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História Bibidi-Bobidi-Bu (Jikook) - Bibidi-Bobidi-Bu - Hi, little brother


Escrita por: somnitan_

Capítulo 30 - Bibidi-Bobidi-Bu - Hi, little brother


O rei Jeon andava de um lado para o outro na sala de espera. Algumas pessoas dormiam, outras mexiam no celular e algumas estavam chorando.

— O senhor não quer se sentar? — perguntei.

— E se o meu filho não sair dessa, Jimin? E se ele morrer?

— O Jungkook não vai morrer, ele vai ficar bem.

— Eu não deveria ter vindo.

— Como o senhor conseguiu entrar sem a ajuda do Taehyung?

— A Kiara me ajudou.

— A Kiara?

— Sim, ela leu alguns livros e conseguiu de algum jeito. — deu de ombros.

— O senhor viu quem atropelou ele?

— Eu só consegui ver que era uma mulher, mas não deu para ver o rosto direito.

— Talvez a Malévola tenha conseguido fugir.

— Impossível.

— Responsável pelo paciente Jeon Jungkook?

— Sou eu.

— Pode me acompanhar? — perguntou a médica.

— Claro.

— Senhor Jeon?

— Jimin, eu preciso ver o meu filho.

— Por que veio até Busan?

— A minha esposa estava muito mal, eu precisava levar o Jungkook até ela.

— Eu sinto muito...

— Eu não posso perder o meu filho também.

A médica falava com o senhor Jeon, e o mesmo assentia. Percebi que ele suspirou aliviado e foi até o quarto de Jungkook.

— Jimin? — senti alguém colocar a mão em meu ombro.

— Parker, o que está fazendo aqui?

— Queria saber como está o seu namoradinho. — sorriu maldoso.

— Foi você?

— Eu não atropelei o Jungkook, Jimin, mas o carro é meu.

— E você sabia disso?

— Sim, foi por isso que eu emprestei. — tentou segurar minha mão.

— Parker, não me toque. — saí andando e liguei o celular.

— Não dê as costas para mim, Park Jimin! — sussurrou, segurando meu pulso com brutalidade.

— Por que você queria que alguém atropelasse o Jungkook?

— Porque se ele morresse, você seria só meu novamente. Quando aquela mulher pediu a minha ajuda, eu não pensei nem duas vezes.

— Então você emprestou o seu carro para uma desconhecida, que tinha a intenção de matar o Jungkook?

— Sim, Jimin! Eu disse isso agora mesmo.

— Não, você não é assim, Parker!

— Sou sim! Eu queria ver o Jungkook morto! Se eu soubesse que ela fracassaria, eu mesmo teria feito direito.

— Você é louco.

— Sou louco por você.

— Quem era a mulher, Parker?

— Eu não posso falar.

— Parker, me diga quem é ela. — segurei no pescoço dele.

— Se eu não disser, vai me matar? — debochou.

— Diga quem é ela.

Meus olhos estavam com aquele pequeno incômodo novamente. A expressão de Parker mudou rapidamente para assustado.

— Diga quem é a mulher.

— Descubra você mesmo.

— Solte ele! — um segurança me jogou no chão, fazendo com que o meu celular caísse e trincasse. — Aqui não é lugar de brigas. — gritou.

— Ele é um bruxo. — gritou Parker. — Vocês viram os olhos dele? Estavam em chamas.

— Você está louco. — gritei.

— Vamos embora, rapaz. — o segurança segurou Parker.

— Você vai me pagar bem caro, Park Jimin. — gritou.

— Não, Parker, você vai.

[...]

Entrei devagarinho no quarto de Jungkook. A médica havia dito que, por pouco, não foi forte a pancada, e que Jeon não perdeu a memória. O moreno havia acordado, mas voltou a dormir.

O senhor Jeon estava ao lado do filho, segurando a mão dele. Ele não notou minha presença.

— Me desculpa, filho. Me desculpa por tudo. Eu fui muito ruim com você, enquanto você fazia de tudo para me agradar. — arrumou a franja de Jungkook. — Eu te amo, Jungkook, e eu sinto muito orgulho do homem que você se tornou.

— Senhor Jeon...

— Jimin! Que susto. — colocou a mão no peito e suspirou aliviado.

— Desculpa.

— Está tudo bem. — sorriu. — Se eu fosse um bom pai, nada disso teria acontecido.

