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História Born To Die - A Lighter.


Escrita por: Cerejada

Notas do Autor


Oi cremosas 💕

O capítulo de hoje fala um pouco da história da Michelle (e a capa do capítulo é referente ao flashback).

Aproveitem!

Capítulo 5 - A Lighter.


Fanfic / Fanfiction Born To Die - A Lighter.

– Sou eu... –uma voz surgiu, logo atrás de mim.

Todos ficaram em silêncio quando ele apareceu, olhando-o.

– E o que tem o Merle?


O cara novo foi até Daryl, estendendo a mão.

– Sou Rick Grimes. –ele se apresentou.

Daryl o olhou fixamente por alguns segundo, nenhuma palavra saiu de seus lábios.

– E daí? –ele finalmente disse. – Eu quero saber onde é que tá o meu irmão.

Ele passou por Rick, indo na direção de Glenn. Então ele se virou para Rick novamente.

– Merle?! –ele chamou.

– Olha, Daryl... –disse Rick. – seu irmão nos colocou em risco. Ele estava fora de si, quase nos matou. Tive que para-lo… só ia causar mais problemas, e já estavamos cercados. Então coloquei um algema nele.

– Peraí, peraí, deixa eu ver se eu entendi... –Daryl se aproxima de Rick. – você algemou meu irmão no telhado... E DEIXOU ELE LÁ?!

– Eu já disse, não tive outra escolha... –Rick levantou as mãos a frente, na altura do peito, numa forma defensiva.

Antes mesmo que Rick terminasse de falar, Daryl partiu pra cima dele, dando-lhe um soco no rosto, que o fez cair no chão. Ele caiu por cima de Rick, segurando em sua roupa, pronto pra dar outro soco, mas foi impedido por um mata-leão, no qual Shane lhe envolveu.

– Me solta, desgraçado! –Daryl se debatia, tentando se soltar de Shane a todo custo, sem sucesso

– Daryl, se acalma! –Shane o arrastava para trás.

Com um pouco de dificuldade, apertei o passo, indo até eles. Me inclinei na frente de Daryl, e então ele agarrou meus ombros com força, me assustando. Mas assim que percebeu que era apenas eu ali, a pressão em meus ombros foi diminuindo.

– Ssssh... –segurei o rosto dele, olhando em seus olhos com um suspiro calmo. – olhe pra mim... você precisa se acalmar, ou só vai piorar as coisas.

Depois de alguns segundos ainda relutante, ele cedeu. Então Shane o soltou.

Ele estava meio sem expressões. Apenas de cabeça baixa.

Shane foi até Rick, ficando com ele.

– Tudo bem? –perguntei, colocando a mão em seu ombro.

Ele apenas assentiu, sem sequer me olhar.

Me levantei, ficando ereta.

– Então levanta. –disse.


Ele fez como pedi, ficando de pé e finalmente me olhando nos olhos. Esbocei um meio sorriso.

– Olha cara, não foi pessoal... –disse Rick, então nós nos viramos para olhá-lo. – amanhã de manhã nós vamos voltar. Vamos buscar seu irmão. Vamos trazê-lo de volta.

– É o mínimo que você pode fazer. –disse Daryl, com um tom de raiva em sua voz.

Então ele saiu, passando pelo acampamento recebendo o olhar e todos. Então ele sumiu em meio as árvores.

Suspirei, colocando uma das mechas do cabelo atrás da orelha. As coisas pareciam tão boas à dois minutos atrás... que droga.

Aos poucos, todos voltaram a seus afazeres. Eu fiquei parada, meio sem saber o que fazer, até que vi o rosto de Rick machucado. Decidi então ir até ele.

– Oi... –sorri fraco, e ele me olhou. – olha, eu sinto muito... ele é meio difícil as vezes.

– Tudo bem... eu o entendo perfeitamente.

– Michelle... –estendi minha mão. – Michelle Nicholson.

Ele pegou minha mão, apertando-a.

– Rick Grimes. –suspirou.

Chells... –Lori veio até mim, me chamando pelo meu mais novo apelido, que ela mesma criou a algumas horas. – pode ajudar o Rick?

– Ah, sim... –sorri.

– Ajudar com o que? –ele disse meio confuso.

– Bom, eu sou enfermeira. –o olhei, dando uma risada. – Posso ajudar com ferimentos.




                                * * *




Não demorou muito pra que a noite caísse totalmente no céu. O clima estava bem fresco em contraste com a tarde de muito calor. Todos em volta da fogueira, conversando, comendo e bebendo. A lua cheia iluminava a noite, deixando-a muito mais bela e preciosa, se tornando uma das maravilhas que ainda restava nesse mundo.

