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História Blue strings (Larry Stylinson) - Nova meta


Escrita por: Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores! Demoro, mas sempre volto u.u
Boa leitura!

Capítulo 50 - Nova meta


Fanfic / Fanfiction Blue strings (Larry Stylinson) - Nova meta

– Como foi a cirurgia? – Sophia perguntou assim que me viu na sala de descanso. Me limitei a olhá-la desanimado. – Sinto muito. – Afagou meu ombro.

– Quando você começa a residência, todos te dizem que um dia vai melhorar, que você vai se acostumar e ver pessoas sofrendo e morrendo não vão te afetar mais. Esse dia não chegou para mim e eu acho que nunca vai chegar. – Desabafei.

– Eu me sinto assim também. Principalmente quando vou à pediatria. Fico pensando o que elas fizeram para ter de passar por isso, quem é que decidiu que elas deveria sofrer tanto. – Eu concordei. – O pior é ver seus pais se agarrando em cada esperança, pedindo para qualquer deus que exista.

– Não acho ruim, a fé é uma ferramenta psicológica importante, enquanto eles acreditarem em “milagres”. – Fiz as aspas com os dedos. – Eles acreditam na cura e trabalham para isso. É só o que a gente precisa.

– É difícil? Eu a vi ontem. – Não precisou explicar melhor para saber que falava de minha mãe.

– Um dia de cada vez. – Disse simples. – Estou recitando o lema dos alcoólicos anônimos para ela o tempo todo. Só por hoje estamos bem, só por hoje. – Ela sorriu. – Então ela termina dizendo que vivemos e lutamos um dia de cada vez.

– É uma boa maneira de encarar tudo. – Ficamos em silêncio por um longo tempo.

– Você já imaginou passar por tudo o que tem passado ultimamente? Eu sei que você é a única que tem sido racional com todos esses problemas que atingiram sua família e a de Liam e você é a única que tem o direito de surtar e se irritar com todo mundo, inclusive comigo, que sempre soube de tudo.

– Não vale à pena. – Deu de ombros. – No começo, eu realmente fiquei com raiva. Eu o odiei pelo que fez comigo, odiei por ver Niall e por não conseguir odiá-lo. Eu queria vingança e eu ia atingir sua relação com sua família e aqui no hospital. Mas vê-lo aquele dia, olhando para o Niall com um olhar tão... doentio. – Suspirou. – E seus pais perdidos, sem saberem o que fazer. Não sei, eu só senti pena, sabe? – Trocamos um olhar. – Sei que é horrível, pena é a pior coisa que você pode sentir por alguém, mas agora eu só quero que ele passe por tudo isso, que se encontre e se entenda e que seus pais compreendam o que ele é e como ele funciona.

– Isso é muito amável de sua parte.

– Meus pais disseram que eu era idiota, que era a minha chance de me casar com ele, porque os pais dele querem muito isso, e ter o hospital todo para nossa família. Mas isso não é só muito antiético, é cruel e desumano. Liam pode ter me enganado e tudo o mais, mas eu tenho lembranças e memórias dele que não me permitem ser uma vaca sem coração agora. Eu nunca tive dúvidas quanto a minha sexualidade, mas, cacete, deve ser a pior sensação do mundo, principalmente quando você sabe que seus pais não vão aceitar. Eu não apoio o que ele fez, Deus sabe como eu queria que ele tivesse sido sincero comigo, eu teria ajudado, sabe? – Ela desabafou. – Eu sou sua melhor amiga antes de tudo! – Fez uma pequena pausa. – Mas eu procuro entendê-lo, na medida do possível.

– Eu queria que o mundo fosse formado por mais Sophia’s. – Ri junto dela. – E como ele está? Porque eu quero ir lá para vê-lo, mas não sei se serei bem recebido.

– Na verdade, eu ia pedir para que você fizesse isso. Eu estou tentando convencê-lo a ir estudar nos Estados Unidos, nossos pais têm muitos amigos que gostariam de ter Liam por lá e para sua especialização em neurologia seria ótimo. E mais do que isso, lá ele ficaria sozinho, sem seus pais, seu a mim, sem Niall e sem lembranças dessa cidade. Eu vejo o pesar em seus olhos, vejo a culpa corroê-lo toda vez que ele olha para mim ou para seus pais. Eu vou vê-lo e ele começa a chorar, deita a cabeça em meu colo e pede desculpas, depois ele me pergunta sobre Niall. É tão desesperador vê-lo assim. – Eu sentia a dor em sua voz. – Ele era tão feliz e tão amável, agora é resignado, triste e obcecado por Niall.