— A pessoa que fez isso com o Jungkook será presa por um bom tempo. — sorri. — O Jungkook te ama muito, mas o senhor sempre o tratou com arrogância. Eu sei que ele vai te perdoar.

— Eu quero recomeçar. Talvez seja tarde, não é?

— Nunca é tarde. Mas por que do nada se sentiu culpado?

— Ver o meu filho naquele estado me acordou, e eu vi o quão ruim eu fui para ele.

— O senhor ama o Jungkook?

— Sim, mais do que tudo. Eu o evitei porque eu estava com raiva de mim mesmo. O problema nunca foi o Jungkook. Eu estava em guerra comigo mesmo.

— O senhor vai ter um filho agora, tente ser um bom pai. — coloquei minha mão no ombro do mais velho. — E o que vai fazer com Taehyung? Ele também é seu filho.

— É muito estranho, Jimin. Taehyung passou 20 anos com a mãe, é como se ele fosse um estranho.

— O senhor deveria tentar. O Taehyung é uma pessoa incrível igual ao Jungkook. — sorri sincero.

— Eu vou tentar, mas não prometo nada.

— Tudo no seu tempo, senhor Jeon.

— Desculpa, Jimin. Eu tinha uma impressão errada sobre você. Você é uma boa pessoa.

— Eu também tinha do senhor, mas é passado.

— Jimin, me promete uma coisa?

— O quê?

— Cuida do Jungkook pra mim.

— Eu irei cuidar dele.

— Eu nunca disse, mas eu sempre carrego uma foto do Jungkook no bolso. — mostrou a foto de Jungkook mais novo. — Ele sempre foi parecido comigo, mas uma versão melhorada. — riu.

 

[...]

Passaram-se alguns meses desde o dia em que Jungkook sofreu o acidente. Eu confesso que as coisas foram mais rápidas do que eu pensei. Eu jamais imaginaria que estaria namorando Jeon Jungkook depois de tantas briguinhas idiotas. Nos aproximamos muito rápido, mas o que importa é a nossa felicidade.

Eu comecei a fazer faculdade, Jungkook e Taehyung estavam trabalhando na empresa do meu irmão. Eu não conseguia vê-los todos os dias, mas sempre aproveitava o tempo que tinha para ficar com meu namorado e meu melhor amigo.

— Eu devo admitir que você não fazia parte do meu livro do futuro, mas essa surpresa inesperada é realmente maravilhosa. — sussurrei no ouvido do mais novo.

— A aliança fica perfeita em você. — Jungkook beijou minha mão.

No meu aniversário, o mais novo me pediu em namoro oficialmente. Foi o pedido mais desajeitado e fofo, a cara do Jungkook, claro. Uma pena o Taehyung ainda ter dificuldades para mexer no celular e não ter conseguido gravar.

— Jimin?

— Sim, meu amor?

— Eu quero estar com você em tudo. Você me fez voar tão rápido, agora eu meio que entendo.

— Entende o quê?

— O que é o amor.

— Você é muito fofo. — ele riu. — Eu te amo incondicionalmente, Jeon Jungkook.

— Jimin?

— Sim?

— Você é a causa da minha euforia. — sorri.

Ficamos um bom tempo apenas abraçados em silêncio.

— Eu também te amo incondicionalmente, Park.

— Eu vou tomar um banho. — dei um selinho nele e levantei.

Não demorei muito no banho, porque eu sabia que Jungkook estava cansado e precisava se banhar. Assim que entrei no quarto, encontrei o moreno dormindo apenas de cueca e encolhido.

Resolvi não acordar o mais novo. Ele estava tão fofo dormindo daquele jeito, que fiquei com pena de acordá-lo. Cobri-o com uma coberta quentinha e dei um beijinho na sua bochecha antes de virar para o lado e dormir.

[...]

Desci as escadas e encontrei Jihyun deitado no sofá jogando no celular. Estranhei não encontrar minha mãe sentada no outro sofá assistindo a algum programa de culinária.

— Cadê todo mundo? — perguntei.

— Não vi a mamãe sair. Papai está dormindo e o Taehyung também.

— Ok.

— E o Jungkook?

— Dormindo feito um bebê. — sorri bobo.

— Vocês dois são o casal mais estranho. — gargalhou.

— Taehyung e Hoseok ganham. — digo ao lembrar da última vez que Hoseok visitou Tae.

— Você tem razão.

— Estou com saudades das crianças, será que eles estão bem?

— Não os vejo faz tempo.

— Eu também. Vou ligar para a senhora Kang mais tarde.