Todos pareciam estar felizes. Mas por que não estariam? Afinal, todos estavam ali, com suas famílias e pessoas amadas. E isso é motivo mais do que suficiente para se estar feliz.

Mas apesar de toda essa boa energia, eu estava extremamente preocupada com Daryl. Estava tão tarde e nada dele chegar. Dale me disse que era normal esses sumiços dele, e que ele sabia se cuidar e iria voltar logo. Então eu não precisava me preocupar.

Mas sinceramente, meu sexto sentido não me deixava em paz, martelando em minha cabeça a todo instante que eu deveria ir atrás dele. E então, depois de alguns logos minutos pensativa, foi o que eu decidi fazer.

Saí de forma bem discreta, alegando que precisava “ir ao banheiro”. Mas na verdade, fui até minha barraca, pegando minha lanterna e meu par de sais, cruzando-os nas costas. Dei a volta, saindo o mais  rápida e silenciosamente possível.

Caminhei sem fazer muito barulho, com passos precisos. E depois de ter certeza que estava numa boa distância, liguei a lanterna, dando uma boa olhada em volta.



                                * * *



Já tinha dado várias e várias voltas naquela mata, e nada de encontrá-lo. Já estava exausta, e aquele machucado no pé só piorava as coisas.

Me encostei em uma árvore, respirando fundo, quando ouvi um barulho de água por perto. Olhei de onde vinha o barulho e fui até ele. Com certeza era aquele lago que ficava ao lado do acampamento.

E era mesmo.

Aquele lago era enorme. A lua estava refletida nele, o iluminando bem. Eu até conseguia ver do outro lado, onde as mulheres ficavam pra lavarem a roupa.

Suspirei, indo até ele calmamente, me agachando e pegando um pouco de água e bebendo, depois molhei o rosto e pescoço, quando algo chamou minha atenção.

Era ele. Estava sentado na beira do lago, um pouco distante da onde eu estava. Ele limpava algumas flechas. Parecia bem calmo, ao meu ver. Então levantei e fui até ele em passos rápidos. Ele me olhou por um instante, depois voltou a limpar as flechas.

Parei ao lado dele, um pouco atrás e cruzei os braços. Ele não me olhou, continuava concentrado no que estava fazendo.

– Daryl? –o chamei.

Ele não disse nada.

– Eu estava te procurando... –disse com um suspiro. – fiquei preocupada, você saiu tão zangado.

Nenhuma palavra. Confesso que me sentia incomodada por ele me ignorar daquela forma.

Depois de alguns segundos bem pensativa, decidi sentar ao lado dele. Dei a volta por trás, sentando do seu lado direito.

Eu admirava o lago, enquanto ele continuava concentrado em suas flechas. Ficamos em silêncio por um tempo, e aquilo estava um tanto que constrangedor e sufocante. Então eu tive uma ideia.

Puxei do bolso meu maço de cigarros junto com o isqueiro. Abri e peguei um, acendendo rapidamente. Percebi pelo canto do olho, ele me olhar. Então estendi o maço a ele, enquanto tragava o meu cigarro, entre os dedos.

Ele pegou um, ainda me olhando. Coloquei o maço no bolso novamente e entreguei meu isqueiro a ele.

Dobrei as pernas, apoiando os braços nos joelhos. Soltei a fumaça de forma bem lenta, fechando os olhos por um momento. Aquele silêncio não era tão ruim. Ele trouxe um pouco de paz... imagino que seja por isso que Daryl estava aqui.

– Isqueiro legal... –ele disse baixinho.

Sorri, abrindo os olhos e olhando aquele lago.

– Era do meu irmão. –sorri. – Sabe, nunca achei que fosse precisar dele.

Fez-se silêncio novamente, até que olhei Daryl.

– Olha, eu sei que está chateado pelo seu irmão... –comecei. – mas ele vai ficar bem. Merle é do tipo duro na queda.

Ele suspirou, tragando seu cigarro.

– Vamos buscá-lo amanhã. E ele vai estar muito bem.

– Merle é minha única família... –ele disse. – desde que eu nasci, ele estava lá. Ele cuidou de mim, de todas as maneiras possíveis, enquanto meu pai tava curtindo na zona com as vadias. Ele me levava pra escola as vezes, ensinava a me virar sozinho. E quando eu voltava da escola, sempre tinha aquele macarrão horrível que ele fazia. Mas eu comia todo sorridente, sabia que ele dava o melhor de si. Ele sempre dava o melhor de si por mim.

Engoli em seco, fitando o chão.

