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História Bonds of Love - Extra - Brinde a um amor eterno


Escrita por: 45Rabbit

Notas do Autor


Este é, oficialmente, o último capítulo. Espero que tenham gostado da fic apesar de alguns buracos que acabaram por restar nela...
Fiquei bastante indecisa se colocava isso ou não, mas (leiam as notas finais)!
A propósito, quem queria ver o Chris se relacionando com alguém... ¬v¬
Bem, aproveitem!

Capítulo 26 - Extra - Brinde a um amor eterno


Fanfic / Fanfiction Bonds of Love - Extra - Brinde a um amor eterno

Flores de todos os tipos e cores decoravam o grande salão providenciado para o grande evento do dia. Servos elementais dos quatro Reis arrastavam cadeiras, preparavam o altar, e penduravam flores no teto. No meio daquela confusão para deixar tudo pronto a tempo, duas criancinhas corriam de um lado para outro, brincando uma com a outra e rindo alto.

– Espera! – gritou o mais novo, estendo as mãozinhas para o irmão. Seus cabelos longos e prateados esvoaçavam atrás de si, as duas mechas negras nas têmporas misturando-se à cor da neve.

O mais velho parou e cruzou os braços, parecendo levemente irritado agora. Seus olhos azuis exibiam um brilho pouco natural, contrastando com os olhos vermelhos do irmão gêmeo.

– O que foi, Gil? – perguntou, inflando as bochechas. O mais novo alcançou o irmão no momento em que um adulto surgia ao lado deles. O recém-chegado pôs uma mão na cabeça de cada irmão.

– O que houve? – perguntou Otabek. Ele vestia uma túnica de casamento completamente branca, que destacava seus cabelos escuros. Uma coroa de gelo repousava em sua cabeça, majestosa. Um longo manto de um branco translúcido arrastava-se pelo chão.

As duas crianças começaram a falar ao mesmo tempo, e Otabek bagunçou os cabelos de ambos, pedindo para eles pararem.

– Acalmem-se. Vocês não querem enfartar seu irmão no dia do casamento dele, certo? – nenhum dos dois respondeu, e Otabek ergueu uma sobrancelha. – Certo? – repetiu, num tom mais autoritário.

Os dois assentiram, ficando cabisbaixos. Outra pessoa se aproximou dos três, correndo.

– Lee! Gil! – Yuuri estendeu as mãos aos filhos, puxando-os para si. – Vocês dois não podem ficar importunando Otabek no dia do casamento dele! Venham, vocês têm que se trocar.

– Mamãe! – chamou Gil, tentando subir no colo de Yuuri. Por algum motivo, ele chamava o pai assim, por mais que todos tivessem tentado corrigir no início. Depois, todos aprenderam a ignorar esse fato.

– Perdoe-me, Otabek. – falou Yuuri, voltando-se para o noivo com um sorriso de desculpas. – Tive que tirar os olhos desses dois porque estava ajudando o Yurio a se vestir. E Victor está cumprimentando os convidados na entrada.

Claro que o Grande Sacerdote do Verão não mencionou que ele mesmo dera aquela tarefa ao marido, para este não voar no pescoço do noivo por estar se casando com o “precioso primogênito” do casal.

– Yurio ficou pronto? – perguntou o moreno, levantando-se. – Posso ir vê-lo?

Yuuri estendeu um dos braços, barrando a passagem de Otabek. Ele mesmo ainda não havia se vestido para a cerimônia, e seus cabelos negros estavam uma bagunça.

– Nem se atreva. – Yurio teria um ataque de nervos se visse o noivo antes de chegar ao altar. – Você fica aqui.

Os ombros de Otabek caíram levemente, mas ele assentiu. Não conseguia desobedecer ao sogro, por mais que quisesse. Havia uma aura misteriosa de imponência ao redor do Grande Sacerdote do Verão que impunha respeito e obediência. E ninguém conseguia quebrar aquela aura.

Puxou uma cadeira para si e sentou-se, entrelaçando os dedos e vagando em pensamentos.

Havia sonhado com aquele loiro durante toda a sua vida. Literalmente. Desde que era criança, ele aparecia em seus sonhos com um sorriso enorme e gentil. No entanto, todas as vezes nas quais Otabek tentara tocá-lo, ele se desfazia em pétalas azuis. Por isso, o moreno sempre tivera medo de tocar naquele que se transformou em seu amado. Mesmo naquele momento, prestes a se casar, as inseguranças o roíam por dentro.

Estava tão absorto em seus pensamentos que não notou quando alguém aproximou-se por trás, e quase pulou quando sentiu uma mão em seu ombro.