[...]

Já era tarde da noite. Taehyung, Jihyun, Jungkook e eu estávamos assistindo a uma série na sala. Minha mãe não havia aparecido, e eu já estava preocupado. Papai estava de plantão, mas ela não poderia estar com ele.

— Eu já volto. — digo.

Ouvi alguém bater na porta diversas vezes e corri para abri-la. Encontrei Hoseok com um olhar assustado.

— Hoseok? O que aconteceu? — perguntei.

— A mãe do Jungkook.

— O que tem a minha mãe, Hoseok? — Jungkook perguntou aflito.

— Ela está muito mal, Jungkook. — Hoseok começou a chorar. — O seu pai quase quebrou o castelo inteiro, e os médicos disseram que ela não tem muito tempo de vida. Eu nunca vi o rei naquele estado. Foi horrível!

— Não pode ser. Eu não deveria ter deixado ela.

— Jungkook, não é culpa sua! — disse Taehyung.

— Eu posso ajudar.

— Você ficou louco, Jimin? — Taehyung perguntou.

— Eu posso curá-la, Taehyung.

— Seus poderes são fortes, Jimin, mas se você usar o poder da cura, pode ficar fraco e morrer!

— Eu não vou deixar a mãe do Jungkook e o bebê morrerem.

— Jimin, eu não posso perder você também. — Jungkook colocou a mão no meu ombro. Abracei-o e fiz carinho em seu cabelo.

— Desculpa, mas eu não vou deixá-la morrer.

— Jimin!

— Hoseok, ela estava tão bem. Como isso aconteceu?

— Todos nós sabíamos que a gravidez era de risco, mas parecia que tudo estava bem até vermos o estado dela. Não sabemos como ficou assim.

— Eu tenho que ir.

— Jimin, e a mamãe? — Jihyun perguntou.

— Diga a ela que precisei resolver algo. Cuidem do Jihyun.

— Eu não sou mais um bebê, Jimin!

— Jimin, eu não vou deixar você se arriscar. — Jungkook segurou minha mão. — Eu vou até o Reino de Ouro, e você fica aqui.

— Desculpa.

Corri até o portal por onde Hoseok veio. Hoseok, Taehyung e Jungkook tentaram me alcançar, mas ele fechou rapidamente.

Suspirei ao ver aquele lugar novamente. Fazia meses que eu não pisava no Reino de Ouro. Estava tão diferente. Estava sem vida.

— Park Jimin?

— Billy? — sorri ao ver o gnomo.

— Quanto tempo! O que está fazendo aqui?

— Preciso ver a rainha Moon. Pode me ajudar a encontrar o castelo?

— Claro!

Billy e eu conversamos o caminho inteiro. Ele me contou como o Reino de Ouro estava diferente desde que Jungkook foi embora. O reino das bruxas também não era o mesmo sem Malévola.

— Obrigado por me acompanhar, Billy!

— Até mais, Jimin! — acenou.

Minhas mãos estavam mais frias do que o normal novamente. Meus poderes estavam voltando.

— Boa noite. — digo ao guarda.

— Boa noite, senhor Park.

Entrei no castelo, que estava totalmente em silêncio. Nenhum sinal do senhor Jeon.

— Boa noite. — disse para uma das empregadas. — Onde está a senhora Moon?

— Sinto muito, senhor Park, mas ninguém pode entrar.

— Eu posso curá-la. — disse. — Por favor, confie em mim.

— Senhor...

— Como você se sentiria se a rainha morresse porque você não me deixou entrar?

— Tudo bem... Vamos.

A mais velha me levou até o quarto da rainha. Agradeci antes de girar a maçaneta.

— O que está fazendo aqui, Park Jimin? Não pode entrar. Onde está Jungkook? — o rei perguntou.

— Vim sozinho, senhor. Deixei Jungkook na minha casa. Eu posso curar a rainha.

— Ninguém tem poder suficiente, nem a Fada Madrinha.

— Eu tenho. Por favor, deixe-me ajudar antes que seja tarde.

— Jimin...

— Senhor Jeon, por favor.

Entrei no quarto e vi a rainha deitada, cercada por travesseiros. Estava muito pálida, com a boca levemente roxa.

— Ela está muito fraca.

— Jimin? — ela sussurrou. — Onde está meu filho?

— Ele está muito bem, senhora Moon. — sorri fraco.

Li o livro de magia enquanto andava de um lado para o outro, mas não esperava pelo que veio a seguir.