– Eu também acho que seria bom, ficar longe e sozinho ajuda muito a colocar os pensamentos em ordem, falo por experiência própria. – Fiz uma pausa. – Sophia, eu tenho que te contar algo. – Me bati mentalmente por isso no momento em que ela me olhou curiosa, mas eu precisava contar. – Tudo isso é culpa minha. – Ela ergueu a sobrancelha confusa. – Eu sou doente, eu sou, ou era, eu ainda não sei, obcecado por Harry. Eu vivia um relacionamento absurdamente abusivo, eu sentia ciúme de todos que se aproximavam de Harry, eu sentia ciúme dos meus amigos, dos amigos dele, do trabalho dele, das roupas que usava, de tudo! Quando Niall apareceu e começou a ser tão amigo de Harry, eu me corroí de ciúme e eu... – Respirei fundo. – Eu joguei o Liam para cima dele. Na época, eu não tinha certeza de que Liam era gay ou qualquer coisa assim, eu o vi uma vez com um garoto em uma festa da faculdade, mas eu achei que tinha visto errado, que eles só estavam conversando. Eu só via os olhares que ele dava aos homens e como se sentia estranho perto de mim ou Harry. Eu dei um tiro no escuro juntando-os, mas funcionou. – Suspirei e fechei os olhos, sentindo o peso de minhas atitudes do passado. – Eu só... sinto muito.

Ela ficou em silêncio por um tempo, acho que digerindo tudo isso e se ela me batesse ou nunca mais olhasse em minha cara, seria muito pouco pelo que eu fiz com ela.

– Essa merda toda é uma bola de neve, não é? – Cortou o silêncio, mantendo a voz firme, como sempre. Sophia parecia inabalável, uma mulher forte e incrível. –Você tinha uma doença psicológica, então ficou com ciúme de Niall e aproximou os dois, então Niall se apaixonou, se curvou ao Liam, que se tornou obcecado, ficando pior do que você era.

– Ele não ficou pior, acredite. Eu sempre fui impossível. Liam sempre soube que tudo o que fazia era errado, ele me dizia o quanto essa vida dupla pesava para ele. Eu não, eu acreditava que era uma pessoa boa, eu acreditava que fazia por amor e nem me importava com o quanto isso feria os outros.

– Eu soube do seu tratamento e fico feliz que veja tudo isso agora, Louis. – Ela me olhou e acariciou as costas de minha mão. – Você pode ter aproximado os dois, mas se não fosse Niall, seria qualquer outro. Você mesmo disse que já viu ele com um garoto na faculdade. Isso é quem ele é. Ele nunca seria feliz comigo e sempre procuraria outra pessoa. Eu tenho plena consciência disso. – Me encarou. – Louis, não é culpa sua.

– Se tiver qualquer coisa que eu possa fazer para ajudar, é só me dizer.

– Quero que vá conversar com ele, você entende como é passar por tudo isso. Eu já estou em um nível tão desesperado que cogitei ligar para Niall, para pedir que ele converse com Liam – Riu baixinho. – Só preciso de alguém que o convença a ir.

– Eu vou falar com ele hoje!

– Ótimo, me diga o horário, quero estar lá. – Assenti.

Quando o plantão finalmente acabou, eu estava mais cansado do que já estive em toda a minha vida, mas chegar em casa e ver o sorriso esplendoroso de Harry pela manhã, fazia qualquer coisa valer à pena.

– Bom dia, amor. – Enlaçou meu pescoço e selou meus lábios. – Como foi a noite?

– Cansativa. – Fui sincero.

– A cama está arrumada para você dormir e o quarto está bem escuro. Tem dois mistos quentes e um pouco de chá no balcão pra você. Todo mundo ainda está dormindo, então até você pegar no sono vai estar tudo silencioso, aproveite.

– Se eu não tenho o melhor namorado do mundo, eu não sei quem tem. – Dei outro beijo e ele riu.

– É só o meu jeitinho especial. – Disse convencido e eu assenti concordando. – Eu tenho que ir, mas venho mais cedo hoje. Sua mãe e irmãs vão ao shopping e eu e vocês fomos convidados para um jantar.

