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História Brasil: Potência Tropical - Novo Partido


Escrita por: Sigma_3737

Notas do Autor


Esta história está sendo reescrita.

Aproveitem a leitura.

Capítulo 1 - Novo Partido


 Cidade de Brasília, Brasil. 

Luciano da Silva, personificação do Brasil, estava profundamente enojado. Sentado em uma cadeira ao lado de seu presidente ouvia os ministros falando abertamente sobre ele como se o mesmo não estivesse ali presente. O pobre país tropical estava cansado e não poderia descansar tão cedo pois estava muito atarefado. Tinha de ter uma reunião a portas fechadas com seu presidente dentro de dez minutos, depois partiria para uma das reuniões da ONU em Nova York e só então poderia ir para sua casa no Rio de Janeiro descansar. 

 -Eu preciso de soluções para aumentar a minha popularidade. Estou perdendo muito apoio do povo enquanto o líder do partido comunista ganha cada vez mais apoio deste mesmo povo. Desce jeito eu vou perder a corrida eleitoral no ano que vem, tá ok?- O presidente brasileiro falou temeroso e Luciano apenas revirou os olhos enquanto os ministros conversavam entre si tentando encontrar soluções para o “problema”.

 “Tá ok?”. Era simplesmente incrível como cada presidente brasileiro tinha uma “frase de efeito” e só de ouvi-las Luciano revirava o estômago. O brasileiro tinha um caderno com diversas palavras que odiava escutar dentro de Brasília: “Companheiro”, “Sistematicamente” e “Tá ok?” eram palavras “proibidas” que Luciano sentia nojo de ouvir. O presidente estava nervoso com sua possível reeleição e Luciano rezava copiosamente para que isso não ocorresse, não aguentaria passar mais quatro anos sendo governado por um corrupto. 

 Não admitia para ninguém mas Brasil não estava bem, longe disso. Vomitava o dia todo e não se alimentava direito. A cada meia hora tinha de segurar a vontade de vomitar sangue corrupto, principalmente na frente de outras nações. Quando um país sofria por muito tempo uma crise política o mesmo passava a vomitar sangue, porém este era escuro, grosso e fedorento. Este era o sangue corrupto. Deixava um gosto ruim e azedo na boca mas Luciano já se acostumara afinal isso acontecia a 130 anos. A reunião acabou e o único assunto que fora discutido foi a possível reeleição do presidente. Nada de falar da pandemia, nada de falar da corrupção, nada de falar do país Brasil. O presidente pediu para Luciano o seguir que queria falar com ele. Entraram em uma sala e Luciano ficou parado à porta enquanto o presidente se sentava na cadeira de seu gabinete.

 -Brasil, senta aí.- O presidente falou apontando para a cadeira a frente de sua mesa. Luciano se sentou a contra gosto.

 -Minha felicidade quase acabou. Esta por um fio.

O presidente falou se levantando e começando a caminhar pela sala enquanto Luciano permanecia sentado. O presidente fazia isto quando dava uma bronca em Brasil e ficava de pé com ele sentado como um gesto indireto de que o presidente era superior a ele o que de fato era verdade.

 -Me pergunte o porque.- O presidente falou com deboche.

 -Está bem, Porque?- Luciano falou com desinteresse.

 -Porque o quê? Seja específico por favor.- O presidente falou debochado e prepotente.

 -Porque o senhor está infeliz?- Brasil perguntou entediado.

 -Suas atitudes me deixam infeliz.- O presidente concluiu.

 -Porque? Eu tenho recebido reclamações?- Brasil perguntou confuso.

 -Reclamações dá para aguentar. O que não dá para aguentar são as suas tentativas indiretas de prejudicar a minha imagem e tentar me tirar do poder.- O presidente falou começando a se alterar.

 -O que foi que eu fiz?- Brasil perguntou ainda mais confuso.

 -Eu vejo como você se comporta nas reuniões da UNASUL, nas reuniões dos BRIC’S, nas reuniões da ONU e na frente de outros países. Você sempre está com essa cara de desinteresse, a mesma cara que fez a cinco minutos atrás na frente dos ministros. Tá ok?- O presidente falou levemente irritado.

 -O que o senhor quer que eu faça?- Brasil perguntou.

 -Quero que finja. Quero que transpareça que está tudo bem principalmente na frente da Europa, dos Estados Unidos, Rússia e China. São os nossos maiores aliados e não quero que pensem que sou um péssimo líder.- O presidente concluiu.