– Sei que ele não é nenhum anjo, vive aprontando, enchendo a cara ou ficando doidão. Mas é minha família, tudo que eu tenho. –ele deixa suspiro pesado se sobressaltar. – Se não fosse aquele idiota, eu não estaria aqui. E cara, ficar sabendo que deixaram ele sozinho na cidade pra morrer... isso acaba comigo. Mesmo sabendo que ele é “duro na queda”... não quero imaginar ter que ficar sem ele.

– Daryl, isso não vai acontecer! –disse o olhando. – Precisa pensar positivo e não deixar isso te abalar. Vamos encontrar o Merle, eu prometo.

Ele me olhou, assentindo.

Suspirei, afagando seu braço. Ele deu mais um trago no cigarro e então me estendeu meu isqueiro.

– Como seu irmão se chamava? –ele perguntou, me olhando.

Eu sorri pegando o isqueiro e olhando por um momento. Tinha uma cruz gravada, bem bonita e trabalhada e era todo em prata.

Apertei o isqueiro em minha mão, olhando o lago.

– Abraham. –disse.

– Hm… o presidente... –ele disse com uma leve risadinha.

Sorri, balançando a cabeça.

– Na verdade, um sargento do exército. –o olhei.

– Hm... não deixa de ser importante.

– É. –assenti, com um suspiro e com um meio sorriso. – Ele entrou quando completou vinte e um. Eu só tinha dez anos na época. Lembro que eu não conseguia soltá-lo na hora da despedida. –sorri. – Céus, eu fiz um escândalo naquele aeroporto.

Percebi uma leve risadinha vinda de Daryl, e sorri com aquilo, fechando os olhos por um momento.






  FLASHBACK ON


– Ei, meu amor... –Abraham me se agachou, me abraçando forte. – não precisa chorar...

Sequei minhas lágrimas, o olhando com tristeza.

– Você vai vir para o meu aniversário, não é? –perguntei, chorosa.

– Mas é claro que eu vou! –ele disse, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. – Como é perto do Natal, posso pedir pra sair antes.

Sorri, abraçando ele novamente.

– Não queria que você fosse. Eu não quero ficar sozinha com a mamãe. –disse baixinho. – Por favor Abraham...

– Não se preocupe, ruivinha... –ele sorri, bagunçando meu cabelo. – Jesse vai cuidar muito bem de você, ou eu dou uma surra nele.

Sorri e olhei Jesse, que nos olhava com um sorriso.

– Agora... –ele me soltou, se levantando. – eu preciso ir, ou vou me atrasar.

Eu apenas assenti. Então ele enfiou a mão no bolso a calça e puxou algo de lá. Era um isqueiro.

Ele me estendeu a mão.

– Pode cuidar dele pra mim? –ele perguntou com um sorriso.

– É o isqueiro do vovô? –peguei o isqueiro de sua mão, o olhando. Tinha uma cruz bem bonita.

– É sim. –ele diz. – Ele me deu antes de morrer. Disse que era muito importante que eu ficasse com ele, e eu não quero correr o risco de perdê-lo.

Sorri.

– Ta bom, prometo que vou cuidar bem dele. –disse.

– Certo. Pego ele de volta quando vier para o seu aniversário. –ele disse, se abaixando e dando um beijo no alto de minha cabeça.

Eu apenas assenti, com um sorriso.

Ele conversou algo com Jesse por um instante, enquanto eu olhava aquele isqueiro. Nosso avô Angus sempre esteve conosco, era como nosso pai. Foi muito triste quando partiu, foi muito triste para todos. Então, aquele isqueiro significava muito para Abraham, Jesse e principalmente, pra mim.

– Abraham! –o chamei.

Ele já estava ao lado da fila de embarque. Então ele me olhou, por uma última vez, com um belo sorriso no rosto.

Levantei a mão esquerda, fazendo o nosso sinal. Ele havia me ensinado um pouco de libras, na verdade, ele ensinou apenas uma coisa. A mais importante que ele achava. Ele me ensinou o “eu te amo” (dedos polegar, indicador e mindinho levantados para cima e dedos médio e anelar para baixo). Ele acreditava que o amor devia ser demonstrado de várias formas, não só em palavras. Mas também em gestos, e era isso que fazíamos, de todas as formas possíveis.

Ele levantou a mão fazendo o mesmo gesto, e depois passou pelo portão.



FLASHBACK OFF





Quando voltei a realidade, percebi que lágrimas rolavam pelo meu rosto. Eu as sequei rapidamente, antes que Daryl visse, mas já era um pouco tarde. Percebi que ele me observava, mas desviou o olhar assim que decidi encará-lo.