– Jantar? Aonde?

– No lar de amor de Ziall, também conhecido como apartamento de Zayn, agora também lar definitivo de Niall.

– Ziall? – Eu perguntei rindo.

– É o shipper dos dois, já me adiantei para quando Niall for famoso. – Ri.

– E o nosso como é? Ou vai me dizer que não pensou? Porque você já até é famoso. – Ele abriu um sorriso esplendoroso.

– Nós somos Houis.

– Não gostei de Houis. – Fiz uma careta e ele me olhou chocado. – Eu prefiro Larry.

– Larry soa bem para mim. – Ele concordou sorrindo.

– Larry Stylinson. – Trocamos um sorriso e alguns beijos.

– Vamos ao jantar, não é?

– Sim, mas eu tenho que ir em um lugar antes. – Ergueu a sobrancelha em uma pergunta tácita. – Combinei com Sophia que ia ver Liam, ela está incentivando ele a estudar nos Estados Unidos, para ficar um tempo longe, sabe? Vou lá dar uma força.

– E você vai ficar bem com isso? – Mordeu o lábio receoso.

– Eu tive uma conversa muito franca com Sophia hoje, eu contei tudo e ela foi muito gentil. Eu realmente vejo que ela quer ajudá-lo e eu quero também. Liam ainda é meu amigo, eu vou ajudá-lo.

– Sophia parece ser uma mulher incrível mesmo. Se isso vai te fazer ficar bem com tudo isso, eu acho bom que vá vê-lo.

– Vou ficar bem. Prometo. – Dei um selinho em seus lábios e sorri, tranquilizando-o.

– Tudo bem, então, você me deixa na casa do Niall antes de ir. – Assenti. – Tenho que ir agora, durma bem, amor.

– Tenha um bom dia no trabalho. – Trocamos um longo beijo e ele se foi.

Já havia acordado há alguns minutos, mas ainda estava deitado, sem coragem alguma para levantar. Mas quando meu celular tocou, me obriguei a manter os olhos abertos.

– Alô? – Disse sonolento, sem ao menos ver quem era.

Oi, Lou, eu te acordei? – A voz inconfundível de Niall soou.

– Não, eu já estava acordado. Aconteceu alguma coisa? – Não era comum que Niall me ligasse, anteriormente, eu costumava ligar para ele a fim de ter informações sobre Harry, para me certificar de que não estava mentindo sobre o lugar em que estavam ou se iam mesmo trabalhar até mais tarde, um dos péssimos hábitos que eu tinha, mas já fazia muito tempo que eu não falava com Niall pelo celular.

Não, está tudo bem. – Ele deu uma risada baixa e calma. – É só que eu estava falando com Harry e ele me disse que você ia chegar um pouco mais tarde hoje. – Fez uma pausa. – Que ia ver Liam...

– É. – Disse sem graça. Não sabia exatamente o que Niall queria. – Eu combinei com Sophia de ir vê-lo.

Lou, você entende o Liam mais do que qualquer um de nós, então eu sei que só você pode me responder com sinceridade. – Um suspiro. – Acha que eu devo vê-lo?

Eu não sabia o que responder.

– Achei que já tivesse superado, que gostasse de Zayn...

Eu amo Zayn e sinto como se já tivesse superado Liam, acredite. – Me cortou. – Mas eu não sou um ser humano sem coração, eu sei que as coisas não estão bem para ele e sei que jamais vou ter paz na minha vida se Liam não tirar da cabeça que nós temos que ficar juntos. Sendo bem sincero, eu estou com medo.

– Medo do quê?

Dele fazer uma besteira, de me incluir nisso, de incluir Zayn. Você viu seu estado aquele dia, sabe que ele está fora de si. Parece obcecado... – Sua voz falhou na última palavra. – Eu não me perdoaria se ele fizesse algo para Zayn e eu penso nisso o tempo todo.

Finalmente a ligação de Niall começava a fazer sentido, ele sentia medo e eu sabia que tinha bons motivos para isso. Liam realmente parecia obcecado, em um nível que assustou até a mim. E eu sabia bem que não costumávamos pensar racionalmente quando isso acontecia.

Era comum ligar a TV e ver um caso assim terminar em um fim trágico. Mas eu faria de tudo para que isso não acontecesse.

