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História Blowing Feelings - I think I hate you


Escrita por: featollg

Capítulo 42 - I think I hate you



Eu e Justin acordamos um pouco cedo, a Pattie nos levou ao shopping e aproveitei para tomar um sorvete mesmo com todo aquele frio. Fui à casa do Ryan e me despedi de todos. Agradeci por terem sido gentis comigo e principalmente ao Ryan. Ele me pareceu contente com o fato de que eu e Justin estamos bem.

Também passamos na casa do Charles, que ficou um pouco chateado com a nossa ida e Justin encontrou com o pai preto da quadra de basquete enquanto eu terminava de pegar minhas malas na casa do Ryan.

Patrícia nos levou ao aeroporto e voltamos para Dallas sentados lado a lado. Não conversamos muito. Eu só queria descansar e ele também. Pegamos um pouco de receio com relação a contar coisas inesperadas em voos. Eu queria conversar com ele sobe tudo isso, mas não queria acabar com tudo agora... Eu não sei, na verdade, se isso seria motivo suficiente para que eu me arrependesse pelo resto da vida.

Chegamos em Dallas e combinamos que faríamos o de sempre, não estamos namorando mesmo. Só estamos, sei lá, bem. Ele passou o resto da tarde com os amigos e eu fui contando sobre a viagem para a Thaisa, que já estava de volta, a Danny e a Pamela. Elas ficaram um pouco bravas no começo, mas agora parecem me entender.

 

.   .   .

 

As aulas voltaram e não poderíamos estar mais felizes. Eu e Justin voltamos a namorar oficialmente já tem mais de um mês. Concluímos que não tinha porquê ficarmos separados ou apenas ficando todos os dias sem um relacionamento sério. Eu o amo muito e ele sabe disso.

Andei conversando com a minha irmã esses dias e ela disse que eu deveria conversar com ele sobre o dia da traição o mais rápido possível. A verdade é que eu estou adiando isso há semanas e não queria que ele soubesse. Eu só queria guardar para mim e esquecer que fiz isso sem querer. Tentei esquecer sobre o assunto e pedi para que Justin viesse passar a tarde em casa comigo, já que estava sozinha e não tenho prova alguma no dia seguinte.

- Você sabe que dia é hoje? - Falei ao entrar no meu quarto e ele me seguiu, encostando a porta.

- É... dia 18 de setembro? O que tem?

- Você esqueceu? Eu não acredito.

- O quê? Não. Nós... não. Nosso aniversário de namoro é todo dia... 12?

- Você não se lembra do dia em que começamos a namorar? - Cruzei os braços e ele gargalhou.

- Claro que eu me lembro. Se hoje é dia 15, faz quatro meses que nos conhecemos. Não faz?

- Sim. - Sorri para ele e abracei-o. - Que amor. Você lembra!

- Até porque é super fácil esquecer o dia em que você salva a vida de uma mulher maravilhosa durante um incêndio no seu prédio e descobre que ela é tipo sua vizinha.

- Eu não sou tipo sua vizinha.

- É sim.

- São quarto andares de diferença. - Ele deu os ombros e passou as mãos em minhas costas, cruzando as mesmas e deu-me um selinho. - Mas tudo bem... Eu estava lembrando do dia em que nos conhecemos. Eu fui chata com você.

- Foi. - Concordou e riu. Pisquei para ele e trocamos um selinho. - Você se lembra como tudo aconteceu?

- Tudo o quê?

- Nossa primeira noite e tal. Eu estava um pouco bêbado e você também.

- É...

- Eu vou te dar três segundos para pensar. - Olhei para ele e sorri. - Game over. - Falou com a boca quase colada na minha e segurou minha nuca com a mão direita. Ele pegou na minha cintura com a esquerda e induziu-me a beijá-lo com gosto. Era incrível sentir aquilo por ele. - Seu beijo é o melhor de todos.

- Às vezes eu acho que você pensa em mim quando quer sexo. - Eu sabia o que estava fazendo. 

- Eu não tenho sempre essa intenção. Você sabe que não.

- Ah, você tem sim.

- Não vamos transar. Você vai ver. - Ele sempre cai na minha conversa, mas depois se toca. 

- Você não sabe o que está dizendo. - Falei olhando para ele. - Você já me fez sentir inútil por um bom tempo.