 -Eles não pensam, eles já sabem.- Brasil sussurrou baixinho mas mesmo assim o presidente ouviu.

 -Você me respeite e me obedeça, tá ok?- O presidente falou irritado com a “afronta”.

 -Mais uma coisa, vejo que você tem feito tarefas que não designamos para você fazer como aprovar a construção de escolas nas periferias do Rio de Janeiro. Quero que isso pare.- O presidente falou irritado.

 -Eu fiz alguma coisa ilegal?- Brasil perguntou.

 -Não.- O presidente respondeu espumando de raiva.

 -Devo parar de me importar com o bem estar e segurança do meu próprio povo?- Brasil perguntou se alterando com tamanho absurdo. Ser repreendido por ajudar o povo. Onde já se viu?

 -A ONU determina que eu responda não.- O presidente falou irritado.

 -Tem muitas pessoas passando necessidade lá fora senhor, temos que ajudar todo esse pessoal.- Brasil falou.

 -Temos que ajudar o nosso pessoal. A começar pelos meus apoiadores na câmara. Quem é que está ajudando eles, hein? Eles não estão satisfeitos e as relações diplomáticas com a China estão cada vez piores. Sei que vocês dois são amigos e sei que o seu comportamento é um fator decisivo nisso. Na reunião da ONU quero que diga a China  e aos Estados Unidos que está feliz com o meu governo, tá ok? Pode se retirar.

 O presidente concluiu e Luciano se levantou furioso saindo da sala. O brasileiro estava furioso com a audácia do presidente em repreendê-lo por ajudar o povo e principalmente por culpá-lo pela sua incompetência. Era um absurdo. Quando estava perto da porta de saída esbarrou em alguém e só de ver quem era já revirou os olhos de desgosto. 

 -Boa tarde companheiro.- O ex-presidente falou sorridente.

 -Boa tarde senhor. É um prever revê-lo.- Luciano mentiu na cara dura.

 -Sinto que serei presidente de novo no ano que vem companheiro.- O homem falou confiante. 

 -Acredito que sim. Bom, senhor eu tenho de ir. Eu tenho uma reunião da ONU para participar.- Luciano falou apressado. Queria se ver livre deste homem.

 -Pode ir companheiro. Foi um prazer.- O ex-presidente falou sorridente.

 -O prazer foi meu.- Luciano se despediu com outra mentira.

 O jatinho particular do governo que os levaria a  Nova York estava o esperando e após Luciano embarcar viu seu presidente do seu lado. Ele também iria a ONU. O avião decolou em direção a Nova York. O presidente falou irritado que o mesmo deveria manter as aparências na frente dos outros países e que não fuzesse nada que o envergonhasse na frente da ONU. Luciano dourou um risinho debochado. Não era necessário que Luciano “tentasse” manchar a imagem do seu presidente quando o mesmo já o faz sozinho. Olhava pela janela o seu próprio país e novamente a ânsia de vômito lhe bateu. Seu único problema era a corrupção. Encostou sua cabeça na janela e deixou uma única lágrima solitária descer pela sua bochecha.

 Cidade de Nova York, Estados Unidos da América. 

 Luciano chegou ao prédio da ONU ao lado de seu presidente e começou a adentrar o lugar. Mais uma vez a atenção seria voltada para ele. Não era de hoje que recebia cobranças e críticas por parte dos outros países. A sala de reuniões da ONU está praticamente cheia. Brasil se dirigiu a seu lugar e se sentou ao lado do seu líder que já recebia olhares das outras personificações e líderes que ali estavam. Quando todos chegaram e a reunião pôde-se dar início. Luciano e seu presidente foram para a frente para o presidente iniciar seu discurso. O discurso dizia que o  homem ao lado de Luciano era um líder democrático que respeitava a constituição e que a nação brasileira estava bem e melhor do que nunca. Era tudo mentira.