– O que você vai dizer a ele?

Eu não sei, talvez dizer que eu não o amo e que ele deve seguir sua vida. – Não me parecia uma boa ideia.

– Sophia me disse que está tentando convencê-lo a ir para os Estados Unidos e eu vou tentar fazê-lo ir a um psicólogo, que tal ajudar com isso? Tente não ser muito radical, sabe? Talvez só pedir para que ele se cuide antes de vocês conversarem.

Eu não quero dar esperanças a ele, Lou.

– Não quero que dê, mas não quero que vá lá só para dizer que não o ama, isso poderia desencadear coisa pior.

Eu não vou. – Ele ficou em silêncio por um tempo. – Lou, acha que é normal se sentir culpado? Eu não consigo parar de pensar que é minha culpa.

– Não, por favor, não pense nisso. A culpa não é sua, Niall. É um problema que o Liam desenvolveu, talvez por não ter assumido e se aceitado, por ter perdido você por causa disso, agora ele liberou tudo de uma vez e se sente culpado pelo que fez com você. Ele precisou te perder para deixar tudo isso sair e não soube lidar.

Lou... – Ele quase choramingou. – Eu estou perdido. Eu quero ajudá-lo, mas tenho medo de piorar tudo se for lá e não for para voltar com ele, tenho medo de que a única forma de lidar com isso seja voltar para ele, mas eu amo Zayn, amo muito e não quero que ele seja prejudicado.

– Niall, você não tem que voltar com Liam e se está com medo de ir até lá, não vá. Você está feliz agora e merece isso. Você pode ajudar de outro jeito, se realmente quer fazer isso, mas tira da sua cabeça que a única forma de ajudar ele é voltar. Não é!

– O que eu posso fazer?

– Você escreve, não é? Escreva uma carta para ele, eu entrego e explico tudo, vou ajudá-lo.

Promete? Promete que vai fazê-lo ficar bem?

– Eu vou.

Você pode passar aqui para pegar a carta?

– Claro, eu vou deixar Harry aí antes de ir para lá. Mas, Niall, pare de pensar besteiras, você está bem, está feliz e merece isso.

Obrigado, Lou, vindo de você isso significa mais.

Fiquei pensando no quanto tudo isso era injusto com Niall. A dependência era tanta que ele pensava em coisas como deixar Zayn para ficar com Liam só para fazer a vontade dele mesmo que isso significasse a sua própria. Era realmente a droga de uma cadeia doentia de servidão.

– Vá ficar com seu namorado, lembre-se de como ele tem te feito bem e em como vocês dois ficam bem juntos, depois exorcize seus demônios naquele carta, vai te fazer bem também. Dizer como eu me sinto para Harry sempre me faz sentir bem.

Eu vou.  

Me deitei na cara e suspirei assim que a ligação terminou. Havia acordado há poucos minutos, mas estava exausto depois dessa breve conversa com Niall. Me colocando no lugar, eu só conseguia imaginar em Harry sentindo medo de mim, tanto quanto Niall sentia de Liam agora.

Medo por ele e, principalmente, medo por Zayn.

Cheguei à conclusão de que jamais deixaria isso acontecer, eu me esforçaria ao máximo para que Harry só tivesse bons sentimentos vindos de mim. Essa era a nova meta de minha vida e isso incluia dar a ele o que ele mais queria no momento. 


Notas Finais


Acreditem, quando comecei a escrever o capítulo era para ser bem diferente, mas depois achei que precisava resolver alguns probleminhas, tipo o Louis contar tudo para Sophia e Niall mostrar como se sente em relação a tudo isso.
Espero que tenha ficado claro que Niall não queria voltar para o Liam porque ainda sente algo por ele, mas porque tem medo de que algo aconteça, como os crimes passionais que costumamos ver em jornais. Ele teme por ele próprio e por Zayn. Mas fiquem tranquilos, não vai acontecer isso aqui na fic, eu só queria mostrar que é totalmente possível e que é comum as vítimas de um relacionamento abusivo sentirem medo de seus parceiros.
Palpites sobre o final do capítulo???
Enfim, espero que tenham gostado e repararam que é o capítulo cinquenta? CINQUENTA! Caramba, é realmente inacreditável, muito obrigada pelo apoio de sempre<3
XO


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