- Caramba. Você quer que eu te engravide pra mostrar o quanto você é itul?

- Cala a boca. - Ele riu. - É brincadeira. Não vamos discutir por isso. - Dei um beijo no rosto dele.

- Eu amo você demais. Eu sempre vou te amar. - Colocou meu cabelo para trás. Ele beijou meu rosto bem forte e sem pressa. Estiquei os braços em volta de seu pescoço e ele desceu as mãos em minha cintura. Justin caiu sentado na cama e apalpou minha bunda com força. - Eu estou com tanto desejo que não sei por onde começar. - Esticou as pernas e seu tênis já estava no chão. Bateu na própria perna.

- Deixe que eu começo. - Ele sorriu entre o beijo e ficou quase deitado na cama. Tirei minha blusa preta e comecei a beijá-lo com o corpo inclinado no seu, rebolando. Eu já estava sentada em seu colo com as pernas bem divididas. Ele murmurou e abria ainda mais a boca enquanto eu fazia isso. Passei a língua em seus lábios, que iniciou um beijo lento. 

- Kate.... Você mesma disse que eu só penso em sexo, mas porra. - Puxou meu cabelo e dei um selinho nele, ainda rebolando em seu colo. - Eu tinha acabado de falar que não pensava só nisso.

- Se quiser eu paro. - Eu estava prestes a contar a ele tudo o que eu fiz. Não tinha ideia de qual seria sua reação, mas eu sabia que não seria nada boa. A cada palavra que trocávamos eu sentia vontade de iniciar o assunto, mas como?

- Não. - Falou olhando-me e rebolei em cima dele. Eu já havia treinado tanto para abordar esse assunto que não sabia mais como começar a contar a ele. Justin apalpou minha bunda com as mãos fortes e estremeci. Ele beijou meu queixo devagar e meus pensamentos corroíam por si só. Justin mordeu de leve a região e fez carinho em meu cabelo com os dedos. Ele jogou meu cabelo para o lado esquerdo dos ombros e beijou meu pescoço. Era bom demais. Rebolei mais lenta em cima dele, que sorriu sozinho e parei por um instante. Ele apertou todo o meu corpo e agarrou-me de um segundo para outro. Mordi sua língua e ele voltou a me beijar. Voltei a rebolar em cima dele. - Por que você nunca fez isso antes de uma maneira tão mais incrível que o normal assim? - Falou com a respiração desregulada e sorri para ele. Ele apertou minha costela e mordeu meu lábio. Mexi mais uma vez com o quadril em cima dele e senti sua ereção. Ele murmurou. 

- Você gosta? - ele sorriu entre o beijo e acariciou minha nuca, assoprando a região todo leve.

- Muito. - Respondeu em um sussurro. Justin desabotoou meu shorts e parei. Ele apertou minhas coxas com os dedos. Eu estava incomodada sobre a conversa que estava por vir. Não conseguiria esperar. Minha consciência estava a ponto de falar por mim mesma a qualquer segundo.

- Nós precisamos conversar. Agora. - Falei determinada e ele não parou de me beijar. Beijou minha bochecha e mordiscou a mesma bem gostoso. Ele tocou sua boca na minha e um selinho lento. 

- Agora, sério? - Disse em um fio de voz, ofegante.

- Agora. - Falei apoiando com as mãos em seu peitoral e ele fechou os olhos sem vontade de abri-los. 

- Vamos aproveitar que estamos aqui. - Falou acariciando minhas costas e continuei olhando seria para ele. Justin beijou minha boca e não correspondi. Ele mordeu meu lábio e suspirei séria. - Ok. O que aconteceu? - Fitou meus seios. 

- Eu não sei como começar. - Falei seria e ele ergueu as sobrancelhas. - Acho melhor sair do seu colo. 

- Não. - Ele me impediu. - Fique aqui. Nada vai me fazer pedir para que você saia do meu colo.

- Eu estou falando sério, caramba. - Falei ao sair do colo dele, que me encarou e lambeu os lábios. 

- Você vai me dizer que não está mais tão feliz comigo... Ok. 

- Não. Nada disso.

- Então fala, Kate. O que aconteceu?  

- Eu quero que você preste atenção, porque a história é longa. 

- Mas qual é o assunto?