– Calma. – Otabek se virou, reconhecendo a voz do Rei do Gelo. – O que houve? Você estava com uma cara estranha.

Otabek não sabia dizer se seu sogro o odiava por estar se relacionando com seu primogênito ou se ele se preocupava com seu herdeiro. Victor Nikiforov podia ser imprevisível quando queria. Mas no momento, as únicas coisas refletidas naqueles olhos azuis eram uma preocupação genuína e algo próximo a empatia.

– Não é nada. – Otabek se levantou apressadamente, tentando fazer uma mesura desajeitada. – Eu só estava... pensando um pouco.

O Rei do Gelo levantou dois dedos, ainda com os olhos no futuro genro.

– Duas coisas. Primeiro: não precisa abaixar a cabeça para mim. Você vai se casar com meu filho, portanto será, independente se eu gosto ou não de sua pessoa, parte da família. – ele fez uma curta pausa antes de continuar. – E segundo: não precisa mentir para mim a respeito dos sonhos.

Otabek levantou a cabeça subitamente, surpreso e confuso. Como o monarca sabia a respeito dos sonhos? Nunca contara a alguém...

Victor pareceu notar as perguntas silenciosas de Otabek, e suspirou, puxando uma cadeira para si. Os dois se sentaram.

– Eu sou seu antecessor. Sei de algumas coisas a seu respeito porque... bem, não é importante. – Victor não precisava contar que pesquisara minuciosamente sobre o rapaz desde que este e seu filho haviam anunciado o noivado. – Além disso, você estava com a mesma expressão que eu quando eu acordava de meus pesadelos.

Isso chamou a atenção de Otabek. O casal Rei do Gelo – Grande Sacerdote do Verão sempre parecera tão feliz aos seus olhos que nunca poderia imaginar um deles sendo assombrado por pesadelos.

Victor compreendeu o olhar confuso de Otabek. Seu olhar ficou melancólico, e ele mordeu o lábio inferior antes de começar a falar:

– Não sei o motivo, mas enquanto Yuuri estava grávido do Yurio, eu tinha pesadelos quase todas as noites. Eu sonhava que segurava o cadáver de Yuuri em meus braços... a barriga dele estava aberta, e meu filho não estava em lugar algum. Eu... eu acordava no meio da noite, achando que o sonho havia se tornado realidade... eu fiquei mais aliviado quando o Yurio nasceu saudável, mas então Yuuri engravidou de novo... eu não conseguia tirar da cabeça que, se eu tirasse os olhos dele por um momento sequer, meu marido... – Otabek ficou quase assustado com o tom entristecido do Rei do Gelo. – Houve uma vez que ele caiu do topo da escadaria principal... eu achei que... – Victor se interrompeu, parecendo se dar conta do que estava falando. Enxugou as lágrimas que haviam começado a surgir, e forçou-se a abrir um sorriso. – Perdoe-me. Eu não deveria estar falando esse tipo de coisa em um dia tão feliz, não é?

Ele se levantou, ajeitando a coroa em sua cabeça. Puxando o longo manto vermelho para não atrapalhar o trabalho dos elementais que varriam o chão, Victor saiu do grande salão. Otabek escondeu o rosto nas mãos, soltando o ar. Agora, estava completamente desesperado. Além disso, seu nervosismo também começava a crescer cada vez mais.

 

– Victor. – o Rei do Gelo parou quando ouviu a voz de seu marido. – O que você falou para Otabek? Ele está ainda mais nervoso que antes!

– Yuuri! Você ouviu a conversa? – Victor estava um pouco apreensivo. Ficou mais aliviado quando o moreno balançou negativamente a cabeça. – Eu acho que piorei um pouco a situação. – o monarca não conseguiu sorrir.

– Você acha? – Yuuri espiou a figura encolhida do noivo. – Eu não me surpreenderia se ele se transformasse em gelo neste exato instante! Victor, no que estava pensando?!

– Eu sinto muito, Yuuri, mas eu... – surpreendeu-se quando o marido puxou-o para um beijo, calando sua boca. Quando se separaram, o sacerdote caminhou em direção ao futuro genro com um olhar decidido.

– Você vai procurar as crianças, Victor. – Yuuri apontou para o fim do corredor. – Cuide para que eles dois não se matem antes do casamento, certo? Eu vou falar com Otabek.

 

Otabek se posicionou no fim do longo corredor, completamente nervoso. Ele não parava de mexer na gola de suas roupas, o que fez Victor lhe lançar um olhar de aviso quando a música começou. O noivo olhou para o rosto de cada presente, tentando se acalmar até a chegada do noivo.

