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História Born To Die - Suburban preppy.


Escrita por: Cerejada

Notas do Autor


Olá cremosas! Tudo bom?

Aproveitem o capítulo!

Capítulo 4 - Suburban preppy.


P.O.V.  – DARYL


* * *


O sol da tarde já se escondia atrás das montanhas no horizonte. Faltava pouco para escurecer e mais pouco ainda para que eu pudesse por a mão naquele cervo. Já tinha acertado duas flechas nele, mas ainda sim ele continuava correndo. Só que agora, estava mais cansado. Sangrava muito.


Eu o observava, escondido por duas grandes árvores. Seu olhar assustado me causava um breve desconforto. Sentia pena por ele, mas eu não tinha outra escolha. Eu precisava levar alguma comida. E ele foi o escolhido.


Ergui minha besta, mirando no pescoço dele. Ele parou, olhando em volta, parecia que tinha me ouvido. Então, bem lentamente, coloquei o dedo no gatilho. Engoli em seco. Um frio na espinha me percorreu e quando tive certeza de puxá-lo, um grito ecoou entre as grandes sequóias.


O pobre cervo saiu correndo com o resto de forças que lhe sobraram. E com toda certeza, eu iria atrás dele. Mas aquele grito… aquela voz…


Era a novata. Michelle.


" – Provavelmente, fez alguma besteira." –pensei.


Decidi ir atrás dela, parecia estar em perigo. Seus gritos estavam mais próximos e agora, ela parecia desesperada. Comecei a correr, o mais rápido que pude, pulando alguns troncos e empurrando alguns galhos de árvores no meu caminho.


Então finalmente eu a encontrei. Ela estava caída no chão, com duas daquelas coisas se debatendo em cima dela, tentando mordê-la a todo custo.

Não pensei duas vezes, levantei minha besta e mirei bem na cabeça do desgraçado, disparando. Ele caiu por cima dela, e ela o empurrou para o lado e assim que o fez, o outro agarrou seu cabelo. Então ela cravou uma daquelas facas estranhas que ela no pescoço dele, que fez espirrar sangue para todos os lados, inclusive em seu rosto.

Corri até ela, jogando minha besta no chão e me agachando, ajudando-a a se levantar.

– Ei, cê tá legal? Foi mordida?

Antes que respondesse algo, ela empurrou minhas mãos para longe, me encarando. Eu apenas me levantei, ficando de frente pra ela.

Com um pouco de dificuldade, ela conseguiu se levantar, se agarrando em uma árvore.

Confesso, estava meio sem jeito. Depois daquilo que aconteceu no acampamento, me sentia um pouco confuso, comigo mesmo. Desconfortável. A ruiva tinha um olhar que eu nunca tinha visto antes em seu rosto. E pra ser sincero, aquele olhar me deixava meio... incomodado.

Engoli em seco.

– De nada... –disse, olhando para o lado.

– Eu não pedi sua ajuda, sei me virar muito bem sozinha... –ela retrucou, com certo desprezo nas palavras.

– É... –fui até o zumbi que tinha acertado, e puxei minha flecha de sua cabeça. – tô vendo.

Limpei minha flecha nas roupas do zumbi. Depois puxei a corda da besta para trás, prendo no gancho e colocando a flecha ali.

Quando olhei pra ruiva, ela estava um pouco mais a frente. Ela mancava, sua perna sangrava.

Bufei, andando até ela.

– Como machucou a perna? –perguntei, colocando a besta nas costas.

– Em um ferro, perto de um carro. –ela disse, se apoiando um pouco nas árvores.

– Vem cá, deixa eu ajudar você...

Mal tinha encostado em seu braço, ela colocou as duas mãos no meu peito e me empurrou, me fazendo cambalear um pouco para trás.

– Vai se foder! –ela aumentou o tom, mas não a ponto de gritar.

– Qual é a sua, garota? –franzi a testa, me irritando.


Como ela conseguira me levar ao limite tão fácil?

– “Qual é a minha?” –ela deixou uma risadinha escapulir. – Qual é a sua! Você age como um idiota e depois finge que nada aconteceu?


Respirei fundo.


– Olha... foi mal, eu não quis ser rude.

– Tarde demais. –ela voltou a andar, calmamente.

Fui andando, ao lado dela.

– Eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo... tô nem perto de ser. Mas eu queria me desculpar, sei que fui grosseiro. –suspirei.

Ela parou, me olhando.

– Já disse, não importa mais.

– Michelle, eu... olha, desculpa... –engoli em seco, meio sem jeito. – aquela noite, o Merle... ele-ele não...

– Esqueçe, Daryl. –ela me cortou, sem dar muita importância.

–Tá certo. –concordei.

Ela continuou a andar, indo até um tronco de árvore e se sentando. Eu parei na frente dela, me encostando em uma árvore próxima.

Ela levantou a barra da calça, dando uma olhada. Estava bem feio, pelo que deu pra notar. Saía bastante sangue do corte.