- Foi uma coisa que eu fiz com você, tecnicamente.

- VOCÊ TÁ GRÁVIDA? - Seus olhos arregalaram e revirei os olhos com vontade de rir.

- Justin, não. Não é isso. Não. - Ele riu. - Eu fiz algo com você há um tempo e estou te contando agora.

- Espera, antes, me da um beijo. Eu não sei como essa conversa vai acabar. 

- Caramba, você não me deixa falar. É um assunto sério. Diz respeito a mim, você e a minha irmã. - Ele me agarrou com força e aquilo foi um pouco relaxante. Nos beijamos por bons segundos e ele foi parando com selinhos. Abri os olhos e estávamos de mãos dadas. Cruzei as pernas sentada de frente para ele. - Uma vez eu li um texto que me marcou muito. Foi um pouco depois de te conhecer. Era um texto que dizia que, antes de amar qualquer homem, você precisava saber se ele te amaria ainda mais. - A princípio, ele me pareceu confuso. Justin acariciava minha perna enquanto eu falava com a mão esquerda. - Enfim... Quando nós chegamos em Miami, eu conversei um pouco com a minha irmã e comentei isso com ela, sobre as minhas teorias do que fazer para ter certeza se eu amava o homem certo ou não. No caso, você. O texto que eu li dizia: "Antes de dizer sim, deixe-o bravo. Veja-o com medo, veja-o esperando, veja-o louco. Estresse muda as pessoas", é assim que começa. Eu disse a ela que confiava em você, mas sentia que você sentia muita atração por ela. Como eu vi que vocês quase não conversaram, eu fiquei mais tranquila, mas no dia em que você implicou que eu iria na casa do Cameron, eu disse a ela para que... Sabe... Testasse você. Eu queria saber como você iria reagir na minha ausência tendo uma oportunidade dessas. Não como se fosse uma mulher qualquer que você pegaria, mas minha irmã gêmea, no meu quarto. Enfim, eu sabia que estava um pouco irritado porque eu tinha ido à casa do Cameron sem você, mas eu não imaginei que você realmente ficaria com ela. - Seus olhos estavam salientes. - Eu pedi para que ela desse em cima de você logo que eu saísse. Eu pedi para que ela não fizesse nada demais. Eu só queria fazer um teste, porque, como eu disse, não imaginei que vocês iriam quase transar. "Você não pode mudar as pessoas. Se eles agem de uma maneira, isso não muda". Depois disso ela me contou que você caiu na dela muito bem e isso me deixou pior ainda. Ok, vamos com calma. Eu estou adiantando um pouco. Ela me mandou uma mensagem enquanto eu estava chegando em casa dizendo que você tinha caído na dela. É claro que eu não fiquei feliz, mas poxa, eu não queria que ninguém soubesse disso. Até porque, eu realmente não imaginei que aconteceria isso. - Ele estava absurdamente boquiaberto, pronto para começar a falar. Foi soltando minha mão aos poucos. - No começo eu não estava nem aí, porque eu realmente fiquei decepcionada com o que você fez, mas desde a viagem do Canadá eu fiquei com a consciência um pouco pesada. Eu não queria ter feito isso com você, mas o fato de você ter me dado a certeza da sua infidelidade foi muito pior. - Fechei os olhos por um mísero segundo e ele se afastou um pouco. Lá vem.

- Eu não acredito que você pediu para que a sua irmã desse em cima de mim. Eu não sou de ferro. Eu sinto. Eu tenho atração. Eu sou homem. - Ele falava realmente impressionado com o que eu havia dito. - É serio, eu não acredito que você fez isso. Você me fez de idiota. Eu chorei pra caralho no seu pé e tudo isso aconteceu por sua culpa. Caramba, eu vou embora. - Apontou para a porta e ele estava visivelmente irritado. Não estava gritando nem nada. Estava no normal dele. - Eu não sei o que te dizer. Você é pior do que eu imaginava. Que tipo de mulher pede para ser traída?

- Eu não imaginei que você realmente ficaria com ela. Eu só queria testar você.