Nas fileiras da frente, estavam sentados os três Reis e suas famílias. Mari Katsuki estava de mãos dadas com o marido, Takao, enquanto segurava um lenço rosa com a outra mão. Emil Nekola e Michele estavam inclinados um para o outro, com um Kenjiro tão nervoso quanto Otabek sentado entre os dois. Sara conversava em voz baixa com Mila, ambas dando risadas silenciosas. Christophe Giacometti, sentado de pernas cruzadas, encarava a fileira de trás, onde estavam sentados os representantes de outros continentes. Pichit, sentado entre o Rei do Fogo e o Rei do Ferro, brincava de puxar as bochechas dos gêmeos de Yuuri e Victor. Gil havia escalado os ombros do Grande Sacerdote do Outono, e tentava subir no topo da cabeça dele enquanto Lee esticava as mãos, pedindo silenciosamente para o irmãozinho descer. Ambos vestiam túnicas elegantes, as do mais novo amarrotadas.

A música lenta começou, com Yakov tocando a lira de forma inimaginavelmente gentil. Todos os convidados se viraram quando os portões duplos se abriram lentamente, e o outro noivo adentrou o salão, de braços cruzados com seu pai, que vestia a túnica de Grande Sacerdote do Verão com o capuz abaixado.

Otabek esqueceu de respirar quando viu seu noivo se aproximar. Yurio trajava vestes douradas que formava uma aura de brilho ao seu redor. Assim como Otabek, o loiro usava um manto tão dourado quanto suas roupas, que se arrastava delicadamente pelo chão. Seus longos cabelos estavam presos em um elaborado penteado, cheio de pequenas tranças que sustentavam uma coroa de ouro e um delicado véu que cobria seu rosto. Cada passo que o noivo dava fazia os convidados, homens ou mulheres, suspirarem de admiração. Yurio Nikiforov parecia uma fada que saíra diretamente das lendas contadas pelos habitantes do continente. As duas melhores metades dos pais fundidas em um só corpo.

Yuuri pegou a mão do filho e depositou-a na de Otabek, afastando-se em seguida até postar-se ao lado de Victor. O Grande Sacerdote do Verão fez um sinal para os outros, que entenderam e se levantaram. Pichit ainda estava com as duas crianças no colo. A Grande Sacerdotisa postou-se ao leste. O Grande Sacerdote do Outono postou-se a oeste. Yuuri dirigiu-se ao norte. A Grande Sacerdotisa das Quatro Estações, Minako, substituindo o Grande Sacerdote do Inverno, um posto vago atualmente, postou-se ao sul. O casal entrelaçou os dedos das mãos.

Minako começou a recitar, seguida por Mila e Pichit:

– Que nunca falte luz nos momentos mais gélidos e escuros.

– Que nunca lhes falte a aura primaveril e a amizade.

– Que envelheçam juntos, completando a alegria do outro.

Por último, Yuuri ergueu seu cajado dourado.

Que nunca lhes falte o amor, a compreensão e os luminosos sorrisos.

Os quatro Grandes Sacerdotes se ajoelharam. A aura rosada misturou-se com a laranja, dourada e azul, criando uma harmonia de cores pelo salão.

– Que sejam tão felizes quanto aqueles que lhes deram à luz, que o amor seja tão profundo quanto os poderes que herdam agora. – falaram os quatro em perfeita sincronia.

Otabek aproximou o rosto do de Yurio. O véu dourado que cobria o rosto do loiro se desfez em pó dourado, expondo os olhos azuis arregalados pela felicidade e nervosismo. Os olhares de expectativa de centenas de convidados caíram sobre o casal, deixando-o constrangido. Yurio virou-se para a multidão, o rosto adquirindo um adorável tom vermelho:

– PAREM DE NOS ENCARAR, DROGA! – todos os presentes caíram na risada, deixando as bochechas do loiro ainda mais rubras. E Otabek aproveitou essa brecha para pegar Yurio pela nuca, puxando-o para o beijo que selaria a cerimônia. O pequeno Gil foi quem puxou os aplausos que ecoaram pelo salão.

 

– Preciso falar uma coisa a você. – Michele puxou Emil para um canto afastado da festa, que continuava animada no salão de festas do Palácio de Gelo. Mesmo confuso, o Rei do Ferro seguiu o marido.

– O que houve, Micky? Nem parece você... – Emil percebeu que Michele encarava a Imperatriz do Vento, que anunciava sua gravidez aos amigos e parentes. O Consorte Imperial do Vento, Takao, tinha um sorriso enorme estampando o rosto. Seus olhos castanhos brilhavam.