– Droga. –ela murmurou.

– Isso tá feio, hein... –comentei.

– Acha que eu não tô vendo? –ela me olha, de expressão séria.

Não disse nada, apenas continuei a olhar a ruiva. Ela realmente estava bem aborrecida comigo.

Encostei a cabeça na árvore, olhando para o lado. O clima estava ruim entre nós. Ruim não, péssimo.

– Tá, ok. –ela disse, então puxou um pedaço da blusa, arrebentando a alça da blusa. Ela fez um torniquete, amarrando acima do machucado.

Notei que sua blusa estava totalmente caída, se sustentando em seu corpo apenas por uma alça, deixando o sutiã exposto. Era vermelho, com alguns detalhes em renda que eu não pude deixar de reparar.

– Eu acho bom você parar de olhar... –ela disse, me fazendo olhar diretamente em seus olhos. – sabe, para o seu próprio bem.

Desviei o olhar dela, com certo receio. Um pouco de angústia me rondava. Apenas cruzei os braços acima do peito. Um silêncio torturoso pairou sobre o ar, pelos minutos seguintes.

– Vou precisar de uma ajuda até o acampamento. –ela disse, então eu  a olhei. – Pode fazer isso?

Engoli em seco, assentindo.

Fui até ela em passos calmos, me abaixando perto dela. Ela passou um dos braços por cima dos meus ombros, se apoiando em mim. Levantamos com calma, sem pressa.

– Tudo bem? –perguntei, olhando ela.

– Anda logo. –ela disse.

Sorri fraco, começando a andar com ela. Era meio difícil carrega-la com todas aquelas coisas e ainda com a minha besta nas costas. Mas o acampamento não estava tão longe. Chegaríamos logo.



                           * * *



– O que estava fazendo por aqui? –perguntei, quebrando um pouco o silêncio entre nós.

– Não sei... acho que queria ficar um pouco sozinha. –ela disse. – Depois decidi caçar.

– Achou algo? –suspirei.

– Algumas sementes e cogumelos... –ela suspirou.

Sorri de canto.

– Eu quase peguei o cervo.. –comentei. – mas você espantou ele com seus berros.

Percebi que ela deu uma risadinha. Aquilo foi ótimo, foi música para os meus ouvidos.

– Foi mal. –ela disse, deixando um suave sorriso escapulir, o que diminuiu a tensão entre nós. – Da próxima vez que eu for atacada, prometo gritar bem baixinho.


– Por favor, sem próximas vezes… –disse balançando a cabeça, tentando esquecer aquela cena. – Foi uma cena horrível.


Percebi a ruiva me olhar, então foi só aí que eu percebi que tinha dito algo um tanto que… comprometedor.


Pigarreei, meio sem jeito. Então antes que ela tentasse falar algo sobre, fingi demência e tentei contornar minhas últimas palavras.

– Por que não levou a Amy com você? –desviei o olhar dela.

– Ahm… eu já disse. Queria ficar sozinha. –seu tom de voz era sutil. – Gosto de ficar sozinha quando tô zangada.

Engoli em seco, desviando o olhar novamente.

– Te deixei zangada? –perguntei.

– De certo modo... bem que Dale me avisou que você estimula esses sentimentos nos outros.

Ri, balançando a cabeça.

– O que mais aquele velho andou falando ao meu respeito? –olhei Michelle.

– Hm… –ela fez uma careta pensativa. – que você é um idiota grande parte do tempo e que tem sérias crises de bipolaridade. Quer dizer, não que eu não soubesse... olha só, você tá me ajudando com minha perna machucada, mesmo depois de ter sido um ogro comigo.

– Eu não fui um ogro! –me fiz indignado com as palavras da ruiva.

Ela me olhou, com uma sobrancelha arqueada.

– Tá, eu fui um pouco rude, mas e daí? Esse é meu jeito. Não dá pra mudar.

– Eu sei... só queria ficar numa boa. –ela suspirou. – É tão difícil pra você, Dixon?

– Cristo, que patricinha chata. –zombei.

– Ei, não me chame de patricinha! –ela riu.

– Ah, não é? Da onde cê veio então?

– Subúrbio. –ela diz, revirando os olhos com aquele ar petulante.


– Ah… certo, foi mal, patricinha suburbana. –murmurei.

Ela riu novamente, me olhando em seguida.

– Valeu por me ajudar... –ela disse. – poderia ter sido pior se não estivesse por perto.

– Não consigo imaginar como ficou por aí sozinha, esse tempo. –disse.

– Dá pra parar? –ela disse me olhando sério. – Eu sei me cuidar. Foi só um… acaso.


– É… sei, sei.


Depois, eu sou o bipolar.




                          * * *



Depois de mais alguns minutos de caminhada, chegamos ao acampamento. Levei ela até o trailer de Dale. Ele ficou um pouco atordoado com o corte na perna dela, mas logo se comprometeu a ajudá-la. Assim que vi que ela estava bem, saí. Precisava voltar a caça. Queria por a casa em ordem e comida na mesa. Esse era meu dever dentro daquele grupo.