- VOCÊ SABIA. Se você não imaginasse, não teria pedido para que ela desse em cima de mim. - Bufou. - Eu não acredito, Kathrine. - Eu estava a ponto de chorar.  Ele estava me deixando triste. - Você pediu para que eu te traísse. Que tipo de mulher faz isso? Você é muito pior do que eu imaginava. - Ele falava decepcionado. Peguei minha blusa e vesti-a. Ele tinha o direito de saber disso. Eu teria que contar uma hora outra. 

- Eu não imaginei que você faria isso.

- Depois de tudo o que você me disse, eu posso afirmar que você mereceu ser traída. Você pediu por isso. Que tipo de relacionamento funciona assim? Caramba. Eu não consigo entender. Eu sempre demonstrei o quanto eu te amo. Você precisou pedir para que a sua irmã pedisse para transar comigo? Era só você chegar e perguntar: você pegaria a minha irmã de novo? Eu diria que não. Eu não pegaria, mas ela veio pra cima de mim porque você pediu. Isso foi a pior coisa que já me fizeram. Eu me sinto um idiota inútil. Você me usou como teste. Como você pode, Kathrine? - Ele estava quase chorando. Eu tentava engolir o choro, mas era difícil. Ele coçou os olhos e suspirou por alguns segundos. Ajeitei minha blusa e fechei o zíper do meu shorts. Fui saindo da cama devagar. - Você é pior do que eu. Apesar de tudo, eu nunca seria capaz de fazer isso com você. Eu não seria louco de  pedir para que o Ryan desse em cima de você, porque eu sei que você não iria cair. Eu confiava em você e pensei que era recíproco. Eu sou um idiota. Eu vou embora do seu apartamento. - até assim ele conseguia ser educado. Levantei-me sem reação e ele estava saindo sem mais uma palavra. Eu não tinha o que dizer. Queria pedir desculpas, mas não era o certo. Ele também errou. Eu só fiz um teste e deu errado. Ele disse que eu sou pior do que ele. Ele me chamou de louca. Eu sei que errei, mas não tive exatamente essa intenção. Eu pensei que ele seria fiel a mim, mas não foi. Nós dois erramos. 

Parei em frente à porta e pensei duas vezes antes de sair atrás dele, que estava parado em minha frente. Eu não queria. Eu precisava conversar com ele sobre isso e explicar. Tentei engolir o choro e andei pisando fraco no chão até ele.

- Volte aqui para conversarmos. - Apontei para o quarto e ele entrou sem mais conversa. Ele queria uma explicação mais lógica. Justin descansava o braço esquerdo em cima dos olhos e o direito solto na cama, já sentado. - Nós ainda temos muito o que conversar. - Ele suspirou fundo e percebi que estava chorando. Ele me esperou parar de olhá-lo para chorar.

- Você não precisa dizer mais nada. Eu já fui trouxa o suficiente para conseguir pensar em cada idiotice que eu fiz para ter você de volta. Você fez com que eu te perdesse. Caralho, eu acho que estou detestando você.

- Eu não queria que isso tivesse acontecido, Caramba.

- Então por que você fez isso, porra? Que caralho. Eu não consigo entender de onde veio tanta desconfiança. Você me decepcionou demais, Kathrine Louise. 

- Você também me decepcionou. - Eu estava choramingando ainda perto da porta. Ele continuou chorando um pouco e sua voz saía falhada. Ainda tampava o rosto. Aproximei-me dele aos poucos e fiquei de joelhos no chão. - Você errou. Eu errei.

- Eu me redimi e fiz de tudo para que você me perdoasse. Você me fez de idiota. Eu fui um cachorrinho que fez o que você queria. Isso é o que mais me irrita. Eu detesto você.

- Não detesta não... - Falei baixo e passei a mão no cabelo dele, que negou com a cabeça. 

- Se você tivesse feito isso com os seus ex, tudo bem, porque eles sempre te fizeram sofrer, mas eu fiz de tudo por você. EU CORRI ATRÁS DE VOCÊ POR SEMANAS para descobrir que você estava ciente o tempo todo disso tudo? QUE MERDA. EU NÃO... Quer saber, eu não vou fazer isso com você. - Falou olhando-me tão próximo. - Eu não vou te xingar. Eu só preciso ficar sozinho por algumas horas. Não consegui armazenar isso ainda. Eu não consigo acreditar que você foi capaz de ir tão longe para testar minha fidelidade.

- E você falhou.