– Vai ser uma menina! – exclamava a Imperatriz, passando as mãos pela barriga já levemente redonda.

Os dois chegaram a um canto extremamente escondido do salão. No caminho, passaram pelo Rei do Fogo, Christophe Giacometti, que conversava alegremente com um jovem de cabelos castanhos, um nobre do continente vizinho. Mais ao longe, Victor e Yuuri, cada um com um dos gêmeos nos braços, conversavam com um homem de barba grisalha, que representava outro continente mais ao norte. Os recém-casados estavam sentados em uma mesa ao centro do salão, sendo parabenizados por um nobre gordo que Emil sorriu ao reconhecer. Era ele quem dava presentes exóticos a Sara quando ela ainda era pequena.

– O que houve, Micky? – repetiu Emil, ficando ainda mais preocupado. Seu marido estava agindo de forma demasiadamente estranha.

Michele manteve o olhar abaixado, respirando fundo. O Rei do Ferro estava prestes a perguntar se seu consorte estava passando mal quando foi subitamente prensado contra a pilastra atrás de si com um beijo voraz. Ficou sem palavras. Geralmente, era Emil que sempre começava os beijos. No entanto, não reclamou. Passou os braços pelas costas largas do marido. Quando se separaram para recuperar o ar, Michele declarou em um sopro:

– Eu te amo.

Os olhos prateados de Emil se arregalaram, e lágrimas começaram a surgir. Michele se assustou levemente com aquela reação do marido, mas ficou ainda mais surpreso ao ser levantado nos braços por Emil, que se esticou para beijar Michele novamente.

– Você não faz ideia do quanto eu esperei para ouvir isso, Mic- Michele. – compreendia a importância do momento, portanto quis falar o nome do amado, com todo o peso que as sete letras carregavam. Emil começou a caminhar para fora do salão, ainda com Michele nos braços, que exibiu uma expressão confusa.

– Para onde estamos indo?

Emil abriu o maior sorriso de sua vida.

– Não é óbvio, Micky? Nós estamos indo comemorar, só nós dois. – ele ficou em silêncio por um momento, parecendo refletir algo de extrema importância. – Dessa vez, quer um menino ou uma menina?

E ficou ainda mais surpreso quando, também pela primeira vez, não levou um tapa do marido.

 

Victor e Yuuri haviam soltado as crianças, que brincavam de pega-pega com Pichit, Sara, Mila e Otabek sem demonstrarem traço algum de sono. O casal escapuliu para o jardim interno, quase flagrando uma cena inapropriada entre o Rei do Ferro e seu consorte em um dos corredores. Sentaram-se no tronco que sempre usavam como banco, olhando para a lua cheia acima deles. Victor pousou a cabeça no ombro de Yuuri após tirar a coroa. Suas mãos se encontraram, encaixando perfeitamente uma na outra.

– A lua está tão bonita... – sussurrou o moreno. Victor lembrou-se imediatamente de quando o marido lhe contara que um poeta de seu reino havia traduzido uma certa frase para aquela que Yuuri acabara de lhe sussurrar.

– Eu também te amo. – respondeu o platinado, apertando mais forte a mão do amado.

Sentiu Yuuri corar violentamente, e sorriu. Haviam se conhecido naquele exato local, há vinte anos. Ambos haviam tropeçado em sentimentos que nunca haviam planejado desenvolver, e o amor que nutriam pelo outro apenas crescia a cada segundo que se passava. Os dois desejavam que aquele sentimento nunca cessasse, tendo espaço apenas para expandir cada vez mais. As batidas de dois corações estavam em perfeita sincronia. A luz gentil da lua dava um ar mágico àquele jardim, que guardava momentos tão especiais não apenas daquele casal.

Victor puxou a mão que segurava e depositou um beijo no anel no dedo anelar. Sentiu a outra mão de Yuuri puxar a sua, e um delicado beijo foi depositado em seu anel. Uma leve brisa noturna passava pelos dois, dando um ar de refrescância àquela noite. O verão estava chegando.

Delicadamente, para não assustar o marido tímido nem para estragar o clima romântico, Victor derrubou Yuuri para baixo de si com um beijo. O platinado soltou uma das mãos da do marido para começar a soltar as cordas que prendiam a túnica, com a destreza de alguém altamente treinado.

– Victor? O que pensa que está fazendo? – perguntou Yuuri, a voz subindo uma oitava.

– Shhhh, Yuuri. – Victor abriu a túnica, expondo o pescoço completamente marcado do moreno. Inclinou-se para depositar outra marca. – Apenas aproveite o momento.