A cada palavra dita pelo presidente uma parte de Luciano morria. Era evidente que o mesmo estava desconfortável com a situação. Luciano levantou o olhar e viu o que lhe destruiu: as reações dos outros países. Estados Unidos olhava para Luciano da mesma forma que um falcão olhava sua presa. Inglaterra estava cortês  como sempre, mais levantara uma de suas grossas sobrancelhas como quem dizia "Isso é sério?" e de fato era. Alemanha estava neutro como sempre. Japão estava com a cabeça abaixada e Luciano deduziu que fosse por vergonha alheia. A elegância e educação que Inglaterra teve durante o discurso França dispensou, o francês dava leves risadas de deboche como se estivesse se divertindo com a situação do brasileiro. Mas de todas a que mais o impactou foi a de China. Yao olhava com pena para o brasileiro e logo abaixou o olhar. Os olhos do brasileiro começaram a lacrimejar e o mesmo por pouco não desabou em lagrimas ali mesmo. Seu presidente viu a situação do mesmo e, mesmo que profundamente irritado, ignorou como sempre ignorava. Quando o discurso acabou os dois foram para seus lugares e Luciano ficou em silencio absoluto e enquanto as outras nações lhe cobravam soluções sobre a pandemia e sobre a Amazônia o mesmo não ouvia. Seus olhos estavam opacos e o mesmo apenas olhava para frente. Muitos notaram que Luciano estava estranho. Quando a pausa foi dada para descansarem um pouco Luciano tinha o mesmo olhar vazio e sem vida. O brasileiro apenas olhava para frente e ignorava todos que tentassem conversar com o mesmo. Luciano pegou um copo de café e um croissant trazido por França. Sentou-se em um sofá de couro que tinha na sala das personificações e começou a comer. Comia tão devagar que mal se notava a boca do brasileiro se mexer. As nações cochichavam entre si sobre o que estava acontecendo com Brasil, a nação alegre, divertida e sorridente mais parecia um zumbi comendo aquele croissant. China era o que mais se preocupava mesmo que não demonstrasse em público. A pausa logo acabou e as nações voltaram a discutir sobre economia, prevenção da pandemia, relações estrangeiras e a mesma briga eterna das nações ricas e poderosas para ficarem mais ricas e poderosas enquanto as nações mais pobres e carentes se afundavam na lama. Politica afinal é e sempre foi exatamente isso: uma guerra interminável por poder e influencia. E no fim nada nunca mudava. A reunião logo chegou ao fim e Luciano recebeu a noticia que já esperava e temia: O Brasil estava fora da lista de discursantes da ONU.

 Luciano se dirigiu novamente ao Heliporto pronto para embarcar no jatinho que o levaria ao Rio de Janeiro mas o mesmo já havia ido embora. Certamente por ordem do presidente que não estava contente ou satisfeito com a nação tropical. Pegou um táxi e partiu para o aeroporto onde pegaria um avião comercial até o Rio de Janeiro. Brasil estava sentado esperando o avião que o levaria para sua casa enquanto olhava as notícias. Novos esquemas de corrupção foram descobertos, desta vez do ministro da fazenda. Novos casos da pandemia. Notícias essas que Brasil infelizmente já se acostumara a receber. Mas uma lhe chamou a atenção. Novo partido político brasileiro foi criado.

 “No dia **/**/2021 foi criado pelo deputado federal e membro da família imperial brasileira *** o Partido Monarquista Brasileiro ou PMB. O partido sofreu represálias pelos políticos opositores mas ganhou um número significativo de seguidores nos estados das regiões Norte e Sul. A sede do partido e na cidade de Petrópolis no estado do Rio de Janeiro e planejam se candidatar às eleições presidenciais de 2022.” 

 Essa notícia lhe era interessante. Na época do Brasil Império havia um partido republicano e o segundo imperador nada fez contra a criação do mesmo, mas por 130 anos está è a primeira vez que Luciano vê no Brasil República um partido monarquista. Veria as propostas do partido depois, afinal seu avião acabara de ser anunciado. 

 Novamente a ânsia de vômito lhe atingiu e desta vez não pode segurar. Luciano se levantou e foi até o banheiro do avião e vomitou uma grande quantidade de sangue corrupto. Isso estava indo de mal a pior. Luciano estava cansado e tudo o que queria era chegar em sua casa, se deitar em sua cama e dormir se permitindo então entrar em seu mundo de fantasias e sonhos onde o mesmo era feliz, onde o mesmo estava de fato bem e onde o seu país era uma nação respeitada, influente e desenvolvida. Luciano só queria um descanso.  Lidar com sua própria situação política era muito cansativo. Luciano estava cansado, o Brasil estava cansado, o povo brasileiro estava cansado. Porém, aquele discurso e a conversa que Brasil teve com seu presidente em seu gabinete foram a gota d'agua que fizeram o copo transbordar. O brasileiro adormeceu sob o pensamento deste novo partido monárquico. Democracia é "o poder do povo, para o povo e pelo povo." Esse mesmo povo humilhado e feito de palhaço tomaria as rédeas da situação.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.


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