- Eu sou homem. Eu sinto atração fácil. Eu não pensei em pegá-la enquanto você estava na casa do cara. Eu não pensei mesmo. Eu só queria ficar quieto, na minha, mas ela chegou tão intencionada e você ainda queria que eu fizesse o que? Você sabe o quanto ela deu em cima de mim? - Ele estava muito irritado e eu não tinha o que dizer. Eu estava me sentindo péssima. – Você tem ideia do que deixou acontecer? Quantas vezes eu te ouvi me xingar porque ela chupou meu pau? PORRA, EU NÃO CONSIGO ENTENDER. VOCÊ É TÃO COMPLICADA. – As lágrimas corriam soltas pela minha bochecha, pingando para fora do meu rosto, o que me fez limpá-las e ele me observava chorar. – Eu não sei mais o que te dizer. Eu estou muito decepcionado com isso. Nós estávamos tão bem namorando, mas depois de tudo isso... eu não, eu não...

- Você vai desistir de mim, é isso?

- Você acha que compensa eu ficar no seu pé se você é capaz de pedir para ser traída? Era como se você tivesse chamado uma mulher que eu acho gata e ter falado: “Ei, pode pegar. Eu vou ficar brava”. Você acha que nós podemos dar certo depois disso? A história já é outra. – Sentei-me de vez no chão e comecei a chorar. Eu estava tendo completa noção do que fiz com ele. É claro que eu não errei sozinha, mas causei tudo isso. Eu tinha boa parte da culpa. Eu o fiz de idiota e levei isso a diante. – Você contou a alguém sobre a burrice que fez? - Agora viria a pior parte.

- O Ryan e a Thaisa sabiam.

- O RYAN? PUTA MERDA. EU ACHO QUE ODEIO VOCÊ. SÓ FALTA VOCÊ ME DIZER QUE PEGOU O MEU MELHOR AMIGO PARA DAR CONTINUIDADE A ESSA MERDA DE RELACIONAMENTO QUE VOCÊ ESTRAGOU. – “Essa merda de relacionamento que você estragou” foi a frase que ecoou em minha cabeça por mais de 20 vezes consecutivas. Não conseguia pensar em outra coisa. Eu chorava de decepção. Acabei com tudo entre nós. Tudo.

- Ele queria saber o que estava acontecendo... Eu expliquei que fiz um teste que deu errado e estava me sentindo péssima, falei que você precisava aprender a lição e acabamos ficando. Não foi por provocação.

- FOI SIM. VOCÊ USAVA AQUELES PIJAMAS CURTOS NA CASA DELE, FICAVA GRUDADA NELE. CARALHO, AGORA TUDO FAZ SENTIDO. COMO VOCÊ É TERRÍVEL. – Ele ficou de pé e quase esbarrou as pernas em mim. Encostei na minha cama e continuei chorando. Ele andava de um lado para o outro coçando a nuca com a mão esquerda. – EU ODEIO AMAR VOCÊ. – gritou comigo e chorei. Como dói ouvir isso. – Não é você que sempre me dizia isso? - Falou baixo e percebi que ele estava próximo. – Qual a finalidade de tudo isso? Você não é só bipolar, é completamente desconcertada. Nenhuma mulher em sã consciência faria uma coisa dessas para perder o namorado. Eu sempre disse que te amo, sempre fiz de tudo para que tivéssemos um bom relacionamento, eu queria te fazer feliz da melhor maneira possível, porque eu sei por tudo o que você passou e você me surpreende com o pior. Se você não me queria mais na sua vida era só ter vindo até mim e dizer: “Cansei de você. Pode pegar a Caissy”. Como você acha que eu estou me sentindo? - Ele não estava mais chorando. Eu chorava tanto que não conseguia mais esconder. Cocei os olhos e passei os dedos debaixo dos mesmos. – EU ESTOU COM MUITA RAIVA. Agora você irá ouvir até que eu esteja menos irritado. – Eu me sentia péssima. O que ele disse foi terrível. Primeiro ele chamou nosso relacionamento de merda, depois disse que odeia me amar, falou que eu sou terrível, me criticou e me xingou. Ninguém merece ser tratado assim.

- Você não odeia me amar. Eu também não odeio amar você. – Falei com a voz firme e fiquei de pé. Eu não vou ficar chorando enquanto ele fala.