— Jungsu, a bolsa estourou. — arregalamos os olhos.

— O quê?

— Jimin, chame a parteira! — gritou o rei.

— Claro. Eu já volto. — corri, chamando pela mulher.

— O que houve? — uma mulher de cabelo azul me parou.

— Você é a parteira?

— Sim. A rainha está bem?

— A bolsa estourou.

— Por que não disse antes? — correu para o quarto da rainha, e eu a segui.

A parteira pediu materiais para o parto. Fiquei na porta, observando.

— Já participou de um parto, Jimin? — o senhor Jeon perguntou.

— Apenas do meu, e ainda bem que não lembro. — ele riu.

A rainha apertava minha mão enquanto fazia força. Era exaustivo, mas eu estava focado em salvar sua vida.

— É uma menina! — anunciou a parteira, segurando a criança nos braços.

Ela era linda, com cabelos escuros e olhos atentos.

Voltei minha atenção para a rainha, que estava cada vez mais fraca. Senti minha energia sendo drenada, mas não desisti.

— Jimin! — gritaram Jungkook e o rei antes de eu desmaiar no chão frio.

[...]

— Jimin? Está me ouvindo? — a voz de Jungkook parecia distante.

— Jeon? — seus traços lentamente se tornaram nítidos.

— Fiquei preocupado. Como está se sentindo?

— Fraco. Minha cabeça lateja.

— Vou buscar remédios. — segurei seu braço antes que saísse.

— Estou bem, amor.

— Amor? — sorriu. — Preciso cuidar de você, amor. — revirei os olhos, sorrindo.

— Como estão sua mãe e sua irmã?

— Bem. Graças a você. Mas você se arriscou muito, Jimin!

— Deu certo! Eu não podia deixá-las morrer.

— Eu te amo.

— Também te amo. — selei nossos lábios.

— Não suma, ok? Eu te amo muito.

Olhei em seus olhos e senti meu coração aquecido.

— Eu também te amo.

[...]

Eu estava muito fraco para sair andando por aí, mas algo lá fora parecia me chamar. Era como se uma força invisível exigisse minha presença, e eu precisava descobrir o que era. Visitar a mãe do Jungkook poderia esperar.

— Quem está aí? — perguntei ao sentir que estava sendo observado.

— Sentiu minha falta?

— Deivid? Por que está me seguindo?

— Eu preciso de uma grana.

— Eu não tenho dinheiro, Deivid.

— Não estou falando da sua grana. Amarre-o! — gritou.

— O que estão fazendo? — gritei, tentando resistir, mas meu corpo estava fraco demais para reagir.

— Hora de encontrar o parente.

— O quê? — Antes que eu pudesse entender, senti alguém pressionar um pano no meu rosto. O cheiro forte me fez apagar.

[...]

— Onde estou? — perguntei, ainda sonolento. — Mãe? — arregalei os olhos ao reconhecer a figura à minha frente. — O que está fazendo aqui?

— Filho...

— Mãe?

— Sentiu minha falta, irmãozinho? — uma voz fria cortou o ambiente. — Você é um péssimo irmão, Park Jimin. Promete as coisas e depois some. Estou decepcionada.

— Kiara? — olhei incrédulo para a garota que acabava de surgir. — Isso é impossível.

— Desculpe, não estou vestida adequadamente. — ela sorriu de forma maliciosa.

Com um movimento fluido, tirou uma varinha do pulso e mudou completamente sua aparência. Agora parecia mais velha, trajando roupas pretas e uma maquiagem sombria, que intensificava a aura sinistra ao seu redor.

— Como isso é possível? — gritei, sentindo uma mistura de raiva e medo.

— Ela sempre foi problemática. — disse uma voz feminina ao lado, que só então percebi estar presa também. — Ela tirou a Kiara de mim e fingiu ser ela. E eu achei que tinha me livrado daquele monstro.

— Assim você me ofende, mamãe. — a garota fingiu tristeza antes de abrir um sorriso cruel.

— Então você é a Kira! — gritei, as peças do quebra-cabeça finalmente se encaixando. — Por que fez isso?

— Quer mesmo saber?

— Claro!

— Como sou uma irmã boazinha, vou contar tudo. — seu sorriso malicioso se alargou. — Não vou deixar você morrer antes de saber toda a verdade.

Ela se aproximou, os olhos brilhando com malícia. Algo me dizia que a revelação que estava por vir mudaria tudo.



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