui pra isso - Disse, arrancando o meu celular de cima da cama e calçando os meus chinelos. Eu estava com vestimentas simples mas adequadas para sair para as ruas de Nova Iorque. Cada segundo naquele lugar estava parecendo ser crucial. Será que estava tudo chegando á um fim? Eu me lembrava perfeitamente das palavras do homem, dizendo que uma das realidades teriam que desaparecer. Era isso o que estava acontecendo? Eu estava sendo levada a esse final?. Peguei minha carteira em cima do armário ao lado da cama e então segui na direção da porta, passando por minha mãe e então Jisoo.

- S/N! Você não vai a lugar algum! Pode parar aí mesmo! - A mulher gritou, seu tom de ordem me recordando da minha infância. Engoli em seco ao lembrar dessa época, nos dávamos tão bem. Respirei fundo e dei um passo para trás. Talvez eu devesse resolver isso.

- Eu não acredito que você fez isso - Falei, deixando o meu semblante decepcionado cair nas expressões indecifráveis da minha melhor amiga. A morena suspirou.

- É o melhor para você, S/A - Ela disse, abaixando a cabeça e então saindo do quarto, fechando a porta diante dos meus olhos. Mordi o interior de minha boca e virei nos meus calcanhares, depositando minha atenção na mulher que estava no meio do cômodo.

- O que você quer? - Perguntei, meus ombros ficando tensos com o ar que nos cercava. Era tão estranho vê-la de tão perto. Passamos todo esse tempo distantes, então tudo o que eu conseguia enxergar ao olhar para ela era a raiva que estava explícita em seu rosto na última vez que nos vimos, quando discutimos sobre a faculdade. Eu não conseguia ver mais nada além disso.

- Primeiro, eu queria.. bem, eu queria pedir desculpas por ter aceitado que você se afastasse. Eu deveria ao menos ter ido atrás de você, ter ligado, entrado em contato - Ela começou, parecendo nervosa e receosa com as palavras que estava usando. Sua postura entregava o seu leve incômodo, talvez ela não quisesse estar ali, ou apenas não soubesse como lidar com isso também. Cruzei os braços e esperei que ela continuasse.

- E segundo… você está mesmo bem? Jisoo me contou que você… - Ela voltou a se pronunciar, mas eu logo a cortei. Depois do acontecido com a minha amiga, eu não passaria pela mesma coisa com a minha mãe. Eu não a ouviria me chamar de louca.

- Não interessa o que ela disse. Não é nada do que vocês estão pensando - Falei, trincando o maxilar para conseguir manter a calma e conversar civilizadamente. Droga, por que tinha que ser tão difícil?.

- Então, você não acha que está viajando no tempo ou sei lá o que? - A mais velha perguntou, mantendo a distância de alguns passos entre nós. Era possível decifrar um olhar analítico no rosto da mulher, ela certamente estava me julgando mentalmente, talvez testando a minha sanidade.

- Não. Foi só um desabafo desesperado - Falei, dando de ombros. Eu não queria prolongar aquele assunto de forma alguma.

- Desesperado por que? Por causa dessa garota? Como é o nome dela… Rosé.. Chaeyoung? - Ela fez um esforço para se lembrar, dando uns dois passos para frente, me fazendo recuar um.

- Eu não vou falar sobre isso com você - Declarei, deixando o meu olhar cair na cama bagunçada atrás dela.

- Tudo bem, eu entendo que você ainda esteja magoada mas.. - Ela continuou, me fazendo franzir o cenho. Sua palavras mal colocadas me faziam duvidar da sua sinceridade de antes. Ela realmente sentia muito por ter me deixado para trás? Por ter esquecido que tinha uma filha apenas porque ela não fazia o que ela desejava? Minha confiança estava abalada o suficiente para eu não acreditar em suas desculpas tão facilmente. E eu acredito que era exatamente assim que Chaeyoung se sentia também. Como ela me perdoaria depois disso? Uma semana desaparecida! Como eu sequer encontraria uma explicação plausível para esse fato?.

- Mas? Eu não estou magoada, eu estou decepcionada, mãe. De todos, eu pensei que você me apoiaria, mas não foi isso o que aconteceu. Você nunca gostou que eu tivesse um pé no meio artístico - Desabafei, deixando os meus braços cair ao lado de meu corpo.