- Você não me ama. Nunca amou de verdade.

- Você precisa aprender a diferenciar amor de desejo. – Falei olhando nos olhos dele, tão molhados, prontos para despejar em lágrimas. – Você foi atraído pelo desejo de poder beijar a minha irmã. Eu sei que você me ama, mas você se deixou levar pelo desejo. Isso é pior do que eu jamais pude imaginar. Porque o amor é forte, sim, mas o desejo é momentâneo, o desejo nos faz perder a cabeça.

- Você perdeu a cabeça. Você transou com o meu melhor amigo enquanto eu chorava por ter feito algo que VOCÊ fez. - Apontou para mim e ele estava com muita raiva.

- Olha, ok, me desculpa, tá? Eu já me arrependi disso e até me senti um pouco culpada, mas isso não diminui o que você fez.

- ATÉ QUE SE SENTIU UM POUCO CULPADA? Você só pode estar brincando comigo. Eu não fiz porra nenhuma por mim mesmo. Eu não consigo acreditar que fui capaz de namorar uma mulher tão exótica, tão inexplicável quanto você. – Mordi a própria boca e ele bufou estressado. – Eu estou te odiando um pouco... Eu não sabia que seria capaz de ficar com tanta raiva de você. O problema não foi o que só o que eu fiz, mas o dia depois. Foi quando eu queria morrer por ter sido tão idiota com você. Eu queria te pedir perdão a todo instante. VOCÊ É FALSA. – Ele não tirava o olhar do meu, estava sendo sincero, estava triste. Eu percebia que pelo tom de voz dele, nada acabaria bem. Não sei nem se isso iria acabar por aqui ou hoje. Ele ficava tão mais lindo irritado, com ódio. Seus olhos eram ainda mais hipnotizantes. – Eu não esperava isso da Kathrine que eu conheci. – Eu o beijei. Pelo menos tentei. Ele não correspondeu na hora, mas mexi em seu cabelo com a boca colada na dele, pedindo por um beijo de língua. – Não funciona. Eu sou homem e posso resistir, se você não percebeu. – Falou resistente e arranhei sua nuca com as unhas. Ele não se afastou, apenas soltou a mão em meu braço. Ele deixou com que eu o beijasse e correspondeu. Eu estava conduzindo o beijo e o acariciava na nuca a cada segundo. Eu queria que ele se acalmasse pelo menos um pouco. Dei vários selinhos nele, que foi parando o beijo aos poucos e dei um último selinho antes de abrir os olhos. Ele me encarava sério. Eu sabia que poderia funcionar. Eu o conheço o suficiente.

- Não diga que você me odeia quando você sabe que é mentira.

- Há exatos 30 segundos eu estava de odiando, mas está passando. – Eu queria sorrir, mas me segurei. Continuei acariciando sua nuca e ele estava mais tranquilo. Assim seria mais fácil dar um ponto final a essa história. – Eu acho que nunca mais na minha vida irei conhecer uma mulher parecida com você. O jeito como vocês faz as coisas é tão excêntrico. Eu não entendo as mulheres, mas você é uma exceção. Eu não consigo compreender porquê você é assim. – Ele falava me olhando nos olhos e eu o correspondia com ternura no olhar. Queria transparecer minha calma. – Eu ainda vou embora porque preciso muito pensar.

- Você gosta desse meu jeito excêntrico de ser. – Falei para ele. – Eu vou te deixar pensar, mas eu quero que você também pense em tudo o que eu te disse. Eu errei, sim, você também errou, mas se você parar para pensar, tudo faz sentido. Eu não faria uma coisa dessas se não tivesse um motivo bom para dizer “Eu desconfiei dele com a minha irmã”. – Ele cerrou os olhos prestando atenção e trocamos um selinho porque eu o beijei. Fiz a mesma coisa mais uma vez e ele me soltou aos poucos. Andou até a porta e fiquei olhando ainda decepcionada comigo mesma. Não olhei para trás. Eu percebi o quanto ele ficou abalado com tudo isso e muito irritado, com raiva. Ele me disse coisas terríveis, mas eu também disse muitas coisas péssimas a ele quando o vi.