Fez-se silêncio por um tempo, enquanto eu tentava me recompor.

– Eu sinto muito... –Daryl murmurou baixinho.

Eu apenas assenti, fungando. Se eu falasse algo, com certeza iria me engasgar nas minhas próprias palavras, mal conseguindo pronunciá-las. Respirei fundo, olhando para o céu e tentando engolir todos aqueles sentimentos.

– Eu nunca mais o vi. –disse. – Durante todo esse tempo, só conversamos por ligação. Mesmo não conseguindo ir em nenhuma das minhas festas por mais de 10 anos, eu nunca deixei de amá-lo.

Engoli em seco, e voltei a olhar Daryl.

– Ele era o meu Merle. –disse. – Ele sempre esteve comigo, sabe... e agora, eu nem sei o paradeiro dele. Eu nem se ele está vivo, com os filhos...

Desviei o olhar de Daryl, dando um último trago no cigarro e amassando a guimba no chão.

– Eu acho que onde quer que ele esteja, –disse Daryl, eu o olhei. – ele sente muito orgulho por ter criado uma mulher como você.

Dei-lhe um sorriso no canto da boca. Balancei a cabeça e me levantei do chão, limpando minha calça.

– Bom... eu já vou. –disse.

Ele me olha fixamente, se levantando.

– Tudo bem, eu vou daqui a pouco. –ele disse.

Eu apenas assenti.

– Vamos buscar Merle amanhã. –sorri, me aproximando e dando-lhe um abraço sutil e logo depois o soltei. – Vai dar tudo certo.


Ele assentiu, olhando bem nos meus olhos, o que me fez deixar um suspiro escapar. Daryl tinha um olhar tão bonito, e ficava ainda mais bonito de perto. E claro, mais intimidador.

– É... –ele diz, quase como um sussurro.

Balancei a cabeça, ainda o olhando. Até que meus olhos cometeram o erro de descerem até os lábios do Dixon. Eles eram bem atrativos, estavam roubando minha atenção.

Então um flash de luz bateu em nossos rostos, fazendo com que nos separássemos, incomodados pela luz.

– Ah, vocês estão aí... –reconheci a voz de Dale um pouco distante.

Dei uma risadinha, me sentia um pouco envergonhada com aquilo.

– Qual seu problema hein, Dale? –Daryl disse, pegando suas coisas no chão.

– Michelle, –Dale olhou diretamente pra mim. – você disse que voltava logo... fiquei preocupado.

– Desculpa Dale... –fui até ele. – se eu falasse que iria atrás do Daryl, você ia fazer drama e não ia deixar eu sair.

– Claro que eu não iria, não é bom ficar saindo por aí à noite... –ele disse com uma risadinha.

Esperamos Daryl pegar o resto de suas coisa e em seguida, seguimos de volta para o acampamento. Eu ia na frente, conversando com Dale e Daryl vinha logo atrás, calado.

E não demorou muito para que chegássemos.

Glenn esperava encostado em uma árvore.

– Michelle, você tá bem? –ele perguntou vindo até mim.

– Tô sim, não se preocupe. –sorri.

– Ah que bom... –ele sorriu fraco.– ô Dale, vou ficar de vigia.

– Certo. –Dale. – Se precisar de alguma coisa me avisa.

– Bom, eu vou pra minha barraca... –disse com um bocejo sutil.

Os dois saíram juntos, conversando.

Suspirei abrindo minha barraca, logo em seguida, puxei os sais que estavam no suporte nas minhas costas e os joguei dentro da minha barraca.

– Boa noite... –uma voz logo atrás de mim disse.

Sorri, me virando e olhando o Dixon.

Suspirei, fazendo um gesto com a cabeça, um boa noite. Ele sorriu, se virando e saindo logo em seguida, indo em direção a sua caminhonete.

Mordi o lábio, seguindo-o com o olhar. No momento eu não sabia se odiava ou era grata a Dale por aparecer naquele exato momento.

“Mas que diabos eu estava pensando?”


Notas Finais


Isqueiro da Michelle: ( https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1M1wUHFXXXXcNXpXXq6xXFXXX1/Barato-isqueiro-cruz-de-cobre-isqueiros-zorro-pode-diy-grave-seu-mensagem-isqueiros-%C3%A0-prova-de.jpg )

Sim, o irmão dela é Abraham Ford. Na série em si, não é citado irmãos de Abraham, e bom... ele é um dos meus personagens favoritos, então tinha que torná-lo um personagem muito especial nessa fanfic ♥️

Acho que já deu pra imaginar que vão vir muitas emoções pela frente, né non?


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