 

Otabek retornou à mesa onde Yurio olhava desinteressado para o vaso de flores à sua frente, girando uma rosa azul entre os dedos. O moreno olhou ao redor, parecendo procurar alguém.

– Yurio, onde estão seus pais?

– Ah. – uma expressão engraçada cruzou o rosto do loiro. – Acho que eles foram criar uma irmãzinha para mim. – ele se interrompeu. – Ou será que vão ter outro menino?

Otabek abriu e fechou a boca, olhando para os gêmeos, que ainda brincavam energeticamente. Agora, aquele nobre bondoso entrara na brincadeira, chacoalhando suas joias douradas. Takao, Kenjiro, Christophe e o rapaz de cabelos castanhos com quem o Rei do Fogo estivera conversando também estavam se aproximando para entrar no grupinho. Gil, que tivera seus cabelos prateados cuidadosamente penteados por Yuuri, fazia um visível esforço para não desmanchar o elegante penteado. Lee, por outro lado, nem ligou quando sua franja escura caiu em seus olhos. Quando o moreno finalmente compreendeu o que seu marido lhe dissera, corou.

– Parece que os velhos são mais energéticos que nós. – comentou Otabek, fazendo Yurio ficar igualmente vermelho ao assentir.

O moreno sentou-se na cadeira, empurrando o prato já vazio para longe. Yurio se inclinou para ele, prendendo a rosa azul que segurava na coroa translúcida de Otabek. O loiro abriu um sorriso tímido, ainda vermelho.

– Por que não vamos ter nossa própria noite? – perguntou, fazendo o moreno arregalar os olhos.

Yurio nunca se sentira tão completo em toda a sua vida. Mesmo que agora entendesse o comportamento dos pais agora que se casara com Otabek, não pretendia ficar tão meloso quanto eles. E ainda por cima, aqueles dois eram péssimos em esconder as marcas arroxeadas em seus pescoços. Lembrava também de ter visto uma marca de mordida na clavícula de Yuuri quando ainda era menor e não entendia nada do que os pais faziam.

Otabek puxou o marido pela mão, indo até o centro da pista de dança. O moreno acenou para o Bardo Real, que recomeçou a tocar. O Conselheiro Real Nikolai observou seu filho e nora irem para a pista de dança enquanto seu neto de dezenove anos levava uma flauta aos lábios, juntando-se ao bardo na melodia familiar.

– Antes disso, Yurio, – sussurrou Otabek, conduzindo o marido em uma lenta melodia romântica, em um mundo apenas deles dois – vamos dançar.

 

Três figuras invisíveis a todos os presentes estavam lado a lado em um canto, observando sorridentes os casais se reunirem na pista de dança. A figura ruiva quase bateu palmas quando o Rei do Fogo convidou o jovem de cabelos castanhos para uma dança. A figura de cabelos escuros bocejou alto, levando um olhar assustador da única mulher presente.

– Qual é, Led. – reclamou o de cabelos escuros. – Nossas missões terminaram. Há algum problema em querer um descanso?

– É que no seu caso, Zlato, você sempre está descansando. – respondeu o ruivo enquanto ainda encarava a pista de dança. – E dormindo.

– Eu me pergunto quanto tempo falta para seguirmos o exemplo de Soyokaze. – Led deixou escapar, olhando para a Imperatriz do Vento, que tentava escolher um nome para sua filha junto ao marido e à Grande Sacerdotisa das Quatro Estações.

– Não faço ideia. Mas tudo vem a seu tempo. – respondeu o ruivo. – Mas penso no quão seria bom nos encontrarmos vivos novamente, sem poderes nem responsabilidades esmagadoras.

Os outros dois riram.

– É verdade, Flamme. – comentou Zlato, endireitando a postura.

As três figuras se entreolharam felizes antes de desaparecerem, desfazendo-se em flocos de neve, chamas e ferro líquido, o último desejo sendo apanhado pelas deusas.

Que a paz durasse tanto quanto o amor naquele continente.


Notas Finais


O que acharam? Ficou bom ou ruim esse casamento?
Primeiramente, digo que estou começando uma fanfic de K Project (quem já assistiu a esse anime? :v) cujo título é Scars of Love. Aviso aqui que o conteúdo não tem nada a ver com esta fic, ok?
Essa fic termina oficialmente neste momento. Agradeço do fundo do coração àqueles que favoritaram e comentaram!!! <3
Amo vocês, e como eu disse anteriormente...
SEE YOU NEXT LEVEL!!!!!


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