 

Justin P.O.V

Eu nunca cheguei a pensar que ela tinha qualquer culpa no que aconteceu entre mim e a Caissy. Eu sabia que não era uma boa ideia a irmã dela ter ficado no quarto comigo sendo simpática, mas eu não fazia ideia de que a Kathrine faria uma coisa dessas. Essas duas são terríveis. Fui me meter logo com as gêmeas mais excêntricas que eu já conheci. Estava estourando de ódio. Assim que cheguei no meu apartamento, voltei a ficar sentado na minha cama. Eu não sabia se brigava com o Ryan primeiro ou xingava a Caissy. A verdade é que eu me senti um inútil infiel. Sim, eu fui infiel, mas a culpa não foi completamente minha. A Kathrine pediu para que eu pegasse a irmã dela de novo, indiretamente. Filha da puta. Como ela foi capaz de fazer uma coisa dessas comigo? Liguei para o Ryan a ponto de socá-lo se estivesse na minha frente.

 

- SEU FILHO DA PUTA. COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO? VOCÊ SABIA O QUANTO EU ESTAVA SOFRENDO POR CONTA DA KATE E VOCÊ ME FAZ UMA COISA DESSAS. SEU VIADO DE MERDA. – eu estava muito alterado. – EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ NÃO ME DISSE NADA.

- Cara, o que aconteceu? Eu não sei do que você está falando.

- Você sabia que a Kate tinha pedido para que a Caissy desse em cima de mim. Você sabia que ela me usou como teste e deu continuidade a isso. QUE TIPO DE IRMÃO É VOCÊ?

- Eu não sabia exatamente o que ela queria com isso, só sabia que ela queria ter a certeza se você a amava ou não, tudo por conta da irmã dela.

- AH, É CLARO QUE VOCÊ SABIA. VOCÊ TRANSOU COM A KATHRINE PRA PIORAR AS COISAS.

- Isso é mentira, cara. Eu transei com ela porque eu quis e ela também. Não misture as coisas.

- Como você nunca me contou isso que aconteceu há tipo, quase dois meses?

- Ela quis esquecer o que aconteceu e eu não me meti.

- CARALHO, EU ODEIO VOCÊ.

 

Desliguei irritado e eu precisava extravasar. Queria descer para a academia, socar alguém, gritar com alguém. Eu realmente estava precisando me acalmar, mas eu não conseguia. Estava inconformado com o que ela fez comigo e só contou agora.

Desci para a academia e passei quase uma hora fazendo exercícios para me desestressar enquanto pensava na briga que tivemos. Eu tinha que tomar uma decisão. Como ela foi capaz de fazer isso comigo?

 

SPOILER

Apesar que, por você ter feito isso, eu deveria tê-la engravidado e o caralho a quatro pra você aprender a lição. Eu deveria. - Continuei chorando.

- Não fala isso. - Limpei as lágrimas do rosto e ele não parecia estar abalado com o meu estado emocional.

- Eu deveria ter aproveitado cada segundo. Se você pediu para que eu ficasse com ela, eu deveria ter transado. Pena que ela não esteja aqui agora.

- CARALHO! Para de ficar falando isso. Eu não aguento. Eu sei que eu menti e foi errado... Mas você tem que entender que eu passei por um momento de desconfiança.

- Era só você ter vindo conversar comigo. Você não pensa? Olha. Eu cansei de brigar. Eu vou embora. Que fique claro que eu não quero mais nada com você.


Notas Finais


Gente!!!! Amei muito os comentários do cap anterior. Teve até gente que pensou que rolaria um ménage hahahaha, não, gente, não. Vocês vão ver que a Caissy não é tão cobra assim. A Kate é.
Enfim, espero que estejam gostando. Tava animada pra postar esse cap porque muita gente vai adorar e alguns irão detestar, acontece.
Eu me inspirei em um texto que eu li, muito bom, na verdade, sobre isso de relacionamentos e tal. Quero opiniões.
Lembrando que o próximo já é o penúltimo.
Essa parte: "Você foi atraído pelo desejo de poder beijar a minha irmã. Eu sei que você me ama, mas você se deixou levar pelo desejo. Isso é pior do que eu jamais pude imaginar. Porque o amor é forte, sim, mas o desejo é momentâneo, o desejo nos faz perder a cabeça" diz respeito à sinopse da fic hehe
Beijoss


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