 



P.O.V. –  MICHELLE



O sol já se ponha no horizonte enquanto eu ajudava Lori a acender a fogueira. Bem, foi a única coisa que consegui fazer com o pé daquele jeito e também, Dale não me deixava fazer mais nada além disso. Ficou o resto da tarde de olho em mim, garantindo que eu não iria sair dali.


Até parece. Eu mal conseguia pisar no chão sem sentir dor.

Depois que conseguimos acender a fogueira, Lori foi atrás de Carl. Ele estava com Shane. Ela os trouxe até a fogueira, se sentando por perto. Então ela começou a cortar o cabelo de Carl, enquanto conversavam entre si.

Eu fiquei ali, observando a cena com um pequeno sorriso. Era bonito. Eram uma família, se protegiam e se amavam. Mesmo o mundo estando um caos, eles continuam juntos, fazendo as coisas mais simples. Talvez para não esquecer de como foi um dia. Ou talvez, só pra ficar um tempo a mais juntos. Nunca se sabe quando será o último.


– Shane! –Dale o chamou.


Fui retirada dos meus pensamentos com um barulho ensurdecedor. Ele se repetia constantemente, se aproximando, ficando cada vez mais alto. Parecia um alarme, algo do tipo.

– Shane! –Dale o chamou novamente. – Vêm aqui em cima!

Shane se levantou, indo até o trailer.

– Que é Dale?

– Lori, me ajuda aqui... –disse.

Ela se levantou, me ajudando a se levantar. Minha perna começou a doer um pouco. Respirei fundo, me concentrando, então olhei pra ela.

– Obrigada. –disse a ela, indo até o trailer.

O barulho aumentava cada vez mais, até que pude ver um carro vermelho se aproximar.

Ele virou e parou na entrada do acampamento. Era um Dodge Challenger bem bonito. Lembro de que um vizinho do meu irmão Jesse, tinha um, mas na cor azul escuro.

Todos foram correndo até aquele carro barulhento. Até que do carro saiu Glenn. Ele sorria, parecia bem feliz.

Eu caminhei até um dos carros, me encostando. Amy foi correndo até o coreano, eles pareciam discutir por um momento.

– Abre a droga desse capô! –Shane ordendou.

Cruzei os braços, apenas olhando a cena. Não demorou muito para que um outro carro chegasse. Era um pequeno caminhão-baú. Ele parou um pouco atrás do carro vermelho, e assim que parou, Andrea pulou dele, correndo até Amy e a abraçando forte.

Eu suspirei, aliviada. Não pude conter um sorriso em meus lábios.

Logo em seguida, Morales surgiu, sendo recebido com abraços e beijos de sua esposa e filhos.

Reconfortante. Isso, aquela cena era reconfortante, calorosa. Fez meu peito se encher de algo que não sabia descrever.

– Mas afinal, como vocês conseguiram sair? –Shane perguntou.

– Ah.. foi um maluco que chegou na cidade disparando pra todos os lados. –Glenn disse com um sorriso.

– Ei, do helicóptero... –disse Morales.– aparece aí!

Então um homem alto, em uma farda policial surgiu. Tinha olhos claros, em um tom azul e cabelos escuro e bem cortados.

– PAAAAAI! –Carl gritou, me dando um leve susto. Ele saiu correndo até aquele homem, que o abraçou, levantando-o do chão e dando um giro no ar.

Lori também foi até ele, abraçando-o profundamente.

Eu sorri, emocionada. Algumas lágrimas se formaram dentro dos meus olhos.

Eles ficaram assim por alguns segundos, sorrindo entre abraços, beijos e lágrimas de felicidade.

Glenn veio até mim, com um sorriso de canto.

– Tudo bem? –ele perguntou.

Eu apenas assenti, fungando.

– Cadê o Merle? –Dale perguntou, olhando em volta.

Desviei a atenção de Glenn, olhando em volta.

– Teve um desentendimento, deixamos ele algemado no telhado. –disse o cara do helicóptero. – Ele tava fora de controle e ia acabar matando alguém se eu não prendesse ele.

– Que droga... –murmurou Shane, colocando as mãos na cabeça.

– Não cara, ele vai ficar bem. –disse T-Dog. – Eu coloquei uma corrente na porta, nada vai passar ali.

– Por que diabos vocês não tiraram ele de lá? –Dale.

– Eu ia tirar, mas a chave caiu... –T-Dog. – eu não consegui pegar...

– Mas que droga...  já pensando no que vão dizer ao Daryl? –Shane olhou T-Dog.

– Quem é Daryl? –perguntou  o cara do helicóptero.

– Sou eu... –uma voz surgiu, logo atrás de mim.

Todos ficaram em silêncio quando ele apareceu, olhando-o.

– E o que tem o Merle?



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