- Não é bem assim, querida, eu apenas… - A interrompi novamente.

- Eu não quero saber. Eu preciso resolver algo, com alguém que é muito importante para mim. Alguém que... que me ama por eu ser quem eu sou - Comentei, aproveitando a minha posição para pegar a minha jaqueta que estava pendurada num cabideiro próximo a porta. Vesti a peça de roupa e guardei os meus pertences nos bolsos.

- Querida… - A mulher tentou se manifestar mais uma vez, mas eu realmente não estava emocionalmente disposta a continuar aquela interação. Será que eu teria que encontra-la na outra realidade também? Era improvável, porém não impossível.

- Tchau, mãe. E não precisa me esperar aqui - Falei, olhando-a uma última vez antes de me retirar do quarto.

Ao chegar na sala de estar, eu pude ver a imagem da garota de fios escuros sentada no sofá, suas pernas balançando com ansiedade enquanto ela esperava. Ignorei a mais velha e caminhei até a mesa de centro, alcançando as minhas chaves que estavam ali.

- S/N - Ela chamou assim que me viu, automaticamente se colocando de pé.

- Jisoo. Me deixa em paz, ok? - Falei calmamente, era quase um crime para mim tratar minha melhor amiga daquela forma. Porém, minha cabeça fazia a questão de me lembrar que ela realmente não era a garota que eu amava como uma irmã.

- Te deixar em paz? Eu estou preocupada com você! - Ela exclamou enquanto eu tentava encaixar a chave na fechadura da porta. Minhas mãos estavam tremendo, e essa reação ansiosa apenas me deixava ainda mais aflita. Lá no fundo da minha consciência eu conseguia escutar o som dos ponteiros e isso era perturbador. Contra o que eu estava correndo? Tic, toc, tic, toc.

- Preocupada comigo?! Você sabe o quanto me afetaria ver minha mãe depois de todo esse tempo e mesmo assim você ligou pra ela! - Demonstrei minha indignação com o ato impulsivo da garota, me virando para encara-la com meu semblante enfurecido.

- Eu pensei que isso seria o melhor para você - Ela respondeu baixo, me observando ainda com um olhar preocupado. Respirei fundo. As intenções dela não eram as piores, eu sabia que a mais velha apenas estava agindo de acordo com o seu instinto. Entretanto, ela poderia ter encontrado um outro caminho para tentar "concertar" esse problema. Se é que havia um.

- Mas não é. Não foi. Eu queria que você acreditasse em mim, Soo. Eu sei que você é capaz disso - Afirmei, sorrindo fracamente para ela, na esperança de que alguma consciência lhe atingisse e ela desistisse dessa suposição de que eu estava delirando.

- Isso é uma loucura. O que você está me pedindo para acreditar é uma loucura! - Ela respondeu alterada, passando uma mão pelos fios negros. Ela parecia inquieta.

- Eu sei. Mas você é minha melhor amiga, ou melhor, uma cópia dela. Você deveria me ajudar nesses momentos - Falei, sem realmente pensar no que estava saindo da minha boca. Minha mente estava focada na fidelidade e no companheirismo que eu possuía com a outra Jisoo. Eu sequer conversei com ela antes de vir parar nessa dimensão.

- Cópia? Do que você está falando? - A morena questionou confusa. Balancei a cabeça, me livrando da situação que ainda me prendia naquele apartamento. Eu tinha uma missão complicada para cumprir.

- Esquece isso. Eu preciso ir ver a Chaeyoung - Declarei, virando de frente para porta e tentando mais uma vez encaixar a chave na abertura da porta, destrancando-a e finalmente me dando a visão do corredor do prédio.

- E se essa garota estiver te fazendo mal, huh? E se ela for o motivo de você estar assim? - Jisoo argumentou atrás de mim. Dei um passo para frente e pisei do lado de fora do apartamento, podendo encarar a expressão de desespero no rosto da mais velha.

- Então, que seja. Eu não me importo, Soo. Eu a amo, e nada vai mudar isso - Disse, oferecendo mais um sorriso fraco para a garota antes de acenar com a minha mão e seguir até o final do corredor, apertando o botão que traria o elevador para aquele andar. E então, enquanto eu esperava, me atingiu, a consciência de que eu havia dito aquelas palavras em voz alta. Eu amava Chaeyoung.


Notas Finais


👀


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